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Fitoterápicos Hipoglicemiantes

3.2 Os Fitoterápicos

3.2.4 Fitoterápicos Hipoglicemiantes

Vale salientar que a maioria dos estudos experimentais publicados entre 2001 e 2011, foram realizados em ratos, sendo os fármacos mais utilizados para indução do DM em animais foram o Aloxano e a Estreptomicina (STZ), a ação citotóxica desses agentes é medida por ROS, com algumas diferenças em seus mecanismos de ação. O aloxano é formado de radicais superóxido, o que estimula a concentração de cálcio citosolico, o que acarreta a destruição das células ß do pâncreas, enquanto a STZ entra na célula por meio do GLUT2, e origina a alquilação do DNA, e gera a necrose das células ß pancreáticas (TELES, 2013).

Ainda hoje, nas regiões periféricas do país, e até mesmo em cidades grandes, as plantas com cunho medicinal são comercializadas livremente em feiras, ou mercados populares, e também sendo cultivadas na própria residência. Ainda assim, as plantas medicinais da flora nativa são utilizadas nessas regiões sem nenhuma ou

pouca comprovação de suas propriedades medicinais, sendo indicadas por pessoas que já utilizaram, ou até mesmo os próprios comerciantes (DE SOUSA et al., 2021).

O grupo de plantas utilizadas como terapia em diversas enfermidades humanas, bem como diversas plantas com fins antidiabéticos, plantas essas que contêm como princípios ativos os flavonoides e glicosídeos, que possuem atividade antioxidante, que induzem efeitos hipoglicemiantes. Além disso estudos comprovam que os flavonoides regeneram as células beta danificadas. Entretanto, a automedicação com plantas é preocupante quando realizada em conjunto com os medicamentos, pois podem levar a efeitos sinérgicos, e gerar interações não esperadas pelos médicos (DE SOUSA et al., 2021).

O uso de fitoterápicos como forma de auxiliar a terapêutica em doentes diabéticos, tendo em vista que pode somar benefícios a terapêutica convencional, existem diversas plantas medicinais popularmente conhecidas por suas propriedades antidiabéticas, e com mecanismos de ações diferentes e fitoconstituentes. Esses fitoconstituentes, que são componentes ativos das plantas, que executam ações que diminuem nos níveis de glicose no sangue, mecanismos esses que são variados, bem como: o aumento da liberação de insulina através das células ß do pâncreas, aumento do consumo de glicose pelos órgãos, resistência a hormônios que aumentam a glicemia, dentre outros (TELES, 2013).

As plantas medicinais são consideradas remédios eficazes, e sem grandes efeitos colaterais, a automedicação com plantas, considerada por muitos como ação milagrosa, chega até ao extremo por ser substituído terapias em doenças graves, como por exemplo plantas com efeitos hipoglicemiantes e/ou antidiabéticas (VOLPATO et al., 2014).

O uso de plantas medicinais como tratamento para diabetes é considerado o mais antigo tratamento, o qual era recomendado uma dieta com grandes quantidades de fibras, advindas dos grãos de algodão e ocre, entretanto após a inserção do uso de terapias convencionais como hipoglicemiantes orais e insulina, o uso de planas como tratamento diminuiu. Em regiões onde a medicina convencional ainda não está tão desenvolvida, e tão ao dispor da população, o uso de terapias naturais para diabetes ainda permanece como principal forma (VOLPATO et al., 2014).

O aumento da utilização de fitoterápicos é justificado através da grande aceitação social, e da crença popular dos produtos naturais. Além disso, o fácil acesso a esses produtos devido a comercialização online, sem necessidade de prescrição

medica. Várias plantas estão sendo alvos de estudos que comprovem os efeitos terapêuticos no DM, uma vez que várias plantas apresentam grandes potenciais hipoglicemiantes (TELES, 2013).

As plantas medicinais utilizadas no controle glicêmico apresentam benefícios, como o controle no metabolismo de carboidratos, o que faz com que elas sejam excelentes alvos para o desenvolvimento de estudos para modelos terapêuticos para a utilização do diabetes (SALVI et al., 2016).

O mecanismo de ação no qual há uma diminuição da glicemia sanguínea pode ser atribuído aos seguintes motivos: resistência aos hormônios que aumentam a taxa de glicose, liberação da insulina através do estimulo das células beta, aumento do consumo de glicose pelos tecidos e órgãos, eliminação de radicais livres, dentre outros estímulos. Algumas plantas associadas a terapêutica do diabetes são consideradas toxicas (NEGRI, 2005).

Pelo fato de ser uma doença crônica, o diabetes é alvo de interesse por busca de novos tratamentos para doença, dessa maneira diversas espécies vegetais vêm sendo citadas na literatura, como grandes possibilidades no tratamento dessa patologia, atuando também como atenuante de seus sintomas e possíveis consequências. Por isso, os fitoterápicos vêm ganhando fama nesse meio, por ser uma opção de terapia, com baixo custo e diversas variedades no meio vegetal brasileiro (DE BRITO et al., 2020).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A apresentação dos resultados foi ilustrada no quadro 1, sintetizando as principais características metodológicas e resultados dos artigos elegíveis.

.

Figura 1: Diagrama do processo de seleção dos artigos

Fonte: Dados da pesquisadora (elaborado em 2021)

IDENTIFICAÇÃO

24 artigos- Base SciELO 15 artigos- Base Revista Brasileira

de Saúde

5 artigos - Base BDTD

TRIAGEM

ELEGIBILIDADE

INCLUSÃO

40 artigos após a filtragem 10 Artigos identificados pelo titulo

20 artigos fugiam do tema abordado

10 artigos foram lidos e excluídos pois não tinham objetivo no trabalho

33 artigos foram inclusos pelos critérios de seleção.

AUTOR/ANO CARACTERÍSTICA DA POPULAÇÃO INSTRUMENTOS DE PESQUISA RESULTADOS DA PESQUISA Feijó et al., (2012)

18 idosos com idade entre 60 e 77 anos, sendo 14 do sexo feminino. Questionário aplicado aos idosos. Os participantes citaram 20 plantas medicinais. Entre as plantas mais citadas para diminuir os níveis de glicose sanguínea,

foram encontradas

Sphagneticola

trilobata, Bauhinia spp. e Syzygium cumini. A maioria dos idosos utilizam a folha

das plantas, com

exceção da Myrrhinium atropurpureum que é utilizada a casca do tronco, a Persea americana, que é utilizado o caroço para o chá. O método de infusão foi citado por

13 entrevistados,

outros 3 citaram que ferviam a planta junto com a água, e outros dois variavam entre esses dois métodos de preparo. Citrus sp. e Persea americana

para a utilização são deixadas no sereno por uma semana, e após esse tempo é ingerido uma colher todos os dias em jejum.

FIGUEIREDO, FILHO (2015).

28 pacientes

diabéticos, com idade entre 30 e 65 anos. Modelo experimental Foram realizadas três avaliações durante o estudo. A primeira é a avaliação inicial de linha de base, a segunda a avaliação após 30 dias e por fim, a avaliação após 60 dias. Na avaliação inicial foi realizada a

anamnese, com solicitação de dosagens bioquímicas de glicemias em jejum, e pós prandial, e hemoglobina glicosilada. Durante o período de estudo, três pacientes solicitaram exclusão da pesquisa, uma

delas porque alcançou níveis de glicose que

precisou de

intervenção

medicamentosa. A

avaliação da eficácia das variáveis entre o grupo GC e o GE apresentaram diferença estatística com relação a glicemia em jejum de 0,002 e de peso 0,020. Nos níveis glicêmicos pós

prandial e HBA1C não apresentou

MACEDO, FERREIRA (2004) 17 comunidades tradicionais (Não indígenas)

Coleta de dados Foram registradas 11 famílias, que citaram

17 espécies de plantas hipoglicemiantes. A família no Vale do Guaporé apresentou o maior número de

espécie foi Fabaceae

com 4,

Caesalpiniaceae e Solanaceae com duas espécies cada uma

delas. Já na

localidade da Bacia do Alto do Paraguai, as mais citadas foram B. rufa, C. pachystachya e L. nepetifolia. LUANA et al., (2016). 50 indivíduos, com idade média de 65 anos cadastrados no programa SIS Hipermedia/MS Questionario semiestruturado Com relação ao conhecimento da planta, 88% dos participantes mencionaram ter algum conhecimento sobre os efeitos medicinais da planta, e a maioria relatou conhecer mais do que uma planta medicinal.

Dentre as plantas

mais citadas, a B. forficata (pata-de-vaca). 56% relataram já ter feito o uso de

alguma planta

hipoglicemiante, inclusive teriam feito o uso 15 dias antes do projeto. E as mais citadas foram: insulina vegetal, pata-de-vaca e jambolão. Já com relação aos efeitos do chá, 22% relataram não sentir nenhuma

diferença na glicemia, e 78% dos participantes relataram notar diferença. BOLSONNI (2013) Pesquisa Bibliográfica A OMS expos 12 espécies de vegetais como alternativas terapêuticas para o tratamento do DM II. Dentre essas 12 espécies, o feno grego apresentou resultados promissores de eficácia. O extrato alcoólico das sementes de feno grego, mostrou eficácia em inibir a liberação de insulina e glicosidade intestinal, vale ressaltar que os estudos formam realizados com cães diabéticos e cães normais. VOLPATO et al., (2014) Revisão Bibliográfica O efeito hipoglicemiante do

extrato das folhas de Babosa, administrado por via oral, foi

confirmado em camundongos diabéticos, induzidos por aloxana, entretanto não mostrou efeitos significativos quando administrado em coelhos. Autores mostram que administração de capsulas de Figueira

da Índia obteve

resultados na

manutenção dos

níveis de glicose em pacientes diabéticos.

Quadro 1: Relação dos artigos escolhidos que envolvem a temática

Fonte: Elaboração da autora (criado em 2021).

É visto que os benefícios dessa nova proposta terapêutica são adicionados às terapias convencionais. Dentre estes benefícios, o baixo custo é evidenciado em cerca de 40% dos estudos, nos quais apresentam a fitoterapia como alternativa de primeira escolha devido ser acessível em comparação com a renda da maior parte da população. A grande maioria dos artigos citam a biodiversidade brasileira, destacando a maior facilidade de obtenção dessas plantas, tendo também menores efeitos adversos. O conhecimento popular dessas plantas é apontado em 80% dos artigos analisados, apontando que a maioria dos pacientes já fizeram o uso da fitoterapia, com indicação familiar, que comprovam que o conhecimento sobre esses produtos é transmitido de geração para geração (DE BRITO et al., 2020).

O uso de plantas com efeitos terapêuticos ocorre desde o início da humanidade, sendo parte da medicina popular, transmitido de geração para geração até os dias atuais e elencando saberes dos usuários. Estudantes da Universidade Federal da Paraíba, como auxílio de uma medica, observaram a necessidade de inserir o uso de fitoterápicos em uma Unidade de Saúde da Família no município de João Pessoa, com portadores de Diabetes e Hipertensão (SALVI et al., 2014).

Segundo SALVI et al. (2014), a ação teve como foco principal melhoras na qualidade de vida dos usuários, sendo assim foi apresentado a fitoterapia e uso de ervas medicinais, plantas e suas partes que poderiam ser utilizadas para o preparo de chás, como: folhas, flores e caule.

Foram apresentados as seguintes plantas medicinais para uso de chá, e suas contraindicações: Alcachofra, sendo contraindicado na lactação, Alecrim, contra indicado na gravidez, e distúrbios renais e gastrointestinais, Alfava, contra indicado na gravidez e lactação, Alho, não sendo indicado no pós operatório e gastrite, Boldo, contraindicado durante a gravidez, lactação e anorexia, Carqueja também contraindicado durante a gravidez e comprometimento renal, Cavalinha, contraindicado para pacientes gravidas, portadoras de câncer e problemas renais,

Oliveira, Pata de Vaca e Insulina Vegetal contraindicado para gestantes e lactantes, e Cajueiro, contraindicado para gravidas e pacientes que fazem uso de medicamentos anticoagulantes (SILVA et al., 2014).

Após buscas na literatura referente a propriedade das plantas citadas, foi visto que, em sua maioria tem efeito diurético e hipotensoras. A falta de orientação referente ao uso, modo de preparo, efeitos tóxicos e ação terapêutica, podem vir a causar toxidade quando associados a medicamentos industrializados, ou até mesmo uso de outras plantas com fins terapêuticos. Vale ressaltar que a utilização inadequada de alguns fitoterápicos e/ou drogas vegetais, podem causar distúrbios graves, uma vez que a utilização de fitoterápicos podem potencializar os efeitos terapêuticos, bem como a redução da eficácia e aparecimento de reações adversas (SILVA et al., 2014).

Estudos realizados Figueiredo e Filho (2015), mostram que derivados de plantas medicinais com ação hipoglicemiante estão sendo usadas tanto na medicina popular, quanto nos sistemas tradicionais de saúde em todo mundo, bem como muitos produtos farmacológicos modernos são derivados de plantas, como a Metformina (hipoglicemiante oral) que é derivada da Galega officinales.

No estudo supracitado foi avaliado a eficácia da farinha desengorduradora do gergelim para avaliar os níveis glicêmicos e peso dos pacientes diabéticos. Foi observado a alta aderência dos pacientes ao uso da farinha de gergelim devido ao sabor e aroma agradáveis, bem como seu alto valor nutricional, com 18 a 20% de CHO sob forma de fibras, rica em proteína e minerais, no estudo houve uma redução significativa da glicemia pós-prandial após 60 dias de uso da farinha desengorduradora de gergelim. O efeito positivo pode ser explicado pelas fibras contidas no alimento, que reduz o índice glicêmico e com isso traz uma menor glicemia pós prandial (FIGUEIREDO e FILHO, 2015).

Foi mostrado que cereais que são ricos em fibras reduzem níveis glicêmicos tanto de pessoas diabéticas, quanto de pessoas com níveis considerados normais. Neste mesmo estudo também foi mostrado uma redução significativa da glicemia em jejum entre o GC e o GE com 30 dias de tratamento. (FIGUEIREDO e FILHO, 2015). Segundo Feijó et al. (2012), entre as plantas mais citadas pelos idosos durante um estudo, apenas 7 tipos de plantas estão presentes na RENISUS, são elas: Baccharis trimera, Bauhinia spp, Cynara scolymus, Equisetum arvense, Morus sp., Persea spp., Syzygium spp, sendo a folha a parte mais utilizada desses

vegetais. Além disso, no estudo foi encontrado efeito hipoglicemiante na planta

Baccharis genistelloides.

A Bauhinia forficata é uma planta amplamente utilizada na medicina popular, com tratamento do diabetes, estudos com ratos diabéticos mostrou a eficiência do efeito hipoglicemiante, já em outra pesquisa realizada com o extrato de dessa planta, e o da C. sicyoides comprovou o potente efeito de antioxidantes naturais, tendo efeitos sob a prevenção de complicações no diabetes através do efeito oxidativo. Com relação a Cynara scolymus que foi citada pelos entrevistados, não mostrou nenhum efeito hipoglicemiante, entretanto mostra-se eficaz no tratamento dos sintomas da síndrome do intestino irritável (FEIJÓ et al., 2012).

Um estudo realizado com o extrato da Equisetum arvense mostrou uma grande eficácia no efeito antidiabético, pesquisas também foram realizadas com a

E. myriochaetum encontrando efeitos hipoglicemiantes após 90 minutos de administração. Pesquisa realizada com a Stachytarpheta cayennensis mostrou efeito hipoglicemiante similar ao do medicamento glibenciamida, um teste oral de tolerância à glicose mostrou que da Syzygium cumini, apenas a casca apresentou atividade anti-hiperglicêmica (FEIJÓ et al., 2012).

O Quercus robur não mostrou ação na redução glicêmica, entretanto mostrou efeito antioxidante. Um grande achado foi referente a raiz da Polymnia sonchifolia

que apresentou diversas propriedades benéficas a saúde, bem como o controle da glicemia, que diferente da maioria das raízes que são ricas em carboidratos em forma de amido, essa planta armazena carboidratos na forma de frutanos, acontece que o organismo humano não possui enzimas capazes de hidrolisar fruto-oligossacarídeos, passando pelo trato digestivo sem ser metabolizados, dessa maneira fornecendo pouca energia, e torando-se um alimento promissor na dieta de pacientes diabéticos, uma vez que é um alimento funcional (FEIJÓ et al., 2012).

Um estudo realizado pela OMS, elencou 12 espécies vegetais como alternativas para tratamento do DM II são elas: feno grego, melão de São Caetano, cebola, alho, kino de malabar, arbusto de sal, gumar, babosa, mirtilo, insulina vegetal, ginseng asiático, ginseng americano (BOLSONNI et al., 2013).

Dentre elas destaca-se o feno grego, utilizado desde a antiguidade e com indicativos recentes que comprovam sua eficácia. A parte mais utilizada desta planta são as folhas frescas, entretanto estudos foram realizados com suas sementes, o princípio ativo dessa planta é a trigonèllina, já em termos nutricionais, essa planta é

composta por fibras, proteínas ricas em triptofano e lipídeos insaturados (BOLSONNI et al., 2013).

Outra planta com grande eficácia mostrada em estudos é a Cissus sicyoides

(insulina vegetal) o gênero Cissus L., é constituído por 400 espécies de trepadeiras, vale ressaltar que a Cissus sicyoides tem diversos nomes pelas regiões brasileiras, e é conhecida por suas propriedades vegetais. Os principais compostos químicos da planta são esteroides, lipídeos, flavonoides, aminoácidos e taninos. O extrato aquoso das folhas da insulina vegetal foi utilizado por 7 dias em ratos diabéticos, onde demonstrou a redução significativa dos níveis de glicose no sangue, cerca de 25% comparados a antes do tratamento (BOLSONNI et al., 2013).

O uso dessa planta é muito comum no Norte do Paraná, porém não existem estudos que comprovem seu potencial antidiabético, por isso foi realizado um estudo afim de investigar as propriedades dessa planta, os estudos mostraram um grande número de compostos com potencial antidiabético, contudo na análise laboratorial não foi confirmado (BOLSONNI et al., 2013).

Evidências mostram que o extrato alcoólico das sementes de feno-grego inibem a liberação de insulina e glicosidade intestinal, testes realizados em cães diabéticos e não diabéticos mostrou que a administração em jejum diariamente de 1,5 a 2,0/kg reduziu os níveis de glicose, colesterol total, triglicerídeos e glucagon no sangue no sangue, e estudos em humanos mostrou que houve um aumento de HDL-colesterol, além de reduzir os níveis de glicose, o feno grego tem propriedades medicinais como: anti-inflamatório, antitussígena, antisséptico, diurético. A OMS recomenda a utilização dessa planta como antidiabético em zonas que o acesso a atenção primaria a saúde é de difícil acesso. A literatura antiga cita que o uso do chá das folhas de feno grego era utilizado como tratamento caseiro para problemas cardíacos, principalmente taquicardia e pressão alta e o suco das suas folhas contra epilepsia (BOLSONNI et al., 2013).

Na medicina chinesa tradicional, cerca de 82 plantas têm sido utilizadas como forma de tratamento do DM e suas complicações, ao serem avaliadas farmacologicamente demonstram ter atividade hipoglicemiante (NEGRI, 2015).

Os mecanismos de ação pela qual a diminuição da glicose através das plantas pode ser imposta pelos seguintes fatores: resistência aos hormônios que aumentam a taxa de glicose, aumento do consumo de glicose em órgãos e tecidos, aumento da liberação da insulina através da estimulação das células beta pancreáticas. É

importante ressaltar que algumas plantas utilizadas popularmente para o tratamento do diabetes são toxicas, que podem causar hipoglicemia e bloqueio do beta adrenérgico (NEGRI, 2015).

Em seu estudo, Negri (2015), expôs que o extrato dos frutos, raízes e folhas da Cucurbitaceae são eficazes no tratamento do DM II, já a utilização dessa planta com Myrtaceae mostraram efeitos prejudiciais do diabetes, impedindo o volume da urina, hipertrofia renal e impediram a excreção da albumina pela urina. O extrato dos grãos da Cucurbitaceae mostrou diminuição na concentração de glicose em ratos diabéticos após 3 horas de administração, mas não produziu efeito hipoglicemiante em ratos não diabéticos.

O extrato da Mormodica e Mucana mostraram-se eficazes como

hipoglicemiante, possivelmente pela crescente atividade da enzima

fosfofrutoquinase sendo a principal na etapa glicolitica. Além disso, essa planta

juntamente coma Eugenia jambolana mostrou efeito no impedimento no

desenvolvimento da catarata, além de reduzir a glicose plasmática (NEGRI, 2015). O extrato aquoso de Syzygium alternifolium apresentou ótimo efeito hipoglicemiante, tanto em ratos que tiveram diabetes induzidos, quanto ratos normais, além disso, o estrado reduziu os danos cerebrais causados pelo diabetes, aumentou a concentração de enzimas catalase e superóxido dismutase nos cérebros dos ratos (NEGRI, 2015).

A utilização do Brassicaceae como tempero na dieta mostrou que tem efeito anti-hipoglicemiante em ratos diabéticos induzidos por aloxano, mas não mostrou efeito sob ratos que foram induzidos através da estreptozotocina. (NEGRI, 2015).

As plantas comestíveis como cebola e alho também são usadas no tratamento do diabetes, e são caracterizadas por possuir baixa concentração de carboidrato e lipídeos, além de contribuir para diminuição da ocorrência de complicações cardiovasculares advindas do diabetes (NEGRI, 2015).

Conforme Volpato et al. (2014), alguns estudos vêm sendo realizados para compreender os mecanismos de ação que as plantas exercem sob a glicemia, dentre os motivos achados, salientam-se como principais esses: proteção do pâncreas contra os efeitos de drogas, diminuição da glicose no intestino, inibição da síntese de glicose-6-fosfato ou de qualquer outra enzima que possa degradar glicogênio, e o efeito da insulina e da adrenalina.

Estudos mostram que algumas substancias são capazes de inibir a absorção de glicose através do intestino, e isso foi observado através da administração do extrato aquoso das folhas de Cajuru administrados em ratos que foram induzidos através da aloxana. Um outro estudo mostrou que o consumo de capsulas de Figueira da Índia em humanos diabéticos resultou na manutenção dos níveis de glicemia sanguínea, concluindo então que esse resultado se deu através das fibras presentes nessa planta, o que retardou a absorção da glicose no intestino (VOLPATO et al., 2014).

Experimentos em ratos diabéticos induzidos por STZ, demostraram a eficácia do extrato aquoso de Olho-de-gato, possivelmente esse efeito se deu através do estimulo das células ß sobreviventes na liberação da insulina. Ratos diabéticos que foram submetidos ao uso do extrato aquoso das folhas de Bilva mostrou eficaz na diminuição da glicose, sendo o efeito relacionado ao uso da planta aumentar a secreção de insulina (VOLPATO et al., 2014).

Em uma análise bioquímica, foi constatado o efeito hipoglicemiante através do extrato alcoólico do Melão de São Caetano administrado em ratos diabéticos, resultado esse que se deu através da diminuição da glicogenólise hepática e pelo aumento dos níveis da enzima glicose-6-fosfato. Outra planta que foi estudada, foi o

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