• Nenhum resultado encontrado

FINALIDADE DO ENCONTRO

No documento ALUNOS SURDOS (páginas 63-68)

Favorecer condições para que cada professor reflita sobre as interações sociais vivenciadas pelo aluno surdo, empregando estratégias de ações que visem à construção de relações sociais estáveis no contexto da sala inclusiva.

MATERIAL

1. Fernandes, S. (2000). Interação Social. Conhecendo a Surdez, Paraná: Curitiba, SEDUC/DEE (pp. 100-101). Anexo 01.

2. Filme: “Filhos do Silêncio” (legendado, 115 minutos) 3. Uma televisão

4. Um aparelho de vídeo cassete

SEQÜÊNCIA DE ATIVIDADES

Esse encontro deverá se caracterizar por diferentes momentos de interação reflexiva.

1. Leitura do texto indicado (20 min.)

O formador deverá sugerir aos participantes que se dividam em subgrupos de até cinco pessoas para leitura do texto indicado, para que identifiquem, durante a leitura, os aspectos mais relevantes.

Fernandes, S. (2000). Interação Social. Conhecendo a Surdez, Paraná:

2. Vídeo (1 h 15 min.)

Dando seqüência às atividades, o formador deverá propor a apresentação do vídeo: “Filhos do Silêncio”, sugerindo aos participantes que, durante o filme, procurem identificar como se caracterizam as situações interativas entre os personagens.

Esse filme conta a história de um professor ouvinte que vai dar aula numa escola. Lá conhece uma moça surda, bastante problemática. A partir de então passa a manifestar seu interesse em ajudá-la. (legendado, 115 minutos) 3. Intervalo (15 min.)

4. Reflexão crítica (30 min.)

Retornando às atividades, o formador deverá sugerir aos participantes que continuem divididos em subgrupos de até cinco pessoas, para discussão dos aspectos mais relevantes observados no filme e na leitura dos textos.

Sugere-se ao formador que procure abordar, durante a discussão, alguns aspectos, observados no filme, referentes à interação social, levando os professores a refletirem sobre:

• Papel da comunicação na interação entre surdos e entre surdos e ouvintes.

• Os conflitos vivenciados por surdos e ouvintes no estabelecimento de relações sociais estáveis.

• Posicionamento assumido por alunos e professores, frente às situações- conflito apresentadas no filme.

5. Dinâmica / Dramatização (50 min.)

Após terem realizado esse momento de reflexão crítica, identificando os conflitos que se interpõem às interações sociais entre surdos e ouvintes, interferindo no estabelecimento de relações sociais estáveis, os participantes deverão ser incentivados a realizar um exercício de dramatização.

Esse exercício deverá se caracterizar por uma situação dinâmica, na qual os participantes, divididos em subgrupos de até cinco pessoas, deverão dramatizar situações que representem a participação social de uma pessoa surda, em diferentes contextos.

O formador deverá sugerir que as situações a serem dramatizadas pelos integrantes dos subgrupos, deverão se constituir, tomando como parâmetros:

• Um aluno surdo cursando a 3ª série da escola regular (criança) ou da

Educação de Jovens e Adultos.

• Recentemente matriculado numa escola, freqüentando uma sala de aula inclusiva.

• Filho mais velho de uma família de ouvintes, com algum conhecimento de língua de sinais.

• Nível sócio-econômico médio.

• Portador de surdez profunda e bilateral, adquirida antes do desenvolvimento da linguagem (pré-lingual).

• Apresenta dificuldades com a comunicação oral / fala • Com ótimo desempenho em leitura oro-facial.

• Com algum conhecimento de língua de sinais.

• Relaciona-se com outras pessoas surdas que freqüentam a igreja da sua comunidade.

Cada subgrupo deverá planejar sua própria dinâmica de apresentação e dramatização, estruturando o roteiro, o cenário e a seqüência de fatos a serem apresentados, tendo para isso o tempo de 50 minutos.

6. Plenária (50 min.)

Finalmente, após a montagem das situações pelos subgrupos, os mesmos deverão dramatizá-las, apresentando-as aos demais participantes, dentro de um tempo estipulado em 10 min.

ANEXO 1

CONHECENDO A SURDEZ

4

INTRODUÇÃO

Professor, você tem diante de si um aluno surdo. Certamente, já deve ter se perguntado o que significa ser surdo?. Ser pouco inteligente? Ser mudo? Ter problemas de comunicação? Usar as mãos para se comunicar? O que existe, de fato, na realidade relativa à surdez?

Na verdade, os pontos de vista sobre a surdez variam de acordo com as diferentes épocas e os grupos sociais no qual são produzidos. Estas representações darão origem a diferentes práticas sociais, que limitarão ou ampliarão o universo de possibilidades de exercício de cidadania das pessoas surdas.

A história da educação de surdos é uma história repleta de controvérsias e descontinuidades. Como qualquer outro grupo minoritário, os surdos constituíram-se objeto de discriminação em relação à maioria ouvinte.

Antes do séc. XIX, os surdos ocupavam papéis significativos. Sua educação realizava-se por meio da língua de sinais e a maioria dos seus professores eram surdos. No entanto, estudiosos, surdos e professores ouvintes, à época, divergiam quanto ao método mais indicado para ser adotado no ensino de surdos. Uns acreditavam que deveriam priorizar a língua falada, outros a língua de sinais e outros, ainda, o método combinado. Em 1880, no Congresso Mundial de Professores de Surdos (Milão-Itália) chegou-se à conclusão de que os surdos deveriam ser ensinados pelo método oral puro, sendo proibida a utilização da língua de sinais. A partir daí, a opressão de mais de um século a que os surdos foram submetidos, sendo proibidos de utilizar sua língua e obrigados a comportarem-se como os ouvintes, trouxe uma série de conseqüências sociais e educacionais negativas.

Os estudos sobre a surdez e suas conseqüências lingüísticas e cognitivas continuaram a provocar controvérsias e, ainda hoje, esse tema é de grande

4 Sueli Fernandes – Secretaria de Estado da Educação do Paraná – Professora do Ensino Superior – Centro

Universitário Campos de Andrade - UNIANDRADE, com base na Dissertação de Mestrado “Surdez e linguagens: é possível o diálogo entre as diferenças?” UFPR.

interesse para todos os profissionais que buscam uma melhor qualidade na educação do aluno surdo.

As mudanças de concepção dependem da forma de pensar e narrar a surdez e são elas múltiplas e variadas. Entretanto, podemos sistematizá-las em dois grandes modelos, os quais passaremos a expor. Até hoje, em algumas escolas, a surdez é vista apenas na concepção clínico-terapêutica.

Pode-se resumir tal concepção da seguinte forma:

No documento ALUNOS SURDOS (páginas 63-68)