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IV. Aspectos Teórico-metodológicos

IV.1 Fontes documentais e empíricas do estudo

A seguir, descrevo quais são, e como serão utilizadas, as fontes que formam o corpus documental desse estudo.

Já existe uma extensa produção abordando a política nacional de resposta à aids, a qual foi, sem dúvida, extremamente útil ao delineamento do contexto político- institucional mais amplo que a informa e onde se constroem as experiências que

descrevo e analiso. (Teixeira, 1997, 2003, 2004; Mattos, 1999, 2003; Parker, 2003; Greco et al., 2007; Hacker et al., 2007; Grangeiro et al., 2009; Laurindo Teodorescu; Teixeira, 2015 ).

Existem também publicações que recuperam os contextos político-institucionais da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, na perspectiva de fornecer um pano de fundo, onde operam o CRT-DST/AIDS enquanto instância de coordenação programática e outros atores institucionais relevantes da SES-SP e do SUS-SP (Kalichman 1993; Grangeiro et al.,2009; Motta, 2011).

Ainda que em menor número, existem produções acadêmicas que abordam aspectos da gestão e organização de Programas Municipais e Estadual de DST/AIDS de SP, os quais, embora não tenham o mesmo foco do presente estudo, também são utilizados no seu desenvolvimento (Barboza 2006; Taglietta 2006).

As experiências do CRT-DST/AIDS, de gestão e organização programática do cuidado da PVHA, são recuperadas por meio de publicações existentes que tratam do assunto (Kalichman 1993; Teixeira, 1997, Barboza 2006; Taglietta 2006, Laurindo Teodorescu; Teixeira, 2015), dos documentos oficiais produzidos pelo MS e pelo CRT-DST/AIDS (Manuais, Boletins, Normas Técnicas, Relatórios Técnicos, Consensos e Protocolos clínicos), pelas publicações em Diário Oficial do Estado de SP e da União, assim como de deliberações das Comissões Tripartite (MS) e Bipartite (SES-SP) relevantes e referentes ao tema da gestão e organização do cuidado das PVHA no SUS-SP. Também é recuperado o processo de estruturação dos Programas Municipais e Serviços de DST/AIDS no SUS-SP.

Como sinalizado acima, para analisar o cuidado das PVHA na dimensão programática é necessário tratar também dos indicadores e resultados que podem ser apreendidos a partir da sua dimensão individualizável em pessoas ou em serviços de saúde. Nesse sentido, pode-se observar o grau de efetivação e os

resultados da ação programática, e também da qualidade dos serviços onde são acompanhadas, por meio de indicadores de saúde do conjunto das PVHA. Para tal, utilizamos dados secundários de caráter epidemiológico (SINAM), de produção assistencial (SICLOM e SICEL, SIA-SUS, AIH) e outros advindos de resultados de estudos produzidos na articulação entre atividades de assistência e de pesquisa. A primeira dessas articulações foi o processo de avaliação da adesão à TARV iniciado em 1997, no âmbito dos serviços ambulatoriais especializados no Estado de São Paulo. Além da grande produção científica (Nemes et al., 2000, 2004, 2009, Castanheira et al.,2002), essa parceria entre o CRT-DST/AIDS e a Universidade também deu base ao desenvolvimento do Qualiaids (Nemes et al., 2008; 2008a). Este é um dos mais importantes e bem estruturados processos de avaliação da qualidade dos serviços especializados no cuidado de PVHA existentes no país, e de onde foi possível obter informações relevantes para os objetivos deste trabalho.

Outro estudo do qual o CRT participa atualmente, o Estudo de coorte, prospectivo,

multicêntrico, para avaliar o tratamento antirretroviral inicial em pacientes adultos com infecção pelo HIV, em quatro regiões brasileiras (Grangeiro et al., 2014),

segue a linha programática iniciada com os estudos sobre adesão,e avalia mais diretamente a efetividade da TARV entre pacientes acompanhados em serviços públicos brasileiros.

Já há também consistente produção acadêmica que busca mapear como o princípio da integralidade vem informando a organização das ações de saúde no cuidado das pessoas vivendo com HIV/AIDS, inclusive no próprio CRT-DST/AIDS (Silva N, 2002; Paiva V, ECI, 2002; Oliveira L, 2005; Ayres, 2006; Borges M, 2010; Pinto C, 2010). São quase todos, estudos de caso, alguns de caráter exploratório, que se utilizam principalmente de metodologias qualitativas, mas também quantitativas, e de estratégias de triangulação para combinar diferentes fontes e métodos de observação, obtenção, criação e análise de dados.

Foram realizadas 14 entrevistas individuais. Os profissionais que trabalham no CRT foram entrevistados pelo próprio autor da tese e os interlocutores regionais e coordenadores ou gerentes de programas municipais por entrevistador treinado pelo pesquisador responsável pelo estudo. As entrevistas foram realizadas no decorrer de 2014 e 2015 e foram todas gravadas. As transcrições foram feitas por profissionais contratados para esse fim. As mesmas se encontram em arquivo do pesquisador. O Roteiro das entrevistas encontra-se no Anexo 1.

O Termo de Consentimento Livre e Informado (TCLE), assinado por todos os entrevistados, encontra-se no Anexo 2. Esta pesquisa teve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do CRT e o aval do CEP da FMUSP.

A partir de uma leitura compreensiva dos depoimentos foram identificadas ideias explícitas e implícitas, eventos marcantes, seus sentidos e significados na construção da resposta programática, do modelo e da rede assistencial de atenção integral às PVHA no SUS-SP

Pela importância de suas entrevistas como recurso narrativo e como fonte de interpretações e análise neste trabalho, os excertos das transcrições das falas dos pares do CRT, utilizados no corpo do texto estão identificados nominalmente pelas suas iniciais, após autorização expressa dos entrevistados. Os excertos dos demais entrevistados são identificados apenas pela sua inserção institucional. Alguns elementos narrativos são resultado da minha própria vivência e participação nos fatos relatados, e são utilizados para esclarecer ou relacionar alguns aspectos obtidos das entrevistas ou documentos. Nestes casos, será incluída a marcação (RP) ao final do parágrafo, designando que as informações ali apresentadas são registros do pesquisador.

Abaixo um quadro com o nome, formação e inserção institucional de todos os entrevistados.

Quadro 1 - Lista de Entrevistados

Nome e iniciais Formação e histórico Posição Atual

Alexandre Grangeiro (AG)

Sociólogo com especialização em Saúde Pública,

Coordenador Adjunto do

Programa Estadual de DSTAids SES-SP; Diretor Adjunto e Diretor do Programa Nacional de DST/AIDS-MS

Pesquisador do Depto. Medicina Preventiva USP

Caritas Relava Basso (CB)

Médica Infectologista, Mestra e Doutora em Saúde Pública, Gerente de Assistência Integral do CRT-DST/AIDS

Coordena a Área de Assistência do Programa Municipal de Aids da PMSP

Eduardo Barbosa (EB)

Filósofo, Presidente do Fórum de ONG/AIDS de SP, Diretor Adjunto do Programa Nacional de Aids do MS

Diretor do Ambulatório de HIV/AIDS do CRT-

DST/AIDS

Goher Lima Gonzalez

Bióloga, Coordenadora do Programa Municipal de DST/AIDS de Itanhaém Coordenadora do Programa Municipal de DST/AIDS de Itanhaém Joselita Caracciolo (JC)

Médica Infectologista, Mestra em Medicina Preventiva, Diretora do Ambulatório de HIV/AIDS do CRT-DST/AIDS Assistente da Gerencia de Assistência Integral do CRT-DST/AIDS Karina Wolffenbuttel (KW)

Psicóloga, Mestra em Saúde Pública, Diretora do Ambulatório de DST/CTA do CRT-

DST/AIDS.

Coordenadora do Eixo de Diagnóstico Precoce do Programa DST/AIDS SP

Maria Clara Gianna (MG)

Médica Sanitarista, Diretora da Vigilância Epidemiológica do CRT-DST/AIDS, Coordenadora Adjunta do Programa de DST/AIDS SP Coordenadora do Programa e Diretora Técnica do CRT DST/AIDS

Nome e iniciais Formação e histórico Posição Atual

Moises Taglieta

Cirurgião Dentista, Mestre em Saúde Pública, Coordenador da Área de Planejamento do Programa Nacional de DSTAIDS MS

Coordenador de Programa Municipal de DST/AIDS

Mônica de Arruda Rocha Enfermeira, rabalhou na Atenção Básica. Interlocutora Regional do Programa de DST/AIDS SP

Paulo Roberto Teixeira (PT)

Médico Dermatologista,

Especialista em Saúde Pública, Coordenador do Programa DST/AIDS de SP e do MS, Diretor do Programa de AIDS da OMS

Consultor Senior do Programa DST/AIDS de SP.

Rosa Alencar de Souza (RS)

Médica Infectologista, Mestra em Gestão de Serviços e Sistemas de Saúde, Gerente de Assistência Integral do CRT- DS/AIDS Coordenadora Adjunta do Programa e Diretora Substituta do CRT- DST/AIDS

Ruth Nogueira Jardim

Biomédica, Mestra em MI, Diretora laboratório Regional de DST/Aids

Interlocutora Regional do Programa de DST/AIDS SP

Sara Romero Silva (SS)

Médica Pediatra com

Especialização e Mestrado em Saúde Pública, Gerente da Área de Planejamento do CRT- DST/AIDS, Gerente da Área de Planejamento do CCD

Médica da Equipe de Vigilância Epidemiológica do CRT-DST/aIDS

Vilma Cervantes (VC)

Psicóloga com especialização em Saúde Pública e em Gestão, Responsável pela Articulação com as ONG/Aids no Programa DST/AIDS SP

Gerente da Área de Planejamento do CRT- DST/AIDS

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