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UniAGES Centro Universitário Bacharelado em Nutrição

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Academic year: 2021

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UniAGES

Centro Universitário Bacharelado em Nutrição

ANNA LÍVIA DE SANTANA DANTAS

FITOTERAPIA NO CONTROLE GLICÊMICO DE PACIENTES PORTADORES DE DIABETES TIPO II:

uma revisão integrativa

Paripiranga

9999

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ANNA LÍVIA DE SANTANA DANTAS

FITOTERAPIA NO CONTROLE GLICÊMICO DE PACIENTES PORTADORES DE DIABETES TIPO II:

uma revisão integrativa

Monografia apresentada no curso de graduação do Centro Universitário AGES como um dos pré- requisitos para obtenção do título de bacharel em Nutrição.

Orientador: Prof. Me. Igor Macedo Brandão

Paripiranga 9999

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ANNA LÍVIA DE SANTANA DANTAS

FITOTERAPIA NO CONTROLE GLICÊMICO DE PACIENTES PORTADORES DE DIABETES TIPO II:

uma revisão integrativa

Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do título de bacharel em Nutrição à Comissão Julgadora designada pela Coordenação de Trabalhos de Conclusão de Curso do UniAGES.

Paripiranga, 08 de julho de 9999.

BANCA EXAMINADORA Fabio Luiz Oliveira de Carvalho

Dalmo Moura Costa

Prof. Igor Macedo Brandão UniAGES

_________________________

UniAGES

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AGRADECIMENTOS

“Para vencer na vida, exija muito de si e pouco dos outros.”, lembro que no início do curso, na disciplina de Anatomofisiologia do Corpo Humano fomos propostos a ler um livro de Augusto Cury, e nele estava escrita essa frase que eu levo para vida, nosso sucesso só depende de nós mesmos.

Quero iniciar essa fase de agradecimentos, enaltecendo Deus e Nossa Senhora de Aparecida por nunca terem soltado minha mão, e nem terem deixado eu desistir todas as vezes que eu me vi sem esperanças de continuar. Logo depois, agradeço aos meus pais, Josefa Cristina de Santana Dantas e José Adalicio Alves Dantas, mainha e painho a filha de vocês agora é nutricionista, e todo mérito dessa conquista é de vocês, obrigada por sonhar junto comigo, e não desistirem desse sonho em meio a tanta dificuldade. A minha irmã de alma e coração Vanusa Vital e seu esposo, João Filho, obrigada por todo apoio e carinho, essa vitória também é de vocês. A minha sobrinha Joanna Victoria, obrigada titia por todo amor e carinho, tudo isso é por você e para você.

Ao meu namorado, Daniel Primitivo, obrigada meu amor por toda compreensão e paciência, tudo se tornou mais leve nesses últimos períodos. As minhas amigas- irmãs Albiana Oliveira, Martha Santos, Mayara Rebecka, vocês são parte dessa conquista, obrigada por tudo. A minha avó Maria Sobral, minha eterna gratidão por tudo. Aos meus avós Tania Maria e Justino Pinheiro (in memoriam), sei que aí do céu estão vibrando em festa por essa conquista, minha saudade e amor por vocês é eterna. Por último e não menos importante, nosso eterno coordenador e professor, Igor Brandão, obrigada por cada ensinamento, e por tornar esse ciclo mais leve e divertido. Fecho esse ciclo para iniciar outro de muitas vitórias e alegrias. Aos meus amigos de graduação, minha eterna gratidão.

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RESUMO

O estudo teve como base a comprovação da eficácia dos fitoterápicos como hipoglicemiantes, tendo em vista a busca por novas terapêuticas que possam ajudar os pacientes acometidos por elas, visando a diminuição das incidências de internações por complicações secundarias ocasionadas pelo DM, bem como a melhora nos sintomas trazidos por ele. Metodologia: O trabalho se deu por uma pesquisa bibliográfica, nos sites: Revista Brasileira de Ciências da Saúde, BDTD, e SciElo, utilizando artigos desde 2002 a 2020. Resultados: Um acervo de artigos referentes ao tema forma encontrados, entretanto, poucos se tratavam de estudo realizados como humanos. Discussão: Dentre a leitura e analise dos artigos, foi observado que a OMS caracteriza 800 plantas como plantas medicinais para fins hipoglicemiantes, entretanto, apenas 2 tem comprovação cientifica dos seus efeitos em humanos, sendo elas conhecidas popularmente como: Pata-de-vaca, e Insulina Vegetal. Conclusão: É notório a necessidade de ensaios clínicos com humanos, que possam verificar a eficácia das plantas, buscando também mostrar seus efeitos adversos.

PALAVRAS-CHAVE: Diabetes Mellitus. Hipoglicemiantes. Saúde pública. Fitoterápicos.

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ABSTRACT

The study was based on the evidence of the efficacy of herbal medicines as hypoglycemic agents, in view of the search for new therapies that can help patients affected by them, aiming at reducing the incidence of hospitalizations due to secondary complications caused by DM, as well as the improvement in the symptoms brought by it. Methodology: The work was carried out by a bibliographical research, on the websites: Revista Brasileira de Ciências da Saúde, BDTD, and SciElo, using articles from 2002 to 2020. Results: A collection of articles related to the theme form found, however, few were studies conducted as human. Discussion: Among the reading and analysis of the articles, it was observed that the WHO characterizes 800 plants as medicinal plants for hypoglycemic purposes, however, only 2 has scientific proof of their effects in humans, being popularly known as: Pata-de-vaca, and Insulin Vegetal.

Conclusion: It is notorious the need for clinical trials with humans, which can verify the effectiveness of plants, also seeking to show their adverse effects.

KEYWORDS: Diabetes Mellitus. Hypoglycemic. public health. Herbal.

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LISTAS

LISTA DE FIGURAS

1: Diagrama do processo de seleção dos artigos...35

2: Insulina vegetal...46 3: Pata-de-vaca........47

LISTA DE QUADROS

1: Relação dos artigos escolhidos que envolvem a temática...36-40

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LISTA DE SIGLAS

CFN Conselho Federal de Nutrição CHO Carboidratos

DCNT Doenças Crônicas Não Transmissíveis DM Diabetes Mellitus

ESFs Estratégias de Saúde da Família IMC Índice de Massa Corpórea PA Pressão Arterial

PNPIC Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares PNPMF Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos STZ Estreptomicina

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...09

2 METODOLOGIA...11

3 DESENVOLVIMENTO...12

3.1 O Diabetes...12

3.1.2 Diagnostico de Pré-Diabetes e Critérios de Avaliação...13

3.1.3 Diabetes no Brasil, e o papel da Transição Nutricional...14

3.1.4 Complicações por DM...15

3.1.5 Fatores de risco para DM2...17

3.1.6 Diabetes e Modificação no Estilo de Vida...18

3.1.7 Diabetes Mellitus e Saúde Mental...19

3.1.8 Diabetes Mellitus e Dietoterapia (Macronutrientes)...21

3.1.9 Diabetes Mellitus, Deficiência de Micronutrientes, e Recomendação...22

3.1.10 Tratamento Medicamentoso do DM...24

3.2 Os Fitoterápicos...26

3.2.1 Fitoterápicos na Atenção Básica de Saúde...28

3.2.2 Controle e Qualidade na Produção de Fitoterápicos...30

3.2.3 Fitoterápicos e Nutrição...31

3.2.4 Fitoterápicos Hipoglicemiantes...32

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...35

5 CONCLUSÃO...48

REFERÊNCIAS...50

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1 INTRODUÇÃO

O diabetes Mellitus se classifica como um conjunto de doenças metabólicas caracterizada por hiperglicemia, resultante em dificuldades na secreção e/ou ação da insulina. A hiperglicemia crônica do diabetes, quando não tratada afeta diferentes órgãos, como rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos. Diversos problemas patogênicos estão associados ao diabetes mellitus, como a destruição das células βdo pâncreas, com consequência na deficiência de insulina, ou até anormalidades que resultam na resistência a ação da insulina. A ação da deficiente da insulina nos tecidos-alvos é a base das anormalidades quanto ao metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2013).

No Brasil, desde a década de 60 ocorre mudanças no processo de transição epidemiológica, nutricional e demográfica, o que resultou no aparecimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), embora algumas doenças crônicas tenham diminuindo conforme o tempo, a prevalência de DMT2 (Diabetes Mellitus Tipo 2) continua aumentando de maneira significativa, sendo considerada a DCNT que mais cresce (RODRIGUES et al., 2011).

Ao levarmos em consideração a demora do diagnóstico e evolução da doença, com a falta de tratamento, esta patologia pode causar consequências drásticas no paciente acometido, dentre elas a falência de vários órgãos. Sendo considerada uma doença crônica de maior impacto para o sistema de saúde pública, devido ao seu grande grau de morbimortalidade e de altos custos de tratamento (RODRIGUES et al., 2011).

A prioridade no tratamento do diabetes é o devolver ao paciente o equilíbrio metabólico, proporcionando ao paciente um estado próximo ao da fisiologia normal do organismo, uma vez que está doença tem forte impacto na qualidade de vida de pacientes afetados por ela (RODRIGUES et al., 2011).

Atualmente o interesse nas terapias naturais tem aumentado em todo o mundo, a fitoterapia tem se destacado pois, quando utilizada adequadamente busca promover a cura de doenças, bem como a prevenção delas. No Brasil, a fitoterapia possui particularidades devido a ampla flora, e tradição que o país carrega perante ao uso de plantas medicinais. A grande parte da população brasileira se utiliza dos recursos da natureza para os cuidados com a saúde através das plantas medicinais, partindo do

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conhecimento tradicional ou empírico (REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DA SAUDE, 2014).

Atualmente, o tratamento considerado mais efetivo no controle do DMT2 faz associações com medidas não farmacológicas, bem como a adesão de dieta e atividade física, e com medidas farmacológicas, como o uso de hipoglicemiantes.

(REVISTA BRASILEIRA DE EPIDEMIOLOGIA, 2017).

A construção do trabalho se deu através de uma revisão de literatura, como o objetivo de entender e conhecer os princípios ativos das plantas medicinais popularmente utilizadas pelos portadores de DM, afim de diminuir a glicemia.

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2 METODOLOGIA

O presente trabalho foi realizado através de uma revisão integrativa, visando aprofundar o conhecimento referente ao tema, através da literatura.

Para a realização desse trabalho foram utilizados os seguintes descritores

“diabetes e fitoterápicos.”, “a utilização de fitoterápicos e controle glicêmico.”, “Plantas medicinais no controle da glicemia.” Limitando o idioma apenas em português, limitando o tempo de 2002 até 2020. Onde foram encontrados 55 artigos no período de tempo limitado, e idioma escolhido.

Durante a primeira seleção, foi retirado a duplicidade de artigos na base de dado, resultando em 35 artigos. Após a leitura de resumos, foram excluídos 14 artigos que não eram compatíveis com o tema abordado. Totalizando assim, 29 artigos para a utilização e finalização do presente trabalho.

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3 DESENVOLVIMENTO

3.1 O Diabetes

O diabetes mellitus contém um grupo de doenças metabólicas, que são caracterizadas por hiperglicemia, o que resulta no defeito na secreção de insulina, e na sua ação. Os sintomas mais recorrentes de hiperglicemia são: visão turva, perda de peso, polifagia e poliúria, ou complicações agudas que a longo prazo podem causar risco de morte do paciente portador de DM. O diagnóstico correto e rápido do diabetes mellitus é extremamente importante, uma vez que permite que sejam adotadas medidas terapêuticas, afim de diminuir as complicações crônicas causadas pelo diabetes (GROSS et al., 2002).

O diabetes mellitus do tipo 2 pode permanecer sem apresentar sintomas por longos períodos, o que nesses casos é necessário que a equipe de atenção primaria esteja preparada para o rastreamento de possíveis sinais e sintomas, identificando os fatores de risco no diabetes. Os indivíduos que apresentarem sinais de risco e sintomas do DM devem ser encaminhados para uma consulta de rastreamento, com o objetivo de conhecer a história pregressa, identificar dados antropométricos, realização de exames físicos e aferição da Pressão Arterial (PA), avaliar condições de saúde, e realizar o cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC) (QUARESMA, PRISCILA DA CONCEIÇÃO, 2017).

O diabetes mellitus é subdivido em 2 principais: tipo 1 e tipo 2. As características do diabetes tipo 1 é a destruição das células beta, o que leva a deficiência completa de insulina, além disso é caracterizada como uma doença autoimune e idiopático. No diabetes mellitus tipo 1 ocorre a destruição completa das células beta do pâncreas, normalmente isso ocorre por um processo autoimune, ou menos comum que é de causa desconhecida (idiopática). Na maneira autoimune existe um processo insulite, estão presentes autoanticorpos circulantes, já a forma idiopática é caracterizada pela ausência de insulite, e também de anticorpos de diabetes autoimune (GROSS et al., 2002).

A consequência da perda das células beta é a insuficiência absoluta da secreção de insulina, deixando os pacientes sensíveis a episódios de cetoacidase;

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Em geral, os pacientes portadores de DM1 possuem índice de massa corporal normal.

Já o diabetes tipo 2 consiste em graus variados de diminuição de secreção e resistência à insulina. O diabetes mellitus tipo 2 é ainda mais comum que o DM1, totalizando cerca de 90% dos casos de diabetes, sendo caracterizado por distúrbios da ação e secreção de insulina. A idade do início do DM2 é variável, sendo mais frequente após os 40 anos de idade, com pico de incidência em 60 anos (GROSS et al., 2002).

Sob o ponto de vista de saúde pública, uma das questões mais urgentes é o alto custo do cuidado a pessoa portadora de doenças crônicas em todo mundo, quanto ao DM, as consequências humanas, econômicas e sociais são devastadoras, sendo o DM responsável (diretamente ou indiretamente) por cerca de 4 milhões de mortes por ano, o que representa 9% da mortalidade mundial. Já em relação a expectativa de vida, o portador de DM tem cerca de 5 a 7 anos reduzidos, devido as complicações trazidas pelo mesmo, complicações essa que são responsáveis por 65% da mortalidade de pacientes com DM (SOUZA et al., 2012).

3.1.2 Diagnostico de Pré-Diabetes e Critérios de Avaliação

Em 1997 e 2003 foi reconhecido um grupo de indivíduos intermediários, cujo os níveis de glicose não satisfazem os critérios para diagnostico de DM, entretanto, são considerados elevados para níveis normais, esse grupo foi denominado como TDG e GJA sendo considerados estágios intermediários para diagnostico de DM, sendo hoje conhecidos como pré-diabetes. A GJA é diagnosticada através da glicemia após 8h de jejum, já a TDG é diagnosticada através de um teste oral de tolerância a glicose (SOUZA et al., 2012).

Conforme a OMS, nesse teste é coletada a glicose após 8h de jejum, e uma nova coleta é realizada após 2h, considerando a ingestão de 75g de glicose, durante o teste, o paciente não pode realizar nenhum tipo de exercício físico, nem fumar, nos 3 dias que antecedem o teste, a ingestão de carboidrato não pode ser inferior a 150g, levando em consideração que dietas com quantidades menores podem ocasionar em falsos negativos (SOUZA et al., 2012).

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O diagnóstico do DM é dado através do hemograma, onde resultados da glicemia em jejum <100mg/dL é considerado normal, e ≥ 126mg/dL já é considerado DM. No teste de tolerância a glicose, valores referentes a <140mg/Dl é considerado normal, e ≥ 200 mg/dL é considerado DM, recentemente a Associação Americana de Diabetes (ADA) assegurou sobre o uso da hemoglobina glicada como método de diagnostico, tendo como valores <5,7% considerados normais e ≥6,5% considerados diabetes (SOUZA et al., 2012).

O rastreamento de DM em adultos assintomáticos deve incluir indivíduos de qualquer idade, com IMC maior ou igual a 25 kg/m² e com um ou mais fatores para o desenvolvimento de DM, tanto a glicemia em jejum quanto o TTG e HbAlc (hemoglobina glicada) pode ser utilizada como método de diagnóstico. Vale ressaltar que o intervalo para repetição dos testes ainda não foi estabelecido, entretanto recomenda-se a realização a cada 3 anos, levando em consideração que a realização dos testes em um curto espaço de tempo poderiam resultar em falsos negativos.

(SOUZA et al., 2012).

3.1.3 Diabetes no Brasil, e o papel da Transição Nutricional

No Brasil, o mais abrangente estudo referente a prevalência do diabetes mellitus tipo 2 no Brasil, foi realizado no ano de 1988, em nove capitais, que estimou que cerca de 7,4% de adultos brasileiros com idade de 30 a 69 anos possuíam diabetes, os casos de diabetes diagnosticados correspondiam a 54% dos casos identificados, enquanto 46% desconheciam o diagnóstico da doença. Segundo a Federação Internacional de Diabetes, o Brasil em 2013 estava na quarta posição dos pais com maior número de diabéticos no mundo, isso se dá através do envelhecimento crescente, a prevalência de obesidade, sedentarismos e processo de urbanização (COSTA et al., 2017).

No Brasil, as regiões com maiores prevalências de diabetes e intolerância a glicose são as regiões Sul e Sudeste, devido ao maior desenvolvimento econômico.

As alterações na estrutura da dieta também são fatores associados ao crescente número de diabetes, uma vez que, foi observado um maior consumo de açucares, refrigerantes e ácidos graxos, e uma significativa diminuição de frutas, verduras,

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carboidratos complexos e legumes, observou-se também um aumento da densidade energética, advindo do consumo de leite e derivados, e carnes ricos em gorduras (SARTORELLI e FRANCO, 2003).

A substituição dos alimentos in natura, ricos em fibras, minerais e vitaminas, associados a um estilo de vida sedentário tem favorecido o aparecimento de obesidade, o que se torna um fator de risco para o desenvolvimento do DM2 (SARTORELLI e FRANCO, 2003).

3.1.4 Complicações por DM

O diabetes mellitus é a condição crônica que mais cresce, em principal nos países em desenvolvimento, destacando-se pela gravidade das suas complicações, além de ser considerado um dos maiores problemas de saúde pública, devido ao crescimento e envelhecimento da população, e a crescente prevalência de obesidade e sedentarismo devido a maior urbanização. No brasil, existe uma estimativa que em 2025 cerca de 11 milhões de pessoas serão diabéticas, sendo que em 2012 10,3% já apresentava diabetes mellitus (CORTEZ et al., 2015).

Perante a esses dados, o diabetes mellitus deve ser investigado por causa de suas complicações agudas e crônicas, e sua relação com o tempo de diagnostico. As complicações agudas podem incluir hipoglicemia, cetoacidose, e estado hiperglicêmico hiperosmolar. Já as complicações crônicas incluem retinopatia, cardiopatia isquêmica, neuropatias, nefropatia, doenças cerebrovascular e vascular periférica. As degenerativas mais comumente são o acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio, e microangiopatia (CORTEZ et al., 2015).

Observa-se que as complicações do diabetes aumentam ao longo dos anos, devido à demora do diagnostico, ou até mesmo o descontrole glicêmico, a identificação dessas associações podem ser uma estratégia para buscar medidas que diminuam o aparecimento de complicações. No Brasil, o Ministério da Saúde, já criou diversos programas visando maior controle de doenças com maior impacto na população. No caso do DM, foi criado o Programa Nacional de Hipertensão e Diabetes Mellitus em 2002, na tentativa de reorientar a assistência farmacêutica, tendo em vista

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o fornecimento continuo de medicamentos, bem como o monitoramento das condições clinicas dos usuários do SUS (CORTEZ et al., 2015).

A hiperglicemia crônica é um fator desencadeador das principais complicações por DM, dentre elas o desenvolvimento das macroangioplastias, que afetam as artérias dos membros inferiores e cerebrais. Uma das complicações agudas do DM, que é caracterizada por hiperglicemia, acidose e cetose, é a cetoacidose diabética, e o não reconhecimento dessa condição, pode a vier causar deterioração metabólica progressiva, podendo originar graves sequelas. Quando a CAD ocorre existem defeitos na secreção de insulina seja ela parcial ou total, o que leva a estimulação de hormônios que são contra-insulínicos, como: glucagon, cetecolaminas, hormônio do crescimento e cirtosol. (FERREIRA et al., 2011).

Segundo Ferreira et al. (2011), o aumento da glicemia sérica promove a formação de produtos de glicação avançada, que em grande maioria são os responsáveis por complicações cerebrais e vasculares, incluindo danos teciduais e celulares.

O DM é a principal causa de cegueira em pacientes entre 20 a 74 anos, e a principal causa de insuficiência renal, e amputações, totalizando em 44% de casos de pacientes que necessitam de hemodiálise. Dentre as complicações causadas pelo DM, um destaque é dado ao Pé Diabético, que é um conjunto de alterações que diz respeito ao pé do paciente diabético, decorrente de macrovasculopatia e micro, neuropatias, e aumento da ocorrência de infecção, devido a suas alterações biomecânicas, ocasionando a amputação de extremidades ou partes do pé, normalmente causadas por úlceras. Estudos mostram que, quando tratado o DM de maneira correta, o uso de medidas terapêuticas pode evitar ou retardar essas complicações crônicas. (FONSECA e ABI RACHED, 2019).

O estilo de vida do paciente acometido por diabetes é crucial para o desenvolvimento ou não de complicações, bem como o sedentarismo, alimentação, bem como a maneira como ele controla os níveis glicêmicos influenciam nas complicações oriundas do DM, uma vez que, é de fundamental importância o controle glicêmico, pois a persistência dos níveis altos de hiperglicemia pode gerar complicações aguda e crônicas (FONSECA e ABI RACHED, 2019).

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3.1.5 Fatores de risco para DM2

Dentre os fatores de riscos não modificáveis encontra-se idade, histórico familiar, dentre outros. Entretanto, existem fatores modificáveis, e que podem ser alvo de intervenção, se percebidos com rapidez. Dentre eles, encontram-se: obesidade, fatores dietoterápicos, e o sedentarismo, além disso, episódios depressivos, estresse psicossocial também pode estar associado ao risco aumentado de DM2 (LYRA et al., 2006).

A presença de obesidade e/ou sobrepeso é uma situação infelizmente cada vez mais comum no mundo atual, devido a transição nutricional que tem passado. Diante dos grandes problemas que a obesidade traz, o risco aumentado para DM2 é um deles, a ligação entre a resistência insulínica e a obesidade é um dos problemas trazidos pela tal. Portadores de obesidade, que apresentam maior arranjo de gordura visceral, caracteriza um risco de desenvolvimento para DM2, uma vez que a gordura visceral apresenta uma alta rotatividade metabólica, com grande atividade lipolítica, drenando as concentrações de ácidos graxos livres, diretamente no fígado, via veia portal (LYRA et al., 2006).

Dessa maneira, o diabetes deve ser investigado em adultos de qualquer idade, que estejam obesos, ou com diagnostico de risco nutricional, ou que tenham um ou mais fatores de riscos. Para aqueles que não possuem fatores de risco, os testes de glicemia devem começar a partir de 45 anos e devem ser repetidos pelo menos a cada 3 anos (MARINHO et al., 2013).

A composição alimentar tem influência direta na maioria dos casos de DM2.

Um estudo comparando indivíduos que tem a alimentação rica em frutas, vegetais, aves, grãos e peixes, com indivíduos que tem uma dieta clássica ocidental, com alimentos ricos em gordura, carnes vermelhas e alimentos industrializados, observou uma diminuição significativa dos riscos de desenvolvimento de DM2 nos indivíduos que tem uma dieta prudente, enquanto indivíduos que ingerem dieta ocidental apresentaram maiores riscos para desenvolvimento de DM2 (LYRA et al., 2006).

O sedentarismo relacionado ao consumo alimentar inadequado tem forte influência no desenvolvimento de DM2. Uma vez que, a pratica de atividade física traz benefícios na musculatura esquelética. A pratica regular de atividade física aumentam a concentração de enzimas mitocondriais e o número de fibras musculares de

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concentração lenta. Além disso, a pratica de atividade física age no processo de translocação do GLUT-4, responsáveis pelo transporte da glicose, essa ação tem benefícios observados na sensibilidade insulínica no miócito. Vários estudos comprovam que o aumento de atividade física, associados a uma alimentação balanceada reduzem o risco de desenvolvimento de diabetes (LYRA et al., 2006).

O estresse psicossocial é pouco falado quando relacionado ao diabetes, entretanto, um estudo americano com indivíduos com baixo suporte emocional tiveram um desdobramento para o risco de diabetes, quando comparados com aqueles com alto suporte emocional (LYRA et al., 2006).

3.1.6 Diabetes e Modificação no Estilo de Vida

A qualidade de vida do paciente com DM2 é relativa, uma vez que, depende da percepção do individual de cada paciente, dependendo de fatores como situação cultural, valores associados, posição de vida. Quando se trata da promoção a qualidade de vida do paciente diabético, o controle da doença e o trabalho eficaz de prevenção são os mais importantes, já que naturalmente eles sofrerão mudanças que são inevitáveis, como estilo de vida, medicamentos utilizados cotidianamente e mudanças na dieta. A Federação Internacional de DM, diz que as orientações sobre tais mudanças são essenciais para alcançar resultados positivos no tratamento, reduzindo chances de complicações devido a patologia (QUARESMA, PRISCILA DA CONCEIÇÃO, 2017).

O Diabetes Mellitus interfere em todas as dimensões do indivíduo, pois, mudanças precisam ser feitas, como a mudança alimentar, integração de atividades físicas no dia a dia, aferição diária (até duas vezes ao dia) para verificação e controle da glicemia. O que na maioria dos casos torna-se uma das partes mais difíceis do tratamento, levando grandes partes dos pacientes a pensarem em desistir do tratamento (RODRIGUES et al., 2012).

A educação em saúde, visando a prevenção ou retardo na evolução do Diabetes Mellitus, é um instrumento importantíssimo para a redução de custos dos serviços de saúde voltados para tal. Dentre as modificações no estilo de vida, a modificação no habito alimentar inadequado e a perda ponderal, associados a pratica regular de atividade física são terapias de primeira escolha no tratamento do DM, uma

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vez que, diminuem a circunferência abdominal, e gordura visceral, além de melhorar a sensibilidade a insulina, aumentar os valores de HDL, e logo diminuir os riscos de desenvolvimento de Diabetes Mellitus e doenças cardiovasculares. As mudanças no estilo de vida inadequados podem ser estimuladas na educação em saúde, dando ênfase a mudança alimentar e adoção a pratica de atividade física. (MCLELLAN et al., 2007).

Nesse viés, mudanças no estilo de vida, que visando reeducação alimentar e a realização regular de atividade física, e a perda de peso (caso necessário) são considerados intervenções efetivas na prevenção e controle do Diabetes Mellitus Tipo 2 (RODRIGUES et al., 2011).

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2005), a prioridade no tratamento do diabetes é “devolver” ao paciente portador o equilíbrio metabólico, promovendo um estado próximo ao da fisiologia normal do organismo. O enfrentamento do DM2 bem como as demais DCNT, é considerado um desafio a saúde pública, uma vez que, essas doenças tem forte impacto na qualidade de vida dos acometidos por elas. Cerca de 80% dos casos de DMT2 podem ser atendidos na atenção básica, o rápido atendimento pode identificar os fatores de riscos, e logo buscar alternativas para prevenção e tratamento dos casos diagnosticados, visando prevenir complicações agudas e crônicas.

O tratamento do DM2 depende essencialmente do doente, visto que está relacionado com o seguimento de uma dieta equilibrada, não só levando em consideração o tipo de alimento que é ingerido, mas também a quantidade e quando deverá ingeri-lo, relacionando-o com a pratica regular de exercício físico. Quando o paciente cumpre esses requisitos básicos, o controle do diabetes torna-se melhor, muitas vezes sem a necessidade de medicação, mas, vale ressaltar que existem casos de indivíduos que seguem esses requisitos, e não conseguem adquirir controle no diabetes, e por muitas vezes deixam de seguir (TELES, 2013).

3.1.7 Diabetes Mellitus e Saúde Mental

O DM possui um alto índice de mortalidade, o que se torna o principal fator de risco para o desenvolvimento de doenças vasculares, e cardiopatias. O que leva ao

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desenvolvimento de outras comorbidades, como complicações oculares, nefropatias, hipertensão arterial, e transtornos psiquiátricos advindos das mudanças radicais de hábitos, tendo como principais transtornos psiquiátricos a ansiedade e depressão.

(QUARESMA, PRISCILA DA CONCEIÇÃO, 2017).

Pouco se sabe ainda sobre a depressão associada ao diabetes, entretanto, um estudo realizado por Lustman et al. (1997) mostrou que a depressão associada ao diabetes tende a ser diagnosticada ao longo dos anos, o estudo realizado com 25 pacientes, mostrou que cerca de 23 pacientes tinham depressão recorrente, tendo de 4 a 8 episódios depressivos durante 5 anos. Três grandes estudos evidenciam o risco aumentado de pacientes com depressão para o desenvolvimento de diabetes tipo 2.

A depressão no paciente diabético tende a comprometer a qualidade de vida, incluindo a saúde física, psicológica, o seu relacionamento social, e a sua alta pressão sob a saúde. Além disso, a depressão atua como um fator de risco para a piora dos sintomas e interferir no autocuidado dos acometidos. Quando não tratada, a depressão pode evoluir, fazendo com que o paciente desista do tratamento (tanto da depressão, quanto do diabetes) podendo causar danos maiores a saúde, bem como a morte (FRÁGUAS et al., 2009).

Transtornos de ansiedade não diagnosticados são preocupantes, e estão crescendo cada dia mais, e quando associados ao DM pode interferir de maneira negativa na qualidade do tratamento. Uma vez que, o aumento de atividades adrenérgicas por disfunção anatômica e o controle inadequado dos níveis glicêmicos são fatores ligados ao transtorno de ansiedade. Quando o paciente se descobre diabético, passa por um processo de estresse, ocasionado pela mudança de hábitos de vida pelos riscos associados a doença. Os transtornos de ansiedade podem estar caracterizados como transtorno obsessivo compulsivo, ansiedade generalizada e pânico. Cerca de 14% dos pacientes diabéticos são diagnosticados com ansiedade generalizada, podendo estar associadas a preocupação excessiva pós diagnostico.

(QUARESMA, PRISCILA DA CONCEIÇÃO, 2017).

A depressão no paciente portador de DM2 é três vezes maior que indivíduos sem diabetes, a presença de alguns sinais e sintomas como o sofrimento constante, e a diminuição da autoestima. Tais fragilidades emocionais podem estar associadas ao uso continuo de medicamentos, restrições alimentares, presença de complicações pela doença, e dificuldade de alcanças metas de controle glicêmico (QUARESMA, PRISCILA DA CONCEIÇÃO, 2017).

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3.1.8 Diabetes Mellitus e Dietoterapia (Macronutrientes)

A dietoterapia no controle glicêmico tem como objetivo: fornecer energia através de nutrientes, visando melhorar e/ou manter o estado nutricional do indivíduo, manter e reduzir a glicemia até próxima aos níveis adequados, através de uma dieta balanceada e uso de medicamentos adequados, atingir os níveis de lipídios séricos adequados, tendo como objetivo diminuir o risco de morbidades associadas as doenças cardiovasculares, promover a reeducação em DM, expondo de maneira simples o quão importante é a mudança de hábitos, e melhora na qualidade de vida, levando o paciente a conhecimentos sobre a doença, e maior aceitação do tratamento, além de prevenir e/ou tratar as complicações agudas e crônicas trazidas pelo DM, e manter um estado nutricional adequado (BERTONHI, 2018).

A dieta para o indivíduo diabético, bem como a dieta para indivíduos sem comorbidade deve ser individualizada, e nutricionalmente equilibrada, levando em consideração suas necessidades e preferencias. O Carboidrato é um nutriente essencial, que representa a nossa maior fonte de energia, tendo diversas funções. Os carboidratos podem ser subdivididos em: Simples (sacarose, lactose, glicose e frutose) e complexos (fibras, celulose e amido). Os Carboidratos (CHO) simples têm uma estrutura química menor, e são digeridos e absorvidos rapidamente, levando o aumento rápido dos níveis de glicose no sangue, enquanto os complexos tem estrutura química maior, e são digeridos mais lentamente, e logo, absorvidos lentamente também. As fibras também podem ser incluídas na categoria de CHO, sendo divididas em dois tipos: solúveis e não solúveis. As fibras solúveis ajudam no controle glicêmico pós-prandial, uma vez que são capazes de reduzir a absorção da glicose e logo, colaborar com a normalização da glicemia. As fibras insolúveis ajudam no controle da saciedade, e melhoram o trânsito intestinal (BERTONHI, 2018).

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2016) A recomendação de CHO totais no DM representa cerca de 45 a 60% do VCT, e a ingestão mínima é de 130g por dia, além disso, o diabético deve ser orientado a reduzir o consumo de CHO simples, e aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras.

As proteínas são indispensáveis para o nosso organismo, já que desempenham funções estruturais, regulação do metabolismo e atuação no sistema imunológico, dentre outras. A recomendação de proteína para o paciente DM é a mesma que para

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os pacientes normais, de 0,8 a 1 g/kg/dia, equivale de 15 a 20% do VCT. Para um consumo adequado de proteínas, a preferência dietética deve ser carnes magras, em especial peixes riscos em ômega 3 e com um menor teor de gordura, leite, ovos e queijos também estão inclusos na lista de preferência. Soja, lentilha, feijão e grão de bico também são fontes de proteína, além de serem ricos em fibras (BERTONHI, 2018).

E por fim, os lipídeos, esse macronutriente tem como função fornecer energia ao organismo, além de atuar no transporte de vitaminas lipossolúveis e sintetizar ácidos graxos essenciais. A recomendação de lipídeos na dieta do diabético deve sempre priorizar a qualidade do lipídeo, com preferencias em gorduras poli- insaturadas e monoinsaturadas, os lipídeos devem representar 25 a 35% do VCT, 300mg de colesterol/dia. Na oferta de lipídeos, devem ser priorizados alimentos de origem vegetal, como legumes e leguminosas (BERTONHI, 2018).

3.1.9 Diabetes Mellitus, Deficiência de Micronutrientes, e Recomendação

Os micronutrientes (vitaminas e minerais) são fundamentais para o organismo, e podem ser encontradas em uma variedade de alimentos, principalmente frutas, legumes e verduras. As deficiências de vitaminas e minerais são recorrentes em pacientes diabéticos, devido à má competência de absorção no intestino, além de perdas durante a urina, e baixa ingestão dos alimentos que são fonte. Nos casos de DM, a recomendação é semelhante a população saudável, devem ser seguidas as recomendações sugeridas pela DRIs. Entretanto, existem algumas vitaminas e minerais que costumam estar em baixos níveis em pacientes diabéticos, e a intervenção nutricional tem papel fundamental para atingir os níveis normais, recomendando uma alimentação variada, com consumo de duas a quatro porções de frutas por dia, alimentos integrais, e de três a cinco porções de hortaliças crua ou cozidas. A suplementação só deve ser considerada em grupo de idosos, lactantes, gestantes e vegetarianos (BERTONHI, 2018).

Estudos comprovam que a deficiência de vitamina D pode ter participação no desenvolvimento de DM, pois essa deficiência pode levar a intolerância à glicose e alterações na secreção insulínica. A associação de dois micronutrientes (cálcio e

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vitamina D) podem reduzir os riscos de desenvolvimento do DM2, uma vez que esses micronutrientes sejam consumidos em quantidades e qualidades adequadas (BERTONHI, 2018).

A recomendação de sódio para pacientes portadores de DM são as mesmas para a população em geral, cerca de 5 a 6 g/dia de sal, entretanto, uma atenção maior deve ser dada aos pacientes hipertensos e indivíduos com doença renal. Na dieta do paciente diabético, devem ser evitados alimentos industrializados, pois são ricos em sódio, como caldos e sopas prontas, dando preferência a alimentos naturais como especiarias e ervas que dão sabor e substituem temperos prontos (BERTONHI, 2018).

A vitamina E atua como antioxidante importante no organismo, além da sua principal função é ser anti-inflamatória. O consumo adequado de vitamina E em pacientes portadores de DM tem relação com a diminuição das ocorrências de doenças cardiovasculares, uma vez que desempenha papel importante na diminuição da oxidação de LDL-colesterol, e estabilizar as membranas plasmáticas, a recomendação pode ser atingida através de óleos vegetais e castanhas (BERTONHI, 2018).

O zinco tem funções importantes, dentre elas a redução dos marcadores de estresse oxidativo. Quando o zinco está presente de maneira adequada no organismo, o mesmo atua junto com a insulina, como um componente estrutural para que a ação da insulina ocorra de maneira competente, e evite os níveis de glicose na corrente sanguínea. A recomendação de zinco é de 8mg para mulheres e 11mg para homens, tendo como principais fontes cerais integrais, castanhas, carnes e leites (BERTONHI, 2018).

A deficiência de magnésio costuma ser muito comum na população diabética, principalmente quando o paciente não tem um controle metabólico adequado. Quando os níveis de magnésio estão baixos, existe um prejuízo na influência mútua entre a insula e o seu receptor, e logo, dano no controle correto da glicemia no organismo, uma vez que, esse mineral atua sobretudo no metabolismo da glicose, como cofator em muitas enzimas. A recomendação de magnésio para adultos é de 420mg para homens e 320mg para mulheres. O magnésio pode ser encontrado em grãos, sementes, frutas e hortaliças (BERTONHI, 2018).

A vitamina C é de suma importância para pacientes com DM, devido a sua ação antioxidante, que para quem tem DM previne a microangiopatia, catarata e aterosclerose, além de melhorar a integridade vascular, e a cicatrização das feridas.

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Vale ressaltar que, tanto a deficiência quanto o excesso são prejudiciais à saúde do diabético. A recomendação do consumo de Vitamina C é de 100 a 200 mg/dia, tendo como principais fontes as frutas cítricas (BERTONHI, 2018).

O cálcio como os outros micronutrientes é indispensável para o nosso organismo, e tendo várias funções. O cálcio é essencial no intermédio da resposta insulínica nos tecidos adiposos e musculares. A deficiência dos níveis de cálcio pode contribuir para uma resistência na ação da insulina, através de redução na atividade do GLUT-4 (transportador de glicose). Sua recomendação é de 1200mg por pessoas com idade superior a 50 anos, e de 100mg para pessoas de 19 a 50 anos. Essa recomendação pode ser atingida com o consumo de vegetais verde escuros, e três porções de leite e derivados (BERTONHI, 2018).

3.1.10 Tratamento Medicamentoso do DM

Os objetivos terapêuticos para os portadores de DM visam controlar as alterações metabólicas trazidas pelo DM2, bem como promover qualidade de vida e prevenir das complicações trazidas pelo mesmo. O tratamento considerado mais eficaz associa-se a medidas não farmacológicas (mudanças no estilo de vida, como atividade física e mudança nos hábitos alimentares) e medidas farmacológicas (hipoglicemiantes). Sendo assim, a adesão e o acesso a medicamentos são fatores importantes para que as metas do tratamento sejam alcançadas (MEINERS et al., 2017).

Segundo Meiners (2017) a adesão ao tratamento é definida como o grau de conduta do paciente em tomar o medicamento de maneira continua, seguir uma dieta e/ou mudanças no comportamento alimentar e estilo de vida conforme recomendado pelo médico responsável. A não adesão ao tratamento de DCNT, como o DM traz consigo consequências sanitárias, como a redução na qualidade de vida do paciente e de sua família, além de aumentar os gastos diretos e indiretos de saúde pública.

Os medicamentos têm característica definidas na pratica de saúde, e são caracterizados como o meio eficaz de promover a saúde através do seu uso racional.

Com base nisso, os antidiabéticos orais se constituem como primeira escolha no tratamento do DM2, uma vez que promovem controle glicêmico, diminuição na

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incidência de complicações, e uma boa aceitação pelos pacientes, além de ser de fácil prescrição e administração, dessa maneira a grande maioria dos médicos prescrevem antidiabéticos orais, tendo como meta a normoglicemia, necessitando de boas estratégias para a sua manutenção (PALHAS, 2017).

A lealdade ao tratamento do DM é fundamental para o controle dos efeitos trazidos pelo DM, quando a doença não é tratada de maneira adequada, os sintomas podem aumentar e se agravar, podendo ocasionar o desenvolvimento de novas doenças, como problemas cardíacos, e na visão, insuficiência renal, lesões com difícil cicatrização, acidente vascular cerebral, dentre outras complicações (SANTOS et al., 2010).

Os agentes antidiabéticos via oral, são substancias que, quando ingeridas, tem a intenção de baixar a glicemia e/ou mantê-la normal <100mg/dl em jejum e <140 pós- prandial. De acordo com o mecanismo de ação principal, os antidiabéticos orais podem ser subdivido em: aqueles que aumentam a secreção da insulina no pâncreas (sulfonilureais e glinidas), os que reduzem a produção hepática de glicose (biguanidas), os que aumentam a uso periférico de glicose (glitazonas) e os que reduzem a atividade da absorção de glicídios (inibidores das alfaglicosidadeses).

(PALHAS, 2017).

Além dos antidiabéticos orais, existem diversas opções para o tratamento do diabetes mellitus tipo II, estes medicamentos atuam de diferentes formas para baixar os níveis de glicemia no sangue, o endocrinologista que escolherá o medicamento indicado para o paciente. Dentre as diversas opções de tratamento, encontram-se os seguintes: Biguanidas que é uma classe de fármacos antidiabéticos capaz de reduzir a quantidade de glicose produzida no fígado. A Metformina é a única biguanida indicada no tratamento do DM2 e comercializada em Portugal, e foi desenvolvida através de planta medicinal. Vale lembrar que, essa classe de medicamentos pode causar distúrbios gastrointestinais, como distensão abdominal e diarreia, mas, tem a vantagem de não estimular o apetite, tornando o fármaco de primeira linha para tratamento de doentes obesos. A insulina que é um hormônio administrado por via subcutânea, que substitui a insulina produzida no organismo, para auxílio do controle dos níveis de glicemia (PALHAS, 2017).

A insulinoterapia objetiva controlar os níveis hiperglicêmicos que ocorrem logo após as refeições, e também harmonizar os níveis de insulina que tolerem o metabolismo de glicose convencional. Existem diferentes tipos de insulinas que se

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diferem nas propriedades, ou seja, tem diferentes tipos de ação, e concentração máxima. A insulina é administrada de maneira parenta, já que não há passagem pelo trato gastrointestinal, este fato contribui para o sucesso da terapêutica (TELES, 2013).

3.2 Os Fitoterápicos

Os recursos naturais, especialmente as plantas têm sido desde a antiguidade um dos elos de ligação entre o homem e a natureza. Pesquisas nestas áreas evidenciam que os pré-históricos já utilizavam desse meio para amenizar os sofrimentos físicos que os acometiam, o uso de plantas medicinais está fortemente ligado a cultura popular, e é transmitida de geração a geração. No Brasil, é possível identificar a influência de culturas indígenas, negras e europeias, que são praticados até hoje (MACEDO E FERREIRA, 2004).

As plantas medicinais e seus derivados por muito tempo foram a base da terapêutica, e atualmente em média 25% dos fármacos são de origem vegetal, e 50%

de origem sintética com substancias ativas isoladas de plantas medicinais, isso se dá pela grande variedade de plantas existentes na flora mundial, e com importantes propriedades terapêuticas (TELES, 2013).

A OMS estima que 80% da população mundial utiliza ou já utilizou remédios à base de plantas, o interesse crescente da fitoterapia está relacionado ao aumento do surgimento de doenças degenerativas, e problemas de saúde relacionados ao estilo de vida, e aumento a esperança média de vida, essa preocupação foca num desenvolvimento e aperfeiçoamento de sistemas que melhorem os cuidados de saúde. Além disso, o aumento dos efeitos adversos dos medicamentos sintéticos e aparecimentos de resistências, é o que levam a procura de terapêuticas menos agressivas e que possam complementar os tratamentos convencionais, somados a facilidade de acesso, bem como a qualidade das terapias naturais (TELES, 2013).

O Brasil tem uma história abundante quanto o uso de plantas medicinais no tratamento de diversos problemas de saúde na população, que foi constituído com base em experiências, e comunicado de maneira oral; o uso de fitoterápicos entrou em declínio com o avanço dos medicamentos industrializados. A implementação da fitoterapia no SUS representa além de mais uma terapêutica para o tratamento de

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diversas patologias, traz um resgate milenar, onde o conhecimento cientifico e popular trabalham juntos, e seus diferentes entendimentos sobre o uso (FIGUEIREDO et al., 2014).

A existência de uma política nacional para a o uso de Fitoterapia no SUS tem grande importância para o país, uma vez que o Brasil tem grande diversidade em suas espécies vegetais, e com muitas plantas medicinais, que podem ser utilizadas como matéria-prima para fabricação de fitoterápicos, bem como outros medicamentos.

(FIGUEIREDO et al., 2014).

São grandes as espécies de vegetais, com ação medicinal. Com o avanço e desenvolvimento da química, muitos princípios ativos das plantas foram isolados, atualmente, com a concretização dos estudos clínicos e pré-clínicos sobre as plantas medicinais, sua segurança e eficácia que antes, eram comprovadas de maneira escassa, apenas pelo uso popular, passaram a ser comprovadas pelos estudos científicos (FIGUEIREDO et al., 2014).

Conforme Figueiredo et al. (2014), a criação de uma política voltada a fitoterapia abre probabilidades para desenvolvimento de estudos, que trará ao Brasil um papel de destaque na produção de medicamentos fitoterápicos. Tendo em vista o importante papel da implementação, e a existência de diversas dificuldades, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e a Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) mostram as diretrizes para superação das dificuldades, e potencialização de fatores que facilitam esse processo.

Em 2009 foi realizado um seminário com tema: Complexo Industrial da Saúde e Fitoterápicos”, que tinha como finalidade a integração de setores diversificados afim de questões como os serviços de saúde, setor industrial e o Ministério da Saúde, buscando desenvolver e identificar as probabilidades para a produção de fitoterápicos no Brasil. A possibilidade que se abre na produção de fitoterápicos, a criação da PNPMF se justifica com várias razões, como: a possibilidade de outra forma de tratamento, os custos financeiros dos fitoterápicos são baixos, existe uma facilidade de acesso as plantas medicinais, possibilita ao paciente a escolha de outro tratamento além do medicamentoso, menores riscos de efeitos adversos e colaterais (FIGUEIREDO et al., 2014).

Apesar do grande uso de medicamentos, o uso de plantas medicinais ainda é alto, sendo isolado ou com o de medicamentos, entretanto, o uso de plantas medicinais muitas vezes é feito à base de conhecimento popular, e isso ocorre por

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diversas razões e crenças que as pessoas tem com os fitoterápicos. Acontece que, o uso popular dos fitoterápicos, muitas vezes é feito de maneira incorreta, quanto a indicação, qualidade da matéria prima, e o preparo, e esses erros podem comprometer a eficácia da planta (FIGUEIREDO et al., 2014).

Vale ressaltar que as plantas medicinais tem diversos efeitos adversos, e que podem causar interações com medicamentos sintéticos ou outras plantas. Por isso, é importante a disseminação de informações a respeito do uso correto das plantas medicinais, mostrando suas especificidades de maneira individual a cada público (FIGUEIREDO et al., 2014).

No conhecimento popular, é normal o uso de uma só planta para diferentes doenças e sintomas, a crença que cada pessoa tem, pode curar das doenças mais simples, as mais graves como o câncer. Pesquisadores afirmam, que embora as plantas medicinais tenham ação terapêutica, o seu uso deve ser criterioso, e utilizado como complemento para os medicamentos sintéticos (FIGUEIREDO et al., 2014).

O estimulo do uso de fitoterápicos, visa: prevenir, minimizar ou curar os sintomas de diversas doenças, com um custo mais baixo, e acessível aos serviços de saúde e a população, onde em comparação com os químicos que no geral são mais caros, devido ao envolvimento tecnológico para sua fabricação (TOLEDO et al., 2014).

É importante ressaltar que os produtos naturais podem ser tão eficientes quando os produtos químicos, no entanto a transformação das plantas em medicamento deve levar em consideração a integridade farmacológica e química do vegetal, garantindo sua ação biológica e a segurança na utilização. Para que esses objetivos sejam atingidos e a produção de fitoterápicos sejam seguras, é necessário estudos prévios de uma equipe multidisciplinar, levando em consideração os aspectos agronômicos, fitoquímicos, toxicológicos e farmacológicos (TOLEDO et al., 2014).

3.2.1 Fitoterápicos na Atenção Básica de Saúde

Para a utilização de fitoterápicos na atenção básica a saúde é necessária a interação de três fatores principais que precisam interagir entre si: atitude em relação ao comportamento, a percepção de controle e a norma subjetiva, considerando esses três princípios na atenção básica é preciso avaliar as atitudes dos médicos com

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relação ao uso da fitoterapia, sua percepção e saberes sobre o tema, e a capacitação pessoal para o uso dessa terapia na Saúde Pública. Em uma análise realizada em uma ESF no município de Canoas, observou que os participantes citaram bastante a camomila, como calmante natural utilizado no tratamento da ansiedade (ROSA E CÂMARA, 2011).

Observou-se a inserção de ações e programas referente ao uso de plantas medicinais com várias características e objetivos relevantes para a promoção e cuidado da saúde na Atenção Primaria à Saúde. Estudos referente a inserção de fitoterápicos na atenção básica melhorou a promoção a outras possibilidades terapêuticas (ANTÔNIO et al., 2014).

Tem sido observado na pratica diária dentro das Estratégias de Saúde da Família (ESFs) a crescente insatisfação dos usuários de medicamentos sintéticos, devido aos seus custos, falta de acesso a população, e seus efeitos adversos, como consequência disso, é crescente a procura por novos meios terapêuticos para tratar suas doenças, e dentre eles a fitoterapia, e isso tem levado o aumento de profissionais interessados na pratica e uso do mesmo (BATISTA e VALENÇA, 2012).

São diversos os benefícios que se encontra ao iniciar essa pratica na atenção primaria a saúde, dentre eles encontram-se: a validação do conhecimento popular, a troca de experiência da população quanto o uso de plantas medicinais e seu preparo, maior participação comunitária nas reuniões de educação em saúde, possibilidade da redução de uso de medicamentos e novas opções terapêuticas, e maior fortalecimento do princípio de integralidade em saúde (BATISTA e VALENÇA, 2012).

O interesse pela fitoterapia está crescente entre usuários e pesquisadores nos últimos tempos, apesar do uso de fitoterápicos já fazer parte da cultura popular, e ser uma terapia utilizada desde a antiguidade. A emergência de novas alternativas de tratamento e controle de enfermidades faz como que o interesse cresça ainda mais.

A fitoterapia não é uma especialidade na medicina, entretanto o médico pode prescrever fitoterápicos (COSTA et al., 2019).

Estima-se que cerca de 25% dos medicamentos utilizados nos serviços de saúde são derivados de plantas medicinais. O uso de fitoterápicos na atenção básica tem ganhado maior atenção devido à grande flora de plantas medicinais já existentes no Brasil, e ao seu baixo custo para os tratamentos, sendo muito utilizado em populações carentes. (COSTA et al., 2019).

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Os fitoterápicos são considerados uma terapêutica muito útil, apresentando eficácia e baixo custo operacional quando utilizado em programas de atenção básica, podendo até suprir em alguns casos a falta de alguns medicamentos nos serviços de saúde. Com finalidade curativa, paliativa e curativa, os fitoterápicos foram reconhecidos oficialmente pela OMS em 1978. O interesse do Ministério da Saúde tem aumentado, pois tem como finalidade evitar o uso irracional dessa pratica, o que tem incentivado pesquisas que favoreçam o uso racional dessas plantas pelo SUS (COSTA et al., 2019).

Visando melhorar o acesso dos usuários aos fitoterápicos e plantas medicinais, as unidades básicas de saúde devem possuir esses produtos de maneira complementar aos demais tratamentos. O SUS tem desenvolvido programas e ações com fitoterápicos em todas as regiões brasileiras, levando em consideração as plantas disponíveis em cada região. Estas ações acontecem com prioridade nas ESF, tendo como base e fundamento o envolvimento de saberes, ações de prevenção e promoção a saúde e a parceria no cuidado (COSTA et al., 2019).

3.2.2 Controle e Qualidade na Produção de Fitoterápicos

A fitoterapia é uma área das terapêuticas não-convencionais, que por sua vez é bastante ampla e complexa, sendo assim, necessita maiores esclarecimentos por meio de suas definições. Define-se então “Medicamentos fitoterápicos ou Medicamentos à base de plantas” qualquer medicamento que tenha como exclusividade uma ou mais substancia ativa derivada de plantas, ou preparações associadas a plantas. As plantas utilizadas na área de produção de medicamentos são denominadas como “plantas medicinais”, que são definidas como todo e qualquer vegetal que possui substancias que podem ser utilizadas para fins terapêuticos, ou utilização de fármacos semissintéticos (TELES, 2013).

A garantia de qualidade da meteria vegetal a ser utilizado no processo de produção é importantíssimo para a produção de fitoterápicos, visando a qualidade dos aspectos botânicos, farmacológicos, químicos e de pureza. Dessa maneira, outros aspectos além do teor de substancia ativa, e a intensidade das atividades toxicológica e farmacológicas, os aspectos como carga microbiana, contaminação por pesticidas,

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metais pesados e outros defensivos agrícolas, presença de matéria estranha como areia e terra, pequenos vertebrados e partes de vegetais devem ser observados (TOLEDO et al., 2003).

Para o processo de desenvolvimento e produção dos fitoterápicos, são necessárias várias etapas, e o envolvimento interdisciplinar, interinstitucional e multidisciplinar. Envolvendo áreas de conhecimento desde a antropologia botânica até a tecnologia farmacêutica. Os estudos fitoquímicos abrangem as etapas de isolamento, identificação dos constituintes importantes dos vegetais, isolamento e o metabolismo das substancias responsáveis. Esses conhecimentos permitem identificar atividade biológica, espécie vegetal, distinguir frações e/ou substancias bioativas. A avaliação da atividade biológica abrange a investigação das atividades toxicológicas e farmacológicas das substancias isoladas (TOLEDO et al., 2003).

Apesar das plantas medicinais serem utilizadas desde a antiguidade, ações para regularização e critérios científicos para os medicamentos à base de plantas são recentes. Os fitoterápicos necessitam de um registo oficial, mas, antes do registro e pedido de introdução ao mercado é necessário uma avaliação para comprovação da sua qualidade, segurança clínica e eficácia. Segundo a OMS, um registro oficial de plantas medicinais deve seguir um conjunto de informações afim de ter um reconhecimento unanime, devendo ser classificadas pelas seguintes categorias:

Classe I, plantas medicinais com segurança já comprovada; Classe II, segurança verificada apenas por determinadas condições; e por fim, a classe III, que são plantas medicinais com duvidosa segurança (TELES, 2013)

3.2.3 Fitoterápicos e Nutrição

O nutricionista enquanto profissional de saúde, tem papel fundamental na utilização de recursos oriundos da fitoterapia, uma vez que, a fitoterapia é o método de tratamento caracterizado pela utilização de plantas medicinais em suas diferentes preparações (DE CAMARGO E DE LEÇA PEREIRA, 2013).

Os nutricionistas tiveram a regulamentação da prescrição de fitoterápicos através da resolução do CFN n° 402/077, entretanto o texto não especifica nenhum tipo de especialização para a utilização dessa pratica, frisando apenas a

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recomendação de devida capacitação, é importante ressaltar que o Conselho Federal de Nutricionistas recentemente editou a resolução 525/2013 que estabelece novas regras para a pratica da fitoterapia pelo profissional de nutrição (DE CAMARGO E DE LEÇA PEREIRA, 2013).

Para a prescrição de plantas medicinais e drogas vegetais não é necessária nenhuma especialização para o nutricionista, entretanto, para a prescrição de fitoterápicos magistrais apenas o nutricionista portador de título de especialidade, ou certificado de pós-graduação nessa área. Uma vez que, para a prescrição de fitoterápicos é necessário um domínio vasto acerca do assunto, como: dosagem, duração do tratamento, interações fármaco-nutriente (que podem implicar na ineficácia do tratamento e deficiências de vitaminas e minerais), efeitos adversos, forma de apresentação e posologia (DE MOURA et al., 2016).

A resolução CFN n° 556/2015 regulamenta a pratica da fitoterapia pelos nutricionistas. Frisando em seu Art 3°, parágrafo 1 que a prescrição de plantas e chás medicinais é permitida por todo nutricionista, mesmo que sem título de especialidade. No parágrafo II regulamenta que a prescrição de medicamentos fitoterápicos como complemento na sua prescrição dietética só deve ser realizada pelo nutricionista portador de título de especialista em fitoterapia.

3.2.4 Fitoterápicos Hipoglicemiantes

Vale salientar que a maioria dos estudos experimentais publicados entre 2001 e 2011, foram realizados em ratos, sendo os fármacos mais utilizados para indução do DM em animais foram o Aloxano e a Estreptomicina (STZ), a ação citotóxica desses agentes é medida por ROS, com algumas diferenças em seus mecanismos de ação.

O aloxano é formado de radicais superóxido, o que estimula a concentração de cálcio citosolico, o que acarreta a destruição das células ß do pâncreas, enquanto a STZ entra na célula por meio do GLUT2, e origina a alquilação do DNA, e gera a necrose das células ß pancreáticas (TELES, 2013).

Ainda hoje, nas regiões periféricas do país, e até mesmo em cidades grandes, as plantas com cunho medicinal são comercializadas livremente em feiras, ou mercados populares, e também sendo cultivadas na própria residência. Ainda assim, as plantas medicinais da flora nativa são utilizadas nessas regiões sem nenhuma ou

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pouca comprovação de suas propriedades medicinais, sendo indicadas por pessoas que já utilizaram, ou até mesmo os próprios comerciantes (DE SOUSA et al., 2021).

O grupo de plantas utilizadas como terapia em diversas enfermidades humanas, bem como diversas plantas com fins antidiabéticos, plantas essas que contêm como princípios ativos os flavonoides e glicosídeos, que possuem atividade antioxidante, que induzem efeitos hipoglicemiantes. Além disso estudos comprovam que os flavonoides regeneram as células beta danificadas. Entretanto, a automedicação com plantas é preocupante quando realizada em conjunto com os medicamentos, pois podem levar a efeitos sinérgicos, e gerar interações não esperadas pelos médicos (DE SOUSA et al., 2021).

O uso de fitoterápicos como forma de auxiliar a terapêutica em doentes diabéticos, tendo em vista que pode somar benefícios a terapêutica convencional, existem diversas plantas medicinais popularmente conhecidas por suas propriedades antidiabéticas, e com mecanismos de ações diferentes e fitoconstituentes. Esses fitoconstituentes, que são componentes ativos das plantas, que executam ações que diminuem nos níveis de glicose no sangue, mecanismos esses que são variados, bem como: o aumento da liberação de insulina através das células ß do pâncreas, aumento do consumo de glicose pelos órgãos, resistência a hormônios que aumentam a glicemia, dentre outros (TELES, 2013).

As plantas medicinais são consideradas remédios eficazes, e sem grandes efeitos colaterais, a automedicação com plantas, considerada por muitos como ação milagrosa, chega até ao extremo por ser substituído terapias em doenças graves, como por exemplo plantas com efeitos hipoglicemiantes e/ou antidiabéticas (VOLPATO et al., 2014).

O uso de plantas medicinais como tratamento para diabetes é considerado o mais antigo tratamento, o qual era recomendado uma dieta com grandes quantidades de fibras, advindas dos grãos de algodão e ocre, entretanto após a inserção do uso de terapias convencionais como hipoglicemiantes orais e insulina, o uso de planas como tratamento diminuiu. Em regiões onde a medicina convencional ainda não está tão desenvolvida, e tão ao dispor da população, o uso de terapias naturais para diabetes ainda permanece como principal forma (VOLPATO et al., 2014).

O aumento da utilização de fitoterápicos é justificado através da grande aceitação social, e da crença popular dos produtos naturais. Além disso, o fácil acesso a esses produtos devido a comercialização online, sem necessidade de prescrição

(35)

medica. Várias plantas estão sendo alvos de estudos que comprovem os efeitos terapêuticos no DM, uma vez que várias plantas apresentam grandes potenciais hipoglicemiantes (TELES, 2013).

As plantas medicinais utilizadas no controle glicêmico apresentam benefícios, como o controle no metabolismo de carboidratos, o que faz com que elas sejam excelentes alvos para o desenvolvimento de estudos para modelos terapêuticos para a utilização do diabetes (SALVI et al., 2016).

O mecanismo de ação no qual há uma diminuição da glicemia sanguínea pode ser atribuído aos seguintes motivos: resistência aos hormônios que aumentam a taxa de glicose, liberação da insulina através do estimulo das células beta, aumento do consumo de glicose pelos tecidos e órgãos, eliminação de radicais livres, dentre outros estímulos. Algumas plantas associadas a terapêutica do diabetes são consideradas toxicas (NEGRI, 2005).

Pelo fato de ser uma doença crônica, o diabetes é alvo de interesse por busca de novos tratamentos para doença, dessa maneira diversas espécies vegetais vêm sendo citadas na literatura, como grandes possibilidades no tratamento dessa patologia, atuando também como atenuante de seus sintomas e possíveis consequências. Por isso, os fitoterápicos vêm ganhando fama nesse meio, por ser uma opção de terapia, com baixo custo e diversas variedades no meio vegetal brasileiro (DE BRITO et al., 2020).

(36)

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A apresentação dos resultados foi ilustrada no quadro 1, sintetizando as principais características metodológicas e resultados dos artigos elegíveis.

.

Figura 1: Diagrama do processo de seleção dos artigos Fonte: Dados da pesquisadora (elaborado em 2021)

IDENTIFICAÇÃO

24 artigos- Base SciELO 15 artigos- Base Revista Brasileira

de Saúde

5 artigos - Base BDTD

TRIAGEM

ELEGIBILIDADE

INCLUSÃO

40 artigos após a filtragem 10 Artigos identificados pelo titulo

20 artigos fugiam do tema abordado

10 artigos foram lidos e excluídos pois não tinham objetivo no trabalho

33 artigos foram inclusos pelos critérios de seleção.

(37)

AUTOR/ANO CARACTERÍSTICA DA POPULAÇÃO

INSTRUMENTOS DE PESQUISA

RESULTADOS DA PESQUISA Feijó et al.,

(2012)

18 idosos com idade entre 60 e 77 anos,

sendo 14 do sexo feminino.

Questionário aplicado aos

idosos.

Os participantes citaram 20 plantas medicinais. Entre as plantas mais citadas para diminuir os níveis de glicose sanguínea, foram encontradas Sphagneticola

trilobata, Bauhinia spp. e Syzygium cumini. A maioria dos idosos utilizam a folha das plantas, com

exceção da

Myrrhinium

atropurpureum que é utilizada a casca do tronco, a Persea americana, que é utilizado o caroço para o chá. O método de infusão foi citado por 13 entrevistados, outros 3 citaram que ferviam a planta junto com a água, e outros dois variavam entre esses dois métodos de preparo. Citrus sp.

e Persea americana para a utilização são deixadas no sereno por uma semana, e após esse tempo é ingerido uma colher todos os dias em jejum.

(38)

FIGUEIREDO, FILHO (2015).

28 pacientes

diabéticos, com idade entre 30 e 65 anos.

Modelo experimental

Foram realizadas três avaliações durante o estudo. A primeira é a avaliação inicial de linha de base, a segunda a avaliação após 30 dias e por fim, a avaliação após 60 dias. Na avaliação inicial foi realizada a anamnese, com solicitação de dosagens bioquímicas de glicemias em jejum, e pós prandial, e hemoglobina glicosilada. Durante o período de estudo, três pacientes solicitaram exclusão da pesquisa, uma delas porque alcançou níveis de glicose que

precisou de

intervenção

medicamentosa. A avaliação da eficácia das variáveis entre o grupo GC e o GE apresentaram

diferença estatística com relação a glicemia em jejum de 0,002 e de peso 0,020. Nos níveis glicêmicos pós prandial e HBA1C não apresentou

resultados.

Referências

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