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4.2 Condicionantes do Processo de Inovação

4.2.5 Financiamento e Fonte de Recursos

As atividades inerentes ao processo de busca por inovações em geral caracterizam-se por apresentar altos custos e riscos, mas que em contra partida, podem gerar grandes retornos e benefícios para as empresas, à sociedade e o país. Nesse sentido, as atividades direcionadas ao desenvolvimento tecnológico recebem estímulos dos governos através das políticas públicas de incentivo e financiamento as inovações.

O terceiro elemento chave, inerente ao processo de inovação tecnológica desenvolvido pela Fundação CERTI, caracteriza-se pelo financiamento. O financiamento à inovação pode assumir uma variedade de formas, desde investimentos próprios, financiamento de investidores, e até as políticas instituídas pelos governos como subsídios, financiamentos e benefícios fiscais.

Em conformidade ao que vem-se demonstrando no presente trabalho, a geração de inovações não se dá exclusivamente pelas ações das empresas e instituições de ciência e tecnologia, é preciso um ambiente cooperativo, não só favorável, como de estímulo às atividades inovadoras. As leis, políticas públicas, programas do governo, disponibilidade de financiamento e a atuação das instituições de ciência e tecnologia, dos fornecedores, clientes e concorrentes afetam diretamente a capacidade inovadora de um país.

Há esses “ambientes” denominam-se “sistemas nacionais de inovação”. Nesses ambientes aplicam-se a uma gestão política de incentivo à inovação onde as interações são facilitadas pela busca de objetivos semelhantes, ampliando a capacidade de transmissão de conhecimento tácito entre os indivíduos participantes. Nestes espaços, estão presentes

também instituições nacionais que determinarão os níveis e o direcionamento das atividades inovadoras (LUNDVALL, 2006).

Para que o desenvolvimento inovativo nacional possa almejar bons resultados o paradigma da inovação requer apoio direto e sistêmico do governo, sobre a formar de políticas publicas e de incentivo direcionadas a inovação. A criação de um Sistema Nacional de Inovação Tecnológica no Brasil passa pela necessidade da criação de um ambiente institucional. Atualmente oBrasil conta com marco legal moderno e com vários programas de estímulo à inovação – incentivos fiscais, linhas de financiamento reembolsáveis e não reembolsáveis, fundos de capital de risco, subvenção econômica para projetos de P&D e para contratação de pesquisadores. A Fundação CERTI, como Instituição de Ciência e Tecnologia (ITC), desenvolve projetos de inovação nas organizações apoiada financeiramente sob duas formas: investimentos privado direto das empresas, ou através de incentivos e programas de inovação (CERTI,2011).

O marco regulatório composto pela Lei da Inovação e a Lei do Bem estabelece uma série incentivos destinados a apoiar projetos de desenvolvimento de inovação nas instituições e empresas brasileiras. A Lei da Inovação incentiva à colaboração entre universidades, Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), pesquisadores e empresas no desenvolvimento de projetos tecnológicos cujo objetivo é o aprimoramento de produtos competitivos no mercado exterior. A Lei prevê também, em seu artigo 20, suporte à pesquisa e desenvolvimento de interesse da sociedade, mas com risco tecnológico, através da encomenda do Estado, para solução de problema técnico específico ou obtenção de produto ou processo inovador (MCT, 2011). Pode-se citar como exemplo a atuação da Fundação CERTI no desenvolvimento do Projetor PROINFO, idealizado pelo MEC (CERTI, 2011).

A FINEP junto ao MCT promove e financiam ações na área de ciência, tecnologia e inovação de empresas, instituições públicas e privadas e governo. A FINEP concede financiamentos reembolsáveis, realizados com recursos próprios ou provenientes de repasses de outras fontes, e não reembolsáveis realizados com recursos do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), formado principalmente pelos Fundos Setoriais de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Nesse contexto a Fundação CERTI vem atuando fortemente junto ao SIBRATEC (Sistema Brasileiro de Tecnologia) proposto como um dos instrumentos da política de incentivo à inovação, no sentido da aplicação de recursos. O SIBRATEC tem como objetivo apoiar o desenvolvimento tecnológico do setor empresarial nacional, por meio da promoção de atividades de pesquisa e desenvolvimento de processos ou produtos voltados para a

inovação e de prestação de serviços de metrologia, extensionismo, assistência e transferência de tecnologia. O sistema organiza um amplo conjunto de instituições tecnológicas e suas respectivas competências em forma de rede, a Fundação CERTI tem participação ativa nas três modalidades de redes definidas – Centros de Inovação, Extensão Tecnológica e Serviços Tecnológicos (CERTI, 2010).

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é um órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que tem como objetivo apoiar empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento econômico do país, onde destacam-se o voltado à inovação. Essa área inclui as linhas Capital Inovador e Inovação Tecnológica, o Fundo Tecnológico, que apoia pesquisas nas áreas de inovação em que o país possa desenvolver liderança, além de outros programas de apoio à inovação.

A Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina - FAPESC é uma sigla atribuída pela Lei Complementar nº 284, de 28 de fevereiro de 2005, ao FUNCITEC (Fundo Rotativo de Fomento à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina), sendo este um fundo contábil, cujas diretrizes eram estabelecidas pelo Conselho de Política Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina. Em 1995, a sede da nova FUNCITEC foi transferida para o prédio do CELTA. Esta representação do governo estadual contribuiu para alavancar o Pólo Tecnológico de Florianópolis, evidenciando o estreito relacionamento e elevado grau de importância da FAPESC (então FUNCITEC) para a Fundação CERTI, desde o início de suas atividades (FAPESC, 2011).

Em 2003, a FUNCITEC foi vinculada à Secretaria de Estado de Educação e Inovação, com Lei Complementar n. 284, de 28 de fevereiro de 2005, a partir de 2011, a FAPESC passa a denominar-se Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina por meio da Lei Complementar nº 234, onde encontra-se vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Estado de Santa Catarina(FAPESC, 2011).

Dentre as atividades de apoio para pesquisa e desenvolvimento, realizada pela FAPESC pode-se citar a aplicação de recursos destinados à pesquisa científica e tecnológica nos termos do art. 193 da Constituição do Estado, direcionadas para o equilíbrio regional, para o avanço de todas as áreas do conhecimento, para o desenvolvimento sustentável e a melhoria de qualidade de vida da população catarinense, com autonomia técnico-científica, administrativa, patrimonial e financeira. Entre essas atividades ressalta-se a participação direta da FAPESC, em parceria com a Fundação CERTI, no planejamento, elaboração execução, assim com a avaliação de planos, programas e orçamentos de apoio e fomento à ciência e tecnologia. O Programa SINAPSE da Inovação, desenvolvido pelo CIENCIA, e

integralmente financiado pela FAPESC em 2010 evidencia a importância desta instituição, para a Fundação CERTI, assim como para outras instituições, no que diz respeito ao incentivo para realização de estudos, programas, projetos e outras atividades que tenham por objeto a criação, o aperfeiçoamento e a consolidação do processo de desenvolvimento científico e tecnológico, bem como de técnicas, processos, produtos, absorção, utilização e difusão tecnológica.

A FAPESC nos últimos anos vem concentrando seus esforços para apoiar a realização de estudos, a execução e divulgação de programas e projetos de pesquisa científica, desenvolvimento de produtos e processos tecnológicos, entre outras atividades com o intuito de promover o intercâmbio e a cooperação técnico-científica regional, nacional e internacional.

Neste sentido, o apoio, ao desenvolvimento somente da ciência ou somente da tecnologia não são suficientes para a criação de um círculo virtuoso de geração de inovações. Assim, os modelos lineares de “technology push” e “demand pull” apresentados no capitulo 2 deste trabalho, são atualmente considerados insuficientes para estimular o processo inovativo. Por outro lado, a visão sistêmica de apoio à geração de inovação foca nos processos de aprendizado, como fatores endógenos, como base em uma perspectiva interdisciplinar e cooperativa dos processos inovativos, mais de caráter interdependente do que lineares, sendo as instituições de fomento e financiamento indispensáveis para o processo de inovação.

4.3 Tipos de Inovação Desenvolvidos pelos Centros de Referencia