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Figura 2.6 – Sítios de realização de inquéritos sorológicos em aves migratórias Brasil, 2003-

No documento VIGILÂNCIA EM SAÚDE NO SUS (páginas 103-108)

NOVOS OBJETOS, REORGANIZAçãO DAS PRÁTICAS E INOVAçãO TECNOLÓGICA

AÇÕES DE VIGILÂNCIA DA FEBRE DO NILO OCIDENTAL

No período entre 2004 e 2006, fortaleceu-se a estruturação da vigilância epide- miológica da doença, tendo como base:

vigilância de casos humanos em conjunto com a vigilância das meningites vi- rais;

vigilância laboratorial de encefalites eqüinas a partir da rede de laboratórios para o diagnóstico de raiva;

controle integrado de vetores, com ênfase nos culicídeos, além de se manter a vigilância da introdução do vírus por intermédio de aves migratórias;

criação de normas e critérios para a vigilância laboratorial de aves mortas em zoológicos e parques das principais capitais do país;

elaboração de normas técnicas, guia de vigilância e capacitação de recursos hu- manos.

2004 – Início da implantação da vigilância epidemiológica da nova variante da doença de Creutzfeldt-Jakob (NVDCJ) e de outras doenças priônicas

Desde dezembro de 2004, o Grupo Técnico Assessor em Doenças Priônicas (GTA-Príons), constituído por representantes da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (An- visa) e da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), vem trabalhando na implan- tação da proposta de criação do Sistema Simplificado de Vigilância Epidemiológica das Doenças Priônicas. A implantação do Sistema, em última análise, irá propor- cionar a detecção precoce de casos da doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) e sua va- riante; a diminuição da subnotificação das doenças priônicas e o conhecimento do perfil aproximado dessas doenças em todo o país, mediante a realização de investi- gações epidemiológicas, clínicas e laboratoriais dos casos notificados; a adoção de medidas de prevenção e controle no âmbito individual e coletivo, ante a detecção de novos casos, além de agilizar a execução dessas medidas diante da identificação de casos da nova variante da DCJ (mal da vaca louca) em território brasileiro.

Em 2005, o GTA-Príons executou uma série de atividades, apresentando os se- guintes produtos, que comporão o sistema de vigilância:

ficha de notificação com definições de caso para as formas clínicas das doenças priônicas;

protocolo de investigação epidemiológica, clínica e laboratorial dos casos notifi-

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detalhamento do fluxo de informações epidemiológicas, clínicas e laboratoriais dentro do sistema;

definição das unidades de referência onde o sistema será implantado, com base em critérios estabelecidos;

definição dos laboratórios que estariam aptos a realizar os exames previstos no protocolo.

Por meio de parceria estabelecida entre os neurologistas de referência estadual e os responsáveis pelos departamentos de vigilância epidemiológica em todas as Unidades Federadas, foram aperfeiçoadas as estratégias de implantação do Siste- ma, e desde agosto de 2005 já foram notificados à Gerência Técnica de Doenças Emergentes e Reemergentes 11 casos suspeitos, embora até o presente momento (agosto de 2006) nenhum deles tenha sido confirmado como a nova variante da doença de Creutzfeldt-Jakob.

Vigilância epidemiológica

das pneumonias e das micoses sistêmicas

A implantação do sistema de vigilância epidemiológica de pneumonias está prevista para acontecer em março de 2007, e, nesse sentido, será realizado um estudo sentinela em cinco estados da Federação (PR, SP, BA, AM e DF), com o objetivo de:

identificar os principais agentes causadores de pneumonias bacterianas; identificar possíveis fatores de risco para as pneumonias bacterianas; estimar coeficientes de morbimortalidade por pneumonias bacterianas;

descrever as principais características, quadro clínico e evolução da PAC na de- manda das Secretarias de Saúde integrantes deste sistema de VE;

estimar a prevalência e a distribuição geográfica de sorotipos de S.pneumoniae; descrever padrões de utilização de antimicrobianos;

estimar a magnitude, a extensão e os fatores preditores de resistência de S. pneu- moniae aos antimicrobianos.

Em relação às micoses sistêmicas, será priorizada a vigilância da paracoccidioi- domicose, com implantação progressiva em oito Unidades Federadas, que, além de apresentarem a micose de forma endêmica, já possuem certo grau de organização de serviços. No ano de 2005, os Lacen foram treinados no diagnóstico micológico, além de ter sido autorizada a aquisição de medicamentos específicos para essa do- ença para sua disponibilização a partir de 2007.

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2.2 CENTRO DE INFORMAÇõES ESTRATÉGICAS EM VIGILÂNCIA EM

SAÚDE (CIEVS): ALTA TECNOLOGIA A SERVIÇO DAS EMERGêNCIAS

EM SAÚDE PÚBLICA

Pela primeira vez no Brasil um equipamento dotado de elevada sofisticação tec- nológica se institui no âmbito do Sistema Único de Saúde: o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), com o objetivo de proporcionar, em nível nacional, a captação de notificações, manejo e análise de dados e informações estratégicas relevantes à prática da vigilância em saúde, bem como congregar meca- nismos de comunicação avançados. A criação do Cievs em 2005 constitui um marco na história do Ministério da Saúde, no sentido de procurar satisfazer um conjunto de necessidades que se sobressaem no âmbito da vigilância em saúde, especialmente aquelas vinculadas a transformações importantes no padrão de ocorrência das doen- ças infecciosas e na dinâmica de transmissão dos seus agentes, como o registro de elevado número de agravos inusitados, situações de emergências epidemiológicas de natureza infecciosa, catástrofes e outras, com conseqüente irrupção de surtos e epidemias, causados por inúmeros agentes de natureza tóxica, infecciosa ou desco- nhecida. É evidente também que a identificação, a investigação e a elaboração de res- postas muitas vezes extrapolam a capacidade de resposta técnica e/ou operacional de estados e municípios em diferentes regiões do território nacional, necessitando da intervenção direta do Ministério da Saúde, especialmente nas emergências de relevância nacional. Por fim, é indispensável dispor de informações epidemiológi- cas atualizadas para identificar, precocemente, emergências de relevância nacional, estabelecer parcerias com estados e municípios para sua investigação, formular res- postas adequadas e oportunas, assim como monitorar e avaliar as intervenções im- plementadas, potencializando a busca de maior efetividade.

O Brasil é um dos cinco países do mundo a possuir uma sala de situações espe- cialmente equipada com os mais modernos recursos tecnológicos para receber infor- mações sobre a ocorrência de surtos e emergências epidemiológicas que coloquem em risco a saúde da população em qualquer local do país. O Cievs, inaugurado em março de 2006, funciona numa sala de 95 m2, situada no edifício-sede do Ministério da Saúde, onde uma equipe especializada faz plantão 24 horas por dia, todos os dias da semana, para receber notificações e realizar todos os procedimentos adequados no caso de uma situação de emergência. Aí foram investidos cerca de 5,3 milhões de reais, inclusive para aquisição de quatro televisores de plasma, 12 modernos compu- tadores, cinco laptops, aparelho para videoconferência, câmera de segurança, quatro servidores de dados, telefones via satélite, telefones com palmtop, placas de conexão via celular e outros recursos tecnológicos de última geração.

O Cievs, embora seja adaptado às necessidades brasileiras, foi estruturado con- forme modelos internacionais, como o Centro de Operações Estratégicas em Saúde

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ções de Emergências (SOC), dos Centros para Prevenção e Controle de Doenças, nos Estados Unidos da América, e a sala de situações, do Ministério da Saúde do Canadá (Health Canada).

O equipamento mantém estreitas relações de cooperação e apoio com todos os órgãos envolvidos nas investigações epidemiológicas, tais como: Secretarias Estadu- ais e Municipais de Saúde, órgãos da defesa civil, outros ministérios e organismos internacionais.

COMPETÊNCIAS DO CIEVS

Desenvolvimento de atividades de manejo de crises agudas, incluindo o moni- toramento de situações sentinelas e apoio para o manejo oportuno e efetivo das emergências epidemiológicas de relevância nacional, sendo um elemento facili- tador na formulação de respostas rápidas e integradas nas diferentes esferas de gestão do SUS.

Integração das ações das coordenações gerais da SVS para o manejo de crises de desenvolvimento crônico responsáveis por expressiva morbimortalidade na população brasileira, por meio de processos avaliativos com uso de metodologias simplificadas com foco em programas estratégicos e prioritários.

Atuação no monitoramento do sistema de vigilância em saúde, articulando diver- sas iniciativas existentes para o monitoramento do alcance de metas e análise de tendências de indicadores estratégicos de pactuação em vigilância em saúde. Fortalecimento da avaliação da situação de saúde, por meio do monitoramento de indicadores epidemiológicos estratégicos, como mecanismo de transparência e de comunicação e advocacia junto aos gestores, à mídia e à população em geral. Atuação no monitoramento da acurácia das fontes de dados e informações de saúde que alimentam o Cievs, em especial dos sistemas nacionais de informação em saúde - SIM, Sinasc e Sinan–gerenciados pela SVS.

Garantia da capacitação de técnicos do Programa de Treinamento em Epidemio- logia Aplicada ao SUS (EPISUS).

No Cievs, funciona a Unidade de Respostas Rápidas (URR), responsável pelos sur- tos e pelas emergências em saúde pública, sob o comando de uma equipe de epide- miologistas que mantém relações com especialistas lotados na Coordenação-Geral de Laboratórios (URR-CGLAB) e na Coordenação-Geral de Vigilância Ambiental (URR- CGVAM), além de contar com pontos focais de informação em todas as coordenações da SVS. A URR está capacitada a intervir, com a agilidade necessária, em situações em que ocorram emergências epidemiológicas, em qualquer ponto do país, ofe- recendo apoio aos estados e aos municípios ou adotando medidas necessárias de prevenção e controle. Além disso, identifica precocemente e caracteriza as emer- gências epidemiológicas quanto à sua relevância nacional, monitora os agravos potencialmente perigosos para a saúde pública, realiza investigações epidemioló-

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gicas, inclusive dos agravos decorrentes dos problemas ambientais que interfiram na saúde humana, e oferece apoio, sempre que necessário, às ações de prevenção e controle de emergências epidemiológicas conduzidas nos estados e nos municípios.

Para isso, a URR conta com o apoio do Programa de Treinamento em Epide- miologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EPI-SUS), que, desde agosto de 2000, vem formando especialistas em investigação de surtos, epidemias e eventos inusitados, fornecendo respostas rápidas aos serviços de saúde.

Entre 2000 e o primeiro semestre de 2006, técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde, em colaboração com profissionais das Secretarias Estaduais e Munici- pais de saúde, participaram da investigação de 114 surtos e emergências epidemio- lógicas de relevância nacional em 83 municípios do país (Fig. 2.7)

Oito dessas investigações conduzidas pelos treinandos do Episus em conjunto com técnicos das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde tiveram seu mérito reconhecido e foram agraciadas com quatro prêmios nacionais e quatro interna-

Fig. 2.7 – Surtos investigados plea Secretaria de Vigilância em Saúde.

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