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3.2 FERTILIDADE, ATIVIDADE BIOLÓGICA DO SOLO E NUTRIÇÃO DA VIDEIRA

2.2.4 Teor de Clorofilas, Taxa fotossintética e Condutância Estomática

Não foi possível identificar diferenças significativas pela análise de variância (P≤0,05) nos teores de clorofila a e b nos contrastes analisados, tanto do

período de florescimento quanto no período de veráison, da safra 2010/11 (apêndice G). A média de clorofila a ficou em 27,8 e 31,5 µmol m-2 e, de clorofila b ficou em 9,2 e 11 µmol m-2, respectivamente para os períodos de florescimento e veráison.

Embora o teor de clorofila, indicador da capacidade fotossintética da planta (VANTINI et al., 2004), não tenha apresentado variações significativas, as plantas de videira apresentaram variações significativas na taxa de assimilação de CO2 ou taxa fotossintética (Tabela 22).

Tabela 22 – Efeito dos contrastes de adubação sobre a taxa fotossintética e condutância estomática na cultura da videira, cultivar BRS Violeta, no estádio de veráison da safra 2010/11. UTFPR - Campus Pato Branco, 2011. Contraste Grupo de adubação Taxa fotossintética (µmol CO2 m -2 s-1) Condutância estomática (mol H2O m -2 s-1) Sem 19,30 ns 0,511 ns Com 19,26 ns 0,499 ns Média 19,28 ns 0,505 ns 1 Contribuição + -0,05 ns -0,012 ns Convencional 20,23 ns 0,526 ns Alternativa 19,13 ns 0,495 ns Média 19,68 ns 0,511 ns 2 Contribuição + -1,09 * -0,031 * K2SO4 19,49 ns 0,506 ns Bioland® 18,78 ns 0,484 ns Média 19,13 ns 0,495 ns 3 Contribuição + -0,71 * -0,022 * Sem cama GP 19,28 ns 0,494 ns Com cama GP 18,98 ns 0,496 ns Média 19,13 ns 0,495 ns 4 Contribuição + -0,30 ns 0,003 ns Sem MBR3 19,12 ns 0,494 ns Com MBR3 19,15 ns 0,497 ns Média 19,13 ns 0,495 ns 5 Contribuição + 0,04 ns 0,003 ns

ns: não significativo pelo teste F. * significativo a 5% de probabilidade de erro pelo teste F. Contraste 1 - efeito da adubação (T1, T2, T3, T4, T5, T6, T7, T8 e T9 x T10); Contraste 2 - adubação alternativa x adubação convencional (T1, T2, T3, T4, T5, T6, T7 e T8 x T9); Contraste 3 - efeito da fonte de K2O

(T1, T3, T5 e T7 x T2, T4, T6 e T8); Contraste 4 - efeito da cama de galinha poedeira (GP) (T1, T2, T5 e T6 x T3, T4, T7 e T8); Contraste 5 - efeito da matriz MBR3 (T1, T2, T3 e T4 x T5, T6, T7 e T8); +: contribuição pelo efeito do fator principal.

Analisando-se o primeiro contraste de adubação, a taxa fotossintética média dos tratamentos com adubação não diferiu significativamente do tratamento sem adubação pela análise da variância (apêndice G), tanto no estádio de pleno

florescimento quanto no veráison. No segundo contraste, a média da taxa fotossintética das adubações alternativas (19,13 µmol CO2 m-2 s-1) no estádio de veráison foi menor em relação à média proporcionada pelos tratamentos com

adubação convencional (20,23 µmol CO2 m-2 s-1) neste mesmo período.

Embora as avaliações nutricionais do solo anteriores não tenham demonstrado efeitos significativos do tratamento convencional sobre o teor de potássio no solo (Figura 27), é possível que o teor deste elemento no momento da realização destas análises fisiológicas tenha sido expressivo a ponto de ter favorecido o aumento da difusibilidade do CO2 entre os sítios catalíticos da Rubisco,

frente à maior condutância estomática observada neste mesmo período. A maior quantidade de assimilação de CO2 pode ter ocorrido em uma dinâmica que

permitisse um balanço adequado de CO2 no interior das folhas, sem que as perdas

de água fossem grandes, de modo que as plantas apresentassem um ganho na produção de fotoassimilados, expresso pela maior taxa de assimilação de CO2

verificada.

Figura 27 – Teor de potássio na cultura da videira, avaliado em Janeiro e Julho de 2009 e Janeiro e Julho de 2010, nas profundidades de 0-20 e 20-40 cm de solo, sob influência do efeito médio dos tratamentos com adubação, na cultura da videira, cultivar BRS Violeta. UTFPR - Campus Pato Branco, 2011.

O mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos é dependente do fluxo de potássio, sendo a taxa de assimilação de CO2 ou taxa de fotossíntese,

dependente deste mecanismo (TAIZ; ZEIGER, 2004). As alterações neste mecanismo podem ser entendidas como condutância estomática, sendo este parâmetro considerado como indicador da deficiência hídrica nas plantas (Mc DERMIT, 1990), podendo ser indiretamente responsável pela capacidade fotossintética das plantas, uma vez que quanto maior for este parâmetro, tanto maior será a captura de CO2, e consequentemente maior também será a taxa

fotossintética.

No terceiro contraste analisado no estádio de veráison, observou-se uma diferença significativa (P≤0,05) pela análise de variância, sendo que a média

dos tratamentos com sulfato de potássio proporcionou taxa fotossintética de 19,49 µmol CO2 m-2 s-1, sendo esta significativamente maior que a média dos tratamentos

compostos por Bioland®, 18,78 µmol CO2 m-2 s-1. Novamente neste caso, pode-se

supor que este aumento da assimilação de CO2 pode estar relacionado à diminuição

da limitação estomática verificada para este mesmo período (Tabela 17), a qual pode ter sido influenciada pelo aumento do teor de potássio no solo pelo uso de sulfato de potássio, em razão da maior solubilidade desta fonte no solo se comparada a Bioland® (Figura 28).

Figura 28 – Teor de potássio na cultura da videira, avaliado em Janeiro e Julho de 2009 e Janeiro e Julho de 2010, nas profundidades de 0-20 e 20-40 cm de solo, sob influência do efeito dos tratamentos com adubação alternativa, fontes de K2O, na cultura da videira, cultivar BRS Violeta.

Por outro lado, não se observou aumento de potássio no tecido foliar e nas bagas que justificasse os efeitos sobre a taxa fotossintética e a condutância estomática já que no tratamento testemunha os teores de potássio na folha estiveram altos. Assim, parece existir outros fatores não constatados atuando sobre esta variável.

Pode-se dizer que essa maior dificuldade da abertura estomática em limitar à difusão de CO2 no interior das folhas da videira, verificada neste terceiro

contraste, era esperada uma vez que o teor significativo de potássio no solo já havia sido constatado em Janeiro e Julho de 2010, na profundidade de 0-20 cm, quando sulfato de potássio foi utilizado nos combinados de adubação como fonte de K2O.

Embora pareça contraditório o fato da maior taxa fotossintética e condutância estomática ter sido significativa mesmo que o teor de potássio nas folhas tenha estado abaixo do considerado como ideal no estádio de “grão ervilha”, como discutido no item 3.2.3, os teores foliares deste elemento levemente superiores nos tratamentos contendo sulfato de potássio podem ter sido decisivos para que os atributos fisiológicos das plantas fossem significativos no estádio de verásion.

Nos demais contrastes de adubação em que os efeitos individuais e os efeitos interativos das fontes de adubação são testados, nenhuma variação significativa foi verificada sobre a taxa fotossintética e condutância estomática.

3.3 QUALIDADE DA FRUTA DA VIDEIRA CULTIVAR BRS VIOLETA, ADUBADA