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2.3 MODELAGEM DE SISTEMA AMBIENTAL

2.3.1 Ferramentas computacionais de análise espacial

Geoprocessamento (VENIGALLA, 2007; SILVA, 2005) pode ser definido como processo de análise espacial que utiliza técnicas computacionais para o tratamento de informações geográficas. O Sistema de Informação Geográfica (SIG) é um sistema computacional que pode armazenar dados geograficamente referenciados, com informação alfanumérica a eles associados, permitindo a visualização através de mapas para fins multifinalitários, não-exclusivos, para um conjunto particular de soluções. Os SIGs possuem algumas características que os diferem das demais ferramentas de análise espacial, a citar:

 Permite criar o modelo da área geográfica com o nível de detalhe necessário para estudar, analisar e tomar decisões sobre o território; trabalhar com dados geográficos melhor do que qualquer outra ferramenta territorial, pois integra dados de diferentes fontes, estruturas e formatos;

 Tem características específicas para resolver os problemas de projeções e coordenadas do mapa, armazenar informações descritivas (atributos);

 Seus metadados são capazes de trabalhar com diferentes níveis de detalhe da informação geográfica na escala de análise (que é conhecida como generalização cartográfica) e tem recursos profissionais para produção cartográfica;

 Possibilita a exploração e visualização de dados geográficos para realizar análises espaciais;

 Fornecem análise multitemporal de dados geográficos, criando produtos de informação de extraordinária qualidade;

 Possibilitam e facilitam enormemente o trabalho multidisciplinar e de diversas áreas, servindo banco de dados geográficos com acesso a multiusuários.

Banco de dados (CIAMPAGNA, 2007) é a vinculação da informação alfanumérica à gráfica, processo denominado de "geocodificação", residindo num dos elementos essenciais que definem um SIG. A sua principal finalidade é servir a um ou mais aplicativos, da melhor maneira possível, onde os dados são armazenados de forma independente e bem definidos para incluir novos elementos, e possibilitam remover ou modificar os dados armazenados. Assim, um sistema de banco de dados é basicamente um sistema informatizado, cujo objetivo global é manter a informação e torná-la disponível mediante solicitação.

O modelo de dados (CIAMPAGNA, 2007) é um conjunto de estruturas lógicas que permitem ao usuário descrever os dados armazenados, juntamente com um conjunto de operações para manipular esses dados. Já, a arquitetura de banco de dados é o nome das diferentes formas de organizar e visualizar os dados, e sua escolha deve ser adequada para representar as relações mais complicadas.

Cada vez mais os geodados tornam-se uma informação essencial na tomada de decisões, pois os problemas tornam-se mais complexos e é imprescindível a sua correta localização visando a sua mitigação. Neste sentido, constitui-se num moderno instrumento de gestão territorial aplicado a projetos que exijam a resolução de problemas da realidade e necessidade de informação geográfica. O SIG oferece uma série de utensílios que facilitam a realização de várias tarefas que permitem a realização de análise de alto valor, análises

espaciais complexas, integrando informações de diversas fontes de banco de dados georreferenciados.

A difusão dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG) está diretamente relacionada ao desenvolvimento da informática, quando permitiu que os desenhos analógicos pudessem ser produzidos no computador, desencadeando, desta forma, uma nova modalidade de mapeamento automatizado. Com isso, a cartografia passou a ser digital e o banco de dados tornou-se descritivo e georreferenciado, caracterizando-se como um conjunto de ferramentas, programas e equipamentos orientados a armazenar dados espaciais.

A complexidade e a dimensão dos procedimentos envolvidos nos estudos ambientais fez com que os SIGs auxiliassem as análises complexas (SPORL, 2007; SILVA, 2005), a partir da integração de representações de dados espaciais. Portanto, são tecnologias para a investigação dos fenômenos ambientais, que combinam os avanços tecnológicos da cartografia, banco de dados automatizados, sensoriamento remoto e modelagem; são conjuntos de programas computacionais utilizados para armazenar, manipular e gerenciar dados geográficos, com ênfase em análises espaciais e modelagens de superfícies.

A grande aplicabilidade desses sistemas (VENIGALLA, 2007; SILVA, 2005), refere-se à possibilidade de manipulação de geodados para fins diversos, entre os quais estão os processos de análise ambiental, de planejamento de uso da terra, de planejamento de uso de recursos hídricos, bem como quando usados por governos municipais para uma variedade de serviços (receitas, arquivamento, armazenamento e manipulação de informação, etc.). De uma maneira geral, a introdução do SIG é mais prevalente na realização de tarefas administrativas de conduzir análises de engenharia, planejamento e gestão, uma vez que muitas destas rotinas são especializadas e específicas para as jurisdições locais.

Neste sentido, os SIGs (SPORL, 2007; SILVA, 2005) constituem-se numa ferramenta importante para a realização de projetos que necessitam de processamentos rápidos e eficientes, de grandes bases de dados, como os de gestão territorial. Por haver a manipulação de muitas informações de dados vetoriais e digitais do meio físico, biótico e socioeconômico, que servirão de base para a geração de produtos de análises sobre o território, a sistematização e automatização das informações permite maior agilidade na tomada de decisão.

Para Silva (2005), os SIGs apresentam duas características principais: (i) inserir e integrar em uma base de dados única informações

espaciais obtidas de dados cartográficos, censitários, cadastro urbano e rural, imagens de satélite, redes e modelos numéricos da parcela e; (ii) oferecer mecanismos para combinar os vários níveis de informação, por meio de operações de manipulação e análise, bem como consultar, recuperar, visualizar e plotar o conteúdo da base de dados georreferenciados.

É comum verificar (VENIGALLA, 2007; D´ALGE, 2007) departamentos de engenharia e secretarias municipais que fazem uso de SIG com a combinação de softwares especializados, para atender às necessidades de estudos sobre o território local. Nestes termos, a chave para o sucesso de um SIG é sua capacidade de poder representar o mundo de forma exata, o que requer acesso eficiente a bases de dados e o uso de modelos de dados exatos. Por isso, a informação sobre a qualidade dos dados é importante, pois será ela que responderá pela exatidão da base de dados espaciais.