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Fertilidade, Atividade Biológica do Solo e Nutrição da Videira Cultivar BRS

2.4 AVALIAÇÕES

2.4.2 Fertilidade, Atividade Biológica do Solo e Nutrição da Videira Cultivar BRS

2.4.2.1 Características químicas e biológicas do solo

Em intervalos de três meses, a partir de outubro de 2008, foram realizadas amostragens do solo em todas as unidades experimentais. As amostras foram retiradas com auxílio de um trado do tipo holandês na camada de 0-20 cm em todas as ocasiões, enquanto a camada de 20-40 cm de solo foi retirada a cada seis meses, a partir de janeiro de 2009. A amostra era composta por solo retirado em quatro diferentes locais das unidades experimentais. Em seguida as amostras foram homogeneizadas, visando formar uma amostra composta por unidade experimental.

As análises químicas do solo e atividade microbiana foram realizadas nos períodos indicados na tabala 08 abaixo.

Tabela 08 – Momento da análise química do solo e quantificação da atividade microbiana do solo. UTFPR, Campus Pato Branco, 2011.

Análises

Química do solo Atividade microbiana

Momento 0-20 cm 20-40 cm 0-20 cm 20-40 cm Outubro de 2008 Janeiro de 2009 Abril de 2009 Julho de 2009 Outubro de 2009 Janeiro de 2010 Abril de 2010 Julho de 2010

realizada. não realizada.

As análise de solo foram realizadas no Laboratório de Solos da UTFPR, Campus Pato Branco, seguindo a metodologia proposta por Pavan e Miyazawa (1996).

A avaliação da atividade microbiana foi realizada quantificando-se o desprendimento de CO2, utilizando-se, para cada unidade experimental, 100 g de

solo homogeneizado e peneirado em peneira de malha com 4 mm, de acordo com a metodologia proposta por Grisi (1978). As amostras de cada unidade experimental foram incubadas em recipientes hermeticamente fechados, com volume de 1800 mililitros, contendo a tampa de uma placa de petri com 10 mL de KOH a 0,01 M, no escuro a 20ºC. Dois outros recipientes, não contendo solo, mas apenas KOH (10 mL a 0,01 M) em placas de vidro, foram mantidos como controle (prova branca). Após 15 dias de incubação, o KOH foi titulado com HCl 0,01 M, utilizando-se na primeira viragem o indicador Fenolftaleína e na segunda viragem o indicador Misto. A diferença de HCl (em mL) utilizado entre as duas viragens foi utilizada para o cálculo da atividade microbiana, pela equação

(

AB

)

*44*0,01

, em que A = diferença em mL do HCl gasto entre a primeira e segunda viragem nos tratamentos e B = diferença em mL do HCl gasto entre a primeira e segunda viragem da prova branca (Figura 12).

Figura 12 – Procedimento realizado para determinação da atividade microbiana do solo. Alocação do solo peneirado nas câmaras, em pré-incubação (a); detalhe da placa de petri contendo KOH no interior da câmara de incubação (b); detalhe da titulação do KOH com HCl, quinze dias após a incubação das câmaras (c). Fotos e edição da imagem: autor. UTFPR, Campus Pato Branco, 2011.

Os resultados foram expressos em mg de CO2 100 g de solo-1. As

avaliações da atividade microbiana ocorreram em outubro de 2008, Janeiro, abril, Julho e outubro de 2009 e, Janeiro, abril e Julho de 2010.

Nos períodos em que o solo coletado seria utilizado para a análise química e para quantificação da atividade microbiana, as 100 g de solo necessárias para quantificação da atividade microbiana eram peneirados inicialmente e o restante do solo da profundidade 0-20 cm era encaminhada em seguida para a análise química.

2.4.2.2 Desenvolvimento das plantas

O desenvolvimento das plantas foi acompanhado, nas safras 2009/2010 e 2010/2011, mediante avaliações fenológicas, área foliar, índice de área foliar (IAF), diâmetro do caule e de vigor pelo cálculo do Índice de Ravaz.

A avaliação de fenologia teve início antes do desenvolvimento das brotações, estendendo-se até o final dos dois ciclos da cultura. Para tanto, foram selecionadas três plantas por unidade experimental, as quais foram marcadas, e visitadas a cada quatro dias, registrando-se a data da mudança de cada estádio, seguindo-se a escala fenológica da videira proposta por Eichhorn e Lorenz (1984). Ao final desta avaliação, foi possível determinar a extensão (número de dias) de cada estádio fenológico e as possíveis variações pelo emprego dos diferentes tratamentos.

Com a elaboração deste método de avaliação da área foliar o índice de área foliar (IAF) pode ser consequentemente conhecido. O IAF foi obtido no estádio de florescimento pleno, pela equação 1

*UAE

AFE , em que AFE: área foliar estimada (m²) por planta e, UAE: unidade de área explorada (m²) por planta. A área foliar por planta foi determinada pela equação ‘Área foliar estimada = 0,2169 (SCNS)² + 5,3642 (SCNS) – 34,725’ obtida pelo método não-destrutivo de quantificação de área foliar descrito no item 2.4 desta secção, em que SCNS: somatório do comprimento das nervuras secundárias, em centímetros, das folhas de videira BRS Violeta.

Para determinação do diâmetro médio do caule das plantas, foram realizadas leituras do diâmetro a cinco centímetros acima do ponto de enxertia, pelo uso de paquímetro digital (marca Digimess – 150 mm). As avaliações foram realizadas durante o florescimento pleno e após a colheita de ambos os ciclos.

O índice de Ravaz (g de frutos/g de ramos retirados na poda) foi quantificado pesando-se os ramos eliminados em cada planta na poda de produção da safra 2009/2010, relacionando-se com a produção total de frutos obtida nesta mesma safra, de acordo com a metodologia proposta por Ravaz (1903 apud VASCONCELOS; CASTAGNOLI, 2001).

2.4.2.3 Absorção, translocação de nutrientes e análise do tecido foliar

Cinco plantas de cada unidade experimental foram utilizadas para a amostragem de folhas (limbo+pecíolo), sendo retirada uma folha por planta. As folhas selecionadas apresentavam boa sanidade, sem deformações ou qualquer

outro tipo de injúria, localizada no lado oposto do primeiro cacho, a partir da base do ramo, conforme recomendação de Faria e Silva (2004). Formou-se apenas uma amostra para cada tratamento, juntando-se as folhas coletadas em cada repetição.

Embora Faria e Silva (2004) recomendem a coleta de folhas para a análise química no estádio de pleno florescimento, contratempos ocorridos neste estádio impediram que a coleta fosse realizada, sendo a coleta possível somente no estádio 31 da escala de Eichhorn e Lorenz (1984) (baga em tamanho ervilha), tanto na safra 2009/10 quanto 2010/11.

As folhas coletadas foram acondicionadas em sacos de papel e deixadas para secar em estufa a 60ºC, até obtenção de peso constante. Após a secagem, as folhas foram trituradas em moinho de faca tipo Willey (< 40 mesh), embaladas, identificadas e enviadas ao Laboratório de Nutrição Vegetal da Embrapa Clima Temperado, para análise química foliar, na safra 2009/10, sendo determinados os teores de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, carbono, ferro, manganês, zinco, cobre e boro. Na safra 2010/11, as amostras foram encaminhadas ao Laboratório de Solos da UTFPR – Campus Pato Branco, sendo determinados os teores de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio.

Por meio desta análise foi possível verificar se as melhorias químicas do solo contribuíram para a translocação de nutrientes do solo para a parte aérea das plantas.

2.4.2.4 Teor de clorofila, taxa fotossintética e condutância estomática

Foram realizadas leituras de trocas gasosas (taxa fotossintética e condutância estomática), utilizando o sistema aberto de medição de trocas gasosas equipado com um analisador infravermelho de gases (IRGA – Infra-red Gas Analyzer) (marca LI-COR-Lincoln, modelo LI-6400XT), com injetor automático de CO2 e fonte artificial de luz vermelha e azul.

As avaliações foram realizadas em todas as unidades experimentais, escolhendo-se duas plantas de desenvolvimento uniforme, sendo que em cada planta escolheu-se uma folha sem lesões aparentes, situadas na posição oposta ao cacho superior. As condições no interior da câmara de análise das amostras foram

mantidas constantes durante as leituras, sendo: 1500 µmol m-2 s-1 RFA (Radiação Fotossintéticamente Ativa), 400 µmol CO2 mol-1 em um fluxo de 200 µmol s-1. As

leituras foram realizadas entre 9 e 11 horas com ausência de nuvens, durante os estádios fenológicos de plena floração e veráison (EICHHORN; LORENS, 1984) da safra 2010/11.

Nesta mesma safra, os teores de clorofila a e b foram obtidos pelo medidor automático (marca clorofilog, modelo CFL 1030), selecionando-se cinco folhas de cada unidade experimental, situadas na posição oposta ao último cacho. Os dados obtidos foram expressos em µmol m-2.

2.4.3 Qualidade da Fruta da Videira Cultivar BRS Violeta, Adubada com Diferentes