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Fatores Relacionados ao Desempenho Pedagógico, Científico e Didático

2.2 FATORES QUE INFLUENCIAM NO DESEMPENHO DOCENTE

2.2.3 Fatores Relacionados ao Desempenho Pedagógico, Científico e Didático

Estão alocados nesta categoria os autores que tratam do tema desempenho, utilizando-se de diversas nomenclaturas, como por exemplo, “desempenho acadêmico”, “desempenho pedagógico”, “desempenho da função ensino educacional”, “desempenho docente” e “avaliação dos professores”.

Na Quadro 4 relacionam-se os termos com os autores:

Quadro 4 - Categoria desempenho pedagógico, científico e didático versus autores Categoria Desempenho

pedagógico, científico e didático

Autores

Desempenho acadêmico Alagarsamy e Ramalingam (2017)

Desempenho pedagógico Caballero, Morales e Oquendo (2015) Desempenho da função ensino

educacional

Escobar (2017)

Desempenho docente Embiruçu, Fontes e Almeida (2010)

Desempenho (avaliação dos professores em pós-graduação)

Vásquez-Rizo e Gabalán- Coello (2012) Fonte: autores (2018)

O desempenho acadêmico do professor remete a análise dos seguintes requisitos: experiência, qualificação educacional, projetos, publicações, eventos acadêmicos. Em estudo realizado com o corpo docente da Mother Teresa Women’s Universitynos nos EUA, destacou-se como pontos de melhoria: (1) obter o título de doutor para que possam ampliar os níveis de orientação, (2) despertar interesse em realizar pesquisas e publicar seus resultados. (ALAGARSAMY; RAMALINGAM, 2017)

Caballero, Morales e Oquendo (2015) apresentam um instrumento para avaliar o desempenho pedagógico dos tutores de especialidades médicas. O docente pode

ser avaliado por meio do desempenho pedagógico, que é conceituado utilizando três dimensões: didática, pesquisa científica e comunicativa. O Quadro 5 detalha cada uma das dimensões.

Quadro 5 - Detalhamento das 3 dimensões do desempenho pedagógico

Didática Comunicativa Pesquisa científica

Aplica tendências pedagógicas contemporâneas

Grau de troca: trocar idéias e informações científicas, técnicas, profissionais

Grau do domínio da visão científica do mundo: abordagem dialética.

Formação de valores humanos, excelência profissional e produção intelectual

Motivação: estimular o aluno na busca de novos

conhecimentos

Nível de atualização: mantém uma produção intelectual estável e ascendente Diagnostica as características e

necessidades, bem como atribuir tarefas que permitam

desenvolvimento

Assertividade: ouvir com atenção, respeito e transmite confiança e flexibilidade

Grau de inovação e de criação: apresenta inovações teóricas, técnicas ou práticas em seu trabalho profissional e na resolução de problemas de prática docente

Promover trabalhos multidisciplinar

Correta aplicação do método científico (clínico) e projetar com sucesso novas linhas de pesquisa

Nível de organização

Controle das tarefas atribuídas Técnicas de estudo

Promoção do raciocínio formal

Fonte: adaptado de Caballero, Morales e Oquendo (2015)

Escobar (2017) foca na preocupação do desempenho da função de ensino educacional, considerando a relação dialética entre teoria e prática. Os resultados mostram que a Universidade Médica tem ferramentas voltadas para o cumprimento do treinamento integral ao aluno, mas apenas a relação dialética entre teoria e prática, fornecerá profissionais de qualidade e altamente motivados para soluções dos problemas que afligem a sociedade contemporânea.

Um indicador de avaliação docente (IAD) foi criado por Embiruçu, Fontes e Almeida (2010) para medir o desempenho docente em Instituições de Ensino Superior. Este indicador contempla aspectos essenciais da vida universitária, tais como afastamentos, gestão acadêmica, atividades de extensão, reconhecimento

adicional ao mérito na produção científica, qualidade da graduação e taxa de conclusão da pós-graduação. Os resultados apresentam que o índice faz uma avaliação docente completa, pois considera todas as principais atividades docentes: ensino, pesquisa, extensão e gestão acadêmica, tanto na graduação quanto na pós- graduação.

Vásquez-Rizo e Gabalán-Coello (2012) apresentam um estudo sobre a avaliação do desempenho docente em pós-graduações (pelo aluno, pelo coordenador e a autoavaliação), enfatizando que alunos de pós-graduação possuem um senso crítico maior do que na graduação. Os alunos possuem expectativas de receber exemplos que relacionem a teoria com a prática. Entre as conclusões estão as apreciações negativas dos alunos a respeito da competência pedagógica dos docentes. Para alguns alunos de pós-graduação, é muito importante que os professores, apesar de terem grande conhecimento, saibam transmiti-los, por isso a variável mais significativa para os alunos é metodologia.

No item 2.2.4 serão observados os fatores relacionados à categoria formação do professor, que influenciam no desempenho docente.

2.2.4 Fatores Relacionados a Formação do Professor

Esta categoria é formada por artigos que apresentam estudos relacionados a propostas para a formação de um professor. São observadas situações que deveriam fazer parte da formação do professor, para que o seu desempenho seja amplificado em sala de aula, na formação de futuros profissionais.

Triviño et al. (2014) apresenta a implementação de um programa de desenvolvimento de professores, é composta por cinco categorias: valor dado ao ensino e à formação em ensino, importância das habilidades de ensino, contribuição do ensino para o profissional papel, contribuição para o desenvolvimento pessoal e fortalecimento da comunidade acadêmica, que se enquadra nesta categoria, pois o programa de desenvolvimento de professores está relacionado com a sua formação. Álvarez, Álvarez e Álvarez (2016) estudaram sobre a formação docente na pós-graduação, e concluem que os professores devem ser treinados na dimensão "promoção da saúde", pois os resultados dos instrumentos aplicados na

universidade refletem que os professores não estavam preparados para o exercício da promoção da saúde.

A formação de professores foi abordada por Marx et al. (2016) em um estudo de um programa de doutorado empresarial e observaram que existe uma falta de preparação de professores e citam fatores que podem interferir nesta situação: motivação (vontade), habilidade (pode fazer) e oportunidade (tem chance de fazer).

Joaquim, Vilas Boas e Carrieri (2012) realizaram uma comparação em duas instituições de ensino superior, utilizando-se da triangulação de dados entre as respostas dos professores estagiários (pós-graduandos) que ministraram aulas na graduação e as respostas dos discentes sobre o seu desempenho. Os resultados mostraram que os professores que estavam mais motivados apresentaram melhor desempenho. Esta motivação estava relacionada à aquisição de experiência em sala de aula e a necessidade de adquirir uma proximidade com as atividades docentes. Outra questão percebida foi que os professores, de modo geral, não conseguiram vincular teoria e prática de maneira plena, devido não somente a prática de ministrar aulas, mas também à vivência de mercado.

A vivência também pode ser observada na área da medicina, em um estudo que tem como objetivo, caracterizar o desenvolvimento profissional dos médicos docentes em uma missão na Venezuela. Os resultados mostram que a vivência na prática gerou mudança relevante na preparação profissional (MARRERO; SUÁREZ; GARCÍA, 2011).

Grassi et al. (2016) investigaram as realidades epistemológicas, habilidades e perspectivas de professores e ofereceram condições para (re)construir uma estrutura para tomar decisões em relação ao currículo, os planos, ações e avaliações para a melhoria do programa de mestrado, a prática de ensino e desempenho dos alunos. Destaca-se que uma das principais dificuldades enfrentadas é a produção de textos científicos e o uso pertinente de recursos didáticos e experimentação em laboratórios como fatores para interligar teoria e prática.

No item 2.2.5 serão observados os fatores relacionados à categoria método de ensino, que influenciam no desempenho docente.