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Para falar sobre as finanças municipais do Brasil destaca-se o autor Fernandes (2004, p. 52) o qual argumenta:

No que se refere às finanças municipais, apesar de a constituição de 1988 aumentar o percentual, de recursos repassados das esferas estadual e federal para os municípios, isso acabou por não compensar o aumento de encargos destes, dado que as dificuldades financeiras por que passavam as prefeituras ampliavam os encargos municipais, elevando os gastos muito acima dos recursos que lhes foram disponibilizados (BREMAEKER, 1997).

Desta forma, ao discorrer sobre as finanças do município de Maximiliano de Almeida, foram empregado dados buscados junto ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande Sul, referente aos anos de 1999, 2000, 2002, 2006 e 2015. Para tanto, no ano de 1999 a UHE Machadinho ainda não estava em operação, já em 2016 a mesma encontra-se em funcionamento há 15 anos. Busca-se, com isso, analisar a relação de diferenças de valores de receitas municipais em um período que compreende de 1999 a 2015.

Ainda dessa forma, se ressalta que a usina não gera ICMS para o município de Maximiliano de Almeida justamente porque a casa de força esta alojada no município de Piratuba/SC, desta forma este equipamento é considerado unidade geradora para esta respectiva sede municipal.

Para tanto, o quadro a seguir possibilita fazer comparação em período anterior ao início da geração e depois com os respectivos valores, em reais, previstos e arrecadados para os seguintes anos:

Quadro 5 – Receita orçamentária do Município de Maximiliano de Almeida/RS Receita orçamentária do Município de Maximiliano de Almeida/RS

Ano Moeda/Real Receita Prevista Receita arrecadada

1999 R$ 3.400.000,00 2.918.785,00

2000 R$ 3.600.000,00 3.591.380,51

2002 R$ 4.000.000,00 3.802.931,22

2006 R$ 6.470.000,00 5.848.820,95

2015 R$ 13.100.000,00 14.064.557,48

Fonte: Elaborado a partir de dados do (TCE/RS, 2016)

Para melhor esclarecer sobre o assunto, Fernandes (2004, p. 53) afirma que:

[...] O mais importante para a maioria dos municípios é o fundo de participação (FPM), representa 75% do volume transferido aos municípios pela União. Quase que metade (44,8%) dos municípios pequenos ate 10.000 habitantes tem no FPM de 40 a 60% de sua receita total (BREMAEKER, 1993; 1995a; 1998).

Entretanto, ainda para o contexto, Fernandes (2004, p. 53) pontua sobre os problemas enfrentados pelos municípios brasileiros quando trata-se de fechar as contas, afirmando que

A fragilidade das finanças municipais é flagrante, especialmente nos municípios de menor porte demográfico, exatamente os mais pobres e dependentes do FPM. Apesar disso, a receita própria dos municípios brasileiros de modo geral foi ampliada desde a constituição de 1988. No período entre 1989 e 1995 a receita tributaria cresceu 321,37% enquanto a receita de transferência (estadual e federal), no mesmo período aumentou 185,52% (BREMAEKER, 1997).

Observando o quadro a seguir, nota-se que os valores do FPM para o respectivo município objeto de estudo, o mesmo obedece a um reajuste de aproximadamente 8,5% ao ano para o período de 1996 a 2000. Sendo assim, os valores permaneceram quase que inalterados em função da construção da UHEMA

Quadro 6 – Fundo de Participação dos Municípios/FPM Fundo de Participação dos

Municípios/FPM

Semestre

Ano Moeda/Real % 1º 2° Total

1996 R$ 405.188,18 376.610,32 781.798,50 1998 6,99412445 443.778,90 392.969, 56 836.478,46 2000 R$ 27,0162211 543.946,89 518.516,44 1.062.463,33 2002 R$ 39,1922053 755.461,22 723.404,92 1.478.866,14 2004 R$ 6,77369691 739.666,83 839.373,22 1.579.040,05 2006 R$ 50,5961562 1.656.820,40 1.784.310,20 2.377.973,60 2008 R$ 44,708529 1.656.820,03 1.784.310,61 3.441.130,64

Fonte: (FPM, 2016), adaptado pelo autor.

Percebe-se que os valores, também quase que na sua totalidade são inalterados, ou seja, sofrem apenas reajuste de 8%, proporcional a inflação anual para os diferentes períodos, sem alteração de valores em função da instalação da barragem.

Complementando, para entender melhor sobre a arrecadação do município de Maximiliano de Almeida, referente aos valores repassados para o (FUNDEF/FUNDEB) observemos o quadro a seguir:

Quadro 7 – FUNDEF de 1998 a 2006 e FUNDEB 2007 em diante FUNDEF de 1998 a 2006

FUNDEB 2007 em diante

Ano Moeda 1º 2° Total

1998 R$ 116.922,06 109.780,98 226.703,04 2000 R$ 135.542,39 146.313,23 281.855,62 2002 R$ 156.523,92 171.207,30 327731,22 2004 R$ 184.443,49 207.627,26 392.070,75 2006 R$ 241.764,04 245.163,40 486.927,44 2008/Fundeb R$ 397080,09 380.120,97 777.201,06

Fonte: adaptado pelo autor (FPM, 2016)

Para tanto, a economia local conta com o retorno de ICMS oriundo da geração de energia da Usina do Forquilha, sendo este de menor valor. Desta forma, a maior fatia é oriunda do setor primário, digamos que a base do município é essencialmente agrícola, pois o retorno de ICMS representa a maior fatia com sua origem na fonte primária, para além este setor está evoluindo gradativamente.

Para explicitar o setor agropecuário do município de Maximiliano de Almeida, destaco a evolução em percentual como podemos observar o quadro a seguir:

Quadro 8 – Evolução da produção agrícola, das áreas cultivadas e da exploração pecuária nos municípios do Rio Grande do Sul atingidos pela UHE Machadinho- (%) 1998 a 2003.

Municípios Área cultivada (%) Produção (%) Pecuária (%)

Barracão 14,13 6,03 -14,78

Machadinho 13,29 16,42 -11,75

Maximiliano de Almeida 64,45 114,37 5,34

Fonte: IBGE, EMATER/RS, adaptado pelo autor.

Para auxiliar o entendimento sobre esta atividade, segundo estimativa da Cotrel (Cooperativa Tritícola Erechim Limitada), com filial no município centro da pesquisa, tem como expectativa de colheita, uma produção de grãos recorde especificamente a soja em um montante de 400 mil sacas para o ano de 2016. Para melhor compreender como funciona a economia de um município, em seus diversos setores trago para esta pesquisa um gráfico explicitando como são divididas as atividades de um município, conforme atividades desenvolvidas.

Gráfico 7 – Distribuição da economia de Maximiliano de Almeida

Fonte: IBGE, 2010

De acordo com o gráfico anterior, percebe-se a importância do PIB para este município, mostrando que sua base econômica está assentada no setor primário, na sequência outros serviços (empregos com carteira assinada, empresas prestadoras de serviços, transportes, trabalhos profissionais e etc.). Já por último o setor industrial do município de Maximiliano de Almeida, o mesmo encontra-se muito inferior aos demais setores comprovando que realmente esta sede depende de fato do setor primário e outros serviços para manter suas finanças em dia.

Ao falar da agropecuária, é o setor responsável pela alimentação de todo o município e também pelo fato de proporcionar a maior movimentação de capital local, em seguida temos a importância dos outros serviços que também têm seu valor na economia, principalmente pelo papel que desempenha, sendo uma espécie de articulador entre agropecuária e a indústria, sendo esta última de pouca representação para economia deste município.

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