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FILOSOFIA INTERPRETATIVA DE NIETZSCHE: UMA HERMENÊUTICA

3 DA DISSOLUÇÃO DO SER À INTERPRETAÇÃO

3.3 FILOSOFIA INTERPRETATIVA DE NIETZSCHE: UMA HERMENÊUTICA

Não raras vezes exige-se da filosofia nietzschiana a positividade, ou ainda, critica-se pela falta. Tal prognóstico pode estar imbuído de preconceitos hermenêuticos como, por exemplo, a ideia de que Nietzsche é desconstrucionista e um mestre da suspeita. Essas leituras são razoáveis. Entretanto, a filosofia nietzschiana não se reduz a elas. Pensar que se reduz é cometer o pecado da identificação. Num raciocínio hermenêutico, não é possível interpretar abdicando de pressupostos. Entretanto, os pressupostos podem ser justamente preconceitos que obliteram e obstaculizam a interpretação. Uma boa hermenêutica e/ou uma hermenêutica boa promove um encontro126 com o mundo do texto. Por conseguinte, o intérprete deve considerar a historicidade do texto e deixar que ele fale ao mesmo tempo em que deve questioná-lo. Sabe- se que uma nudez dos preconceitos é ilusória, tanto quanto é ilusório tomar um autor tão somente pelo que os outros falam dele. Embora poucos estudiosos da filosofia nietzschiana admitam, há positividade em meio ao desconstrucionismo. Por exemplo, a transmutação dos valores, a compreensão de uma filosofia interpretativa, ideia dionisíaca de vida e o amor fati. Portanto, não se trata de negar a dimensão desconstrucionista do pensamento nietzschiano.

124 VP, p. 259-260.

125 Para maiores esclarecimentos sobre o significado do termo hermenêutica, bem como, a sua história e as

acepções ver Rüedell (2000, p. 15-60) e Palmer (1997, p. 15-54).

126 “Contra o mito de um conhecimento puramente conceptual e verificável, Gadamer coloca o seu conceito

histórico e dialético de ‘experiência’, cuidadosamente enunciado; neste, conhecer não é simplesmente um fluxo de percepções mas um acontecimento, um evento, um encontro” (PALMER, 1997, p. 197).

Nessa subdivisão, pretende-se enfrentar esse paradoxo, de sorte a recolher elementos que corroborem a hipótese de um pensar filosófico interpretativo na filosofia nietzschiana.

Embora Nietzsche não seja reconhecidamente um filósofo da tradição hermenêutica, isso não é prova de que sua filosofia não apresente elementos hermenêuticos ou se desenvolva à luz da interpretação. Além disso, pode-se pensar, com Vattimo, que pensadores como Habermas, Apel, Rorty entre outros, são hermeneutas. Não por compartilharem uma hipótese, mas por estarem envolvidos num paradigma.

Num sentido muito genérico, que não suporta definições mais precisas, são pensadores hermenêuticos, não apenas Heidegger, Gadamer, Ricoeur, Pareyson, mas também Habermas e Apel, Rorty, Charles Taylor, Jacques Derrida e Emmanuel Lévinas. O que une todos estes autores não é uma tese comum, mas sobretudo, aquela que Wittgenstein (outro pensador hermenêutico, no sentido indeterminado a que estou me referindo) chamava de semelhança de família, ou ainda menos, um ar de família, uma atmosfera comum.127

Com Nietzsche, aprende-se que os referenciais tradicionais de sentido, ou como ele costuma nomeá-los, os supremos valores, eram e são frutos de uma experiência interpretativa. As instâncias que detinham as essências e as teorias, doravante, perdem a titularidade da interpretação, portanto, também o filósofo e o filósofo metafísico perdem o direito de reivindicar um saber puro128. A desconstrução nietzschiana dos altos valores, nessa reflexão, não significa que a tradição seja obsoleta e, por conseguinte, possa-se descartá-la129. Essa tese recairia na metafísica, na medida em que se colocaria como verdade absoluta. Portanto, se se quiser ser coerente com o pressuposto nietzschiano de que só há interpretações, a crítica do filósofo à tradição é uma interpretação e não uma descrição objetiva do ser (e a razão que leva a adotar a posição nietzschiana é a vida e seu fortalecimento, diante da decadência inerente na tradição). Nesse sentido, é um movimento que desconstrói e reconstrói a tradição130.

127 VATTIMO, 1994, p. 13. 128 Cf. VATTIMO, 1994, p. 14.

129 Exatamente pela ausência de um fundamento metafísico é que a tradição adquire valor, sem absolutizá-la. 130 “A hermenêutica se concebe como um momento dentro deste destino; e argumenta a própria validade,

propondo uma reconstrução da tradição – destino, de onde provém. Esta reconstrução é obviamente uma interpretação, mas não só uma interpretação, no sentido em que tal expressão ainda implica a idéia de que, além dela, existe um ontos on que permanece externo aos esquemas conceituais” (VATTIMO, 1994, p. 150- 151). A grande questão que emerge a partir da filosofia nietzschiana é como pretender a validade da hermenêutica sem recorrer a um fundamento? Como a hermenêutica prova sua validade como teoria? Vattimo sustenta que não é por meio da fenomenologia ou pelo desconstrucionismo francês. Para ele, a hermenêutica é apenas interpretação, o que significa que seus enunciados não são fundamentados sobre um em-si. A hermenêutica é um evento na história do ser cuja a validade está referida à ideia de uma reconstrução interpretativa da tradição. “A hermenêutica é em si mesma ‘apenas’ ‘interpretação’. Não funda as próprias pretensões de validade num acesso presumido às coisas em si mesmas; para ser coerente com a crítica heideggeriana da idéia de verdade, como correspondência em que sustenta inspirar-se, só pode conceber-se a mesma como resposta a uma mensagem, como a articulação interpretativa de pertencer a uma tra-dição, Uber-

A hermenêutica não é uma teoria que surge inesperadamente ou alheia à vontade humana na história da filosofia. Ela é um evento que decorre do próprio acontecer da história. Para Vattimo, a modernidade gesta a hermenêutica, na medida em que a ela resulta da metafísica e da percepção da insuficiência da metafísica131. Sendo assim, é fruto de interpretações e estas requerem novas interpretações.

Se os valores supremos são desnudados de sua supremacia pela interpretação, esta, assim como outra qualquer, não pode pretender usar o traje supremo. Ou seja, a hermenêutica como pensa Vattimo, configura uma relação de interdependência com o niilismo, que, por sua vez, inviabiliza a absolutização de qualquer interpretação, mantendo-a numa incógnita. O niilismo, portanto, combate os tecelões de trajes supremos e o risco de tais revestimentos reaparecerem.

A filosofia de Nietzsche oscila entre extremos, do combate aos dogmatismos ao relativismo. Por via de regra, são os intérpretes que identificam esta filosofia com um extremo ou outro. Para Nietzsche, toda interpretação tem intrinsecamente uma intenção, isto é, um indivíduo que possui uma determinada vontade de poder. Portanto, pode-se admitir a partir do pensamento nietzschiano de que é possível interpretar qualquer coisa, mas não de qualquer modo, pois a vontade de poder fornece um horizonte. A interpretação sem um sustentáculo metafísico, parte da vontade de poder. Ouve-se, frequentemente, a ideia de que toda interpretação é lícita de acordo com o pensamento nietzschiano, talvez seja um engodo pensar desse modo, de mais a mais, o argumento no qual se sustenta essa tese é a banalização do perspectivismo, ou seja, ele é confundido como uma teoria epistemológica. As perspectivas não são necessariamente equivalentes, de sorte que o erro é possível, e a metafísica para Nietzsche, é a prova de interpretações milenares errôneas. O erro dessa forma de conceber o perspectivismo consiste em tomá-lo como um fato ou uma teoria sobre fatos, por meio da qual se possa descrever exatamente o mundo. Essa acepção é tão objetiva quanto as descrições metafísicas que o perspectivismo pretende rejeitar. Portanto, o perspectivismo, como já foi dito, não é uma teoria do conhecimento ou um conhecimento sobre o fenômeno, apenas uma interpretação. Cabe lembrar, que são as vontades de poder que interpretam, em outras palavras, as intenções. Sendo assim, não há uma uniformização das vontades de poder, elas oscilam e são

lieferung. Esta tradição não se reduz simplesmente a uma seqüência de ‘esquemas conceituais’ – de vez que,

pensada assim, deixaria fora de si um ontos on, uma coisa em si pensada em termos metafísicos. Se pretender fugir de uma recaída na metafísica, a hermenêutica deve explicitar seu próprio fundo ontológico, i. é, a idéia heideggeriana de um destino do ser que se articula como concatenação das aberturas, dos sistemas de metáforas, que tornam possível e qualificam a experiência do mundo” (VATTIMO, 1994, p. 150).

de diferentes tipos. Cada vontade de poder tenta assenhorar-se e impor-se sobre as demais. É no tencionamento que novos arranjos saltam, novas interpretações são forjadas, ou seja, dá-se o conflito de interpretações. Felizmente, de acordo com a compreensão nietzschiana, a humanidade não está fadada ao relativismo interpretativo, no qual tudo é lícito, pois sempre está posta a tarefa de produzir mundo comum. Nietzsche sabe disso, por esse motivo, entre outros, insiste na transmutação dos valores ao invés de recorrer ao transcendetalismos. Se fosse relativista, a transmutação dos valores seria uma contradição indissolúvel.

A questão que deve ser feita é: o que se produz com a interpretação, uma verdade? Deve-se aclarar a questão com o niilismo. A verdade gerada pela interpretação possui um caráter provisório e que se dissolve quando ilumina o-que-está-aí. Aqui se pode evocar Adorno. Para ele, o-que-está-aí é iluminado por uma constelação de pensamentos. Ao iluminar se desprende desse processo uma faísca e assim que ilumina esvanece parcialmente132. De mais a mais, cada faísca desperta para novas reflexões e interpretações que, por sua vez, podem implicar no abandono de antigas compreensões ou fazer surgir novas. A filosofia interpretativa, como se afigura em Nietzsche, não tem pretensão de criar uma interpretação verdadeira e derradeira, isto é, uma descrição fiel e objetiva do-que-está-aí. Em função disso, o filósofo vale- se da ontologia negativa, que combate o por-de-trás que a razão ainda não revelou ou alcançou.

132 “Quem interpreta, quando procura atrás do mundo dos fenômenos um mundo em si, que lhe serve de base e o

sustenta, se comporta como alguém que quisesse procurar no enigma a reprodução de um ser que se encontra detrás, que o enigma reflete, em que se deixa sustentar; enquanto que a função para a solução do enigma é iluminar como um relâmpago a sua figura e fazê-la emergir, e não teimar em ir até o fundo do enigma e assemelhar-se a ele. A autêntica interpretação filosófica não aceita um sentido que já se encontra pronto e permanente por detrás da questão, e sim a ilumina repentina e instantaneamente e, ao mesmo tempo, a consome. E assim como as soluções dos enigmas se formam quando os elementos singulares e dispersos da questão são colocados em diferentes ordenações, até que se juntam em uma figura, da qual se salta para fora a solução, enquanto a questão desaparece, da mesma maneira a filosofia tem de dispor seus elementos, que recebe das ciências, em constelações mutáveis, ou, para usar uma expressão menos astrológica e cientificamente mais atual, em diferentes tentativas de ordenação, até que ela se encaixe em uma figura legível como resposta, enquanto, simultaneamente, a questão se desvanece. Não é tarefa da filosofia investigar intenções ocultas e preexistentes da realidade, mas interpretar uma realidade carente de intenções, mediante a capacidade de construção de figuras, de imagens a partir dos elementos isolados da realidade” (ADORNO, 2016, s/p.). E acrescenta a ideia de que a tarefa da filosofia é continuamente interpretar: “a filosofia deva proceder interpretando cada vez mais com a pretensão da verdade, sem possuir nunca uma chave segura de interpretação; que nas figuras-enigma do existente e em seus admiráveis entrelaçamentos não lhe sejam dados mais que fugazes indícios, que se esfumam. A história da filosofia outra coisa não é que a história de tais entrelaçamentos; por isso lhe são atribuídos poucos ‘resultados’; por isso continuamente deve-se começar de novo; por isso não pode ela prescindir do mais insignificante fio que o tempo passado entrelaçou e, quem sabe, complete a trama que poderia transformar as cifras em um texto. A idéia de interpretação também não coincide de modo algum com o problema da busca de um ‘sentido’, com que se confunde a maioria das vezes. Não é tarefa da filosofia demonstrar nem justificar tal sentido como dado positivamente, nem a realidade como ‘cheia de sentido’. Toda justificativa do existente é vedada pela ruptura no próprio ser; nossas imagens perceptivas sempre podem ser figuras de que o mundo em que vivemos, e que se constitui diferente de meras imagens perceptivas, não é assim; o texto que a filosofia tem de ler é incompleto, contraditório e fragmentário e grande parte dele pode estar entregue a cegos demônios. Talvez a leitura seja precisamente nossa tarefa, para que lendo aprendamos a conhecer melhor e a banir os poderes demoníacos” (2016, s/p.).

Por fim, pode-se intuir que não é preciso abrir mão da noção de verdade desde que esta carregue em seu seio o niilismo, e jamais esquecer do alerta nietzschiano de que ela é uma metáfora133. O mundo verdadeiro, conforme o entendimento de Nietzsche, é uma fábula, sendo assim, o pensamento filosófico deve abandonar o delírio de vasculhar uma verdade absoluta, por conseguinte, resta ao filósofo entrar no jogo interpretativo.

[...] O que o hermenêutico oferece como ‘prova’ da própria teoria é uma história, seja no sentido de res gestae, seja no sentido da história rerum gestarum, e talvez também, realmente, no sentido de uma ‘fábula’ ou de um mito, já que se apresenta como uma interpretação (que pretende validade até apresentar-se uma interpretação concorrente que a desminta) e não uma descrição objetiva de fatos.134

Na obra Vontade de Poder, Nietzsche desenvolve o conceito que leva o título da obra com a seguinte estrutura: Vontade de poder como conhecimento, Vontade de poder na natureza, Vontade de poder como sociedade e indivíduo e Vontade de poder como arte. Se quem interpreta é a vontade de poder, então não há como fugir da interpretação, ela perpassa as diferentes esferas e é seu móbile.

Qual é a relação da filosofia interpretativa nietzschiana com a metafísica? Em primeiro lugar, não se trata de eliminar a metafísica, pois isso geraria um novo postulado metafísico. Em segundo lugar, a relação se dá à luz da memoração que traz o evento da morte de Deus. A filosofia nietzschiana sabe-se herdeira da metafísica, portanto, não a elimina, mas reconhece seu estado de moribundo vegetativo. Não falar do ser é outra proposta metafísica. Pois implicitamente pode estar o juízo de que não há ser, esta afirmação pode ser defendida como verdade indubitável, logo, metafísica. Não falar do ser, pode significar que se é refém de uma história que não pode ser contada, a saber, a história da metafísica. Considerando essas posições, Vattimo argumenta que em ambas deve atuar o niilismo. Assim, o ser não é

133 “Se a hermenêutica, como teoria filosófica de caráter interpretativo de toda experiência da verdade, se pensa

coerentemente como nada mais que uma interpretação, não se encontrará inelutavelmente presa na lógica niilista, que é própria da hermenêutica de Nietzsche? Esta ‘lógica’ poderia resumir-se, dizendo-se que não existe reconhecimento da essencial interpretatividade da experiência do verdadeiro sem a morte de Deus e sem a fabulização do mundo, ou o que é o mesmo aqui para nós, do ser. Em outros termos: não parece possível ‘experimentar’ a verdade da hermenêutica a não ser apresentando-a como resposta a uma história do ser interpretada como acontecer do niilismo” (VATTIMO, 1994, p. 20).

apresentado como fato que pode ser objetivado, mas como evento135. A proposição de Vattimo sobre a hermenêutica brota do seio da filosofia nietzschiana e é associada a Heidegger136.

Se do ser se pode falar (e se deve fazê-lo, para não se recair, sem se saber, na metafísica objetivista), ele tem de ser buscado no nível daquelas aberturas herdadas (Heidegger diz também: na linguagem, que é a casa do ser), dentro dos quais o estar- aí, o homem, é sempre já lançado como em sua origem. É este, acima de tudo, o sentido ‘niilístico da hermenêutica’: se não pensamos que a transição da metafísica da presença para a ontologia da origem seja a correção de um erro, mas o evento do ser mesmo, indicação de um seu ‘destino’, então a tendência ao enfraquecimento – certo, tão-somente na base da categoria metafísica da presença, da completude – que este movimento manifesta é a verdade do niilismo de Nietzsche, o sentido mesmo da morte de Deus, isto é, da dissolução da verdade como evidência peremptória e ‘objetiva’. Até agora os filósofos acreditaram em descrever o mundo, é chegado o momento de interpretá-lo [...].137

O que resta da racionalidade filosófica tomada a partir das questões desenvolvidas até aqui? Parece, e em parte é, a racionalidade interpretativa gera um mal estar em relação ao irracionalismo que pode engendrar. Por vez é acusada de relativização ou perder-se em seu devaneio. Todavia, com a morte de Deus, a filosofia precisa redefinir seu horizonte, mas sem retomar a tradição metafísica objetivista. Essa tarefa, ao menos se defende aqui, é assumida por Nietzsche. O que o filósofo intenta e, assim o faz, é sair da redoma conceitual metafísica, que funciona como antolhos que direcionam o humano aos delírios de além-mundos. Esses mundos são fictícios, alerta Nietzsche. Por meio de uma inflexão de pensamento interpretativo, o filósofo esclarece a problemática e devolve a vida à historicidade. Esta é, alias, uma das condições para uma razão interpretativa: a reconciliação do ser com o tempo. Caráter que foi subtraído pela metafísica ao proclamar essências que são imunes aos reveses da vida e ao tempo. A filosofia interpretativa de Nietzsche, portanto, caminha em direção ao contexto vital e no contexto vital, por isso, Lebensphilosophie.

135 Fink, em A filosofia de Nietzsche (1983), defende a hipótese de que Nietzsche concebe o ser como relação,

abertura e evento. Vattimo lembra a posição análoga de Heidegger, ver: VATTIMO, 1994, p. 24; e ainda em

O fim da modernidade, Vattimo afirma: “Nietzsche e Heidegger pensam-no, ao contrário, radicalmente, como evento, sendo portanto decisivo para eles, precisamente para falar do ser, compreender ‘em que ponto’ nós e

ele próprio estamos. A ontologia nada mais é que interpretação da nossa condição ou situação, já que o ser não é nada fora do seu ‘evento’, que acontece no seu e nosso historicizar-se” (VATTIMO, 2002, p. VIII).

136 Na obra O fim da modernidade (2002), Vattimo sustenta que o niilismo está presente na filosofia heideggeriana

e é o que liga as reflexões de Nietzsche e Heidegger.