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Fenômeno singular, vexame nacional: Neoparnasianismo

PARTE 1. POLÍTICAS DO LITERÁRIO: do bico da pena no tinteiro passadista aos

3. O predestinado pré-modernismo: diferentes percursos rumo ao limbo

3.3. Fenômeno singular, vexame nacional: Neoparnasianismo

O documento de Otto Maria Carpeaux que anunciei acima não é muito longo e, por isso, novamente me permito outra não muito longa citação:

O neoparnasianismo é fenômeno particular da literatura brasileira. Aqui e só aqui fracassou o simbolismo: e por isso, o movimento poético precedente sobreviveu quando já estava extinto em toda parte do mundo.

Entre os neoparnasianos brasileiros [sic] há, porém, diferenças maiores que se pensa. Ao lado de acadêmicos como Amadeu Amaral e Goulart de Andrade, há os de fora da Academia, exuberantes como Martins Fontes ou tumultuosos como Hermes Fontes e Moacir de Almeida; e há mais o solitário singular José Albano. O panorama torna-se variado pela presença de ficcionistas que correspondem, historicamente, aos Coelho Neto e Xavier Marques da geração precedente: Alcides Maya e Afrânio Peixoto. No fim, o parnasianismo considerado extinto, até parecia renascer com força inesperada em Raul de Leoni. Mas já era tarde. Já vencera o modernismo.

Ainda convém comemorar [?] os nomes dos críticos e cronistas da época: Medeiros e Albuquerque, Humberto de Campos, Paulo Barreto. 73

E no que tange a Amadeu Amaral ele “(...) representa o neoparnasianismo

acadêmico: pelo rigor da forma, mas também pela sobriedade algo utilitarista da imaginação.” 74 É possível entender esse juízo de Carpeaux sobre a “algo utilitarista”

imaginação de Amadeu dado o sentido dele como poeta educador tal como aludido por Guilherme de Almeida.

Quanto à descrição do neoparnasianismo sobressaem os não ditos ou seus não explicados elementos:

a) do por que o fenômeno é exclusivo do Brasil: devido à fraqueza dos simbolistas nacionais ou devido aos leitores de poesia brasileiros que não gostaram do simbolismo? À fraqueza das estratégias políticas dos simbolistas para aparecerem no cenário nacional ou à força dos parnasianos na defesa dos seus territórios?

b) se existem diferenças notórias e significativas nos neoparnasianos, qual seria então o estatuto da validade da noção?

Outra questão importante é o trecho de tensão e resolução da descrição: pois quase Raul de Leoni ressuscita o natimorto, mas, enfim, a maquinaria modernista já havia passado o seu rolo compressor.

Daí que sigo nas fontes demonstrando como este qualificativo adquire estatuto de vexame nacional se aliando a outras noções, todas irmãs e sinônimas: são os qualificativos de epígono do Parnaso, pré-moderno ou sincretista. Elas se fazem presentes principalmente em trabalhos panorâmicos sobre a história da literatura brasileira ou sobre um dado período e parecem ter em comum tanto o mal-estar do vexame nacional quanto a impaciência em se escrever sobre isto.

Darci Damasceno ou a didática determinista das gerações dos escritores

Trabalhando para o cânone de Afrânio Coutinho Darci Damasceno teve como missão escrever sobre os anos 1890-1920. 75 Tomou então cada década como sinônimo

73

CARPEAUX, Otto Maria. Pequena Bibliografia Crítica da Literatura Brasileira. Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional, 1955, p.215. A primeira edição é do ano de 1951 conforme consta em: FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA. “Bibliografia sobre o Pré-Modernismo”, in: Sobre o Pré-

Modernismo. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1988, p.265.

74

CARPEAUX, Otto Maria. Pequena Bibliografia Crítica da Literatura Brasileira. Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional, 1955, p.216.

75

O modelo de Coutinho entende a literatura do século XIX até o ano de 1922 como o período do “Sincretismo e Transição”. Ele recusa o termo pré-modernismo em nome do sincretismo operado sobre o Neoclassicismo, Romantismo, Realismo, Naturalismo, Parnasianismo e Simbolismo. “Eles não se sucedem, mas se imbricam, entrecruzam, interpenetram, superpõem, influenciam-se mutuamente. Daí os

de uma geração literária segundo a data de nascimento dos autores tratados, nelas encontrando traços estéticos específicos como frutos da necessidade de expressão e dos estudos e propostas destes mesmos autores.

Método que o permitiu traçar, circunstancialmente, épocas, tendo então a seqüência dos epígonos do Parnaso como a dos nascidos na década de 1870; a do período de transição, como a dos nascidos na década de 1880 e, enfim, a dos neoparnasianos como aqueles nascidos na década de 1890. No esquema ainda constam os dados de que os epígonos foram aqueles que publicaram mais ou menos entre 1900; os da transição foram os que publicaram ao redor de 1910 e os neoparnasianos os que publicaram entre 1920.

Mas Darci Damasceno se preocupou em abrir o seu estudo advertindo que tal recurso cronológico estava lastreado em objetivos didáticos, ou seja, eram aproximações. Tudo bem, pois este historiador não se engaja na frente historiográfica que opõe generalizações ao realmente vivido da história (lembrar a minha profissão de fé na Introdução desta tese). No entanto, o pressuposto de Damasceno parece revelar certa inquietude ou impaciência com a continuidade parnasiana mesmo depois dos primeiros simbolistas ou do mestre Cruz e Souza:

Em que pese a ressonância lograda pelo Simbolismo durante e ainda por alguns anos após o fenômeno Cruz e Souza, parece indiscutível que a última geração do século XIX, bem como a seguinte, orbitou em volta do sol parnasiano, dele refletindo uma e outra a luz crepuscular. Crepuscular, mas ainda intensa. 76

Esta impaciência com o “problema” do Simbolismo não ter derrotado o Parnaso revela, portanto, o esquema cronológico seqüencial das escolas ou atitudes estéticas que “infelizmente” no Brasil adquiriram tal peculiaridade. O que fica dos ditos revela a linha evolutiva de que a cadeia normal ou a melhor ou a mais correta seria a da vitória do Simbolismo e não a sua irritante miscigenação no tinteiro passadista dos nascidos entre 1870-1890.

Francisca Júlia, Antônio Sales, Jaime Guimarães, Carlos Magalhães de Azeredo e Belmiro Braga são os poetas que ao lado de Amadeu Amaral figuram no rol dos

escritores pertencentes a mais de um estilo, ou impregnados de elementos de diversos, os sincretistas e de transição. Daí o Romantismo penetrar pelo seu adversário o Realismo com muitos de seus traços característicos, e daí o Parnasianismo e o Simbolismo se combaterem absorvendo as qualidades um do outro.” COUTINHO, Afrânio. Conceito de literatura brasileira. Petrópolis: Vozes, 1981, p.25.

76

DAMASCENO, Darci. “Sincretismo e transição: o neoparnasianismo”, in: COUTINHO, Afrânio (dir.).

A literatura no Brasil. Volume IV – Simbolismo – Impressionismo – Transição. Rio de Janeiro: Editorial

epígonos do Parnaso no esquema de Damasceno. E como este fenômeno não pode passar sem ser explicado o crítico revela motivos possíveis para tal adesão, motivos obviamente lastreados na derrota do Simbolismo porque “Nascidos na década de 70,

era natural que se inclinassem para os preceitos poéticos difundidos pelos artistas parnasianos, senhores então dos meios publicitários – jornais, revistas, almanaques (...)”. 77

O esquema cronológico de Damasceno parece entrar em conflito com o seu juízo estético sobre Amadeu, pois neste o remeteu aos sincréticos numa imagem próxima a dos caminhos de Tasso da Silveira – Cerqueira Leite – João Pacheco. Imagem do Amadeu epígono do Parnaso e sincrético porque ele teve uma

(...) trajetória de experiências estéticas que vai do formalismo nobre, equilibrado, à conjugação de recursos parnasianos e simbolistas, evidentes sobretudo em Espumas (1917). Com Amadeu Amaral o verso passa a representar, ao mesmo tempo que um objeto de perfeição, um elemento do todo poemático. Refugindo à frieza formal dos mestres do Parnaso e o arroubo de seus antagonistas, a composição de Espumas se resolve de maneira sincrética, (...). 78

Alfredo Bosi ou o muro pré-modernista

A crítica de Alfredo Bosi ao termo pré-modernismo pode mesmo ser sintetizada com a expressão “em cima do muro”. Ao mesmo tempo em que critica as limitações e ambigüidades da noção (algo que pode simplesmente anotar a precedência temporal ao modernismo, algo que se posiciona como antagonista ao modernismo ou até mesmo algo precursor do modernismo) assina um livro com ela: seria então uma assinatura de confirmação da vitória dos modernos? Sim, e principalmente se entendida como vitória no campo de formação do gosto dos críticos literários preocupados com a formação da consciência nacional brasileira.

O crítico escreveu sobre Amadeu Amaral exclusivamente com a sua batuta estética, mas obviamente não sem reter o compasso da questão da classe social. Identifica o Parnaso como poética típica das classes dominantes (o famoso sorriso da sociedade) e, no interior dele, no que tange a Amadeu Amaral, um poeta antagônico ao modernismo.

77

DAMASCENO, Darci. “Sincretismo e transição: o neoparnasianismo”, in: COUTINHO, Afrânio (dir.).

A literatura no Brasil. Volume IV – Simbolismo – Impressionismo – Transição. Rio de Janeiro: Editorial

Sul Americana, 1969, p.264.

78

DAMASCENO, Darci. “Sincretismo e transição: o neoparnasianismo”, in: COUTINHO, Afrânio (dir.).

A literatura no Brasil. Volume IV – Simbolismo – Impressionismo – Transição. Rio de Janeiro: Editorial

O Amadeu Amaral neoparnasiano teve como elementos centrais a gravidade, severidade e aspiração à vida tranqüila (um caipira ou um burguês em férias na casa de campo?), ou seja, uma atitude íntima de fundo estóico. 79 E como pertencia à classe dominante nada melhor do que uma pitada de conservadorismo estilístico como a sua melhor forma de expressão. Daí que as suas Espumas recebem o rótulo de Parnaso com difusa musicalidade simbolista (Bosi teria intuído ou acordado o “vago simbolismo”?) misturada à tendência ao prosaísmo inevitável do Parnaso.

Leitor de Guilherme de Almeida (o poeta educador) e de Carpeaux (a imaginação utilitarista), Bosi os tomou como referência para sintetizar Amadeu como neoparnasiano menos por sua adesão convicta ao Parnaso do que pelas suas próprias disposições morais, juízo lastreado na “(...) impressão fundamental de gravidade que

despertam aqueles versos.” 80 Juízo que não deixa de fazer eco à entoada unidade entre fundo e forma - também aludida por Damasceno, entre outros.

José Paulo Paes: uma brecha interpretativa ou um novo fragmento?

É bem conhecido o ensaio de José Paulo Paes no qual ele procurou clarificar o sentido da noção de pré-modernismo aludindo a uma presença difusa ou em brechas do art noveau no Brasil. Ele comparece aqui unicamente porque Amadeu Amaral se encontra no ensaio dada a sua “Prece da tarde”, de Espumas. O poema foi mencionado como exemplo de “entrelaçamento monístico” com a natureza.81

Gênios mansos da tarde, escutai minha prece. Sinto-vos deslizar por estes ares... Pondes um véu de seda azul no ombro nu da colina. Entre as moitas, o rio, em silêncio, adormece. E sobe, lento e lento, entre os cimos e as frondes, da fadiga da terra o sonho da neblina.

... 82

Paes encontrou a “Prece da tarde” na coletânea Panorama da Poesia Brasileira de Fernando Góes (quinto volume), referente ao Parnaso, que o serviu, junto ao famoso

Panorama do Movimento Simbolista Brasileiro de Andrade Muricy como os seus

79

Bosi não explicita o que entende por estoicismo para definir Amadeu Amaral como estóico, mas acredito que se refere ao sentido mais comum da expressão, aquela da doutrina pela qual um indivíduo procura bastar-se a si mesmo enfrentando os conflitos da vida com a bitola do seu eu como modo de enfrentamento e de superação destas. Daí uma provável injunção entre impassibilidade estóica e impassibilidade parnasiana por Bosi ou o fato dele ter interpretado o soneto “Estoicismo” de Espumas como exemplo da atitude ética e estética de Amadeu Amaral. É o que faço no capítulo seguinte.

80

BOSI, Alfredo. O pré-modernismo. São Paulo: Cultrix, sem data, p.26.

81

PAES, José Paulo. “O art noveau na literatura brasileira”, in: Gregos & Baianos: ensaios. São Paulo: Brasiliense, 1985, p.78.

82

AMARAL, Amadeu. “Prece da tarde”, in: Poesias completas. São Paulo: Hucitec, Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, 1977, p.178.

objetos de estudo em busca de brechas art noveau na poesia do período “pré- modernista”.

Curioso que uma das características chave do art noveau, talvez a única característica comum do “movimento” ou do(s) seu(s) programa(s) que “(...) não se deu

a conhecer por manifestos radicais ou por proclamações teóricas de caráter polêmico”

tenha sido justamente a de “(...) reagir contra o academicismo”. 83 Daí o acadêmico Amadeu ganhar foros de anti-acadêmico com uma única composição – evidência de fragmentação ou de brecha art noveau na sua poética: o que irritaria um espírito versado em noções claras e diagnósticos precisos. Não é o meu caso.

O que registro como problema neste ensaio de Paes é a sua recusa em entender o período como sincretista (aludindo ao cânone proposto por Afrânio Coutinho) ao mesmo tempo em que ele mesmo insere mais um elemento neste jogo Parnaso simbolista pré-modernista, agora também “artenovista”.

Questão que me leva a entender a linha de força deste ensaio logo à sua porta de entrada, quando o autor enfatiza:

Tenho para mim que o termo cunhado por Tristão de Ataíde e hoje consagrado pelo uso continua válido desde que se cuide de delimitar- lhe com maior precisão o campo de abrangência, concentrando, de um lado, quanto cheire mais fortemente a retardatário, isto é, o neoparnasianismo, o neo-simbolismo e o neonaturalismo, a fim de deixar espaço livre, do outro lado, para aquilo que de fato aponte para o modernismo vindouro como uma espécie de batedor ou precursor.

84

Portanto, ao menos no martelar da máquina de escrever de José Paulo Paes no seu fragmento ou brecha de “artenovismo” o acadêmico e Parnaso Amadeu Amaral, pesadamente pintado com o estigma do pré-moderno como predestinado ao limbo literário se situe, com a sua “Prece da tarde”, como uma espécie de precursor do modernismo.

Ao menos com um único poema. Significativamente dedicado à poetisa e “mestra do passado” Dona Francisca Júlia.

Massaud Moisés ou a impaciência de se escrever uma história geral

Contemporâneo ao ensaio de José Paulo Paes foi o trabalho panorâmico de Massaud Moisés sobre o Simbolismo no Brasil. No que tange a Amadeu não trouxe

83

PAES, José Paulo. “O art noveau na literatura brasileira”, in: Gregos & Baianos: ensaios. São Paulo: Brasiliense, 1985, p.65.

84

PAES, José Paulo. “O art noveau na literatura brasileira”, in: Gregos & Baianos: ensaios. São Paulo: Brasiliense, 1985, p.64.

nada de novo, ao contrário. Mas reterei um diagnóstico do autor como exemplo sintomático da – em hipótese – pressa ou mal-humor com que o ensaio foi escrito no que tange aos poetas medíocres do período retratado.

O pressuposto de Moisés lembra a sentença de Carpeaux sobre a singularidade brasileira de único país do mundo (e “mundo” foi expressão de Carpeaux) no qual o Simbolismo não venceu o Parnaso. Aqui houve miscigenação: o Simbolismo

“misturou-se ao Parnasianismo”. 85

Já o desenvolvimento do cenário social e literário recorda Darci Damasceno, quando, páginas atrás separava os autores por gerações. Segundo Moisés a poesia da Belle Èpoque tupiniquim foi espaço e tempo de convivência de três distintas gerações de escritores: parnasos e simbolistas como Olavo Bilac, Vicente de Carvalho, Alberto de Oliveira, Raimundo Correia, José Albano, Alphonsus de Guimaraens, Eduardo Guimaraens e Emiliano Perneta; dos epígonos do Parnaso ou recém-conversos emerge Amadeu Amaral, Gilka Machado, Hermes Fontes e Martins Fontes; a terceira geração é a dos “futuros modernistas” Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Menotti Del Picchia e Cecília Meireles. Última categoria curiosa, pois que permite a questão do que esses autores faziam antes da “revolução” ou “revelação” das verdades estéticas pelo majestoso modernismo: se estariam nalguma das categorias anteriores e, por motivos didáticos, o autor os descolou, ou se estavam inspirando-se com novos ares para proclamarem no momento exato a emergência da tão esperada redentora vanguarda.

Quanto ao Amadeu Amaral propriamente dito sua poética espelha a trajetória de um recém-converso ao Simbolismo que (infelizmente?) acabou por subir ao Parnaso, ou seja, enquanto ainda caminhava ao lado das Urzes rasteiras em locais carregados de

Névoa habitava um mundo dividido, o mundo Parnaso-simbolista, ao passo de que

seguiu adiante e foi na busca exclusiva do Parnaso com as suas Espumas e a sua

Lâmpada Antiga.

Massaud Moisés relata então que leu a edição das poesias completas de Amadeu e desta saiu “indiferente”, dada a “impassibilidade, ainda que à revelia, do poeta”. Fruto de uma “figura menor, epigonal” que mesmo sendo “senhor da arte de versejar” acabou por se tornar um “poeta sem temática específica”. E encerra o seu juízo

85

MOISÉS, Massaud. História da Literatura Brasileira. Simbolismo (volume 3). São Paulo: Cultrix, Editora da USP, 1984, p.18.

espelhando provavelmente o seu mal-humor enfatizando que essa mesma poética de Amadeu nem sequer reflete suas vivências pessoais. 86

Nada novo quanto ao menor e epigonal até porque se trata de poeta que elogiava a mediocridade. Mas o diagnóstico de poeta sem tema específico e sem poesia que possua lastro na sua própria vida parece-me algo exagerado. Algo de crítico que leu uma única vez as suas fontes, pois o seu juízo pertence à verdade do tempo e à verdade das Musas. Gosto apurado e refinado de professor universitário contratado por editora para escrever mais uma dentre várias outras histórias gerais da saga brasileira em busca de uma literatura que seja legítima, enquanto expressão da nossa Nacionalidade e, ao mesmo tempo, expressão do Espírito Universal.

86

MOISÉS, Massaud. História da Literatura Brasileira. Simbolismo (volume 3). São Paulo: Cultrix, Editora da USP, 1984, p.18.

CAPÍTULO 4

MEDÍOCRES SONETOS DE ILUSÕES E

DESILUSÕES

Eu não construo: canto... E entre todas as glórias

basta-me a de espelhar em poemas incolores

o perpétuo esplendor das coisas transitórias.

Amadeu Amaral, 1917.