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Formação de professores para a prática de inclusão

2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA

2.4 FORMAÇÃO DE PROFESSORES E A INCLUSÃO

2.4.3 Formação de professores para a prática de inclusão

A inclusão escolar é um paradigma educacional que propõe a educação do aluno com deficiência seja realizada na escola regular, sendo esta considerada para todos. Com isto a escola necessita estar preparada para receber todos os alunos nessa nova perspectiva, sendo que nenhuma criança deve ser segregada da escola regular, pois,

[...] a inclusão escolar é vista como a melhor alternativa para os alunos segregados da escola regular, já que ela: “representa um passo muito concreto e manejável que pode ser dado em nossos sistemas escolares para assegurar que todos os estudantes comecem a aprender que pertencer é um direito e não um status privilegiado que deva ser conquistado (SASSAKI, 1997, p. 18).

Nesse sentido a escola que se propõe na busca pela inclusão reconhece a diversidade de alunos que farão parte dela, buscando adequar os diferentes estilos de aprendizagem e uma educação de qualidade para seus educandos. Com isso a escola terá que fazer uma reestruturação em relação a sua prática, buscando

adequar suas ações com esses alunos bem como o aperfeiçoamento de

professores.

Dessa forma, o sucesso da perspectiva de inclusão educacional, no espaço de sala de aula, vai se tornar construtivo com o trabalho pedagógico qualificado do professor, que buscará formação para esse trabalho diferenciado, já que,

[...] uma política de formação de professores é um dos pilares para a construção da inclusão escolar, pois a mudança requer um potencial instalado, em termos de recursos humanos, em condições de trabalho para que possa ser posta em prática (MENDES, 2004, p. 227).

Nessa perspectiva a prática pedagógica do professor da classe comum virá ao encontro das necessidades de seus alunos, mas para isso é necessário que o mesmo possa buscar formação, auxílio e ajuda para poder satisfazer as necessidades que um processo de inclusão demanda, já que estar inserido nessa perspectiva ainda pode ser considerado novo e os professores necessitam de

conhecimentos específicos para atender dessa realidade.

Nessa conjectura para atender as diferenças individuais de sala de aula o professor necessita de apoio para poder realizar em sua prática flexibilizações e atividades que vão ao encontro das características de cada aluno, senão será

produzido no espaço escolar desigualdades que poderão produzir a exclusão. Para tanto é necessário que o professor consiga organizar situações de aprendizagem e ensino, que se configure em uma prática de inclusão, com isso,

[...] para atender a diferença na sala de aula devemos flexibilizar as práticas pedagógicas. Os objetivos e estratégias de metodologias não são inócuos: todos se baseiam em concepções e modelos de aprendizagem. Assim, se não propormos abordagens diferentes ao processo de aprendizagem acabaremos criando desigualdades para muitos alunos (RODRIGUES, 2006, p. 305-306).

Com isso para compreender a subjetividade de cada aluno o professor da classe comum deve e precisa de formação para o trabalho com a inclusão, para não correr o risco de exercer práticas de ensino fixas, pois a partir do momento que nas classes regulares de ensino existe uma heterogeneidade de alunos é necessário que os educadores organizem de forma satisfatória situações de ensino diferenciadas,

[...] diferenciar o ensino é organizar as interações de modo que cada aluno se defronte constantemente com situações didáticas que lhe sejam mais fecundas. [...] Implica, pois, o desenvolvimento de caminhos diversos para que os alunos consigam atingir as metas escolares, por meio de um acompanhamento e percursos individualizados (PERRENOUD, 1995, p. 28-29).

Os cursos de formação de professores para o trabalho com a inclusão devem propiciar ao professor momentos de reflexões para que ele perceba que a sua prática deve ser voltada para a criação de situações diferenciadas de aprendizagem, já que em seu lócus de trabalho a diversidade se fará constante e o processo de aprendizagem destes alunos apresentam peculiaridades. Além disso, devem discutir a importância de desenvolver um trabalho com todos na escola, realizando um trabalho interdisciplinar, uma parceria entre todos na escola para realizar uma prática ao encontro das subjetividades dos educandos.

Para tanto também se faz importante e necessário a discussão na formação inicial e continuada as nuances e princípios de uma educação inclusiva, pois são conhecimentos que se fazem necessários para que o professor da classe comum possa valorizar a singularidade de seus alunos, tendo uma prática inclusiva e preparando-se de forma consciente para o trabalho com a diferença. Contudo essas mudanças percorrem um caminho longo para chegar ao que se almeja de fato, que é um trabalho de inclusão e diferenciado em sala de aula, pois os cursos de

formação devem buscar uma mudança de concepção em relação a diferença, a diversidade e a deficiência, que seja alicerçada nos princípios de uma educação inclusiva, para assim garantir uma melhora na qualidade de ensino,

[...] se não fizer parte integrante de uma política efetiva de diminuição do fracasso escolar e de uma educação inclusiva com qualidade, a inserção de uma disciplina ou a preocupação com conteúdos sobre crianças com necessidades educativas especiais pode redundar em práticas extremamente contrárias aos princípios e fundamentos da educação inclusiva: a distinção abstrata entre crianças que possuam condições para se inserir no ensino regular e as que não possuem, e a manutenção de uma escola que, através de suas práticas tem ratificado os processos de exclusão e de marginalização de amplas parcelas da população escolar brasileira (BUENO, 1999, p. 12).

Com isso, a formação de professores para a inclusão pode se configurar em

ser um processo que realmente busque garantir uma educação com qualidade para seus alunos. E a escola que prime por ter qualidade, buscará atender as singularidades de seus alunos.

2.4.4 Caminhos que a escola percorre para a qualidade na inclusão: o