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Formação e Gestão da Carteira de Investimentos

O Índice Ibovespa, foi criado com a finalidade de acompanhar o volume médio negociado dos principais papéis que são negociados na BM&FBovespa. As ações integrantes deste indicador estão representadas, principalmente, pelo volume de negociações que apresenta no período. O presente estudo leva em consideração os 20 ativos mais negociados segundo o indicador Ibovespa.

É de suma importância para quem quer começar a investir no mercado de ações, saber como funcionam os mecanismos que o determinam. As corretoras devem ser procuradas em primeiro lugar para que se consiga ingressar no mercado acionário e habilite-se a comprar e vender ações nos pregões da bolsa (HALFERD, 2006).

As negociações diárias acontecem nos pregões, que segundo Pinheiro (2009) é o ambiente onde se reúnem operadores que irão executar fisicamente as compras e vendas das corretoras e também pelo sistema home broker, que permite o investidor continuar realizando suas negociações em horário diferenciado após o fechamento do pregão com algumas regras já definidas. Após o fechamento às negociações a vista que, diariamente, se encerra às 16h55min. O after market tem início às negociações às 17h30min, encerrando às 18h.

Segundo Brito (1989), para a composição de uma carteira de investimentos é fundamental rever algumas avaliações do mercado de capitais brasileiro, tanto aspectos relevantes para a seleção de carteiras através da análise de índices de liquidez e seleção do risco, quanto aos princípios e às restrições da negociação dos ativos no que tange à incerteza, através da análise intuitiva. Igualmente, deve-se avaliar o efeito da

36 diversificação e os componentes de risco no mercado acionário brasileiro através da pesquisa empírica realizada por ele. Após a formação da carteira, é recomendável examinar as principais características dos comportamentos do mercado dos ativos.

O pequeno investidor pode pesquisar e analisar os números da empresa que deseja investir através de informações contidas no mercado. A análise fundamentalista consiste nesta intenção de conhecer mais sobre as ações a investir, objetivando avaliar historicamente a situação econômica e financeira da empresa, bem como determinar o valor real da ação segundo Pinheiro (2009). Com as informações pertinentes sobre a empresa, o investidor pode decidir em convergir seus objetivos de ganho para longo prazo, mesmo que sem a necessidade de acompanhamento especializado, pois a conclusão da análise tenderá a aplicação com êxito dos recursos disponibilizados.

Uma análise subjetiva ou intuitiva, não é suficiente para obter a maximização do lucro nos investimentos dentro do mercado acionário segundo Reilly e Norton (2008), que elencam os principais indicadores financeiros necessários para a análise da formação de uma carteira. É essencial dar uma atenção especial ao Balanço Patrimonial e à Demonstração do Resultado do Exercício da empresa que deseja investir, pois há informações dos recursos que ela detém e como os aplica, indicando liquidez ou não nos dados analisados. A Demonstração do Resultado do Exercício informa o desempenho econômico da empresa durante o período, concentrando-se nos resultados. Contudo, não basta ter somente esses indicadores, é preciso relacionar os dados com outras empresas do setor, seus concorrentes, desenvolvendo um parâmetro de correlação.

A análise fundamentalista é uma ferramenta bastante utilizada para formação de uma carteira de investimento. Para Pinheiro (2009), a análise fundamentalista é o tratamento de todas as informações que estão disponíveis nos meios de comunicação da empresa para verificar o verdadeiro valor da mesma. Essa análise fundamenta-se em dados do passado e tenta propor uma linha de tendência para indicar ou não o investimento em determinado Ativo. Essa linha de tendência visa informar ao aplicador antecipadamente o comportamento que o ativo tenderá a desenvolver no futuro. A análise fundamentalista desenvolveu-se nos últimos trinta anos, com a utilização dos indicadores econômico-financeiros, objetivando determinar o real valor de uma ação. Enquanto a análise técnica “possui uma trajetória de meados de 100 anos” (PINHEIRO, 2009 p. 382).

Pode-se mencionar que o sucesso do investimento em ações, depende, sobretudo, da capacidade de compreensão do próprio investidor, tornando a análise

37 fundamentalista determinante na formação e gestão da carteira de investimento. Ao se avaliar individualmente e determinando o preço justo da ação do ativo que está se observando, motivando-se na expectativa de resultados que virão. Segundo Cavalcante, Misumi e Rudge (2005) os principais elementos considerados para determinar o preço justo de uma ação são:

a) custo de oportunidade: dentre algumas opções de investimento em que o risco for igual, o investidor tende a optar pelo que possui maior retorno esperado, e se estes forem iguais, a optar pelo que possui menor risco. Concluindo, que se o custo de oportunidade da renda fixa aumenta, o preço justo das ações irá diminuir, e o contrário também se torna verdadeiro. O retorno esperado pode ser calculado pela soma entre o ganho de capital de um ativo e os dividendos. Os autores (Cavalcante, Misumi e Rudge 2005) descrevem o ganho de capital como:

“Ganho de capital é a diferença entre o preço da venda e o preço de compra da ação. O investidor conhece o preço que pagou pela ação, mas não sabe a priori por quanto irá vendê-la. Naturalmente, pode e deve elaborar estudos, visando estimar seu preço justo, mas não tem certeza quanto à precisão da informação. O preço justo depende da estimativa dos lucros que a empresa irá gerar no futuro (...). O mesmo pode-se dizer dos dividendos, que são a parcela do lucro gerado distribuído para os acionistas”.

b) prêmio pelo risco: contempla uma relação inversa com o preço justo das ações. E o resumo, como o resultado da diferença entre a taxa de uma aplicação sem risco e de uma com risco. Considera-se, portanto, cenários otimistas e pessimistas do mercado em que o Ativo está inserido, bem como se o lucro por ação tem variabilidade expressiva ou não. As políticas de dividendos e governança corporativa também são relevantes, assim como a liquidez da ação em bolsa, ou seja, se a liquidez for alta, o prêmio pelo risco é baixo (CAVALCANTE, MISUMI E RUDGE, 2005, p. 198);

c) liquidez da ação no mercado secundário: determina-se pela possibilidade de comprar e vender determinada ação. Uma ação de alta liquidez pode ser negociada na quantidade desejada, de imediato, próximo ao preço de mercado;

d) geração de resultados e taxa de crescimento: em resumo é a capacidade da empresa gerar lucros em relação a sua taxa de crescimento, ou seja, se os lucros aumentam, o preço justo também aumenta e o oposto também é uma verdade;

Pinheiro (2009) afirma que para o desenvolvimento da análise fundamentalista, além dos cálculos supramencionados, é necessário seguir algumas etapas, sendo a primeira a coleta de informações sobre a empresa, podendo ser pesquisada em relatórios

38 macroeconômicos; setoriais; da administração; ou em informações atuais referentes ao mercado em que a empresa estudada está inserida, nas mídias e imprensa especializadas.

A segunda etapa é a transformação dos dados pesquisados em conhecimento, ou seja, são necessárias ao analista, habilidades para conseguir as informações, agilidades com a informática, conhecer os métodos analíticos que se pretende estudar e bom-senso. Ao final da análise com as projeções financeiras e as recomendações do investimento (PINHEIRO 2009, p. 385).

Outra forma de análise é sugerida por Cavalcante, Misumi e Rudge (2005), que envolve a avaliação de ações por múltiplos, considera-se os seguintes indicadores: Preço/ Valor Patrimonial, informa quanto à ação está cotada em relação ao seu valor patrimonial, quanto menor este indicador, melhor será avaliado a ação; Preço/Geração de Caixa Operacional pode-se afirmar que esse indicador é semelhante ao preço/lucro. No entanto, utiliza-se do fluxo de caixa operacional, esse indicador considera somente os componentes operacionais da empresa. Neste tipo de análise, o preço justo é determinado pela soma do custo de oportunidade e o prêmio.

A análise financeira dos ativos torna-se relevante, pois pode contribuir na definição do valor futuro dos mesmos, sendo a principal fonte de informações quando o investidor decide emprestar dinheiro para uma empresa (investir em seus ativos). Reilly e Norton (2008) indicam:

“As Demonstrações Financeiras, destinam-se a fornecer informações sobre os recursos disponíveis à administração, como esses recursos foram financiados, e o que a empresa conseguiu com eles. (...) As informações contidas nas Demonstrações Financeiras básicas podem ser usadas para calcular índices financeiros e analisar as operações da empresa para determinar que fatores afetam seus lucros, os fluxos de caixa e as características de risco.”

Quanto aos indicadores de eficiência operacional, pode-se citar o giro do ativo que indica a eficácia com a qual a empresa usa sua base de ativos totais (REILLY E NORTON, 2008, p. 335); a margem de lucro, podendo ser operacional e líquido, sendo este após as vendas; o retorno sobre o capital investido também é considerado pelos autores, relacionando o lucro com o total empregado na empresa.

Igualmente, não se devem utilizar os indicadores financeiros de forma isolada, pois limitará a utilidade dos mesmos, portanto é fundamental compará-los com a

39 economia como um todo, ou com o setor que a empresa está envolvida e até mesmo com seu desempenho passado.

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