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CAPÍTULO 3 METODOLOGIA DE PROJETO PARA A

3.2 Metodologia proposta

3.2.5 Ferramentas para o projeto

As ferramentas sugeridas e as desenvolvidas para a realização das atividades e tarefas das fases de planejamento, projeto informacional e projeto conceitual (Quadro 2) são apresentadas individualmente nos próximos tópicos.

FERRAMENTA DESCRIÇÃO

F1 Reuniões com a equipe de projeto F2 Consulta a fornecedores e base de patentes

F3 Avaliação em campo

F4 Questionário estruturado

F5 Diagrama de Mudge

F6 Matriz da casa da qualidade

F7 Análise da tarefa

F8 Matriz de seleção de estruturas funcionais

F9 Brainstorming

F10 Analogia direta

F11 Biônica

F12 Matriz morfológica

F13 Matriz de decisão

Ferramentas virtuais desenvolvidas neste trabalho

FV1 Regiões de visão

FV2 Zonas de conforto e acesso

FV3 Zona de segurança

FV4 Espaço livre interno

FV5 Campos visuais

Quadro 2 - Lista das ferramentas do projeto

3.2.5.1 Ferramenta F1: Reuniões da equipe de projeto

Compreende a realização de reuniões entre a equipe de desenvolvimento do projeto, com periodicidade conforme a complexidade da atividade efetuada.

Em cada encontro, o coordenador do projeto deve introduzir o assunto a ser estudado e discutido, elucidando as demais ferramentas que se fizerem necessárias. Nessas reuniões, abre-se espaço para a troca de idéias entre os membros da equipe, discussão e geração de soluções. Ao final, são registradas as sugestões e também as atribuições de tarefas a cada integrante.

3.2.5.2 Ferramenta F2: Consulta a fornecedores

Coleta de informações referentes à dados técnicos, imagens e patentes de máquinas e cabines agrícolas. Tal busca pode ser realizada por contatos telefônicos, e-mail's, consulta a catálogos e acesso a web sites de fornecedores nacionais e internacionais, ao sítio do INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial, visitas as feiras de exposição, ente outros.

A partir destes procedimentos será possível o registro de informações técnicas necessárias as demais etapas do projeto, como os parâmetros atribuídos para o valor meta, referências relacionadas a forma no desenvolvimento de concepções, proposição de princípios de soluções, etc.

3.2.5.3 Ferramenta F3: Avaliação em campo

Esta ferramenta destina-se a aplicabilidade da realização da análise ergonômica do produto a ser avaliado. A quantidade de aspectos a serem observados dependerá do escopo do projeto em desenvolvimento, estando os fatores apresentados na tarefa 2.2.1 da metodologia proposta.

Evidencia-se que determinados parâmetros utilizados para a avaliação ergonômica das cabines são específicos ao tipo de máquina, fazendo-se necessário o estudo das normas para a busca e registro dos referidos.

3.2.5.4 Ferramenta F4: Questionários estruturados

Gil (2002) define o questionário como um conjunto de questões que são respondidas por escrito pelo pesquisado, constituindo o meio mais rápido e barato de obtenção de informações.

Quanto à sua aplicação, Back et al. (2008) consideram que é um método similar à entrevista, com a diferença de que é mais estruturado, podendo tal estruturação ser boa para a padronização e tabulação dos resultados.

Na elaboração dos questionários, deve-se atentar para que as perguntas e instruções acerca do correto preenchimento sejam formuladas de maneira clara, concreta e precisa, levando em conta o sistema de referência do entrevistado, bem como o seu nível de informação (GIL, 2002).

Antes da aplicação dos questionários, considera-se importante a realização de um pré-teste, a fim de garantir que este meça o que se propõe. Desta forma, sugere-se que os questionários sejam elaborados por meio de discussões e soluções levantadas durante as reuniões da equipe de projeto (ferramenta F1), bem como o emprego de ferramentas computacionais visando agilizar o processo de confecção e análise dos dados.

3.2.5.5 Ferramenta F5: Diagrama de Mudge

Esta ferramenta é voltada a priorização dos requisitos dos clientes considerados de maior relevância para o sucesso do produto. No Diagrama de Mudge, tais requisitos deverão ser inseridos na primeira linha e coluna da referida matriz, conforme ilustra a figura 14.

RN2 RN3 RN4 … Valor %

RN1

RN2

RN3

Figura 14 - Ilustração do posicionamento dos requisitos no diagrama de Mudge

Após, iniciam-se as comparações, com as atribuições dos pesos, e por fim o cálculo da pontuação obtida para cada requisito, permitindo sua hierarquização, procedimento este detalhado no software desenvolvido na tese (Capítulo 4). Essa valoração, segundo Reis (2001 apud ALONÇO, 2004), é fundamental na aplicação do QFD.

3.2.5.6 Ferramenta F6: Matriz da casa da qualidade

Refere-se ao emprego de parte do método do desdobramento da função qualidade (QFD), que é um sistema que traduz as necessidades dos clientes em requisitos técnicos apropriados, permitindo a introdução dos desejos nos produtos e serviços (GUAZZI, 1999).

De acordo com Back et al. (2008), o QFD é fundamentado na preocupação de que os produtos devem ser projetados para refletir os desejos, gostos e expectativas dos usuários. Os autores destacam que o QFD não é um método de elicitação das necessidades propriamente ditas, mas é usado para a documentação e visualização das necessidades levantadas pelos métodos anteriores, auxiliando no processamento das mesmas e suas sucessivas transformações em requisitos de usuários e de projeto, priorização dos requisitos de projeto e sua transformação final em especificações de projeto.

A ferramenta sugerida na tese refere-se ao uso da primeira matriz da casa da qualidade, que objetiva priorizar as características de engenharia, requisitos de projeto, as quais requerem especial atenção para o atendimento das necessidades/vontades dos clientes/usuários do produto, bem como a resolução do problema de projeto.

As informações para o preenchimento da referida matriz deverão ser disponibilizadas de acordo com o ilustrado na figura 15. Os dados destinados a valoração dos requisitos dos clientes deverão ser provenientes da pontuação obtida no diagrama de Mudge.

Através do telhado é possível verificar o grau de relacionamento entre os requisitos de projeto, e na parte central, relaciona-se os requisitos dos clientes com os de projeto, objetivando a obtenção de indicativos (valores) de quanto cada necessidade ou desejo do usuário afeta ou é afetada por um determinado requisito de projeto (BACK et al., 2008).

Figura 15 - Configuração da primeira matriz do QFD "Casa da Qualidade"

Os procedimentos a serem adotados, bem como os pesos dos relacionamentos e a forma de quantificação para a hierarquização também encontram-se detalhados no software desenvolvido na tese (Capítulo 4).

3.2.5.7 Ferramenta F7: Análise da tarefa

Esta ferramenta objetiva a observação e/ou desenvolvimento de cenários fictícios para a simulação de operações de uso da máquina, como procedimentos adotados desde o acesso ao posto de trabalho à operacionalização da máquina. Por meio desta análise, torna-se possível a identificação das falhas de projeto, bem como auxiliar na proposição de melhorias, tanto de componentes, como, por exemplo, o redesenho de painéis, quanto questões mais abrangentes, como a inserção de funções ainda não contempladas no produto.

3.2.5.8 Ferramenta F8: Matriz de seleção de estruturas funcionais

Esta ferramenta, desenvolvida por Maribondo (2000), é voltada à escolha da estrutura funcional considerada mais adequada para o projeto. De acordo com Romano (2003), os critérios de seleção podem ser, por exemplo, os requisitos de projeto e/ou os requisitos dos clientes, empregando como pesos o valor percentual obtido no diagrama de Mudge.

Neste sentido, esta matriz relaciona o modo de atendimento das estruturas funcionais desenvolvidas com os requisitos dos clientes/usuários e seus respectivos pesos, provenientes do diagrama de Mudge, visando estabelecer qual a melhor opção para contemplar o problema de projeto. Os critérios de relacionamento e o cálculo para a classificação também encontram-se detalhados no capítulo 4.

3.2.5.9 Ferramenta F9: Brainstorming

O Brainstorming "tempestade de idéias" refere-se a um método desenvolvido por Osborn na década de 1930 e que possui grande aceitação (BACK et al., 2008). Segundo Pahl et al. (2005), emprega idéias imparciais e especula amplamente acerca de associações, ou seja, recordações e combinações de pensamentos que até então não eram percebidos pelo contexto atual ou simplesmente despercebidos pelo pensamento consciente.

Sugere-se o uso dessa ferramenta durante reuniões da equipe de desenvolvimento do projeto (F1), onde o coordenador solicita a participação dos demais membros, buscando a troca de idéias quanto a proposição de soluções para cada subfunção da estrutura funcional. Tais idéias deverão ser registradas.

3.2.5.10 Ferramenta F10: Analogia direta

De acordo com Back et al. (2008), a analogia direta consiste na observação de produtos, soluções de partes ou funções em que determinados princípios possuem semelhança ou são análogos às necessidades requeridas.

Desta forma, essa ferramenta também vem auxiliar na busca de soluções para as funções elementares do projeto.

3.2.5.11 Ferramenta F11: Biônica

Ramos e Sell (1994) definem a biônica como o estudo dos sistemas naturais, seus princípios e características funcionais, buscando, por analogia e inspiração, soluções para a concepção de sistemas técnicos. Desta forma, tal ferramenta é apresentada para o desenvolvimento de princípios de soluções, considerando a forma e funções similares as encontrados na natureza.

3.2.5.12 Ferramenta F12: Matriz Morfológica

É uma ferramenta destinada ao processamento de informações (PAHL et al., 2005). Nela, são combinados diferentes elementos ou parâmetros com o objetivo de encontrar uma nova solução para o problema (BACK et al., 2008). Ao se utilizar a matriz morfológica para a elaboração de soluções globais, pelo menos um princípio de solução terá que ser escolhido para cada subfunção e, posteriormente, os mesmos devem ser interligados verificando suas compatibilidades na busca da solução global.

Nesta matriz são inseridas, em sua primeira coluna, as funções elementares provenientes da estrutura funcional selecionada e, nas demais, os princípios de solução propostos correspondentes, facilitando a visualização e posterior combinação das soluções no desenvolvimento das variantes das concepções do produto.

3.2.5.13 Ferramenta F 13: Matriz de Decisão

Esta ferramenta destina-se à seleção da variante de concepção que melhor atenderá ao escopo do projeto. De acordo com Pahl et al. (2005), os critérios de avaliação devem ser elaborados considerando o conjunto de objetivos com as metas que o requisito deve atender e a importância relativa (peso) destes para um valor global da solução.

Neste sentido, face ao escopo da metodologia proposta, sugere-se o emprego das especificações técnicas de projeto, como critérios de avaliação, e os respectivos pesos provenientes da primeira matriz da casa da qualidade.

A equação e os critérios utilizados para o processo de escolha da melhor variante, por meio desta ferramenta, encontram-se descritos no capítulo 4 (software).

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