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Conforme discutimos na seção inicial desta pesquisa, de acordo com a revisão bibliográfica, a formação continuada em serviço tem papel importantíssimo no desenvolvimento dos professores, uma vez que permite permutas e trocas de experiências, de angústias, medos, possibilitando a aprendizagem de conhecimentos novos entre eles. Existem inúmeros aspectos positivos nesta modalidade de formação quando é organizada com e para os professores.

Na formação continuada em serviço são os atores do processo que devem construir sua prática e rotina. Nesse âmbito, “Qual é o papel do gestor na formação continuada em serviço?”

Respostas

“Participar da elaboração e realização da mesma. ” (G1)

“Dar suporte com a pesquisa de autores, dinamização do tempo a gastar, suporte tecnológico e financeiro para as formações. ” (G2)

“Articular, organizar, implementar e participar” (G3) “Analisar os temas e conduzir a reunião. ” (G4)

“O gestor é corresponsável para a garantia do cumprimento da política pública. Aqui no caso a política de formação continuada” (G5)

“Sua participação é essencial, pois o gestor faz parte dos atores dessa instituição. ” (G6)

“Ser aprendiz contínuo, bem como colaborador do processo reflexivo e mediador das formações, junto ao coletivo docente e pedagógico” (G7)

“Organizar, transferir conhecimentos, dialogar e incentivar a todos na busca do conhecimento” (G8). Fonte: construído pela autora de acordo com as respostas dos gestores.

Conforme a Portaria nº 0019/ 2018 do munícipio, em seu Art.4, são atividades que competem à equipe gestora da Unidade de Ensino: organizar as atividades de formação continuada, com temáticas em consonância com a realidade da escola e o registro dos encontros. De acordo com a fala dos gestores, é possível compreender que esse artigo vem sendo cumprido, já que eles participam da realização, e elaboração, da formação continuada em serviço, organizando materiais, temas, suporte técnico e coordenando a parte financeira, entre outras.

Neste ponto, destacamos a importância que o gestor tem na construção da democracia em suas escolas, pois, o gestor democrático possibilita espaço e tempo para que seus professores dialoguem, troquem experiências e angústias entre si, desenvolvendo, assim, um espaço de participação e luta dentro da escola. Entendemos que a gestão democrática está delineada em lei e desempenha um papel essencial no âmbito das instituições porque ela permite que espaços de democracia e autonomia passem a existir dentro delas. A gestão democrática, como afirma Peroni e Flores (2014), permite a construção do

[...] projeto político-pedagógico, a participação em conselhos de escola, a eleição para diretores, o exercício da autonomia financeira, são processos pedagógicos de aprendizagem da democracia, tanto para a comunidade escolar, quanto para a comunidade em geral, porque a participação exige um longo processo de construção no qual a gestão democrática é um fim, mas também um meio (PERONI; FLORES, 2014, p.186).

O papel do gestor na formação continuada em serviço é importantíssimo, como pressuposto de adoção de práticas inovadoras, e no atendimento das demandas da comunidade escolar. Assim, perguntados sobre “a importância da formação continuada na escola?”, todos apontaram os aspectos positivos ao tema abordado

Respostas

“É de grande valia por ser momento de troca de experiências, reflexão-ação da prática educativa e momento de grandes aprendizagens” (G1)

“Momento único de conhecimento e partilha” (G2)

“Fazer com que os desafios do dia a dia sejam aliados teoria à prática” (G3)

“Considero muito importante, geralmente uso para estudarmos legislações, práticas pedagógicas e novas metodologias” (G4)

“Momento rico para a estudo e análise de temas educativos, inerentes a realidade vivenciada na unidade, na busca do alcance do sucesso escolar” (G5)

“Repensar e planejar a prática pedagógica da escola” (G6)

“A formação continuada de professores norteia o trabalho docente e as reflexões e mudanças necessárias ao bom andamento da turma, real aprendizagem do aluno e reorganização das práticas desenvolvidas. ” (G7) “Muito relevante, nela todos crescem adquirindo conhecimentos” (G8).

Fonte: construído pela autora considerando as respostas dos gestores.

Todos os gestores comungam da mesma perspectiva de que a formação continuada em serviço, realizada na escola, propicia troca de aprendizagens, de repensar as práticas pedagógicas, de refletir, de partilhar, de estudo sobre novas metodologias, legislações e temas. De forma geral, demonstram que a formação continuada realizada na escola é um momento único, que contribui para o exercício da docência, proporcionando momentos de partilha e aprendizagem. Quando a G4 ressalta que ela usa esse momento para estudar, ela está apontando que o gestor também se forma nesse contexto.

Para Alamini (2005) a formação continuada em serviço (dentro do contexto escolar) é fundamental para que o educador possa reavaliar seus preceitos teóricos, sua prática metodológica e pedagógica, representando, assim, uma atitude de contato constante com conhecimentos novos e diversificados. E os gestores têm essa concepção. Definida a importância da formação continuada, realizada na escola para os gestores, cabe perguntarmos aos professores “qual é o papel da formação continuada realizada em serviço para a prática pedagógica deles?”.

Respostas

“Troca de experiências e novos olhares” (P1) “Dar ao professor oportunidade de se aprimorar” (P2)

“É um espaço de reflexão sobre a prática, de diálogo sobre saberes e experiências. É um lugar privilegiado na construção de possibilidades de superação das dificuldades e necessidades encontradas no cotidiano. O principal objetivo precisa ser o sucesso da aprendizagem” (P4)

“No crescimento de cada aluno” (P5) “Atualização” (P6)

“É indispensável! Pois a educação não é neutra, não é estática e requer constantes conhecimentos” (P7) “Seria de colaborar e enriquecer a prática em sala de aula” (P8)

“Aperfeiçoamento e capacitação aos professores” (P10). Fonte: construído pela autora, considerando a fala dos professores.

Nesse prisma, os professores veem a formação continuada em serviço como um espaço de atualização, onde podem refletir sobre suas próprias práticas. A formação continuada em serviço é um dos caminhos que permitem os professores atualizarem-se. Enxergamos que a

[...] escola faz parte da vida do professor, ele passa grande parte da sua vida em função dos alunos. A formação realizada no ambiente escolar poderia torna-se muito mais rica. A escola poderia organizar eventos, fazendo com que esta realidade acontecesse mais vezes. Na escola o trabalho é planejado, realizado e avaliado. Na própria escola, os professores poderiam se abrir mais a essa verdade, trocarem mais experiências, buscando ajuda uns nos outros. Participando juntos, de congressos, eventos e grupos de estudo para aperfeiçoar suas limitações e darem continuidade à sua formação (SANTOS et al., 2011, p.50).

A escola faz parte da vida do professor e nela ele pode se formar continuamente. Os professores do município enxergam os aspectos positivos da formação continuada em serviço, atribuindo ao local de trabalho um valor significativo como espaço de desenvolvimento. Santos et al. (2011), em pesquisa aplicaram um questionário aos professores do Ensino Fundamental pertencentes à Divisão Municipal de Pirapozinho-São Paulo, os quais, unanimemente, reconheceram o papel da formação continuada. Esta pesquisa é um exemplo de como a formação continuada pode ser “ [...] ferramenta chave para a qualidade na educação brasileira” (SANTOS et al, 2011, p.52).

Ante o exposto, podemos dizer que a formação continuada em serviço, a formação realizada no chão da escola, tem muito a oferecer aos profissionais da educação e, por meio dela, é possível integrar os saberes docentes aos acadêmicos e enfrentar as dissonâncias da rotina escolar. Ela dá “possibilidade em realizar um planejamento pedagógico flexível e pronto a novas intervenções e ações reflexivas” (P3). Possibilita ainda, “repensar e projetar ações; para

minha prática pedagógica tem fomentado esclarecimentos e melhoria nos planejamentos e execuções de aulas” (P9).

Em entrevista com professores, Alamini (2005) concluiu que “(...) o reconhecimento de que a formação continuada em serviço é tão importante quanto a própria atividade de exercício da profissão” (p.10). E os professores do município reconhecem os aspectos positivos dessa formação. Tecer reflexões sobre a formação continuada em serviço requer um olhar atento à sua estruturação e, por isso, deve-se preocupar com a temática, carga-horária, espaço, professores formadores e com os pressupostos por ela apresentados.

Na fala dos referidos professores, foi possível perceber que a formação continuada proposta na escola contribui para mudanças significativas em suas práticas pedagógicas, atualizando-os e motivando a transformação de seu trabalho. Mas, será que concordam que ela deva ocorrer apenas na escola? Indagamos a eles, se “a escola deve ser o espaço central da formação continuada? Sim, não, em termos? – Justifique a sua resposta” e obtivemos as seguintes respostas

Respostas

“Sim, e se possível dividir por faixa etária de atuação para que a formação se torne significativa”. (P2) “Sim”. (P5)

“Sim, na escola temos a oportunidade de expandir o que aprendemos”. (P6)

“Sim. Muitas vezes o acesso a outros locai não são viáveis a todos os profissionais”. (P8) Fonte: construído pela autora, considerando a fala dos professores.

Podemos perceber nas respostas dessas quatro professoras que a escola deve ser espaço central da formação, uma vez que a mobilidade para outros locais seria até um aspecto dificultador. Entretanto, temos conosco o entendimento de que a formação deve ser para além do espaço escolar porque ela ocorre também nas universidades, em outras escolas e em centros de formação. Pimenta (2005) trouxe a ideia da parceria da escola de Educação Básica com a universidade para estudarem juntos e, à luz dos problemas do cotidiano da escola, levantar os problemas de pesquisa. Os resultados de tais pesquisas poderiam subsidiar e iluminar as soluções para os desafios da prática escolar.

Devemos tomar cuidado com as propostas desenhadas em âmbito nacional, com as parcerias realizadas, pois

Outro viés do discurso neoliberal é por uma educação menos onerosa para os cofres públicos, o que pode ser realizado com a redução do tempo de formação docente. Isso ocorre por meio da abertura e amplitude do sistema de universidade aberta (tanto para formação inicial como para formação

continuada), o qual aparentemente possui um lado bastante significativo, pois oportuniza a formação de nível superior por uma maior quantidade da população. Todavia, podemos nos questionar o tipo de educação que é ofertada através desse sistema. Percebemos que essa política pública se torna bastante interessante para o capital, tendo em vista que os gastos públicos com a educação superior embora não sejam devidamente diminuídos são empregados em um sistema que produz em menos tempo e em menor qualidade a massa de trabalho esperado por aquele (SOARES; SILVA, 2018, p.36).

Na seção anterior discutimos a UAB e entendemos que essa proposta é interessante para o capital, pois, não demanda grande investimento e forma muitos profissionais em pouco tempo, conforme Santos (2011), Guerino e Nunes (2014). Assim, se por um lado a UAB oferece maior acesso e oportunidade de formação, por outro, naturaliza a precarização da formação docente por meio de uma formação barata e aligeirada.

A P8 relata ser inviável ir para outros espaços de formação e julga a escola como espaço central de formação. Devemos dizer que a questão da mobilidade é, sim, um dificultador, mas não podemos deixar que esta se torne um impedimento, não podemos excluir outras formações. Devemos pensar que:

é na escola, junto aos colegas e equipe pedagógica, que pode-se fazer da prática pedagógica o objeto de estudo da FC. O que pode, sem excluir outras formações, contribuir para a aproximação entre teorias e práticas e superação das dificuldades para o sucesso da relação professor-aluno-conhecimento. E, ainda, promover o crescimento profissional e a valorização dos profissionais docentes como construtores de conhecimentos (P4).

Os professores que relativizam a questão têm entendimento que a formação continuada não deve acontecer apenas na escola:

Respostas

“Não, vejo como um todo: Escola, comunidade e municípios”. (P1)

“Em termos, a formação em diferentes ambientes que não o escolar também seria enriquecedor”. (P3)

“Em termos. É no chão da escola, na nossa realidade e com nossos pares que precisamos discutir. Mas a educação tem sua função social e não ficar somente no seu "quadrado" ”. (P7)

“Em termos. A Equipe da Escola deve reunir, realizar e prever estudos formativos, isto acontecendo na Escola, no entanto, a Equipe, deve, em outros espaços formativos, aprimorar estudos formativos, considerando, sobremaneira, experiências de outras escolas”. (P9)

“Sim e também fora da escola, o profissional deve buscar se aperfeiçoar sempre”. (P10) Fonte: construído pela autora, considerando a fala dos professores.

No que concerne à relação Universidade, escola e comunidade escolar, é uma exigência quando se fala em formar professores. É necessário unir diferentes atores na formação

continuada de professores porque todos têm muito a contribuir. Quanto à legislação municipal, o PDME (2015-2024), por exemplo, tem como “Estratégia 16.2 da meta 16: c. a garantia de participação dos profissionais da educação nos programas e nos cursos de Formação Continuada em Serviço, promovidos, de forma compartilhada, pela Rede Municipal e pela Rede Estadual” (UBERABA, 2015a, p.55). É possível encontrar no documento essa abertura, e na próxima subseção apresentaremos os cursos que vêm sendo organizados, junto a universidades da rede, para que essa meta seja atingida.

A própria Lei Complementar n° 552, de 15 de setembro de 2017, relatando sobre a avaliação desses profissionais em seu art. 36, declara que eles devem investir em sua formação em instituições credenciadas pelo MEC, cursos da Secretaria de Educação ou em instituições parceiras. Devemos lembrar que movimentos isolados pouco contribuem para formação dos professores, pois “formar-se é um processo de toda a vida; enquanto seres humanos, temos a possibilidade de aprender e, portanto, nos humanizamos permanentemente, mediante as relações e interações que acontecem nos diversos ambientes culturais nos quais temos relações” (ALVARADO PRADA; FREITAS; FREITAS, 2010, p.369).

Em sequência, tratamos dos objetivos centrais da formação continuada em serviço, almejando que os professores se manifestassem no sentido de responder ao questionamento “a política de formação continuada em serviço realizada na instituição em que atua, atende às necessidades dos professores da escola e da rede municipal de ensino?” Enquanto quatro professoras responderam afirmativamente, por outro lado uma delas ressaltou que: “Atende parcialmente, pois, os recursos humanos são muito conflituosos e muitas vezes são capazes de repassar à Rede de Ensino informações falseadas” (P9).

Existe um descompasso entre as expectativas e as necessidades dos professores. Consoante aos argumentos anteriores, os docentes entendem que a formação continuada é relevante, que a escola é um local que lhes possibilitam formarem-se continuamente, mas, quando perguntados sobre a formação continuada em serviço da qual participam nas escolas em que atuam, desmereceram-na. Cinco professores relatam o seguinte: “Nunca” (P1) “muitas vezes não, porque acontece muita divergência de opiniões” (P2) “Não. É apenas mais uma reunião pedagógica, sem propostas de reflexão, diálogo, debates ou construção de propostas” (P4); “Não. Nem a formação sistêmica” (P7). Assim, numa lógica controversa, os professores do município de Uberaba, se por um lado afirmam valorizar a formação contínua, por outro, desmerecem a formação que recebem.

Quando analisamos anteriormente a jornada desses profissionais, foi possível constatar que eles devem cumprir as atividades de formação continuada, pois essa contagem de horas é integrante da sua jornada extraclasse, mas, a mera participação deles não garante que aprendizagens ocorram. Acreditamos que o planejamento dessas ações deve ser repensado e se adequar às necessidades dos professores, pois, como estão sendo organizadas, principalmente a que acontece em serviço, tem sido insuficiente para atender aos anseios dos professores.

Temos esse entendimento quando há declaração como “não, nunca participei de nenhuma que enriquecesse minha prática na sala de aula” (P8). A esse respeito, devemos nos preocupar com os saberes colocados em discussão nos encontros formativos. Na prática pedagógica dos professores, que deve ser objeto de estudo, eles devem ser protagonistas do próprio conhecimento, e as tarefas burocráticas ficar em segundo plano.

Existe uma crença, da qual compartilhamos, que a formação continuada em serviço, baseada em princípios impostos de dentro para fora da escola, não contribui para a construção/reconstrução da identidade e da prática dos professores; portanto, não contribui para sua formação. Por conseguinte, um projeto de formação continuada em serviço além de amparo legal e estrutural do município, precisa de recursos financeiros, contribuição das universidades e anseio e valorização por parte dos participantes. Concordamos que

a valorização da prática como ambiente formativo não é, por si só, suficiente para resolver o problema da formação continuada dos professores. Há inúmeros outros fatores, desde escolares até extra-escolares que interferem sobre esse processo, o que nos leva a crer que o processo não pode ser pensado exclusivamente a partir de qualquer uma das suas partes, mas senão de todas elas ao mesmo tempo (SALLES, 2004, p.1).

Por isso, as vozes dos professores devem ser ouvidas na formulação de propostas dessas formações. Voltando à questão anterior, quando indagamos aos professores: “Quem participa da formulação da política de formação continuada na rede pública de ensino? Se participam? Como? ” A professor P2 disse que era apenas ouvinte e as professoras P4 e P8, disseram que esta ação compete apenas à Semed. Tais professores informaram que a formação continuada em serviço não atende às suas necessidades, nem às da escola e da rede municipal de ensino. Mediante esses depoimentos, compreendemos que devem ser feitos levantamentos sobre as necessidades formativas dos docentes para a reestruturação das formações. Caso contrário, estes momentos se tornarão insignificantes para o professor.

O papel dos professores é de suma importância diante das inúmeras mudanças e descontinuidades das propostas de formação continuada. Não existe um padrão mínimo, tempo, investimento, o que vem desgastando a luta deles. Sabemos que a realidade que vivemos hoje é o resultado de uma construção histórica que precisa ser conhecida e enfrentada. Alguns passos precisam ser dados e um deles é conhecer as respostas ao questionamento “Quais são as principais dificuldades que os professores enfrentam no momento de participar da formação continuada em serviço? ” Apenas uma professora respondeu “nenhuma”. (P6)

Três professoras ressaltaram que a falta de disciplina dos colegas atrapalha muito: “Falta de paciência ao dividir espaços com pessoas que não querem ou não sabem falar do objeto de estudo e dificuldade de organizar horários para leituras nos momentos em que não estou no local de trabalho ou no local de estudos definidos para o trabalho” (P9); “a disciplina dos profissionais” (P10). Além da indisciplina dos colegas, ressaltam que a formação continuada em serviço tem ficado atrelada a questões burocráticas: “Temas administrativos não são somente com nossos pares. Hoje em dia há mais reunião administrativa do que um momento de estudo” (P7). Aqui aparece a denúncia do mau aproveitamento do tempo destinado à formação.

Depreendemos que comumente o retrato das formações realizadas em serviço tem sido professores sem interesse em participar, bem como questões burocráticas e administrativas preponderando sobre a aprendizagem. As professoras compreendem que as formações desenvolvidas nas escolas propiciam a melhoria da prática pedagógica, mas, esse significado tem se perdido em meio a recados, conversas paralelas, entre outros.

Não podemos culpar os professores pelo desinteresse, pois, o momento é de aprendizagem e não de resolução de questões administrativas. Faz-se urgente repensar algumas questões que envolvem a formação continuada em serviço, tais como o espaço, recursos, formadores, a carga horária extensa, que, segundo os professores, é outra dificuldade: “Tempo” (P1); “O tempo” (P5); “Tempo” (P8); “carga horária extensa e a participação de professores desinteressados que acabam por atrapalhar o bom andamento da formação” (P2); “a formação, sendo após o horário e nos fins de semana, comprometendo o nosso descanso” (P3); “O tempo, fora da carga horária de trabalho, à noite ou aos sábados, o cansaço depois de dois turnos de aulas e a falta de um planejamento motivador, sem momentos de estudos e debates” (P4).

A carga horária excessiva pode trazer graves consequências para a vida dos professores: “[...] ocasionam estresse e doenças mentais, psicológicas ou psicossomáticas,

físicas como: dores musculares, gastrites, problemas na voz (laringite, faringite), alergia, problemas cardiovasculares e cefaleia” (CUNHA; SOUZA, 2019, p.26). Logo,

[...] conciliar os horários exige muito esforço para não comprometer a qualidade do trabalho, visto que há também outros compromissos no seu dia- a-dia como: cronogramas escolares, planejamento pedagógico mensalmente aos sábados, cursos de capacitação promovidos pela Secretaria de Educação que são obrigatórios e são realizados no período de férias escolares e ainda é necessário levar os trabalhos para serem desenvolvidos em casa, pois o tempo é pouco para tanta atividade na instituição (CUNHA; SOUZA, 2019, p.30- 31).

Por isso a rede municipal deve estar atenta a esse aspecto que influencia diretamente a atuação dos professores. Ao se tratar a questão da saúde dos profissionais da educação, vale ressaltar a meta 15, que tem como objetivo a valorização destes profissionais e a estratégia 10, “implantar e sistematizar, de forma permanente, programas que promovam a saúde integral e a qualidade de vida dos profissionais da Rede Pública Municipal de Educação (UBERABA,