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O principal objectivo do projecto é sinalizar os pontos fracos e as possíveis melhorias nas políticas e instrumentos de participação e inclusão dos jovens de origem imigrante. Tendo em conta este objectivo foi realizado pela equipa de investigação quatro Focus Group com jovens imigrantes. Focus Group é definido como grupo de discussão, é utilizado para a recolha de dados, podendo ser utilizada em diferentes momentos da investigação. Morgan (1996,1997) considera que o Focus Group é uma técnica de investigação de recolha de dados através da interacção do grupo sobre um tópico lançado pelo investigador. Segundo este, o investigador tem um papel activo na dinamização da discussão do grupo para efeitos de recolha de dados. Krueger e Casey (2009) salientam o papel dos participantes na discussão de um determinado assunto, pois estes contribuem para a compreensão do mesmo, salientam ainda o facto de os participantes terem alguma característica em comum e relevante face ao tema em discussão.

Foram realizados em quatro locais distintos, o primeiro no CIUL, espaço cedido pela Câmara de Lisboa, que se situa no centro de Lisboa. O Segundo no teatro IBISCO, situado na Apelação, o terceiro na associação BUÈ FIXE, que se encontra a desenvolver as suas acções no bairro da Quinta da Lage, Amadora, e o quarto no espaço LX Jovem, que é um espaço da Câmara situado no bairro do Armador, Bela Vista, aberto a todos os jovens. A localização dos Focus Group permitiu-nos chegar a um público diversificado, com características distintas e com problemas diferentes. Foram abertos a todos os jovens imigrantes de idades compreendidas entre os 18-29 anos que demostraram interesse em participar. Para chegarmos ao nosso público- alvo contamos com a ajuda das associações, que desde o início demostraram-se disponíveis para divulgarem o projecto e encaminharem jovens. Contamos ainda com o impacto que as redes sociais têm nos jovens, utilizamos a página do facebook da associação para fazer divulgação, e ainda com o impacto que a música e o teatro têm na vida deste jovens imigrantes. Através de improvisações realizadas no teatro IBISCO, com improvisações musicais de hip hop realizadas na Associação BUÈ FIXE e formação musical realizada no espaço LX Jovem conseguimos que os jovens expressassem as suas ideias, e assim recolher as informações necessárias.

37 Primeiramente o projecto foi apresentado aos jovens, pois nem todos tinham conhecimento do seu objectivo e de como este estava a ser desenvolvido. Foi ainda feita uma apresentação de como a discussão iria decorrer. A mesma foi lançada com algumas questões iniciais, tendo em consideração os temas como a integração, exclusão social, os serviços disponíveis, os impactos da União Europeia, barreiras encontradas e a sua linha de pensamento foi mantida pelos coordenadores.

Os jovens imigrantes enfrentam uma grande dificuldade, a integração na sociedade do país de acolhimento. Como tal, quando falamos em integração os jovens têm as suas opiniões muito bem definidas. Para os participantes do Focus Group a integração acontece quando o imigrante sente- se ligado a um lugar, quando este pertence a um lugar. É um processo, como tal tem diversas etapas e formas, ou seja a integração é possível fazer-se através da via social, económica, cultural, habitacional, mas todos os pontos têm de estar presentes para a integração ser plena. Se falhar um, por exemplo, se o imigrante não tiver acesso a uma vida económica estável, que lhe permita também ter uma vida social, a sua integração não é plena, pois não vai sentir que tem um lugar na sociedade. Um outro problema que advém da integração, ou quando esta não ocorre, é a exclusão que leva ao racismo e aos maus tratos. Maior parte dos jovens tinha uma história para contar de exclusão social, um momento onde foram tratados de maneira diferente por serem imigrantes, por terem uma cultura diferente. A exclusão social infelizmente ainda está presente na vida dos imigrantes. As classes sociais ainda excluem quem não partilha as mesmas características, quem não tem acesso aos mesmos bens. Esta exclusão leva a problemas mais sérios, a problemas muitas vezes psicológicos, como por exemplo à depressão e até ao suicídio.

Ligado à exclusão social vem o estigma, o preconceito. A população imigrante é uma população com carências económicas, e muitas vezes nem acesso à habitação tem, quando tem, as habitações estão localizadas nas periferias ou nos bairros sociais, o que só por si leva a uma exclusão. Continua a existir a ideia formada que os bairros sociais são onde as pessoas mais carenciadas vivem, onde residem os marginais e onde existe uma grande taxa de criminalidade. Os jovens imigrantes estão presos nesta generalização, o facto de viverem nas periferias ou até mesmo em bairros sociais não lhes permite aceder a algumas oportunidades, como por exemplo ao trabalho. Alguns jovens participantes afirmaram terem perdido oportunidades de emprego porque simplesmente moravam num bairro social, mas também não conseguem ter acesso a outro tipo de habitação.

O facto de os imigrantes muitas vezes não falarem a mesma língua que o país de acolhimento dificultada a sua integração. A língua facilita a comunicação, facilita o acesso às informações e evita a solidão na medida em que permite a socialização com outros membros. Podemos considerar que a aprendizagem da língua do país de acolhimento é um meio para o imigrante

38 conseguir-se integrar. Para além da língua é importante a pertença a um grupo, a um grupo que não seja o grupo de trabalho ou o grupo da escola. Pertencer a um grupo de dança, de desporto ou de qualquer actividade sociocultural é uma maneira de sentir que se faz parte de algo, mas também de conhecer novas pessoas, de conhecer a cultura e os costumes. Como exemplo temos o teatro IBISCO, que permite aos jovens imigrantes pertencerem a algo, mesmo que não estejam plenamente integrados na sociedade.

Uma outra questão que está interligada à integração e à exclusão, é a aquisição dos documentos, todos os jovens consideram que a obtenção de documentos é essencial para a integração, que é o primeiro passo para conseguir acesso a todos os outros serviços que a sociedade tem para oferecer. A aquisição de documentos é um processo demorado e não é fácil devido à legislação portuguesa. Como tal, muitos imigrantes têm de viver em situação irregular numa fase inicial, durante esse período o imigrante está numa situação vulnerável, muitas vezes numa situação de carência económica e vive em sobressalto, com medo que as autoridades o apanhem e que o obriguem a retornar para o seu país de origem. Mas não é só os imigrantes em situação irregular que não conseguem integrar-se. Os jovens imigrantes que venham com visto de estudante não têm uma integração plena na sociedade do país de acolhimento. A escola é um bom mecanismo de integração para estes jovens, permite-lhes conhecer novas pessoas e conhecer a cultura do país, mas tem um reverso. Os imigrantes que chegam com visto de estudante, apenas podem estudar e não podem trabalhar, têm que ter alguém que se responsabiliza por eles. Os jovens sentem que fazem parte do grupo estudantil da escola mas sentem que não estão plenamente integrados na sociedade, pois não têm acesso ao mercado laboral, ou seja, não chega a ser uma integração plena devido ao facto de apenas terem acesso à educação mas não ao mercado laboral, deixando em falta um dos pilares da integração. Ter acesso

ao mercado de trabalho muitas vezes não quer dizer que os imigrantes estejam plenamente

integrados pois muitas vezes conseguem apenas trabalhos temporários, ou de classificações mais baixas do que as que têm. Então não se sentem que pertencem a algo, sentem que lhes são dados os trabalhos que ninguém quer e que eles aceitam porque precisam.

Existem diversos serviços disponíveis em Lisboa, de apoio ao imigrante. Os mais conhecidos pelos jovens são o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e o Centro Nacional de Apoio ao Imigrante (CNAI). Os jovens consideram que os serviços disponíveis em Lisboa poderiam ter maior visibilidade. O SEF é o mais conhecido, não por ter uma grande visibilidade mas por ser um lugar obrigatório para a comunidade imigrante, pois é onde conseguem tratar da sua legalização. O CNAI, já não é um centro de paragem obrigatória e, como tal, é menos conhecido. Muitos jovens sabem que existe, mas não sabem os serviços que este oferece, não sabem que são serviços gratuitos. Na comunidade imigrante existe a crença que como imigrantes em situação irregular

39 não têm direito a nenhum serviço, a nenhuma ajuda que não seja paga, o que leva muitos imigrantes a desconfiarem da ajuda gratuita e consideram que esta não vai ser benéfica para a resolução dos seus problemas. Esta falta de confiança leva também à não procura de serviços de apoio.

Um outro factor que leva a este desconhecimento é a localização dos serviços. Maior parte dos serviços estão localizados no centro de Lisboa e não onde se centra a população imigrante que é nas preferias, o que leva ao desconhecimento dos mesmos, ou mesmo que conheçam, não têm os recursos para se deslocar. Existe uma grande quantidade de serviços disponíveis, mas nem todos funcionam da melhor maneira. Existem impedimentos que muitas vezes dificultam a ajuda prestada. Uma grande barreira é a língua, muitos imigrantes não sabem falar a língua do país de acolhimento, e muitos dos serviços não estão preparados para este factor, o que leva a uma falha de entendimento entre ambas as partes. Uma outra é o longo período de espera, Este muitas vezes deve-se à falta de funcionários existentes em cada serviço. Para colmatar estas questões, os jovens consideram que é necessário uma maior divulgação dos serviços, mais recursos humanos e principalmente formação não apenas a nível linguístico, mas também a nível comportamental. Pois consideram que muitos funcionários não têm as características essenciais para lidar com a população imigrante, perdem a paciência com alguma facilidade, ou tratam as pessoas com desapego. A crise financeira que hoje se vive, não só no país mas também na União Europeia é um factor que pode afetar directamente ou indirectamente a integração dos imigrantes do país de acolhimento. Devido à crise, existem cortes financeiros que prejudicam os imigrantes, na medida em que os serviços deixam de ter a mesma qualidade.

Podemos concluir que a integração na sociedade é fundamental e que esta tem diversas formas, podendo ser social, económica e habitacional. Caso os imigrantes não tenham acesso a uma das formas a integração não é plena. Existem dois elementos muito importantes para ocorrer a integração, a aquisição dos documentos e a aprendizagem da língua. A aquisição dos documentos porque permite ao imigrante participar na vida da sociedade, ter acesso a um trabalho digno e a uma habitação. A língua, pois permite ao imigrante comunicar, expressar-se de uma forma mais clara e pertencer a grupos, não só a grupos de trabalho mas também a grupos sociais. Os serviços de apoio aos imigrantes são suficientes, mas apresentam algumas falhas, como por exemplo, a sua localização que não é acessível para os jovens imigrantes, a falta de divulgação já que muitos espaços existem e têm diversos serviços disponíveis, mas não são do seu conhecimento. Apresentam ainda uma grande lacuna em termos de recursos humanos pois muitos jovens sentem que os funcionários não estão disponíveis nem têm as características necessárias para lidar com a comunidade imigrante, e a escassez dos mesmos faz com que o tempo de espera em cada serviço seja demasiado. Devemos ainda referir que a crise em que o

40 país e a União Europeia vivem, prejudica os imigrantes, pois os serviços prestados são afectados com os cortes financeiros.

4. Propostas

Em todos os Focus Groups concordaram que a quantidade de serviços existentes é suficiente, falando de Lisboa no geral, pois consideram que há diversos serviços especializados nas diferentes áreas. Mas cabe destacar as sugestões de alguns deles para criar espaços de convívio nas periferias onde os jovens possam juntar-se e desenvolver atividades do seu interesse, nomeadamente atividades musicais, audiovisuais e informáticas com equipamentos disponíveis e adequados. Este tipo de espaço existem no centro da cidade, mas os jovens das zonas periféricas não têm acesso nem condições para se deslocar e consideram que seria um óptimo instrumento de integração já que muitos deles sairiam das ruas.

Em vistas de já haver uma grande quantidade de serviços em Lisboa os jovens propõem melhorar a qualidade dos mesmos. Uma das sugestões mais ouvidas nas sessões foi a formação dos profissionais que trabalham nestes serviços. Esta formação deveria orientar sobre uma forma protocolar de atendimento a imigrantes. De modo a que haja uma consciencialização das problemáticas que envolvem a situação dos jovens, ou seja conscientização dos processos para conseguir a legalização, trâmites legais, e interiorização da existência de barreiras linguísticas e das diferenças culturais. Para que o atendimento fosse feito com mais paciência, esclarecendo todas as dúvidas, utilizando uma linguagem mais simples e clara e, sobre tudo, orientando às pessoas.

Em relação à quantidade e qualidade dos serviços é evidente que o factor da difusão tem uma grande importância. Existem organizações e entidades ao longo da cidade que promovem programas e atividades de integração para os jovens imigrantes, mas não funciona por uma divulgação deficiente. É preciso melhorar os meios através dos quais se tenta atingir aos jovens. Eles mesmos propõem estratégias inovadoras baseadas no contacto directo, como eventos outdoors ou promotores nas ruas. A maioria deles confessam não dar atenção aos flyers ou cartazes afixados nas paredes e muitos não costumam ter acesso a internet. De facto as acções de maior sucesso são aquelas que contam com a presença da entidade no próprio local de maneira que os promotores e organizadores conhecem pessoalmente os jovens. Por exemplo, os jovens do Teatro IBISCO consideram que esta entidade consegue chegar aos jovens imigrantes do bairro pelo facto dos responsáveis do espaço estarem sempre presentes e acharem que é uma prática que deveria ser replicada no resto das entidades com os mesmos objetivos.

41 A maioria dos jovens contactados são estudantes. Um dos desafios propostos neste âmbito foi a criação de um visto temporário de trabalho que os permita aceder a um emprego remunerado em território nacional sem ter que voltar ao seu país de origem nem deixar os estudos.

Sendo conscientes da complexidade burocrática relacionada com as questões legais dos imigrantes, os jovens propõem uma descentralização do SEF permitindo às associações de imigrantes tomar parte ativa nos processos relativos à documentação. As entidades do terceiro setor e as públicas como o CNAI têm profissionais especializados nas leis de imigração que poderiam executar muitos dos processos. A divisão de tarefas tornaria o trabalho mais eficaz e aproveitaria mais os recursos disponíveis.

Também neste sentido é importante a articulação com as Embaixadas e Consulados dos países de origem e, infelizmente, a resolução de trâmites burocráticos nalgumas delas é praticamente impossível. Foi proposto a elaboração de um protocolo entre o Governo português o as Embaixadas dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa). Este acordo facilitaria a troca de documentos e informação entre países permitindo uma maior velocidade e eficácia na hora de resolver questões burocráticas.

INQUÉRITOS Nacionalidade: Masculino Feminino 16 26 Sem Nacionalidade: Masculino Feminino 21 21

Data de nascimento dos Jovens:

1982 1 1986 5 1987 4 1988 8 1989 8 1990 5 1991 7

42 1992 10 1993 12 1994 12 1995 5 1996 2 1997 1 1998 2 1999 1 Habilitações literárias: 1º Ciclo 0 2º Ciclo 2 3º ciclo 17 Ensino secundário 38 Ensino Superior 39 Outro 4

Nível de Português 1 (fraco) /5 (forte)

1 1

2 2

3 7

4 21

43 Gráfico 1 Gráfico 2 0 5 10 15 20 25 30 35 40

Desempregado Trab full time Part-time Estudante

Profissão dos Jovens imigrantes em

Portugal

femenino masculino 0 2 4 6 8 10 12 1 a 6 m es es 1 a n o 2 a n o 3 a n o s 4 a n o s 5 a n o s 6 a n o s 7 a n o s 8 a n o s 9 a n o s 10 an o s 11 an o s 14 an o s 15 an o s 16 an o s 17 an o s 18 an o s 19 an o s 20 an o s 22 an o s 25 an o s 26 an o s 34 an o s

44 Gráfico 4

Legenda: A- Pedido de informações; B- Práticas Burocráticas; C- Participação em cursos; D- Procura de emprego; E- Apoio á criação de negócio; F- Participação nos serviços culturais e recreativos; G- Participação das associações de promoção social, H- Outros

0 10 20 30 40 50 60 70 a b c d e f g h

Razão da utilização dos serviços

Razão da utilização dos serviços Gráfico 3 0 5 10 15 20 25 30 35 40

Profissão dos pais

Feminino ( mae) Masculino ( pai)

45 Gráfico 5 Legenda: A- Internet; B- Amigos ou conhecidos; C- Publicidade; D- Família; E- Escola ou trabalho, F- outros

Gráfico 6

Legenda: A- Dificuldade para chegar ou atingir o serviço; B- Muito tempo de espera; C- Pouca utilidade; D- São pouco conhecidos, E- Dificuldade linguística, F- Outros

Modo de conhecimento do serviço

a b c d e f 0 5 10 15 20 25 30 35 A B C D E F G

Motivo da não utilização dos serviços

Motivo da não utilização dos…

46 Gráfico 7

Legenda: A- CNAI;B- CLAII;C- Camara Municipal de Lisboa; D- Junta de Freguesia; E- Santa Casa da Misericórdia, F- GIP/IEFP, G- SEF, H- Loja do Cidadão; I- Embaixadas e Consulados; J- Associação IBISCO, K- Associação Raízes; L- Associação Moinho da Juventude; M- Associação Batoto Yetu; N- Associação DÌNAMO; O- Associação Renovar a Mouraria; Q- Espaço LX Jovem, R- Outros

5. Considerações gerais

No total foram realizados 84 questionários. A população da investigação foram os jovens imigrantes ou filhos de imigrantes com idades compreendidas entre os 18- 29 anos de idade, como esta é muito vasta e nós não tínhamos como chegar a todos, escolhemos uma amostra. Esta foi escolhida por conveniência, ou seja, os investigadores dirigiram-se a locais específicos, onde saberiam de antemão que seria fácil encontrar estes jovens, utilizaram ainda os seus conhecimentos, ou seja, recorreram aos seus amigos. A amostra é constituída por 37 jovens do género masculino e 47 jovens do género feminino, maior parte nascidos entre 1992 e 1994. Das 47 inqueridas 26 têm nacionalidade portuguesa e dos 37 inqueridos 16 têm nacionalidade portuguesa. Dos jovens, 38 encontram-se a frequentar o ensino secundário e 39, a frequentar o ensino superior.

Podemos ainda verificar que maior parte dos jovens tanto femininos como masculinos são estudantes, mas existem mais jovens do sexo feminino a trabalhar em part-time, mas por sua vez existem mas jovens do sexo masculino a trabalharem a full-time. O desemprego é mais acentuado nos jovens do sexo masculino do que nos jovens do sexo feminino. Nesta questão do emprego podemos ainda verificar a questão já mencionada anteriormente, que a população imigrante

0 10 20 30 40 50 60 70 a b c d e f g h i j h L m n o p q r

Serviços Conhecidos e Utilizados:

Conheço os serviços Já utilizei os serviços

47 ocupa as profissões de baixa qualificação, apesar das suas habilitações académicas. Esta está presente no gráfico da profissão dos pais (gráfico 3), como podemos verificar a maior percentagem do sexo feminino (mãe) está na profissão de doméstico, enquanto o sexo masculino (pai) se situa na categoria médico, advogado e funcionário e na categoria pedreiro, enfermeiro, vendedor e agricultor.

Podemos ainda verificar que o nível de português dos jovens é elevado, estando a maior percentagem no nível 5, este factor pode dever-se aos anos que os jovens estão em Portugal. Como podemos verificar no gráfico 2 (permanência de anos em Portugal) grande parte dos jovens encontram-se em Portugal há 3 anos, 5 anos, 8 anos, 10 anos e 19 anos. O que nos leva a concluir que alguns jovens sejam filhos de imigrantes, ou já tenham nascido cá. Mas não devemos deixar de ter em conta que a língua, como já foi referido, é um factor essencial para a integração dos jovens imigrantes. O alto nível de português pode dever-se também à necessidade que os jovens possam sentir de aprender a língua para se integrarem. Em termos da utilização dos serviços podemos verificar que os jovens conhecem os mesmos, mas que este conhecimento não significa que já os tenham utilizado. Podemos concluir que os serviços mais conhecidos são o CNAI, a Câmara Municipal de Lisboa, a Junta de Freguesia e a Santa Casa da Misericórdia, por outro lado os serviços mais utilizados são a Junta de Freguesia, o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), Loja do Cidadão, Embaixadas e Consulados. É ainda de referir que as Associações que trabalham com os jovens, que apoiam a integração dos mesmos são pouco conhecidas e pouco utilizadas pelos jovens em geral. No gráfico 4, analisamos que a razão que leva os jovens a procurar os serviços são práticas burocráticas (documentos para a cidadania, suporte legal). Como já tínhamos verificado, a questão dos documentos é também essencial para a integração dos jovens, sem os mesmos tudo se torna mais complicado. O pedido de informações é outra questão que leva os jovens imigrantes a procurar estes serviços. Concluímos que a participação nos serviços culturais e recreativos e a participação nas associações de promoção social tem uma percentagem baixa de utilização. Maior parte dos jovens não procuram este tipo de serviços, pois consideram que muitos deles não dão resposta às suas necessidades. Esta não utilização está reflectida no gráfico (motivos da não utilização dos serviços), muitos dos jovens consideraram que não utilizam os serviços devido à sua pouca utilidade, mas também devido ao tempo de espera de cada serviço e ao facto de serem pouco conhecidos.

Um outro factor interessante é o facto da barreira linguística, poucos foram os jovens que

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