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2. Caracterização da região envolvente ao Couto Mineiro de Vale das Gatas

3.1. Enquadramento no Maciço Ibérico

3.1.1. Formações Câmbricas Super Grupo Dúrico Beirão

As rochas metassedimentares do CXG integram-se no chamado “grupo do Douro”, (SOUSA, 1982), que é constítuido por diversas formações distribuídas pelo Vale do Douro. Assim, (SOUSA e SEQUEIRA 1989), considerando os diferentes litótipos e estruturas

sedimentares, definiu as Formações de Bateiras, de Ervedosa do Douro, de Rio Pinhão, de Pinhão e de Desejosa.

A maior parte do CXG, ocorre a sul do desligamento esquerdo ENE-WSW que passa em Vila Real, não se observando contactos com o Ordovícico

a) Formação de Bateiras

Constitui a unidade estratigráfica mais antiga do Grupo e de um modo genérico poderia ser dividida em dois membros: um Membro Inferior, individualizado pela presença de xistos negros (exclusivos) em intercalações com metagrauvaques e filitos e um Membro Superior, identificado pela ocorrência de níveis calcários a que se sobrepõem espessos metagrauvaques com intercalações filitosas.

Na formação de Bateiras destacam-se os seguintes tipos petrográficos: (SOUSA, 1982)

? metagrauvaques, conglomerados, microconglomerados de base, de um modo geral são rochas esbranquiçadas, quartzíticas - associação mineralógica: quartzo +moscovite+ clorite + biotite + albite ? calcite + apatite + esfena + pirite;

? metagrauvaques (Membro Inferior e Superior) que são rochas de coloração cinzenta-azulada - associação mineralógica: quartzo + clorite + plagioclase (albite)

? biotite ? ; minerais acessórios: apatite ? zircão ? esfena ? ilmenite ? leucoxena ? pirite);

? filitos negros grafitosos, são xistos de cor negra intensa, por vezes, com pirite visível - associação mineralógica: quartzo + grafite + clorite + moscovite (sericite) + albite (rara); minerais acessórios: pirite + turmalina + ilmenite (rara);

? filitos cinzentos, onde se englobam alternâncias filito a quartzo- filíticas cinzento- negras - associação mineralógica: quartzo (predominando nas bandas filíticas) + moscovite (predominando nas bandas filíticas) + clorite + + biotite + albite (rara); minerais acessórios: ilmenite (leucoxena-esfena) + pirite + turmalina + zircão + manchas de óxido de ferro;

? calcários, rochas de cor cinzenta escura, azulada, alternando com bandas filíticas (SOUSA, 1982).

b) Formação de Ervedosa do Douro

A passagem entre a Formação de Bateiras e a Formação de Ervedosa do Douro é feita quando os filitos escuros, listrados, do topo da Formação de Bateiras (alternâncias finas filito/metagrauvaque) passam a uma sucessão finamente estratificada de cor verde onde existe menos quantidade de filitos, mantendo-se a de metagrauvaques.

Nalguns domínios aparecem, com frequência, intercalações de níveis de metaquartzovaques e/ou quartzo-filitos mais espessos. Existem alguns níveis de magnetite nesta formação (SOUSA, 1982).

Os termos pelíticos presentes na Formação são essencialmente filitos e quartzo- filitos de cor verde, cloríticos, bastante duros - associação mineralógica: clorite + quartzo + moscovite ? biotite + albite; minerais acessórios: ? magnetite ? pirite ? turmalina ? ilmenite;

Os termos psamíticos são fundamentalmente metagrauvaques, metaquartzovaques e até quartzitos impuros, geralmente apresentam tons claros e são muito duros - associação mineralógica: quartzo + clorite + moscovite ? biotite + albite ? calcite; minerais acessórios: zircão, turmalina, esfena, opacos (magnetite, pirite), (SOUSA, 1982).

3.Geologia e Mineralizações

c) Formação de Rio Pinhão

A passagem à Formação de Rio Pinhão, identifica-se com relativa facilidade quando se verifica um aumento progressivo e rápido de termos metagrauváquicos (em bancadas de 20-25 cm de espessura) e que em poucos metros passam a bancadas espessas de metagr auvaques que vão já caracterizar a Formação de Rio Pinhão (SOUSA, 1982).

A base da formação, como se observa na estrada de Pinhão para Sabrosa, consta de uma sucessão de bancadas centimétricas (10-20 cm) de metagrauvaques e/ou metaquartzovaques, alternando com intercalações fíliticas finas. Cerca de 70 a 80 metros a partir da base as bancadas tornam-se mais espessas, atingindo espessuras de 70 cm a 1 metro, esporadicamente mais espessas. Geralmente entre as bacadas de metagrauvaques há intercalações de xistos listrados com espessuras muito menores, pelo que esta unidade tem um carácter francamente grauvacóide.

Intercalados na unidade ocorrem níveis de microconglomerados e conglomerados cuja posição dentro da Formação pode variar.

Do ponto de vista petrográfico, os metagrauvaques desta Formação são rochas de cor cinzenta-escura, mais raramente de tons claros e de granulometria relativamente fina. Nos microconglomerados e conglomerados, os clastos são geralmente de granulometria fina e são essencialmente de quartzo e, mais raros, de filitos- associação mineralógica: quartzo + clorite + moscovite + albite ? biotite ? calcite; minerais acessórios: esfena + apatite ? turmalina ? ilmenite ( leucoxena) + pirite. (SOUSA, 1982).

d) Formação de Pinhão

A passagem à Formação de Pinhão, considera-se quando se perde o carácter metagrauváquico, geralmente com uma tonalidade cinzenta escura, e se passa a uma sucessão de cor verde, finamente estratificada, semelhante à Formação de Ervedosa, caracterizada por uma ritmicidade constituída pela alternância de leitos psamíticos (quartzosos) e pelíticos (filitos), que correspondem ao par metaquartzovaque- filito clorítico.

Os finos leitos de metaquartzovaques, bastante duros, ficam salientes quando actuados pela erosão, e o conjunto forma, por vezes, cristas típicas na paisagem. Estes leitos quartzosos apresentam, de forma muito constante, típicas estruturas de laminação oblíqua. No conjunto sequencial, bastante homogéneo, poderão observar-se algumas intercalações de bancadas de metagrauvaques mais espessas.

Salienta-se na Formação a existência de dois conjuntos de leitos psamíticos (quartzosos) e pelíticos (filitos), em que se nota uma fina impregnação de cristais de magnetite, bastante presistente. Por vezes a magnetite concentra-se ao longo de alguns finos leitos paralelos à estratificação e aparece disseminada, quer nos leitos psamíticos quer nos filíticos (SOUSA,

clorite e moscovite, como acessórios existem opacos muito finos, pirite ? magnetite, turmalina, zircão, esfena e apatite.

Relativamente aos termos filíticos, são xistos verdes cloríticos e quartzo- filitos.

associação mineralógica: quartzo + clorite + moscovite (sericite) + biotite ? albite; minerais acessórios: ilmenite ? pirite ? magnetite (SOUSA, 1982).

e) Formação de Desejosa

A passagem à Formação de Desejosa, é definida quando a sucessão do Pinhão dá lugar a uma sequência predominantemente pelítica de cor escura, onde se intercalam leitos psamíticos milimétricos e centimétricos esbraquiçados, que lhe conferem um aspecto listrado e marcada monotonia. Esta passagem observa-se bem na estrada Pinhão-Sabrosa. A base da Formação de Desejosa inicia-se por finas alternâncias de filitos de coloração escura (ardosíferos) com finos leitos milimétricos a centimétricos esbranquiçados (quartzosos). A granulometria é muito fina (siltítica), detectando-se estratificação graduada nos termos quartzosos com passagem progressiva aos filitos escuros (SOUSA, 1982).

Para o topo da formação, observam-se também algumas bancadas metagrauváquicas, por vezes carbonatadas, que se intercalam na sequência dos filitos listrados. Os metagrauvaques são feldspáticos , os clastos são essencialmente de quartzo e plagioclase (albite) e a matriz tem como constituintes principais quartzo, clorite, moscovite e ? calcite. Alguns termos são muito quartzosos. Os filitos podem ser classificados como filitos sericíticos-cloríticos e quartzo-sericítico-cloríticos, a granulometria é muito fina.

associação mineralógica: quartzo ? clorite ? sericite (mica branca) ? biotite + albite; minerais acessórios: ilmenite + leucoxena + zircão + apatite + turmalina. (SOUSA, 1982)

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