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FATORES QUE PROVOCAM O DESEQUILÍBRIO DO SISTEMA

Após a abordagem detalhada nos tópicos anteriores sobre os aspectos econômicos que influenciam na eficiência do setor elétrico brasileiro, pode-se resumir que os principais fatores que provocam o desequilíbrio conforme descritos na Tabela 4. Devem ser equacionados e mitigado os riscos que provocam perda de receitas financeiras para as empresas que geram, transmitem e distribuem energia aos brasileiros.

Tabela 4 - Fatores Desequilibrantes no setor elétrico brasileiro

Geradoras

 Na crise hídrica, as empresas não conseguiram manter as garantias físicas tendo que repactuar os valores de exposição ao risco hidrológico;  Com término de concessões existente, foi o criado o “bônus de outorga”  Planejar o crescimento para a era “pós-hidroeletricidade”

Transmissoras

 Com renovação de concessões, houve diminuição de receitas  Indenização dos ativos não depreciados, dependente de laudos da

ANEEL, com indicativos de “judicialização”;  Atraso de execução das obras;

 Sem fluxo de caixa nas empresas tradicionais para participar em novos leilões

Distribuidoras

 Foram expostas involuntariamente pela MP 579/2012 e houve contratação de energia no mercado de curto prazo;

 Redução de demanda, ocasionando sobre contratação;

 Aumento de geração distribuída

 Necessidade de novos mecanismos de Regulação Fonte: O autor

5 CONCLUSÃO

Os especialistas envolvidos no setor elétricos já possuem uma opinião convergente que em função dos avanços tecnológicos, as fontes renováveis farão parte da matriz energética nas sociedades do futuro.

Com a produção em escala dos equipamentos das usinas eólicas e solares, existe a forte tendência de que os custos fabris estarão em declínio ainda maior do que apresentados nos últimos anos, permitindo a viabilidade de novos empreendimentos em todas as partes do globo terrestre.

A questão que desafia os pesquisadores da atualidade é resolver a “intermitência” das fontes. Várias linhas de pensamento estão sendo desenvolvidas, nas quais algumas foram abordadas nesse trabalho. Todas esbarram nos altos custos atuais envolvidos em comparação as alternativas convencionais através dos combustíveis fósseis.

Com os registros de aumento dos gases poluentes nas últimas décadas, o assunto é pauta constante dos grandes líderes mundiais que assinam pactos com o compromisso de redução de emissão dos gases causadores do efeito estufa na atmosfera. Os pactos assumidos pela grande maioria dos líderes mundiais são considerados como um avanço, porém em função dos altos custos financeiros para implantação, as iniciativas práticas de um novo comportamento ambiental politicamente correto nos dias atuais resumem-se a alguns países como Alemanha, ou no caso do estado americano da Califórnia, que foram abordados nesse material.

A Transmissão de energia tem e continuará tendo nos próximos anos papel fundamental na solução da “intermitência” das fontes renováveis conforme abordado nos Capítulos 3 e 4, indicando a necessidade de expansão do sistema de transmissão para mitigar os efeitos interruptivos no sistema. A política de transição energética que está ocorrendo na Alemanha e na China, apesar de não se ter registros transparentes das ações chinesas em função do regime político, indica os caminhos que deverão ser seguidos com pesados investimentos financeiros, sendo exemplo para outras nações que pretendem solucionar suas carências energéticas e proporcionar o desenvolvimento sustentável no planeta.

O Brasil tem uma vantagem em relação a diversas nações, que é possuir o seu sistema de Transmissão interligado, o que permite suprir as faltas de energia em

alguma região com o excedente gerado em outras regiões, reduzindo os impactos da intermitência ocasionado pelas fontes renováveis e otimizando a utilização dos recursos naturais.

O equilibro será encontrado quando houver a autossuficiência da produção energética e as tarifas aos consumidores forem módicas, com baixa inserção de encargos ou subsídios e os custos forem acessíveis a maior parte da população. Certamente, se terá um sistema eficiente com perdas baixas ou nos limites aceitáveis e, com uma Transmissão eficaz que proporcionará o desenvolvimento nos diversos setores da economia brasileira, colocará o Brasil como uma das principais potências mundiais.

Para pesquisas futuras, deve ser realizada análise quantitativa, com o auxílio de ferramentas computacionais do comportamento do fluxo energético em locais específico do território brasileiro, analisando o crescimento exponencial da conexão de fontes renováveis intermitentes, em função da Resolução Normativa nº687/2015 da ANEEL, que se estima a conexão de 1,2 milhões de micro e minigeradores em 2024 (ANEEL, 2017).

Conclui-se que as condições são favoráveis, as mudanças de pensamento e cultura do povo brasileiro serão fundamentais para se alcançar os objetivos propostos nesse trabalho e colaborar para o meio ambiente sustentável e solucionar as questões energéticas tendo desenvolvimento econômico com a otimização dos recursos disponíveis.

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