• Nenhum resultado encontrado

6.1 Análise do produto com usuários

6.1.1 Forma

Um dos primeiros pontos registrados foi o fato de que as cores do produto oferecem um estímulo visual interessante: o colorido da parte superior atrai o olhar e o interesse da criança, e as cores são alegres e lúdicas, adentrando aqui também nos aspectos funcional e simbólico.

Segundo o relato das terapeutas, a escolha das cores permitiu equilibrar bem o produto no quesito estético, com um contraste ideal entre a maior quantidade de informação na parte superior e a cor única da parte inferior, proporcionando ao balanço uma harmonia visual. A forma do balanço facilita também os aspectos funcional, simbólico e ergonômico, como veremos em mais detalhes em seguida.

6.1.2 Função

O produto teve um funcionamento geral satisfatório, porém foram observados alguns pontos importantes a serem melhorados, neste aspecto.

Em primeiro lugar, devido ao modo como as cordas foram dispostas na argola, para a suspensão da caixa (divididas em 2 partes apenas, e sem uma fixação extra em torno da argola), elas se moviam um pouco durante o uso, fazendo com que o balanço acabasse por pender para um dos lados com facilidade. Após o primeiro teste com o usuário, este problema foi solucionado com um nó do tipo “volta de Anete”, feito em torno da argola, no centro das duas cordas (Figura 88).

Figura 88 - Nó "Volta de Anete" Fonte: Autoria própria, 2015

Em segundo lugar, observou-se uma nova possibilidade de uso das bolinhas fixadas na parte superior do balanço, não prevista anteriormente. As terapeutas observaram que todas elas poderiam ser dispostas dentro do balanço, como numa piscina de bolinhas, reforçando o aspecto lúdico da terapia. Por esse motivo, optou- se por refazer a fixação das bolinhas, mantendo todas elas fixas apenas com o velcro e eliminando a costura diretamente ao tecido, para maior proveito destes elementos.

Por outro lado, observou-se que o equipamento comporta bem as crianças na faixa de idade escolhida. Além disso, o teste permitiu confirmar que a caixa como base do balanço serve a um uso diferencial do equipamento, com a criança em pé e

em contato visual direto com a terapeuta, conferindo a versatilidade e segurança desejadas. E, como citado anteriormente, essa forma tem ainda outra função, pois dispensa a colocação de um recipiente a mais sobre o balanço, comumente usado na terapia para carregar algum material de sensação tátil específica.

6.1.3 Aspecto simbólico

Simbolicamente, a combinação das formas e cores da caixa e do balão funciona de modo a criar uma atmosfera de fantasia para as crianças, atraindo para o uso. O fato de remeter a um balão de voo torna o seu uso notadamente mais lúdico. Neste ponto, a presença da porta colabora como elemento convidativo, pois acentua a curiosidade em entrar no balanço.

6.1.4 Ergonomia

Pelas respostas observadas no comportamento do usuário e pelo relato das terapeutas, o produto se mostrou confortável e seguro, de modo geral. A sensação tátil proporcionada foi satisfatória, bem como o conforto em contato com o estofado macio e a almofada. Os usuários demonstraram uma resposta particularmente positiva neste ponto, ao se deitar muito à vontade dentro da caixa.

Contudo, um quesito a ser melhorado quanto à ergonomia é a trava da porta, que, conforme percebido neste primeiro momento, ficou levemente deslocada e necessita ser reposicionada para fechar da maneira ideal e oferecer maior segurança.

Quanto ao uso do balanço em uma perspectiva geral, o teste permitiu observar que, felizmente, os requisitos propostos no projeto foram razoavelmente atendidos, considerando-se o caráter preliminar deste estudo, com respostas muito positivas por parte das terapeutas e do usuário.

Por outro lado, o teste trouxe considerações importantes a respeito de uma série de melhorias potenciais para que o balanço ofereça uma experiência mais plena. Dentre as que se destacam neste primeiro momento estão: a fixação da extremidade superior das cordas, para que o balanço se movimente oferecendo maior equilíbrio e segurança; o reposicionamento da trava da porta; e o custo total, que, com os materiais e meios de produção escolhidos para este modelo funcional, não pôde atingir o nível desejado.

6.2 Cenas de uso

As imagens a seguir foram registradas durante o primeiro teste, com uma criança com Síndrome de Down. Neste momento, com o produto montado na clínica, foi possível observar a interação com o usuário.

Figura 89 - Teste de uso 1 Fonte: Autoria própria, 2015

Figura 90 - Teste de uso 2 Fonte: Autoria própria, 2015

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Do o momento da concepção até a fase de materialização e teste do protótipo em situação real de uso, este projeto passou por um longo período de análises e alterações.

Desde o início, o objetivo deste projeto foi o redesign do equipamento de terapia, de modo a proporcionar um melhor e mais versátil atendimento às necessidades dos usuários – crianças com Disfunção Integrativa Sensorial e terapeutas que orientam a terapia-, com múltipla combinação de estímulos, leveza, segurança, ludicidade e custo reduzido do produto. Com isso, o trabalho propôs se inserir na área do design para pessoas com deficiência, tendo em mente a responsabilidade que o designer também tem de propor soluções para problemas levando em consideração uma perspectiva social inclusiva.

Há que se destacar que um dos maiores propósitos do trabalho, estabelecido logo nas primeiras reuniões da equipe com as professoras orientadoras, era o de materializar, de fato, a ideia, ainda que na forma de um protótipo inicial, para obter resultados na esfera prática. Por isso, opta-se por definir este como um estudo preliminar para o redesign do balanço. Isso significa que não houve a pretensão de ter, ao fim deste trabalho de conclusão de curso, um balanço pronto para o mercado, mesmo porque reconhece-se que um produto nesta categoria deve passar por uma série de etapas posteriores, que permitam explorar, tanto quanto necessário, os materiais, as formas, as cores, as funções, as possibilidades de uso, entre tantos outros aspectos. Trata-se, neste caso, de um processo muito mais longo e que requer, inevitavelmente, muitas reelaborações.

Para atingir o objetivo de produzir algo concreto, foi necessário fazer escolhas provisórias, como naturalmente ocorre na fase inicial de execução de um protótipo, e que serviram para visualizar melhoras a serem aplicadas num possível produto futuro.

Outro fator que exerceu bastante influência sobre esta decisão foi o orçamento limitado para a produção, uma vez que não houve nenhuma forma de patrocínio do projeto, ficando a cargo dos autores financiar todos os custos gerados.

É preciso ressaltar ainda que, pela sua natureza, o projeto dependeu fortemente da colaboração de profissionais da área da Terapia Ocupacional, e o

contato com estas demorou razoavelmente a ser estabelecido, enquanto corria o prazo de entrega do trabalho. Somente então pode ser feita a parceria que acabou se tornando determinante para os resultados finais aqui apresentados.

Durante todo o processo, naturalmente surgiram muitas dúvidas, em especial por se tratar de um tema ligado à área da saúde, que a princípio fugia bastante ao domínio dos autores deste trabalho e que teve que ser estudado para uma compreensão mínima de como interferir positivamente com o Design em tal campo.

Dificuldades foram aparecendo pela inexperiência na produção de algo destinado a um usuário real e pela complexidade que o projeto ganhou, ao propor melhorias em muitos aspectos.

Neste sentido, há ainda uma série de questões a serem resolvidas, dentre elas:

 realizar o registro adequado dos estudos ergonômicos, que, em função de dificuldades relacionadas ao prazo, acabaram por não ser expostos neste trabalho, apesar de as medições terem sido realizadas no consultório com crianças pertencentes ao público-alvo;

 adicionar um estímulo auditivo, conforme desejado num primeiro momento;  o custo do produto ainda saiu relativamente alto (ver Apêndice D), mas acredita-se que, possivelmente, o custo seria reduzido em uma escala maior de produção – por outro lado, em comparação com balanços de preço similar, este possui a vantagem de propor muitos benefícios adicionais;

 realização de mais testes. Será dada continuidade aos testes para aperfeiçoamento do produto, já que trata-se apenas de um protótipo inicial.

Por todos os motivos aqui citados e em virtude da complexidade deste projeto, não foi possível atender a uma série de requisitos próprios da metodologia científica. Contudo, espera-se que este estudo preliminar sirva como pontapé inicial para a elaboração de um produto aperfeiçoado no futuro.

Feitas todas as considerações acima, foi também muito gratificante poder, ainda que de forma modesta, propor uma contribuição no Design pensando na temática da inclusão de pessoas com deficiência. E ver o projeto tomando forma trouxe uma imensa alegria, em especial ao assistir à reação positiva de uma criança ao subir no balanço pela primeira vez, o que fez tudo isso ganhar um valor muito maior do que o esperado.

REFERÊNCIAS

ADOROCINEMA. Up - Altas Aventuras. Disponível em:<

http://www.adorocinema.com/filmes/filme-130368/> Acesso em: 17 de Maio de 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DÉFICIT DE ATENÇÃO. O que é TDAH?. Disponível em:< http://www.tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-o-tdah.html> Acesso em 30 de Agosto de 2014

AUTISMO E REALIDADE. O que é autismo?. Disponível em:< http://autismoerealidade.org/informe-se/sobre-o-autismo/o-que-e-autismo/> Acesso em 03 de Agosto de 2014

BOLSANELLO, Maria Augusta (org.). Atenção e Estimulação Precoce: Bebês com Deficiência. I Simpósio Nacional de Atenção e Estimulação Precoce. Curitiba: UFPR, 2008.

CARLO, Marysia Mara Rodrigues Prado de; BARTALOTTI, Celina Camargo.

Terapia ocupacional no Brasil: fundamentos e perspectivas. São Paulo: Plexus

Editora, 2001.

CHATEAU, Lilian Fernanda Araya; FIQUENE, Germanna Meirelles Cardoso; BAPTISTA, Patrícia Fukuda de Siqueira; SAETA, Beatriz Regina Pereira. A Associação da Expressão Necessidades Especiais ao Conceito de Deficiêcia.

In:PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DISTÚRBIOS DO

DESENVOLVIMENTO. Cadernos de Pós - Graduação em Distúrbios do

Desenvolvimento. São Paulo, v.12, n.1, p.65-71,2012.

CONFEITARIA CREATIVE. Veja incríveis camas suspensas. Disponível em:< http://www.confeitariacreative.com.br/2013/12/veja-incriveis-camas-suspensas.html> Acesso em: 17 de Maio de 2015.

COLEMAN, Roger; CLARKSON, John; DONG, Hua; CASSIM, Julia. Design for

Inclusivity: A Practical Guide to Acessible, Innovative and User-Centred Design.

Hampshire:Gower, 2007.

DOCTER, Pete. Up - Altas Aventuras. Walt Disney Pictures, 2009. Video Disco. (96min)

DRUMMOND, Adriana de França; REZENDE, Márcia Bastos (org.). Intervenções

da terapia ocupacional. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.

ELLERBROCK, Josy. Crítica: Up: Altas Aventuras. Disponível em:< http://xonadosporcinema.blogspot.com.br/2012/12/critica-up-altas-aventuras.html> Acesso em: 17 de Maio de 2015.

ELLIS, Dado. Cubo de Rubik para Deficientes Visuais. Disponível em:<

http://blogdebrinquedo.com.br/2009/02/17/cubo-de-rubik-para-deficientes-visuais/> Acesso em: 03 de Agosto de 2014.

EXPANSÃO. Site de vendas. Disponível em:< http://expansao.com/produtos/> Acesso em: 03 de Agosto de 2014.

FALZON, Pierre (org). Ergonomia. São Paulo: Editora Blucher, 2007

FONSECA, Vitor da. Desenvolvimento psicomotor e Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2008.

GARCIA, Vera. "Cursum" carrinho de bebê para cadeirantes. Disponível em:< http://www.deficienteciente.com.br/2012/07/cursum-carrinho-de-bebe-para-

cadeirantes.html> Acesso em 03 de Agosto de 2014. (a)

______. Diversão: Balanço "Liberty Swings" projetado para crianças e

adolescentes cadeirantes. Disponível em:<

http://www.deficienteciente.com.br/2012/07/balanco-liberty-swings-projetado-para- criancas-e-adolescentes-cadeirantes.html> Acesso em 03 de Agosto de 2014. (b)

GODZICKI, Bárbara; SILVA Patrícia Andrade da; BLUME Luziane Bombazar;

Aquisição do sentar independente na Síndrome de Down utilizando o balanço.

Joinville, 2009. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103- 51502010000100007&script=sci_arttext>. Acesso em: 23 de Julho de 2014.

INSPIRADOS PELO AUTISMO. Integração sensorial no espectro do autismo. Disponível em:< http://www.inspiradospeloautismo.com.br/o-que-e- autismo/integracao-sensorial-para-autismo/> Acesso em 03 de Agosto de 2014

KRÜGER, Jaqueline; FERREIRA, Alexandre Rodrigues; BARCELLOS, Thaís; FREITAS, Estela do Canto. Desenvolvimento de um mouse apropriado para

Gestão, 9, 2013, Rio Grande do Sul, 2013. Disponível em< http://www.excelenciaemgestao.org/> Acesso em 30 de Agosto de 2014.

MAIA, Edmara Bazoni Soares; RIBEIRO, Circéa Amália; BORBA, Regina Issuzu Hirooka de. Compreendendo a sensibilização do enfermeiro para o uso do

brinquedo terapêutico na prática assistencial a criança. Revista da Escola de

Enfermagem da USP, São Paulo, v. 45, n. 4, Ago. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-

62342011000400007>. Acesso em 21 de Agosto de 2014.

MALLIN, Sandra Sueli Vieira. Uma metodologia de design aplicada ao

desenvolvimento de tecnologia assitiva para portadores de paralisia cerebral.

2001. 245 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia) - Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná, Curitiba, 2001.

NETO, Humberto. A Propriocepção. Disponível em:<

http://fisioterapiahumberto.blogspot.com.br/2009/07/propriocepcao.html> Acesso em 03 de Agosto de 2014.

OMAIRI, Claudia; VALIATI, Marcia Regina Machado Santos; WEHMUTH, Mariane; ANTONIUK, Sergio Antonio (org.). Autismo: perspectivas no dia a dia.Curitiba: Íthala, 2013.

ONO, Maristela Mitsuko. Design e cultura: sintonia essencial. Curitiba: Edição da Autora, 2006.

PERON, Marluce. Tecnologia a favor das pessoas portadoras de necessidades

especiais. Disponível em:<http://www.tecmundo.com.br/software/2789-tecnologia-a-

favor-das-pessoas-portadoras-de-necessidades-especiais.htm>. Acesso em: 31 de Julho de 2014.

PORTOBELLO. Design para inclusão - Conheça exemplos de inovações tecnológicas para portadores de necessidades especiais. Disponível em:<http://www.portobello.com.br/blog/decoracao/design-para-inclusao-conheca- exemplos-de-inovacoes-tecnologicas-para-portadores-de-necessidades-especiais/>. Acesso em: 31 de Julho de 2014.

PREECE, Jennifer; ROGERS, Yvonne; e SHARP, Helen. Design de interação: além da interção homem-computador. Porto Alegre: Bookman, 2005.

ROLEY, Suzanne Smith; JACOS, E S. Essie. Integração Sensorial. IN: WILLARD, Hellen S. Terapia Ocupacional/ Willard & Spackman [editado por] Elizabeth Blesedell Crepeau, Ellen S. Cohn, Barbara A. Boytt Shell; [tradução Antônio Francisco Dieb Paulo]. -Rio de janeiro: Guanabara koogan, 11th ed. 2011.

ROTTA, Newra Tellechea. Paralisia cerebral, novas perspectivas terapêuticas.

Jornal de Pediatria - Vol 78, Supl. 1, Porto Alegre, 2002. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/jped/v78s1/v78n7a08.pdf> . Acesso em: 31 de Julho de 2014.

SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. Ambiência. Núcleo técnico da política nacional de humanização. 2 ed: Brasília, Editora do Ministério da Saúde, 32p. Série B. Textos Básicos de saúde 2010.

SELLA, Marisa Amada Pires (org.). Estimulação Precoce: um desafio para o desenvolvimento infantil. Curitiba: Protexto, 2005.

SILVA, Maurício José Vianna e. Design Thinking: Inovação em negócios. Rio de Janeiro: MJV Press, 2012.

SOLER, Ana Paola Sarpi Chiodo; REZENDE, Luciana Krauss; BLASCOVI-ASSIS, Silvana Maria. Utilização de playground por crianças com paralisia cerebral tipo diparética espática: preferências e dificuldades relatadas pelas mães. Rev. Ter.

Ocup. Univ. São Paulo, v.22, n. 1, p. 19-26, jan./abr. 2011

STANDARTE. Site de vendas. Disponível em:<http://standart.com.br/produtos> Acesso em 03 de Agosto de 2014.

URBANSKI, Luiz. Universo Autista. 2013. Disponível em: < http://www.universoautista.com.br/autismo/modules/sections/index.php?op=viewarticl e&artid=147> Acesso em: 23 fev. 2014.

WANDERLEY, Ingrid Moura; SANTOS, Maria Cecília Loschiavo dos. Papanek para o mundo real no século XXI. In: CONGRESSO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN - P&D, 10, 2012, São Luís. Anais do X

Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design. São Luís:

EDUFMAi, 2012. 1 CD-ROM.

WILLARD, Helen S. Terapia Ocupacional. [editado por] Elizabeth Blesedell

Crepeau, Ellen S. Cohn, Barbara A. Boyt Schell. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

APÊNDICE A - RELATÓRIO DA ENTREVISTA A

A entrevista foi realizada com as terapeutas ocupacionais Carolina Scherner e Laís Della Giustina, no Consultório de Terapia Ocupacional localizada na Rua Amintas de Barros, 803, Centro, na cidade de Curitiba – PR.

Nesta entrevista foram coletados dados referentes ao trabalho realizado na Terapia de Integração Sensorial, às crianças atendidas na clínica e aos balanços utilizados.

Foram relatadas as seguintes questões:

 Apesar de o trabalho com crianças deficientes ser realizado em conjunto por uma equipe de profissionais, Terapeutas Ocupacionais são os únicos profissionais habilitados para o exercício da Terapia de Integração Sensorial;  Na clínica, o trabalho é realizado com crianças com Autismo, em maior parte,

e também com Síndrome de Down, Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, Paralisia Cerebral e com dificuldades de aprendizagem decorrentes apenas da Disfunção Integrativa Sensorial. Em média, são atendidas crianças desde muito pequenas, com apenas meses de idade, até os 10 anos;

 No Brasil, são poucas as empresas que oferecem equipamentos para a Terapia de IS. Elas puderam citar apenas três sites de vendas nesta área: o Standart, o Expansão e o Vanzetti;

 Os balanços que promovem maiores benefícios - como o disco flexor e o balanço principal – são muito pesados. Em alguns casos, trata-se do peso do próprio equipamento, em outros, a estrutura de sustentação em ferro torna o conjunto mais pesado;

 O balanço principal, que permite movimentos rotatórios, angulares e lineares, com alto estímulo ao sistema vestibular e proprioceptivo - foi feito por encomenda, com base no desenho de outro balanço, trazido dos Estados Unidos pela Laís. Ela relata ter optado pela encomenda pelo fato de que muitos dos balanços disponíveis no mercado brasileiro são muito pesados - o que dificulta a sua manipulação na sala de terapia pelas profissionais - e também muito caros. Segundo as terapeutas, em muitas ocasiões elas

próprias fazem adaptações nos equipamentos, de acordo com as necessidades que encontram em seu trabalho;

 Ainda sobre o balanço principal, uma das suas formas de uso é com a boia, um acessório usado para garantir a segurança das crianças menores no seu uso. No entanto, o recurso tem a desvantagem de dificultar a subida das crianças, limitando a sua autonomia em realizar esse esforço, que é um ponto importante no uso do equipamento.

Apesar de ter sido encomendado, as terapeutas destacam uma série de questões ainda sujeitas a melhorias no equipamento, enumeradas a seguir:

1. Pelo fato de a sustentação ser feita com correntes, e não outro material resistente porém mais leve, toda a estrutura tem um peso ainda considerável;

2. O balanço possui saliências nos cantos, na região onde as correntes estão fixadas, que apresentam um risco tanto à segurança das crianças quanto das terapeutas;

3. Como dito anteriormente, a ausência de um acessório adequado que ofereça maior segurança no uso do balanço pelas crianças menores, sem limitar muito a sua movimentação, é outro problema identificado pelas terapeutas;

4. A estrutura de ferro colocada na parte superior do balanço para expandir o espaço entre as cordas é uma causa constante de acidentes, pois a sua proximidade acaba fazendo com que as crianças maiores batam a cabeça e se machuquem.

 Na análise dos demais balanços, foram levantadas outras sugestões de melhorias:

1. Para a sustentação, as terapeutas recomendaram o uso de cordas resistentes e encapadas, pela leveza e segurança, combinadas com materiais de escalada, pois em outros equipamentos, como o disco de flexão, essa inserção facilitou bastante a manipulação. O material de escalada permite que o ajuste das cordas seja feito com o mínimo de esforço, sem que seja necessário levantar o equipamento;

2. Com base na sua experiência em adaptar os equipamentos, as terapeutas recomendaram o uso do velcro, nas cordas e na própria estrutura do

aparelho, pois ele é um material versátil que permite fixar outros objetos como brinquedos pequenos em diferentes alturas, de acordo com o objetivo pretendido para cada criança. Além disso, ele é de fácil remoção e reposicionamento e não causa danos ao equipamento;

3. Equipamentos que apresentam revestimento com textura, como o tapete da plataforma suspensa, têm a desvantagem de limitar o uso de outras ferramentas na terapia, como a espuma, o giz para desenhar e outras substâncias, pois trata-se de um revestimento que mancha facilmente e não é removível para lavagem. Sendo assim, acaba se tornando necessário improvisar alguma capa de proteção ao tapete. Na entrevista com as terapeutas, concluiu-se que o ideal seria que texturas desse tipo fossem cambiáveis, tanto por facilitar a limpeza quanto por possibilitar a

Documentos relacionados