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3. PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE CLASSES HOSPITALARES NO MUNICÍPIO

3.4 Primeira etapa: estruturação do trabalho

3.4.3 Financiamento

O objetivo desta linha de ação é garantir o apoio financeiro para o desenvolvimento das ações do projeto de implantação das CHs por meio de ações como o encaminhamento pela PJF de Plano de Trabalho Anual (PTA) ao FNDE para a implantação de CHs no município; reunião com a Secretaria Estadual de Educação para exposição do projeto de implantação de CHs e parceria no seu financiamento de acordo com os aspectos legais; inclusão do projeto nas ações financiadas pelo FUNDEB.

Segundo o Projeto de Lei nº 4191, de 2004, os sistemas de ensino e de saúde devem, em conjunto, oferecer o atendimento escolar às crianças e adolescentes impossibilitados de frequentar a escola por problemas de saúde (BRASIL, 2004).

Para que este atendimento seja ofertado é importante que União, Estado e Município se comprometam com a educação, proporcionando, em regime de cooperação técnica e financeira, ações voltadas para a melhoria do ensino (JUIZ DE FORA, 2010).

Parte do financiamento desse projeto será de responsabilidade da Prefeitura de Juiz de Fora, tendo em vista que cabe ao município destinar 25% das receitas de impostos e transferências à manutenção e desenvolvimento da educação de acordo com o art. 212 da Constituição Federal (BRASIL, 1988).

Outra fonte de financiamento é o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação12 (SOUZA;

12 O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) foi instituído pela Emenda constitucional nº 53/2006 e regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007 (com as alterações do Decreto nº 6.278, de 29/11/2007). Prevê a distribuição de recursos financeiros de acordo com o número de matrículas nas redes de ensino fundamental constantes no Censo Escolar do ano anterior. É formado por recursos federais e por recursos dos impostos e das transferências dos Estados, Distrito Federal e Municípios vinculados à educação conforme o art. 212 da Constituição Federal.

BUENO, 2009), levando-se em conta o parágrafo 3º do art. 3º do Decreto nº 6253/2007 que determina que:

Os recursos dos Fundos serão utilizados pelos Municípios, pelos Estados e pelo Distrito Federal em ações consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino, conforme o disposto nos arts. 70 e 71 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 2007, s/p).

Também constituem fonte de financiamento para este trabalho os repasses do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) por meio do salário- educação e encaminhamento pela Prefeitura de projetos denominados Plano de Trabalho Anual (PTA).

O salário-educação é uma contribuição social, criada em 1964, voltada para o financiamento de programas, projetos e ações destinadas ao financiamento da educação básica pública, podendo ser aplicada na educação especial, desde que vinculada à educação básica. É distribuído segundo o número de matrículas na educação básica nas redes de ensino de acordo com o censo escolar do ano anterior.

O FNDE é responsável em captar recursos financeiros para o desenvolvimento de programas voltados para a melhoria da qualidade da educação brasileira. Financia projetos nas áreas de Ensino Fundamental, Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos e Educação Infantil (BRASIL/MEC, 2012).

Com relação à área da saúde é importante a inserção no Plano Municipal de Saúde, na Programação Anual de Saúde e na Lei Orçamentária Anual da Secretaria de Saúde, a previsão de despesas relacionadas à implementação do projeto, uma vez que haverá a necessidade de adequação de espaço físico nos hospitais.

3.4.4 Processo de comunicação

Atualmente a comunicação da necessidade de atendimento escolar hospitalar ou domiciliar é realizada de maneira linear, ou seja, os pais entram em contato com a escola, avisando sobre a doença ou internação da criança e a escola comunica à SAEDI da SE/JF que providencia um professor para fazer o acompanhamento pedagógico a esta criança.

Neste fluxo de informações, além da responsabilidade da comunicação estar centrada nos pais que iniciam esse processo, a comunicação passa e depende de

quatro atores, no caso os pais, a escola, SE/JF e o NEACE. Este processo torna a comunicação mais morosa e sujeita a falhas, dificultando o atendimento imediato às necessidades da criança hospitalizada.

Torna-se importante o aperfeiçoamento do processo de comunicação entre a família, a escola, a SE/JF, o Conselho Tutelar e os hospitais com a criação de um fluxograma de comunicação inverso ao existente, atualmente, na SE/JF. Com a implantação de CHs esse fluxo de informações será simplificado, uma vez que a comunicação será feita pela CH à escola. Assim todas as crianças e adolescentes receberão o atendimento escolar hospitalar ao serem admitidas.

Já no caso do atendimento escolar domiciliar oferecido pelos NEACEs, uma vez que a comunicação é feita de maneira linear como citado acima, as escolas deverão contribuir de maneira mais efetiva nesse processo, entrando em contato com as famílias para verificação das causas de ausências prolongadas dos alunos para os devidos encaminhamentos, inclusive para o Conselho Tutelar, não deixando a responsabilidade de comunicação apenas para os pais.

Outra maneira de estreitar a relação entre as escolas e a SAEDI e contribuir para a melhoria do processo de comunicação são as visitas às escolas, uma das competências da SAEDI (Anexo I) que deverão ser estendidas às CHs.

Assim com o objetivo de agilizar o processo de comunicação entre os pais, a escola e a SE/JF devem ser desenvolvidas ações como a comunicação sobre o atendimento da criança à escola de origem, feita por ofício ou e-mail, pelo professor da CH; reuniões bimestrais da SAEDI com os gestores dos NEACEs; visitas mensais da SAEDI às CHs; reuniões bimestrais com gestores para discussão sobre o atendimento escolar hospitalar e domiciliar.

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