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8. PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL

8.3 Fontes de energia renováveis

- Energia Hidráulica: É produzida através das usinas hidroelétrica que tem sua estrutura composta basicamente por barragem, sistema de captação e adução de água, casa de força e vertedouro. Produz eletricidade girando grande turbinas pela força da queda das águas, transformando energia mecânica em energia elétrica [52].

- Biomassa: A produção de energia elétrica através da biomassa é possível graças a conversão de uma matéria-prima em um produto intermediário que é utilizado em uma máquina motriz. Esta máquina converterá energia mecânica em energia elétrica através de geradores [52]. - Energia Eólica: É a energia elétrica obtida através da energia cinética, (do movimento do vento). O vento surge pelo movimento de massas provocado pelas diferenças de temperatura e pressão na superfície terrestre [60].

Com o crescimento e desenvolvimento industrial, tivemos o aumento da exploração dos recursos energéticos em todo o mundo, o que nos possibilitou perceber a relação entre o desenvolvimento e o consumo de energia elétrica. A partir desta relação é possível perceber no texto destacado de [64], as diferenças entre o consumo de energia dos países desenvolvidos e dos países emergentes:

Grandes diferenças existem entre o consumo de energia dos países pobres e dos países ricos. Para ilustrar estas diferenças de forma simples, a relação entre riqueza e consumo de energia pode ser estabelecida analisando-se a relação entre o “tamanho da economia” de um país e seu respectivo consumo de energia... [64]

Também é possível observar na Figura 8.2, que ao somar o consumo de energia elétrica da América Latina, América Central e a África (continentes em que se encontram os chamados países emergentes), todos juntos não consomem nem a metade de energia elétrica da América do Norte [65].

Ao analisar neste capítulo os dados divulgados pela IEA [66] sobre o acesso e produção de energia elétrica, é possível observar que países mais desenvolvidos possuem suas redes de eletrificação mais robustas, facilitando desta forma o acesso à energia elétrica dentro de seus territórios. Esses países também são os maiores consumidores de energia elétrica do mundo, conforme será apresentado. No cenário mundial da demanda de energia elétrica, foi

necessário produzir 24.790 TWh no ano de 2016 para atender toda a demanda de eletricidade através de diversas fontes geradoras de eletricidade. Por fim, enfatizamos a matriz da geração energética mundial dada por [67], tal qual apresentamos na Fig. 8.1:

Figura 8.1 - Matriz Energia Elétrica Mundial. Elaboração Própria [65]

38,5% de carvão mineral, 22,8% de gás,

4,0% de óleo, 10,6% de urânio, 16,2% de hidráulica e,

7,9% de outras não especificadas.

O carvão mineral é a mais consumida fonte de energia do planeta e, além de ser não- renovável causa sérios problemas sócio-ambientais, tais como: a formação de lagoas ácidas próximas às áreas de mineração como resultado de rejeitos ricos em dissulfeto de ferro (FeS2); diminuição do pH das águas afetando grande áreas e regiões; liberação de gás sulfúrico na atmosfera durante o processo de extração; emissão de poluentes atmosféricos como o dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx), compostos orgânicos voláteis (VOCs) e aerossóis, etc, [68] [69] [70]. A segunda principal fonte de produção de energia elétrica do mundo é o Gás Natural (23% da matriz energética mundial), classificado como uma fonte de energia não renovável. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEE), o gás natural emite de 40% a 50% menos CO2que o Carvão Mineral, e emite de 20% a 23% menos CO2 que as fontes derivadas de petróleo para a produção de energia elétrica [71]. Mesmo assim, os principais poluentes emitidos pela queima do gás natural na produção de eletricidade são os gases de dióxido de carbono (CO2), Oxido de Nitrogênio (NOx) e Monóxido de Carbono (CO). Acrescentasse a isso, que há diversos estudos que apontam altas

taxas de poluição de aquíferos próximos às áreas de usinas de gás natural [72] [73]. A questão da produção da energia elétrica deixa de ser simples quando percebemos todos os fatores envolvidos e necessários apenas no processo de geração ou transformação.

Um desses fatores é a liberação dos Gases de Efeito Estufa (GEE), responsáveis pelo aquecimento global. A preocupação com as mudanças climáticas do mundo foi tema da 21° Conferência das Nações Unidas realizada em Paris, em 2015 [74]. Com a participação dos 195 países membros, o Acordo de Paris foi aprovado [75]. A meta do acordo é reduzir a emissão de gases do efeito estufa e, com isso, o compromisso é manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2°C, tendo como referência os níveis de aquecimento global do período pré-industrial [76]. Porém, para o Acordo de Paris vigorar, foi necessária a ratificação de 55 países, que juntos, são responsáveis por mais da metade das emissões dos gases de efeito estufa do mundo. Este acordo prevê que os países signatários criem seus próprios compromissos com a redução da emissão do efeito estufa a partir do cenário social e econômico local. Cada nação e governo apresentariam sua contribuição para a redução da emissão dos gases de efeito estufa [77].

Contudo, somente no final de 2018, no encontro realizado em Katowice, na Polônia, foram criadas as diretrizes para a implementação do Acordo de Paris sobre o aquecimento global, este conjunto de diretrizes foi chamado de “livro de regras” [78]. Porém, um ponto destas diretrizes que ainda é tema de discussões e disputas entre as nações é o Artigo 6, chamado de “mecanismo de mercado”. Ele permite aos países, negociar suas emissões de gases de efeito estufa, criando desta forma os “mercados de carbono” ou “comércios de carbono”.

Temos que salientar que as metas de redução de emissão de carbono são metas domésticas, estabelecida pelo próprio país, em que cada governo mensura esses cortes como bem entenderem, criando desta forma, um risco real no mercado de créditos de emissão de carbono, podendo, neste caso, serem emitidos mais créditos de carbono e não impactando em nada na redução das emissões dos gases de efeito estufa na atmosfera. Isso seria um desastre para o meio ambiente e também para o próprio mecanismo do comercio de créditos de carbono.

Neste sentido, como já apresentado, fica claro que a produção e consumo de energia está diretamente ligada ao desenvolvimento econômico de cada país e a emissão de carbono diretamente relacionada com os tipos de fontes energéticas. Para visualizar o consumo de eletricidade de forma mais detalhada, a demanda de energia elétrica de 2016 é descrito a seguir por regiões continentais (Figura 8.2).

42,8% na Ásia e Oceania, 20,5% na América do Norte, 17,9% na Europa,

6,4% Eurásia,

5,2% América do Norte e Central, 4,4% Oriente Médio e,

2,8% na África. [50]

Figura 8.2 - Demanda Energia Elétrica por Continente. Elaboração Própria [65]

Na Fig. 8.2, é possível observar que os continentes onde se encontram os países chamados de potências econômicas são os continentes que possuem as maiores demandas de eletricidade, sendo elas, as maiores consumidoras da produção de energia elétrica do mundo. No cenário econômico, o Brasil já ocupou a colocação de 6ª maior economia do mundo em 2011, e mesmo com a queda para a 9ª economia em 2016 [79] [80], ficou na oitava colocação da capacidade instalada de geração de energia elétrica do mundo, sendo responsável por 2,3% da produção de energia elétrica mundial, equivalente à 140,9 GW de produção de energia elétrica. [65] [50]

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