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Relatório de investigação realizado para o projeto BY-ME Boosting Young Migrants Participation in European Cities ELABORADO POR: Teresa PEDROSO

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ELABORADO POR: Teresa PEDROSO

NOVOS CIDADÃOS DA

UNIÃO EUROPEIA. POLÍTICAS

E SERVIÇOS NO TERRITÓRIO

DE LISBOA

Relatório de investigação realizado para o projeto BY-ME – Boosting Young

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The European Commission support for the production of this publication

does not constitute endorsement of the contents, which reflects the views

only of the authors, and the Commission cannot be held responsible for any

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Ficha Técnica

TÍTULO

Relatório de investigação BY-ME “Boosting Young Migrants’ participation in European

cities: transnational solutions to common challenges”

ENTIDADE PROMOTORA E COORDENAÇÃO DO PROJETO

ICEI (Istituto Cooperazione Internazionale Econômica)

ENTIDADE FINANCIADORA

CE (Comissão Europeia)

ORGANIZAÇÕES E PARCEIROS

Itália:

- ICEI - Istituto Cooperazione Internazionale Econômica

- Município de Milão

Portugal:

- ALCC - Associação Lusofonia, Cultura e Cidadania

- Câmara Municipal de Lisboa

Espanha:

- Federação de Catalunya d'Entitats Llatinoamericanes Fedelatina

- Câmara Municipal de Barcelona

ELABORADO POR:

ALCC - Associação Lusofonia, Cultura e Cidadania

Teresa Pedroso

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Índice

Introdução ... 4

1. Metodologia ... 6

1.1. População e Amostra ... 6

1.3. Contexto da população imigrante em Lisboa ... 7

1.4. População jovem imigrante... 9

1.5. A taxa de imigração em Portugal e nos outros países da União Europeia ... 10 1.6. Aquisição da nacionalidade ... 12 1.7. Cidadania e Participação ... 13 1.7.1. Acolhimento ... 13 1.7.2. Habitação ... 13 1.7.3. Saúde ... 14 1.7.4. Participação cívica ... 15 1.7.5. Associativismo ... 16 1.7.6. Educação ... 19 1.7.7. Emprego ... 19

1.7.8. Relação com o país de origem ... 22

2.2. Pelouro dos Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa ... 24

2.3. Batoto Yetu Portugal (Associação Cultural e Juvenil) ... 25

3. Focus Group ... 36 4. Propostas ... 40 6. Conclusões ... 50 Agradecimentos ... 52 Bibliografia ... 53 Webgrafia ... 53 Anexos ... 53

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Introdução

“A migração é o resultado de decisões individuais ou familiares, mas também faz parte de um processo social. Em termos económicos, a migração é tanto um fenómeno mundial como o comércio de mercadorias ou de bens manufacturados. Designa o movimento das populações, mas faz parte de um modelo mais vasto e é um sinal de relações económicas, sociais e culturais em transformação.”

Fonds des Nations Unies pour la Population, 1993.

O conceito de imigração refere-se ao movimento de entrada em dado país, região ou cidade e não é um fenómeno constante, ao longo do tempo tem registado alterações. Um imigrante é a uma pessoa que abandona o seu país de origem de forma voluntária para se estabelecer noutro, que por sua vez é chamado país de acolhimento. A ideia de acolhimento passa pelo modo como a sociedade de “destino” e as suas instituições criam as condições necessárias para os receber e integrar. Mas será que os países estão preparados para acolher os imigrantes?

Devido à crise económica e aos impactos que esta tem no mercado de trabalho, o fluxo migratório tem vindo a diminuir nos últimos anos. No caso do território de Lisboa, a diminuição do fluxo não se regista, antes pelo contrário, regista-se algum crescimento anual. Lisboa continua a ser uma cidade atractiva para a população estrangeira. Tendo constatado ao longo dos anos uma mudança na nacionalidade da população imigrante, verificou-se um decréscimo das nacionalidades tradicionais (Angolana, Cabo Verdiana, Guineense, Santomense), para se registar uma maior incidência de grupos de imigrantes vindos da China, India, Nepal, Bangladesh (Fonte SEF).

A investigação decorre no âmbito do projecto BY-ME “Boosting Young Migrants’ participation in European cities: transnational solutions to common challenges” que tem como principal objectivo contribuir para o fortalecimento da participação cidadã dos jovens de origem estrangeira e facilitar a sua inclusão no debate sobre as medidas nacionais e europeias, isto porque a participação social é um elemento fundamental para a integração desta juventude imigrante. As actividades do projecto irão permitir aprofundar o debate sobre os seus processos de integração, valorizar a sua contribuição e propostas, em particular. Para alcançar o objectivo principal foi realizada uma investigação que se dividiu em três etapas, numa primeira fase temos a investigação que consiste na recolha de dados através de entrevistas, questionários, focus group. Na segunda, serão realizados seminários internacionais, onde os jovens poderão trocar

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5 informações e experiências. Por fim, teremos um Meeting onde os jovens poderão expressar as suas ideias frente à comunidade europeia.

No presente relatório irão ser apresentados os resultados e as conclusões retiradas desta

investigação. Num primeiro momento iremos fazer uma breve introdução sobre a

imigração em Portugal e na cidade de Lisboa,

tendo em conta que as informações

apresentadas estão baseadas na lei de imigração e nacionalidade aplicada à totalidade

dos imigrantes residentes em território português, é importante destacar que existem

acordos bilaterais – principalmente entre países de língua oficial Portuguesa como Brasil e

Cabo Verde, nomeadamente nas áreas da saúde e politica.

Num segundo momento, apresentaremos as instituições e as conclusões retiradas das

entrevistas realizadas. Posteriormente focar-nos-emos nos jovens e nos resultados

qualitativos e quantitativos recolhidos através dos questionários e dos focus groups. Por

fim, serão apresentadas as conclusões gerais de toda a investigação.

A realização deste projecto só foi possível devido à colaboração de todos os parceiros, dos técnicos das associações envolvidas, dos jovens que se mostraram disponíveis para participar nas várias etapas do projecto e equipa técnica da ALCC.

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1.

Metodologia

1.1. População e Amostra

O projecto tem destinado três países de intervenção, Itália, Portugal e Espanha. Sendo que a Associação Lusofonia Cultura e Cidadania ficou responsável por Portugal, mais precisamente por Lisboa devido a ser o município com mais população estrangeira, como tal, o público-alvo do projecto são os jovens entre os 18 e os 29 anos provenientes de países terceiros. Devido ao facto de ser um população muito abrangente e não termos meios de chegar a ela, optou-se por utilizar uma amostra por conveniência, onde a participação dos elementos é feita voluntariamente.

1.2. Recolha dos dados

Na realização deste estudo foi feita uma investigação qualitativa, realizada através de entrevistas semi- estruturadas, onde existiu um guião com perguntas já elaboradas, com o objectivo de chegar à informação pertinente para a investigação. O guião foi construído com questões abertas, para assim haver a possibilidade do mesmo exprimir-se e apresentar livremente a sua opinião. Numa primeira fase foram realizadas 20 entrevistas, a técnicos e dirigentes de associações de Lisboa, previamente seleccionadas, pois tinham que ser associações que trabalhassem com os jovens ou que já tivessem tido projectos com os mesmos. As entrevistas foram realizadas nas associações, os investigadores deslocaram-se às mesmas, como tal foram entrevistas presenciais e gravadas com o consentimento dos técnicos. Devemos ainda mencionar o facto de que a maior partes dos técnicos mostraram-se disponíveis para colaborar nas outras etapas da investigação.

Foi também realizada uma investigação quantitativa, esta por sua vez foi feita através de 84 questionários de tipo misto, aos jovens. Compostos por 20 preguntas, tanto abertas como fechadas, sendo as primeiras fechadas e as segundas abertas.

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1.3. Contexto da população imigrante em Lisboa

A imigração é vista como um fenómeno social, o imigrante é considerado como um actor social, ele por sua vez contribui para a mudança da sociedade. Alguns autores consideram que a imigração começou na época dos Descobrimentos, outros posteriormente na revolução industrial, ou seja, é um fenómeno que tem acompanhado a história, mas não é um fenómeno constante pois ao longo do tempo tem vindo a sofrer alterações. Inicialmente quando se deu a revolução industrial, as pessoas saíam do campo para a cidade, posteriormente começaram a circular de cidade em cidade, hoje devido ao avançar do tempo e ao conhecimento que temos dos outros países, a imigração já é feita de país para país. Mas desde sempre o que movia as pessoas a fazerem esta mudança era a procura de melhores condições de vida, esta procura hoje juntamente com a ideia de ser feliz ainda é uma das principais razões que leva as pessoas a saírem do seu país.

Quando falamos em imigração devemos salientar três questões. O país de origem, ou seja o país onde o imigrante nasceu. O país de acolhimento, ou seja o país que o acolhe, e o imigrante, actor social que sai do seu país de origem para o país de acolhimento. Podemos considerar dois tipos de imigrantes, aqueles que vão para o país de acolhimento e realizam uma socialização, uma integração no país escolhido, ou seja aprendem os costumes, regras e começam a viver segundo as mesmas. Não existe um esquecimento dos costumes e regras do país de origem, este tipo de imigrantes opta por ensinar, dar a conhecê-los. Por outro lado, existem os imigrantes que optam por viver segundo os costumes e regras do seu país de origem, sem se integrar no seu novo país. A imigração apresenta consequências negativas e positivas para o país de acolhimento. Em termos económicos a imigração contribui para o rejuvenescimento da população, para o seu crescimento e ainda ajuda a equilibrar os contrastes dos sistemas de protecção social. As consequências negativas não são só para o país de acolhimento, mas para os próprios imigrantes, pois estes recebem salários inferiores, muitos não trabalham na área para o qual estão qualificados, muitas vezes tem problemas com o pagamento dos salários, sofrem descriminação, etc...

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8 A população estrangeira em Portugal tem vindo a diminuir nos últimos anos, mas este decréscimo não se tem verificado na cidade de Lisboa, antes pelo contrário tem-se registado um aumento de volume da população estrangeira residente em Lisboa, como podemos verificar no quadro 1. No ano de 2009 existiam 43.527 estrangeiros e em 2013 já existiam 46.426 estrangeiros

residentes em Lisboa. Podemos ainda verificar o decréscimo da população estrangeira residente em Portugal, em 2006 existiam 420.189 estrangeiros em Portugal sendo que em 2013 apenas 401.320. Este decréscimo pode ser explicado através da crise económica que se verifica em Portugal, pois esta tem impactos directos no mercado de trabalho, existe uma maior dificuldade em encontrar emprego.

Devemos salientar o facto de as nacionalidades estarem a mudar, existe um decréscimo das principais nacionalidades (Cabo Verde, Angola, Brasil, Guiné Bissau, São Tomé Príncipe) e um

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9 aumento do grupo de asiáticos, principalmente chineses, no município de Lisboa (figura 1). Apesar do decréscimo verificado Brasil continua a ser uma das nacionalidades mais representativas, logo a seguir a China e Cabo Verde (quadro 2).

1.4. População jovem imigrante

Em relação aos jovens imigrantes residentes em Lisboa não existem dados específicos, ou seja não existem dados que nos permitam dizer especificamente quantos jovens imigrantes existem nem as suas nacionalidades, pois apenas existem dados dos nacionais estrangeiros, ou seja dos imigrantes que já se encontram em situação regularizada em Portugal. Os que se encontram em situação irregular não estão contabilizados, pois não existe forma para tal. Através de uma análise podemos verificar que a população de nacionais estrangeiros é maioritariamente jovem/adulto, a percentagem de idosos não é significativa. Este factor é benéfico na medida que assim existe uma maior probabilidade do aumento da natalidade. Os países que se destacam devido à sua porção de jovens são: o Brasil, a India, o Bangladesh, o Nepal e a Roménia (figura 2).

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1.5. A taxa de imigração em Portugal e nos outros países da

União Europeia

A União Europeia permite a livre circulação dos cidadãos nos Estados-Membros, ou seja é possível uma livre circulação dentro das suas fronteiras. Esta, por sua vez é uma estratégia para atrair um determinado perfil de imigrantes, com o objectivo de colmatar algumas necessidades específicas, como por exemplo o emprego. Para além desta política de incentivo existe ainda um esforço por parte da União Europeia de prevenir a imigração não autorizada e o emprego ilegal dos imigrantes e de promover a integração dos mesmos na sociedade. Como podemos verificar na figura 03 a taxa de imigração de Portugal baixou significativamente em 2013, passando de 4.2 em 1998 para 1.7 em 2013. Este declínio deve-se em muito à crise económica que abalou o país. Portugal deixou de ser tão atractivo, na medida em que deixou de proporcionar uma melhor qualidade de vida, devido à falta de emprego, a estagnação dos mercados e consequentemente à paralisação da economia. Outro país onde houve um decréscimo significativo foi na Croácia, tendo passado de 11.4 em 1998, para 2.4 em 2013. Todos os outros países, Luxemburgo, Malta, Chipre, Irlanda, Suécia, Bulgária e Eslováquia, registaram um aumento significativo na taxa de imigração. Sendo que Luxemburgo foi o país que registou uma taxa mais alta, tendo passado de 27.4 em 1998, para 38.8 em 2013.

Devemos ainda mencionar o facto de em 2013 os imigrantes serem maioritariamente do sexo masculino nos estados membros da União Europeia (figura 4). Sendo que a Irlanda é uma excepção, pois apresentou uma taxa mais elevada de mulheres, 52%. E o facto da população imigrante ser mais jovem que a população nacional do país. O que nos leva a um factor positivo

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11 da imigração, o aumento da natalidade e o aumento da mão-de-obra qualificada e não qualificada. No caso de Portugal é benéfico a imigração jovem, pois permite colmatar o défice de mão-de-obra, que existe devido ao envelhecimento da população e ao défice da natalidade que provém também do facto de a população jovem ser inferior à população idosa, mas também devido à mudança que ocorreu na família. Os casais procuram primeiro uma estabilidade financeira, a mulher procura estabelecer-se no mercado de trabalho e ter uma carreira de sucesso antes de ter filhos.

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1.6. Aquisição da nacionalidade

As aquisições de nacionalidade têm vindo a aumentar, subindo 20% no ano de 2013. Dos cidadãos estrangeiros dos estados membros da União Europeia, 984.8 mil adquiriram a nacionalidade do país de acolhimento. A Espanha foi o país que registou maior número de aquisições de nacionalidade, tendo apresentado um total de 225.8 mil, seguidamente segue-se o Reino Unido com 207.5 mil, a Alemanha com 151.1 mil e a França com 97.3 mil.

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1.7. Cidadania e Participação

1.7.1. Acolhimento

O país de acolhimento deve acolher os imigrantes da melhor forma possível, as sociedades e as instituições têm que criar condições para os receber, daí surge a ideia de acolhimento. Esta por sua vez torna-se essencial, pois condiciona grande parte do processo de integração, é fundamental que haja um sentimento de pertença a uma nova realidade cultural e social.

No caso português esta dimensão é uma dimensão positiva na medida em que a legislação toma como ponto de referência a igualdade de direitos entre nacionais e estrangeiros. Em Lisboa a implantação efectiva dos princípios de acolhimento ocorreu com a criação do Alto Comissariado para as Migrações através dos Centros Nacionais de Apoio ao Imigrante (CNAI de Lisboa, Porto e Faro) e da rede complementar de pequenos centros locais de Apoio à Integração de Imigrantes. O que permitiu a Portugal registar uma posição favorável no Índice de Integração MIPEX, que mede e compara as políticas de integração de 40 países, tendo como base o quadro legal existente nos países.

Pontos fracos:

 Dificuldade na regularização;

 Dificuldade no acesso aos serviços públicos por parte dos imigrantes irregulares;  Vulnerabilidade (ausência de apoio familiar, de redes sociais).

Pontos fortes:

 Maior facilidade na obtenção da nacionalidade portuguesa;  Difusão da informação aos imigrantes;

 Serviços de tradução telefónica,

 Existência de centros de acolhimento e de outras estruturas no domínio da saúde e protecção social.

1.7.2. Habitação

O direito à habitação é essencial na integração do imigrante. Proporciona o bem-estar na medida em que oferece segurança e abrigo, evitando situações de exclusão social e até mesmo de marginalidade por parte dos imigrantes. Em Portugal, Lisboa é o segundo município com o maior

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14 número de estrangeiros proprietários e arrendatários do país e é a onde se concentra o maior número de população estrangeira residente.

Pontos fracos:

 Piores condições de habitabilidade;

 Vulnerabilidade no acesso ao alojamento por parte dos imigrantes em situação irregular;

 Desconhecimento do direito de acesso ao mercado social de arrendamento e da necessidade de renovação dos pedidos de habitação anualmente;

 Evidências não generalizadas de descriminação no acesso ao mercado residencial;  Situação de subarrendamento e menor acesso aos escalões mais baixos de rendas.

Pontos fortes:

Projectos específicos de apoio aos imigrantes sem-abrigo;

 Presença no mercado de habitação social pública de diversas famílias de imigrantes;

 Existência de projectos de intervenção sócio-urbanística em parceria com as entidades locais.

1.7.3. Saúde

A saúde é um requisito essencial, para o desenvolvimento individual e social de qualquer ser humano. Como tal, a lei base da saúde determina que são beneficiários do Serviço Nacional de Saúde todos os cidadãos Portugueses, todos os cidadãos nacionais do Estados membros da União Europeia, do Espaço Economico Europeu e da Suíça, mas também os cidadãos estrangeiros residentes em Portugal. Existe um esforço para que todos os cidadãos resistentes em Portugal tenham direito à saúde, independentemente das suas condições económicas, sociais e até mesmo culturais. Portugal tem sido reconhecido com um dos melhores países com as melhores circunstâncias de integração dos imigrantes. Isto porque com a publicação do Decreto de Lei nº 135/99 os imigrantes que estejam em situação irregular, ou seja não sejam titulares de uma autorização de residência válida, têm acesso ao Serviço Nacional de Saúde mediante a apresentação de um documento da junta de freguesia da sua área de residência, onde conste que se encontra no país há mais de 90 dias. Aos cidadãos estrangeiros legalizados em Portugal é-lhes

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15 permitido o acesso ao Serviço Nacional de Saúde, ou seja, o tratamento prestado vai ser igualitário aos beneficiários do serviço Nacional de Saúde.

Pontos Fracos:

 Desconhecimento dos direitos de acesso aos serviços de saúde;  Dificuldade na comunicação com os profissionais do sector da saúde;

 Desconhecimento por parte de alguns profissionais de saúde dos direitos e cultura dos imigrantes;

 Receio por parte dos imigrantes irregulares de recorrer ao centro de saúde;  Descriminação institucional;

 Ausência de respostas em determinadas áreas (saúde mental).

Pontos fortes:

 Universalidade do direito de acesso à saúde;  Acordos de cooperação internacional;

 Campanhas de sensibilização dos profissionais de saúde.

1.7.4. Participação cívica

O voto possuiu uma importante dimensão simbólica. Em Portugal existe uma limitação na participação cívica dos imigrantes, pois os direitos políticos e o acesso a funções públicas cingem-se apenas a uma parte dos imigrantes. O direito ao voto é apenas acessível a quem possui a nacionalidade Portuguesa. Mas a Constituição Portuguesa reconhece aos estrangeiros residentes em território nacional o direito de votar e o direito de ser eleito nas eleições autárquicas, sempre que se verifiquem condições de reciprocidade, ou seja, sempre que os emigrantes Portugueses tenham direito a uma participação eleitoral no país de acolhimento.

Pontos fracos:

 Défice de direitos políticos para os cidadãos estrangeiros;

 Atitude de indiferença dos partidos políticos quanto à integração política dos imigrantes;

 Desconhecimento por parte dos imigrantes dos direitos políticos;  Baixos níveis de recenseamento e de participação eleitoral. Pontos fortes:

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16  Existência e actividades do CMIC em Lisboa;

 Participação pontual no debate politico e candidaturas de alguns imigrantes às eleições locais.

1.7.5. Associativismo

O facto da população imigrante ser maioritariamente jovem, levou ao crescimento do associativismo em Portugal, isto porque as associações tornam-se a segunda casa, para aqueles que se encontram sem a família e sem ligações socais. É-lhes permitido partilhar informações, partilhar memórias e experiências e manter o contacto com os seus familiares, amigos e a cultura de origem. O Associativismo imigrante em Portugal tem vindo a crescer ao longo dos anos, e tem vindo a complementar os serviços públicos na área da imigração. Em 2012 estavam contabilizadas 134 associações de imigrantes reconhecidas pelo ACM (Alto Comissariado para as Migrações).

O Conselho Municipal da Interculturalidade (CMIC) da Câmara Municipal de Lisboa foi criado em 1993, então com a designação de Conselho Municipal para as Comunidades Imigrantes e Minorias Étnicas, assumiu-se como instrumento de reforço das políticas de integração dos imigrantes, respeitando as diferentes identidades resultado da diversidade cultural da cidade e

dos princípios democráticos nacionais.

O Conselho Municipal assume um importante papel enquanto estrutura consultiva do município, integrando diversas associações e promovendo a sua participação ativa na vida cívica da cidade. Desta forma, contribui para que Lisboa estabeleça um diálogo de proximidade, na sua dimensão social e cultural, através de uma plataforma de cidadania e tendo em vista uma co-responsabilidade consertada na promoção do diálogo intercultural.

O Conselho Municipal de Juventude da Câmara Municipal de Lisboa foi criado em 1991 e é um órgão consultivo que procura dar voz aos jovens que habitam na cidade, através das suas diversas organizações, associações e grupos informais, possibilitando o seu envolvimento na discussão dos destinos do município, nomeadamente em matérias relacionadas com a política de Juventude.

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17 Pontos fracos:

 Existência de fragilidades na relação entre as associações de imigrantes e jovens;  Falta de capacitação das associações para obterem fundos nacionais e comunitários;

 Falta de capacitação das associações para prestar alguns serviços,  Informalidade/ Fragilidade das associações.

Pontos fortes:

 Tecido associativo rico e diversificado;

 Existência de boas práticas na relação e prestação de serviços a imigrantes e jovens.

Quadro3 – Associações membro do CMIC

ACAJUCI – Associação Cristã de Apoio à Juventude Cigana ALCC – Associação Lusofonia Cultura e Cidadania

APARATI – Associação para Timorenses Associação Caboverdeana de Lisboa Associação Comunidária

Associação Cultural para o Desenvolvimento – Culturface Associação de Amizade Luso-Turca

Associação dos Amigos da Mulher Angolana Associação dos Amigos do Príncipe

Associação dos Ucranianos em Portugal Associação Guineense de Solidariedade Social AGUIPA - Associação Guineense e Povos Amigos Associação Mulher Migrante

Associação Renovar a Mouraria Associação SOS Racismo

CASA – Centro de Apoio ao Sem Abrigo Casa de Moçambique

Casa do Brasil de Lisboa

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Comunidade Islâmica de Lisboa Comunidade Israelita de Lisboa Consulado Geral do Brasil de Lisboa;

CPR – Conselho Português para os Refugiados

FAIASCA – Federação das Associações de Imigrantes e Amigos do Sector de Calequis

JRS Portugal – Serviço Jesuíta aos Refugiados

Morabeza – Associação para a Cooperação e Desenvolvimento Obra Católica Portuguesa de Migrações

Obra Social das Irmãs Oblatas do santíssimo Redentor

Secretariado Diocesano de Lisboa da Obra Nacional e Pastoral dos Ciganos Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna

Associação para a Defesa dos Direitos dos Imigrantes União dos Sindicatos de Lisboa

ACM – Alto Comissariado para as Migrações Aliança Evangélica Portuguesa

Associação Bairros Associação Bangladesh

Associação de Comunidade de São Tomé e Príncipe em Portugal Associação Internacional Buddhas’s Light

CLUBE - Clube Intercultural Europeu Comunidade Hindu de Portugal Comunidade Muçulmana Ismaili

Comunidade Portuguesa do Candomblé Yorúbá Congregação das Irmãs do Bom Pastor

Fundação Cidade Lisboa

IHMT – Instituto de Higiene e Medicina Tropical OIM – Organização Internacional das Migrações

Associação para a Defesa do Património, Ambiente e Direitos Humanos União Budista Portuguesa

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1.7.6. Educação

A integração depende também do grau de relação que desenvolve com os outros indivíduos e grupos, assim como o desenvolvimento de actividades em determinado território. A escola desempenha um papel muito importante, ela é pensada como um meio capaz de dar respostas à diversidade étnica, religiosa, o que significa acolher todos e promover a sua inter-relação. Para os jovens imigrantes é muito importante, pois é através da escola que conseguem obter informação, formarem cidadãos conhecedores das leis e normas que regem a sociedade. A declaração dos Direitos do Homem reconhece que todos os indivíduos têm direito à educação, tendo esta de assegurar o reforço da personalidade humana e garantir as liberdades fundamentais e a tolerância. Tal com a saúde a educação é um direito que deve ser assegurado a todos os indivíduos, incluindo imigrantes independentemente da sua situação. Em 4.415 alunos inscritos, 587 são alunos estrangeiros, provenientes de 40 países.

Pontos fracos:

 Desconhecimento dos direitos e deveres no acesso ao sistema de ensino;  Sistema educativo pouco flexível e adaptado à diversidade cultural;  Falta de confiança em alguns dos profissionais do ensino;

 Falta de articulação entre a comunidade escolar e as famílias;  Dificuldade de comunicação entre professores e alunos;

 Maior taxa de retenção e menor taxa de aprovação entre alunos de origem imigrante;

 Estigmatização de algumas escolas devido ao elevado número de alunos imigrantes.

Pontos fortes:

 Universalidade do direito de acesso à educação;  Acções de intervenção específicas em escolas;  Outros programas de intervenção social em escolas.

1.7.7. Emprego

Segundo o terceiro Principio Básico da Agenda Comum para a Integração o emprego é um elemento chave no processo de integração e é central para a participação dos imigrantes, para os contributos que os imigrantes oferecem à sociedade de acolhimento se tornem visíveis. Apesar do

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20 Código do Trabalho Português20 garantir a igualdade no acesso ao emprego e no trabalho proibindo qualquer discriminação, directa ou indirecta, com base na nacionalidade, origem étnica, território de origem ou língua, os imigrantes continuam a ser estereotipados devido à sua cultura e religião, o que os leva a serem direccionados para actividades menos qualificadas, sendo que a de trabalhadores de limpeza em casas particulares ocupa a maior percentagem, logo de seguida temos os vendedores em loja, muito devido ao aumento da população asiática (figura 9). No caso português, a percentagem de população activa entre os estrangeiros é superior à população activa nacional (figura 7). Esta tendência também se verifica na população residente em Lisboa, a percentagem de população estrangeira activa é superior à percentagem de nacionais activos. Sendo que 62,7% são estrangeiros no activo e que 46.9% são nacionais activos. Existe uma grande diversidade de população estrangeira em Portugal, como tal a barreira linguística tornou-se uma preocupação. Para colmatar este problema foi criado o Programa Português para Todos, que permitia aos estrangeiros aprenderem português sem qualquer custo.

Pontos fracos:

 Empobrecimento e perda de poder de compra, associados ao desemprego, irregularidade do trabalho e redução salarial;

 Dificuldades de regularização;

 Maior percentagem de população desempregada entre os estrangeiros de países terceiros;

 Dependência do subsídio de desemprego em alguns casos;  Dificuldades na acreditação das qualificações;

 Os cursos de língua portuguesa não têm em conta a diversidade do perfil dos imigrantes;

 Dificuldade acesso a instituições de crédito financeiro;  Vergonha da situação de vulnerabilidade.

Pontos Fortes:

 Maior percentagem de população activa entre os estrangeiros;  Claro predomínio do trabalho como meio de vida;

 Mais apetência para criação do próprio emprego;

 Inovação em formatos e estratégias comerciais e fornecimento de novos produtos e serviços;

 Cursos de língua portuguesa pagos;  Reforço de redes de solidariedade.

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1.7.8. Relação com o país de origem

O fluxo migratório em Portugal tem residido essencialmente nas diferenças que existem entre o país de origem e o país de acolhimento, muitas vezes relacionadas com as questões salariais, com a falta de emprego, questões de saúde. A integração do imigrante no país e acolhimento passa também por manter/ estabelecer uma relação com o país de origem. Nesta relação, temos presente a questão da sua religião, os imigrantes não abdicam da mesma quando vêm para o país de acolhimento. Lisboa é uma cidade que apresenta uma diversidade religiosa, como tal teve que se adaptar, para conseguir acolher/ integrar os imigrantes, um exemplo dessa adaptação foi a construção de mesquitas e a construção de igrejas não cristãs.

Pontos fracos:

 Falta de conhecimento das populações locais sobre as novas comunidades religiosas;

 Episódio de descriminação;

 Localização de alguns espaços de culto em locais informais, que pode originar em conflitos com a vizinhança;

 Falta de representatividade dos novos grupos imigrantes;  Escassez de oferta cultural nas zonas periféricas da cidade;  Racismo institucional.

Pontos fortes:

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23  Registo de ausência de conflitos entre fiéis;

 Maior diversidade religiosa em Lisboa;

 Novas dinâmicas culturais por parte de novos grupos de imigrantes;  Percentagem expressiva do número de casamentos mistos;

 Práticas de policiamento de proximidade em bairros com forte presença de imigrantes.

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2.

Instituições que operam na área de Lisboa

2.1. Espaço Lx Jovem

O Espaço Lx Jovem, localizado no Bairro do Armador, em Marvila, foi oficialmente apresentado no Dia do Estudante, assinalado em 24 de Março de 2015. O Espaço pretende ser um pólo de criação e desenvolvimento de projectos de juventude na cidade de Lisboa. É um espaço de apoio à juventude, onde 60% dos 90% dos jovens aderentes são de nacionalidade estrangeira, encaminhados pela Câmara Municipal de Lisboa e outras associações. Não apresentam nenhum tipo de problema específico à associação. A maior parte procura um espaço, materiais e autorizações. Proporcionam aos jovens acesso gratuito a computadores, à internet, disponibilizam ainda uma sala de ensaios, equipada com vários instrumentos musicais destinando-se a todos os jovens que desejem ensaiar e desenvolver os seus projectos musicais. Tem também uma pequena galeria para exposições, uma biblioteca e um auditório à sua disposição.

Neste momento o Lx Jovem está a apoiar alguns projectos na área da juventude, designadamente com a Associação para o Planeamento da Família, que desenvolve o seu trabalho no Bairro do Armador; com o grupo de teatro “9Arte” e com a banda “Manifesto”, o que só é possível com os apoios que recebem de entidades públicas, o que às vezes vem dificultar o trabalho e por conseguinte as respostas dadas a problemas específicos. Apesar dos jovens não apresentarem problemas específicos, os técnicos têm alguma dificuldade em chegar a eles e em divulgar o espaço. Para desacentuar esta dificuldade os técnicos saem à rua à procura dos jovens, fazem sessões de cinema, exposições e concertos.

2.2. Pelouro dos Direitos Sociais da Câmara Municipal de

Lisboa

A Câmara Municipal de Lisboa é o órgão executivo do município e tem por missão definir e executar políticas que promovam o desenvolvimento do Concelho em diferentes áreas. No entanto, a maioria da população desconhece as diversas áreas de actuação da Câmara Municipal. Neste sentido, a área dos Direitos Sociais tem tomado medidas de forma a melhorar e aumentar a sua área de actuação com uma maior inclusão e participação principalmente dos jovens. Como por exemplo, o Pelouro, serviço de base local que tem como missão fazer saber aos cidadãos que podem ajudar nos diferentes âmbitos. A população usuária deste serviço são os jovens residentes

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25 em Lisboa, tanto nacionais como estrangeiros. Para chegar a esta população a Câmara Municipal utiliza os meios de comunicação e os Conselhos de Interculturalidade e Juventude. Por sua vez os jovens estrangeiros apresentam dois problemas específicos: a discriminação, que a Câmara tenta resolver com vigilância e intervenção, e o desconhecimento dos serviços prestados. Para apoiar os jovens a Câmara tem desenvolvido actividades como a Casa dos Direitos Sociais (incubadora social). Atualmente trabalham na criação de um programa que una a juventude e a interculturalidade estabelecendo uma rede de atores locais.

2.3. Batoto Yetu Portugal (Associação Cultural e Juvenil)

A Associação Cultural e Juvenil Batoto Yetu Portugal é uma organização sem fins lucrativos que foi implementada em Portugal em 1996 pelo coreógrafo e fundador Júlio Leitão, com o apoio da Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento da Câmara Municipal de Oeiras. A associação está sedeada no Bairro Dr. Francisco Sá Carneiro, em Laveiras, Caxias. Desenvolve desde essa data um trabalho de apoio junto das crianças, jovens e adultos da área metropolitana de Lisboa, e, mais concretamente, do Concelho de Oeiras.

Tem como alvo primordial as crianças e jovens provenientes dos bairros suburbanos da grande Lisboa, com uma grande actuação sobre descendentes de origem africana e como missão conseguir a inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade através das artes. Dos utentes 90% são de nacionalidade estrangeira e 50% são jovens. A estes jovens a associação oferece apoio ao estudo, apoio à regularização, espaços para ensaios e ainda computadores e internet. Apesar de todo o esforço na dinamização de actividades culturais para a inclusão social e profissional dos usuários, a associação tem enfrentado alguns problemas na área da regularização, abandono escolar e pouca oportunidade laboral. Contudo, têm implementado novas formas de inclusão e participação como a criação de Programas de Intercâmbios desenhados exclusivamente pelos jovens.

2.4. Associação Lusofonia Cultura e Cidadania – ALCC

A Associação Lusofonia Cultura e Cidadania (ALCC) é uma instituição sem fins lucrativos de apoio ao imigrante, que iniciou as suas actividades em 2000, mas, no entanto, só foi constituída legalmente em 2007. Actualmente é reconhecida pelo Alto Comissariado para as Migrações (ACM), e pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Está localizada no bairro da

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26 Ameixoeira, que é um bairro de população desfavorecida e vulnerável. Para dar resposta às necessidades da população tanto imigrante como nacional, a associação presta diversos serviços de apoio, tendo actualmente o apoio psicológico, o apoio ao emprego e formação, apoio social, programa de apoio ao retorno voluntário, o atelier de costura “ Ameixoeira Criativa” e a loja social. A associação integra jovens estagiários de várias áreas de formação, bem como recebe estagiários de programas de intercâmbios europeus.

Em termos do Gabinete de Inserção Profissional (GIP) a população jovem imigrante, procura o apoio para a elaboração do currículo, para procurar trabalho, para pedir informações de como conseguir a sua regularização, e alguns para formação. O gabinete tem sucesso, na medida em que consegue integrar as pessoas no mercado de trabalho, mas a falta de documentos torna o processo mais complicado. Mesmo assim essas pessoas não deixam de ser atendidas, aconselhadas e ajudadas sendo encaminhadas para outros parceiros sociais. Muitas vezes vem à procura de emprego e de ajuda nesta área, mas acaba-se por detectar outras carências. Detectadas essas carências são encaminhados para os gabinetes apropriados ou para outras instituições. Para chegar a estes jovens o gabinete de inserção profissional utiliza as redes sociais mas também os seus utentes, os próprios utentes vão passando a informação da existência do gabinete aos seus familiares e amigos. Para responder melhor às necessidades da população o Gabinete de Inserção Profissional faz parte de um grupo intitulado de empregabilidade da Alta de Lisboa que é formado por uma rede de parecerias que trabalham no sentido de uma procura activa de emprego para a população.

2.5.

Associação Bué Fixe

Bué Fixe é uma associação juvenil, sem fins lucrativos, criada por Jovens com origem nos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa). Inicialmente era uma revista constituída como grupo informal de jovens, só posteriormente é que o projecto se alargou e foi criada a associação. Esta situa-se no bairro Quinta da Laje, Município da Amadora. A sua área de trabalho está directamente relacionada a programas de cariz social com e para a população jovem. Os jovens são maioritariamente de origem africana, para chegar até eles a associação utiliza os meios de comunicação tradicionais, como a rádio, mensagens por telefone e a televisão através do seu próprio canal (Bué Fixe TV). Muitos procuram a associação com dúvidas sobre o HIV, pois organizam rastreios de doenças de transmissão sexual em parceria com entidades da área da saúde, e só alguns procuram apoio para encontrar emprego. A maioria deles sentem-se abandonados e deslocados pois neste Município existe uma grande falta de espaços e serviços

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27

para os mesmos. Bué Fixe é uma associação com carências de financiamento e Recursos Humanos, mas não é por isso que deixa de dar resposta às necessidades que surgem. Um dos grandes exemplos de boas práticas foi a campanha de sensibilização sobre doenças sexualmente transmissíveis e violência no namoro nas escolas de São Tomé e Príncipe.

Como pontos fortes da Associação Bué Fixe temos as parcerias e relação que tem com as outras instituições, as instalações, o voluntariado e o reconhecimento internacional devido as suas actividades em prol dos jovens. Como pontos menos favoráveis temos o acesso as instalações, visto que fica distante dos meios de transporte, e a falta de respostas perante situações complicadas que os jovens da região apresentam.

2.6.

Renovar a Mouraria

A Associação Renovar a Mouraria nasceu a 19 de Março de 2008 trabalha para a dinamização cultural, social, turística e económica deste território, ou seja é uma organização de utilidade pública sem fins lucrativos que tem como fim a revitalização social, cultural, económica e turística do bairro da Mouraria. O seu público- alvo é muito diversificado, não existe um número específico de jovens estrangeiros. Para apelar à participação dos jovens a associação Renovar Mouraria utiliza os projectos, como por exemplo Migrantour e Refaz, a rede de contactos informal, as redes sociais e o mediador comunitário. O trabalho da associação reflecte-se na inclusão de todas as pessoas independentemente da sua etnia, religião, na promoção de uma cultura de inclusão social e de prevenção da violência e ainda no desenvolvimento de acções de promoção da igualdade de género e de conciliação entre a vida profissional, familiar e pessoal de homens e mulheres. Todo este trabalho só é conseguido com a ajuda dos voluntariados, com o empenho dos técnicos e com o financiamento.

2.7.

Associação Raízes

A Raízes-Associação de Apoio à Criança e ao Jovem (AACJ) é uma organização sem fins lucrativos, com o estatuto de Instituição Particular de Solidariedade Social. Tem como principal objectivo promover a inclusão e a melhoria da qualidade de vida da população vulnerável ao risco, em particular de crianças e jovens sem suporte institucional adequado ou sem suporto familiar. Este objectivo tende a ser alcançado através da dinamização de projectos e actividades que contribuam para a capacitação, a responsabilização e para a participação activa de todos na sociedade. Disponibiliza serviços a nível social, educacional e habitacional.

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28

Maior parte dos seus usuários são de nacionalidade estrangeira. Procuram a associação com o intuito de receber apoio social, mas também com intuito de obter respostas quanto à sua regularização. Acabam por conhecer o serviço através de conhecidos e familiares que já tenham utilizado o mesmo, para responder às necessidades a associação implementou acções como "Jovens Embaixadores para a Igualdade" e o Programa Escolhas, também, criação de uma ou mais instituições de acolhimento para crianças e jovens; núcleos de intervenção social, destinados a jovens; centros de atendimento e apoio para famílias, etc. Quanto aos pontos fortes temos o voluntariado, desenvolvimento de projectos de inclusão, e promoção de direitos, parceria com outras instituições, e quanto aos pontos fracos, falta de recursos humanos, difícil acesso às instalações, estabelecer relações com outras instituições e problemas na divulgação dos serviços e projectos.

2.8.

Organização Internacional para as Migrações – OIM

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) foi criada em 1951, constituindo-se actualmente como a principal organização intergovernamental dedicada à área das migrações. Conta, em finais de 2009, com 127 Estados Membros e 77 ONG's e 17 Estados com estatuto de observador por todo o mundo. A OIM baseia-se no princípio de que uma migração ordenada e humana beneficia os migrantes e a sociedade. Atua, sobretudo, nas áreas de combate à migração forçada, migrações e desenvolvimento, facilitação e regulação/gestão da migração, também na área de ações humanitárias, vida sustentável, direitos globais. A OIM tem vindo a melhorar constantemente a forma de actuação e de respostas, chegando mais próximo da comunidade. Tem ainda diversificado as áreas de actuação, e tem vindo a adaptar as suas acções mediantes os tempos, as tecnologias e as novas realidades sociais.

Os pontos fortes da OIM são o voluntariado, o desenvolvimento de projectos, a promoção dos direitos humanos e a integração social, a parceria com instituições nacionais e internacionais e os recursos humanos, como ponto fraco tem a falta de respostas em algumas situações.

2.9.

Associação Cultural para o Desenvolvimento-CULTURFACE A CULTURFACE surgiu no ano de 2009, a partir de uma iniciativa de grupos de amigos, de diferentes nacionalidades (Cabo-verdiana, São-tomense, Angolana e Brasileira) que se aperceberam que tinham aspectos em comum. Então decidiram juntar-se e criar algumas actividades na margem sul, posteriormente criaram a associação, de cariz artístico e cultural.

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29 Propõem-se a promover eventos que contribuam para a visibilidade dos grupos menos favoráveis e os valores sociais, culturais dos nossos países lusófonos.

Os utilitários da associação são maioritariamente jovens, que conhecem a associação através das redes sociais, de terceiros ou através do site. Os jovens procuram a associação para orientação, para elaboração de currículo e ajuda na procura de emprego e ainda reconhecimento através das vias artísticas (dança, gastronomia, música). Os jovens estrangeiros maioritariamente procuram a associação para recolher informações sobre procedimentos de regularização e para procura de emprego e de habitação.

2.10.

Amizade Luso-turca

A Associação de Amizade Luso-turca foi criada por um grupo de empresários turcos, que sentiram a necessidade de divulgar a sua cultura entre os portugueses e vice-versa, divulgando a cultura portuguesa entre os turcos de modo que estes se integrem melhor em Portugal. A Associação está em constate mudança, principalmente na direcção e como tal todos os anos existe uma preocupação em melhorar aquilo que já existe, tanto a nível da organização como a nível das oportunidades disponíveis. Para desempenhar o seu trabalho a associação conta com o apoio de colegas ou amigos, universidades e outros parceiros informais que apoiam a cultura turca e que são essenciais para o desenvolvimento do trabalho.

A Amizade Luso-turca tem como exemplos de boas práticas a participação em eventos culturais, o apoio de recursos materiais a alunos universitários que queiram apresentar a cultura turca e a oferta de cursos de português para turcos.

A Associação tem dificuldades na estabilização do sistema de trabalho pois a equipa está sempre a sofrer alterações devido ser constituída por voluntários que trabalham temporariamente e devido ao retorno dos funcionários turcos ao seu país. Em contrapartida a Associação Amizade Luso-turca tem uma rede de parceiros informais que consegue dar resposta a grande parte dos pedidos que são feitos.

2.11.

Casa do Brasil de Lisboa

A Casa do Brasil é uma associação sem fins lucrativos fundada em Janeiro de 1992 por brasileiros residentes em Portugal e portugueses amigos que apoiaram esta causa. A Casa do Brasil está aberta a todas as nacionalidades. Tem como principal objectivo a integração dos imigrantes de nacionalidade brasileira, a divulgação da cultura e ainda evitar o isolamento social.

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30 Trabalha na promoção da cultura brasileira, apoio social e jurídico, apoio ao emprego e formação. Maior parte dos seus usuários são jovens estrangeiros, que têm conhecimento da associação através do facebook, twitter, site e órgãos de comunicação social que promovem o trabalho realizado pela associação, e através dos parceiros que por sua vez também promovem a cultura brasileira. Estes jovens solicitam ajuda para a integração no mercado de trabalho, apoio jurídico para a regularização dos documentos, ajuda para obter a equivalência dos diplomas curriculares para assim poderem continuar a estudar, ou mesmo para ingressar no emprego da sua formação. Como exemplo boa prática podemos destacar a redacção e publicação do Jornal Sabiá que funciona com o apoio de jovens voluntários, sendo este o contacto mais próximo com a população jovem, porém com um número reduzido. A Casa do Brasil neste momento não tem projectos desenvolvidos especificamente para os jovens, embora haja uma grande participação dos mesmo nas suas actividades, o que faz com que a população usuária dos seus serviços seja maioritariamente adulta. Esta Associação oferece uma lista diversificada de formações que vão desde cultura e lazer a formações para qualificar indivíduos para o mercado de trabalho.

2.12.

Clube Intercultural Europeu

O Clube Intercultural Europeu é uma associação sem fins lucrativos fundada em 1998. O seu objectivo geral é desenvolver competências pessoais, sociais, profissionais, cívicas e relacionais dos jovens e das pessoas em geral. O seu objectivo específico é o de promover a participação, o empreendedorismo e a inclusão social de crianças, jovens e adultos em situação vulnerável através da valorização do seu potencial, o uso desse mesmo potencial enquanto recurso para a mudança na comunidade e na sociedade e o seu reforço pelo desenvolvimento de competências essenciais necessárias à realização pessoal, à cidadania activa, à coesão social e à empregabilidade na sociedade de conhecimento. Para alcançar os objectivos trabalha na área da educação e formação de jovens. Os usuários são jovens entre os 6 e os 24 anos e as suas famílias, existe uma grande tendência masculina, e uma tendência para as seguintes nacionalidades: Portuguesa, Cabo- Verdiana, Angola, Polaca, Guineense e Ucraniana. Por parte desta população é solicitado apoio no acesso ao mercado de trabalho, apoio à formação e regularização dos documentos. Muitas vezes esta incapacidade de se integrar no mercado de trabalho, por diversas razões pode levar a que estes desviem para economias paralelas e marginais para sobreviverem. O clube tenta que isto não aconteça, apoiando os jovens nas suas necessidades, mas também educando-os e proporcionando actividades para estes ocuparem o seu tempo livre.

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31 pedagógica, linguística e cultural dos jovens que participam do mesmo, colocando-os nas diferentes associações e assegurando o seu acompanhamento e avaliação nos estágios. Tem também uma rádio online que funciona com os jovens de forma a desenvolver as suas capacidades e ainda, o projecto Sementes a Crescer-E5G que intervém com crianças e jovens em situação de vulnerabilidade socioeconómica, onde oferece soluções sociais, educativas, económicas, laborais e/ou formativas.

Um ponto fraco desta associação é o facto de a equipa ter um número baixo de funcionários o que dificulta o acompanhamento dos jovens que são muitos. Porém é um programa que tem tido muito sucesso com os jovens, pois estes gostam de participar, de opinar, de querer ajudar a melhorar o serviço prestado.

2.13.

APPACDM

A APPACDM (Associação de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental) foi fundada em 1962, por Sheila Stilwell, mãe de uma criança portadora de Trissomia 21 e pela sua pedopsiquiatra Dra. Alice Mello Tavares. É uma instituição particular de solidariedade social, possuidora de um certificado de qualidade desde de 2011 ( Equass Assurance Nível I), tem como missão promover a inclusão das pessoas com deficiência ou incapacidade na sociedade, com qualidade de vida no respeito pelos princípios que consagram o direito ao exercício de plena cidadania, ou seja, pretende-se que os usuários desenvolvam capacidades, tenham hipótese de fazer as suas próprias escolhas e que estas sejam valorizadas pela sociedade. O trabalho da associação consiste na formação de jovens com deficiência, na integração destes na sociedade e no mercado de trabalho. De 9 usuários jovens existem 6 jovens estrageiros, que chegam á associação através de encaminhamentos de outras associações. Chegam com necessidade de obter apoio, informações sobre os sítios disponíveis para conseguir respostas aos problemas a nível alimentar, de emprego, de regularização de documentos. Mas também com uma necessidade de orientação para encontrar uma direcção, isto porque muitos jovens estrangeiros são enviados pelas escolas devido às dificuldades de aprendizagem e problemas de comportamento, que são originados muitas vezes pela barreira da língua e da cultura. Para responder a estas necessidades específicas, a associação tem à disposição dos jovens e da sua família, uma assistente social e uma psicóloga. A associação faz ainda encaminhamentos para o SEF, com o objectivo de os jovens conseguirem a legalização e assim integrarem-se na associação. Nem sempre se consegue integrar os seus alunos já formados no mercado de trabalho, porém, a nível de formação e desenvolvimento dos seus formandos a APPACDM consegue obter bons resultados.

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32 Tem como uma boa prática o BEPA (Banco de Empréstimo de Produtos de Apoio) que tem como objectivo melhorar a qualidade de vida das pessoas com necessidades especiais através de serviços como limpeza e higienização de equipamentos, reparação, adaptação, entre outros. O BEPA recebe equipamentos doados (cadeira de rodas, carrinhos de bebé, brinquedos, etc) e recicla e reutiliza os mesmos fazendo empréstimos para pessoas com necessidades especiais. A equipa do BEPA também vai a casa das pessoas para avaliar e melhorar a sua situação no que diz respeito a acessibilidade.

2.14.

IBISCO

A Associação Teatro IBISCO (Teatro Inter Bairros para a Inclusão Social e Cultura do Optimismo), surge, em 2009, como consequência de um processo pioneiro de Inclusão pela Arte que juntou jovens de seis bairros sociais de Loures e que, através do teatro, os levou a compreender os valores da disciplina, do trabalho em equipa e da arte como ferramenta para a capacitação, emancipação e auto-estima. Assim, o IBISCO trabalha na formação, capacitação e consciencialização cívica, técnica e artística de jovens. O teatro está aberto a todas as pessoas, desde os 6 anos aos 60 anos, nacionais ou de origem estrangeira, sendo que a população estrangeira é maioritária. Apresentam problemas de carência económica, familiar, preconceito e falta de oportunidades. Através da participação no teatro os jovens abrem portas para o mundo e adquirem ferramentas pessoais, e ganham consciência do mundo à sua volta, dos problemas que os outros jovens enfrentam.

O Teatro IBISCO tem sido considerado um exemplo de boas práticas, este trabalho provou ser uma arma contra o preconceito e uma poderosa ferramenta para a capacitação e formação dos

jovens e das comunidades.

Este apresenta alguns problemas relacionados com a língua, que dificulta a comunicação. A associação IBISCO considera que todos os jovens que participam melhoram a sua qualidade de vida e desenvolvem capacidades, ou seja, o teatro tem sido uma óptima ferramenta para o desenvolvimento dos jovens, sendo este o ponto forte do seu trabalho.

2.15.

CNAI Lisboa

O CNAI (Centro Nacional para o Apoio ao Imigrante) trabalha com imigrantes no acolhimento e integração, apoio ao recenseamento, habitação, qualificação, emprego, empreendedorismo, apoio jurídico, apoio socia, entre outros tipos de apoio. Os seus usuários são cidadãos imigrantes, sendo a percentagem de jovens imigrantes de 10%. Esta percentagem de jovens apresenta problemas com a regularização da sua situação no país.

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33 Algumas das suas melhores práticas são a regularização de documentos, a luta pela integração do imigrante e seus direitos. Um dos seus pontos fracos é não ter um departamento de finanças, porém o seu ponto forte é ter vários campos onde consegue responder as mais variadas necessidades apresentadas pelos imigrantes, e a articulação com outras entidades de forma a encaminhar os utentes com os quais não se consegue resolver os problemas apresentados.

2.16.

Obra Católica Portuguesa das Migrações

A Obra Católica das Emigrações foi criada a 1 de Julho de 1962, pelo Patriarcado de Lisboa e integrava a União da Caridade Portuguesa. Mais tarde, em 1978, torna-se, por indicação da Santa Sé, um organismo dependente da Comissão Episcopal de Migrações e Turismo. A Obra tem como missão, formação de padres, apoio a pessoas em contexto de mobilidade humana e apoio à evangelização. Presta também auxílio na área de documentação, necessidades básicas (vestuário, alimentação) e apoio social. A Obra Católica tem implementado um trabalho de campo com as missões católicas de língua portuguesa, através do envio de missionários e do diálogo entre bispos. Os seus usuários são maioritariamente jovens estrangeiros, que procuram apoio a nível jurídico e a nível do emprego.

Apesar do extenso trabalho desenvolvido têm encontrado algumas dificuldades em dar resposta a todas as áreas como apoio jurídico e trabalho.

2.17.

Associação dos Ucranianos em Portugal

A Associação dos Ucranianos foi criada para apoiar e integrar os imigrantes e os descendentes que residem em Portugal. Presta também auxílio jurídico e social. Dinamiza ainda atividades que visam a integração e consolidação/divulgação da cultura ucraniana. Os seus usuários são toda a população ucraniana de todas as faixas etárias, sendo que 50% são jovens estrangeiros. Estes dirigem-se à associação maioritariamente à procura de apoio jurídico e social. Para chegar à população a associação utiliza actividades socio-culturais.

Realizam aulas de português para os jovens aos sábados com o objetivo de melhorar a integração. No entanto, o apoio jurídico e social é ainda uma das grandes carências da associação.

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34 Criada em 2003 a rede de CLAII (Centros Locais de Apoio à Integração de Imigrantes), tem como missão facilitar os processos de integração dos imigrantes. Apoiando todo o processo do acolhimento e integração dos imigrantes, articulando com as diversas estruturas locais, e promovendo a interculturalidade a nível local. Estes serviços do ACM prestam apoio e informação geral em diversas áreas, tais como, regularização, nacionalidade, reagrupamento familiar, habitação, retorno voluntário, trabalho, saúde, educação, entre outras questões do quotidiano.

Realizam também ações de formação no CNAI para os mediadores culturais, como forma de melhorar a integração dos imigrantes. Porém é difícil dar resposta a todas as áreas como no acesso a legalização (título de residência e nacionalidade portuguesa) e também no trabalho.

2.19.

Raízes- Projeto Claquete

O Projeto Claquete tem como ideia central, a criação de uma produtora juvenil de conteúdos audiovisuais que visa desenvolver, em conjunto com crianças e jovens, curtas-metragens, documentários, videoclips, reportagens e outros produtos multimédia como ferramenta pedagógica no sentido da promoção da inclusão social pela arte. Pretende-se assim de uma forma inovadora contribuir para a inclusão escolar, promover a empregabilidade e a capacitação dos jovens. Os seus usuários são de todas as faixas etárias, sendo que 50% são jovens imigrantes, que procuram a associação com o intuito de receber apoio escolar

Promove também, actividades nas escolas para criar um maior envolvimento dos alunos como forma de combater o insucesso escolar, um dos grandes problemas dos jovens.

2.20.

Comunidade Islâmica de Lisboa

A Mesquita Central de Lisboa é a principal mesquita da comunidade islâmica portuguesa. Situa-se na Praça de Espanha, em Lisboa. Esta entidade de cariz religiosa realiza actividades na área social e humanitária. Estas têm como objectivo dar apoio aos mais carenciados. Com visitas aos hospitais e prisões, actividades culturais, sociais e religiosas. Realizam ainda todos os anos um almoço de Natal para os mais carenciados e não muçulmanos e também desenvolveram o projecto “Sopa para todos” para sem-abrigos e carenciados.

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35 - As instituições acolhem maioritariamente jovens imigrantes e trabalham para a integração destes;

- Além de darem a conhecer a cultura do país de acolhimento, uma parte das instituições tenta também dar a conhecer a cultura do país de origem, como por exemplo; Associação Amizade Luso-turca que promove a cultura portuguesa mas também a cultura turca. Esta promoção da cultura turca, e de outros países é muito importante na medida em que nos permite conhecer os princípios, os costumes de uma nova cultura e assim conhecer melhor as suas necessidades;

- Muitas das associações de apoio aos imigrantes também apoiam a população nacional, não se restringem apenas à população imigrante;

- Maior parte das associações são sem fins lucrativos, o seu financiamento muitas vezes vem de instituições públicas (embora muitos procuram outras alternativas para a sua sustentabilidade), o que por vezes dificulta o trabalho e a implementação de boas práticas;

- São desenvolvidas boas práticas sempre com o objectivo de responder às necessidades que surgem;

- Muitas das boa práticas implantadas têm sucesso, e como tal são projectos de continuidade; - As instituições enfrentam problemas como a falta de recursos humanos devido à constante mudança de equipa, pois muitas desenvolvem o seu trabalho através de voluntários. Falta de recursos financeiros, localização pois muitas instituições são de difícil acesso e linguagem;

- Para chegar à população alvo as associações utilizam os meios de comunicação, as redes sociais e a forma mais conhecida que é o passa a palavra. Muitos dos jovens são também encaminhados por outras associações;

- Existe uma articulação entre as várias instituições, para que assim seja possível dar resposta às necessidades dos jovens;

- Existe uma grande percentagem de jovens imigrantes que usufruem dos serviços das associações;

- Os jovens procuram as associações com o objectivo de receber informação sobre como adquirir os seus documentos, apoio social pois muitos deles vêm de famílias vulneráveis ou não têm nenhum apoio familiar. Apoio na procura de emprego, devido à sua precariedade os jovens tentam encontrar um emprego para sobreviver e orientação pois muito jovens sentem-se deslocados, com sentimentos de discriminação;

- A falta de oportunidades dadas aos jovens tem maioritariamente a ver com a sua falta de documentação, o que dificulta a integração dos jovens. Como já foi referido a escola e o emprego são essenciais para a integração dos jovens. Muitas vezes não conseguem alcançar estes meios devido à falta de documentos o que pode levar a sentimentos de frustração e desapego da sociedade;

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36 - A integração dos jovens é feita através de actividades lúdicas, actividades culturais, apoio e acompanhamento;

- Existe uma grande taxa de sucesso por parte das instituições, estas vão conseguindo dar respostas às necessidades dos jovens.

3.

Focus Group

O principal objectivo do projecto é sinalizar os pontos fracos e as possíveis melhorias nas políticas e instrumentos de participação e inclusão dos jovens de origem imigrante. Tendo em conta este objectivo foi realizado pela equipa de investigação quatro Focus Group com jovens imigrantes. Focus Group é definido como grupo de discussão, é utilizado para a recolha de dados, podendo ser utilizada em diferentes momentos da investigação. Morgan (1996,1997) considera que o Focus Group é uma técnica de investigação de recolha de dados através da interacção do grupo sobre um tópico lançado pelo investigador. Segundo este, o investigador tem um papel activo na dinamização da discussão do grupo para efeitos de recolha de dados. Krueger e Casey (2009) salientam o papel dos participantes na discussão de um determinado assunto, pois estes contribuem para a compreensão do mesmo, salientam ainda o facto de os participantes terem alguma característica em comum e relevante face ao tema em discussão.

Foram realizados em quatro locais distintos, o primeiro no CIUL, espaço cedido pela Câmara de Lisboa, que se situa no centro de Lisboa. O Segundo no teatro IBISCO, situado na Apelação, o terceiro na associação BUÈ FIXE, que se encontra a desenvolver as suas acções no bairro da Quinta da Lage, Amadora, e o quarto no espaço LX Jovem, que é um espaço da Câmara situado no bairro do Armador, Bela Vista, aberto a todos os jovens. A localização dos Focus Group permitiu-nos chegar a um público diversificado, com características distintas e com problemas diferentes. Foram abertos a todos os jovens imigrantes de idades compreendidas entre os 18-29 anos que demostraram interesse em participar. Para chegarmos ao nosso público- alvo contamos com a ajuda das associações, que desde o início demostraram-se disponíveis para divulgarem o projecto e encaminharem jovens. Contamos ainda com o impacto que as redes sociais têm nos jovens, utilizamos a página do facebook da associação para fazer divulgação, e ainda com o impacto que a música e o teatro têm na vida deste jovens imigrantes. Através de improvisações realizadas no teatro IBISCO, com improvisações musicais de hip hop realizadas na Associação BUÈ FIXE e formação musical realizada no espaço LX Jovem conseguimos que os jovens expressassem as suas ideias, e assim recolher as informações necessárias.

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