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Estudo preliminar para o redesign de um balanço Infantil para terapia de integração sensorial

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Academic year: 2021

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(1)

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE DESENHO INDUSTRIAL

BACHARELADO EM DESIGN

ISABELA RIBEIRO DA SILVA RENAN SEITI TAKESHITA

ESTUDO PRELIMINAR PARA O REDESIGN DE UM BALANÇO

INFANTIL PARA TERAPIA DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA 2015

(2)

ISABELA RIBEIRO DA SILVA RENAN SEITI TAKESHITA

ESTUDO PRELIMINAR PARA O REDESIGN DE UM BALANÇO

INFANTIL PARA TERAPIA DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL

CURITIBA 2015

Trabalho de Conclusão de Curso de graduação do Curso Bacharelado em Design do Departamento Acadêmico de Desenho Industrial - DADIN - da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel.

Orientadora: Profª Ana Claudia Camila Veiga de França.

Coorientadora: Profª Christiane Maria Ogg Nascimento Gonçalves Costa

(3)

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PR

Câmpus Curitiba

Diretoria de Graduação e Educação Profissional Departamento Acadêmico de Desenho Industrial

TERMO DE APROVAÇÃO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Nº 117

“ESTUDO PRELIMINAR PARA O REDESIGN DE UM

BALANÇO INFANTIL PARA TERAPIA DE INTEGRAÇÃO

SENSORIAL”

por

ISABELA RIBEIRO DA SILVA

RENAN SEITI TAKESHITA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no dia 24 de junho de 2015 como requisito parcial para a obtenção do título de BACHAREL EM DESIGN do Curso de Bacharelado em Design, do Departamento Acadêmico de Desenho Industrial, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Os alunos foram arguidos pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo, que após deliberação, consideraram o trabalho aprovado.

Banca Examinadora: Prof(a). Dr. Alexandre Vieira Pelegrini

DADIN - UTFPR

Prof(a). Dra. Cindy Renate Piasseta Xavier Medeiros

DADIN - UTFPR

Prof(a). Msc. Ana Cláudia Camila Veiga de França

Orientador(a) DADIN – UTFPR

Prof(a). Esp. Adriana da Costa Ferreira

Professor Responsável pela Disciplina de TCC DADIN – UTFPR

CURITIBA / 2015

(4)

AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de registrar aqui a nossa gratidão a todos aqueles que contribuíram para a elaboração deste trabalho.

À Universidade Tecnológica Federal do Paraná, pela oportunidade de crescimento profissional e pessoal que nos foi dada ao longo do curso.

Às terapeutas Laís Della Giustina Czelusniak, Carolina Scherner Spizewski e Larissa Marques Bindo, por toda atenção, orientação, parceria e apoio, nestes meses de realização do projeto.

À nossa professora orientadora Ana Claudia Camila Veiga de França e nossa coorientadora Christiane Maria Ogg N. Gonçalves da Costa, por terem se disponibilizado e se dedicado à proposta desde o início de maneira tão incentivadora.

À professora Sandra Sueli Vieira Mallin, por ter compartilhado conosco suas riquíssimas referências sobre tecnologia assistiva.

Aos responsáveis pela modelaria, Francisco Ferreira Santos e Alessandro Ellenberger, pela incomparável prestatividade e pelas valiosas sugestões.

(5)

“A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade que fizermos para os outros.” (Allan Kardec)

(6)

RESUMO

SILVA, Isabela Ribeiro da; TAKESHITA, Renan Seiti. Estudo Preliminar para o

Redesign de um Balanço Infantil para Terapia de Integração Sensorial. 2015.

109f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Curso Superior de Bacharelado em Design. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2015.

Considerando o potencial de contribuição do Design na resolução de problemas sociais, este trabalho se propõe ao redesign de um balanço infantil para Terapia de Integração Sensorial. O balanço é um equipamento já existente no mercado, destinado ao estímulo das funções sensório-motoras - das noções de equilíbrio, estabilidade e coordenação - bem como ao fortalecimento do tônus muscular, em crianças com a chamada Disfunção Integrativa Sensorial. Em geral em decorrência de deficiências como a Síndrome de Down, a Paralisia Cerebral, o Transtorno de Déficit de Atenção e o Autismo, crianças com essa disfunção têm uma maior dificuldade na adaptação ao ambiente comum, devido ao baixo desenvolvimento de determinadas funções cerebrais. A proposta consiste na criação de um protótipo que ofereça versatilidade no atendimento às necessidades do público-alvo, segurança, leveza, ludicidade e custo reduzido. Para isso, tem-se como ponto de partida uma pesquisa exploratória, com levantamento bibliográfico, visita a uma clínica de Terapia Ocupacional especializada na Terapia de Integração Sensorial, testes de usabilidade de diferentes balanços e entrevistas com profissionais da área. A partir de então, foram desenvolvidas alternativas, mock-up e, por fim, o modelo funcional escolhido. Ao final, testes junto aos usuários permitiram esboçar considerações relevantes quanto aos resultados do projeto.

(7)

ABSTRACT

SILVA, Isabela Ribeiro da; TAKESHITA, Renan Seiti. Preliminary Study for the Redesign of a Children's swing for Sensory Integration Therapy. 2015. 109f.

Final Year Reseach Project - Bachelor in Design. Federal Universty of Technology - Paraná, Curitiba, 2015.

Considering the potential contribution of Design in solving social problems, this paper aims the challenge of redesigning a children's swing for Sensory Integration Therapy. The swing is an equipment that already exists on the market, used for stimulating of sensory-motor functions - notions of balance, stability and coordination - as well as to strengthen muscle tone in children with Sensory Integrative Dysfunction. Generally due to disabilities such as Down Syndrome, Cerebral Palsy, Attention Deficit Disorder and Autism, children with this disorder have more difficulty adapting to the common environment, because of a low development of certain brain functions. The goal is to create a prototype that offers versatility in meeting the needs of the user, safety, lightness, playfulness and reduced cost. For this, we have as a starting point an exploratory research, done with literature search, visits to an Occupational Therapy clinic specialized in Sensory Integration Therapy, usability tests on different swings and interviews with professionals. From then on, alternatives, mock-up and, at last, the chosen functional model were developed. Finally, tests with users allowed us to make relevant considerations about the project results.

(8)

LISTA DE IMAGENS

FIGURA 1 - CURSUM" CARRINHO DE BEBÊ PARA CADEIRANTES ... 10

FIGURA 2 - DIVERSÃO: BALANÇO "LIBERTY SWINGS" ... 10

FIGURA 3 - DESIGN PARA INCLUSÃO ... 11

FIGURA 4 - CUBO DE RUBIK PARA DEFICIENTES ... 11

FIGURA 5 - BALANÇO CONCHA ... 12

FIGURA 6 - PLANADOR SUSPENSO ... 13

FIGURA 7 - REDE DE EQUILÍBRIO ... 13

FIGURA 8 - PLATAFORMA SWING ... 14

FIGURA 9 - PLATAFORMA CIRCULAR ... 14

FIGURA 10 - AIRWALKER ... 15

FIGURA 11 - PNEU BALÃO ... 15

FIGURA 12 - REDE ... 16

FIGURA 13 - DISCO FLEXOR ... 16

FIGURA 14 - ROLO VESTIBULADOR ... 16

FIGURA 15 - ROLO SUSPENSO ... 17

FIGURA 16 - FROG SWING ... 17

FIGURA 17 - BALANÇO PRINCIPAL SEM BOIA ... 20

FIGURA 18 - BALANÇO PRINCIPAL COM BOIA ... 21

FIGURA 19 - DETALHE DO BALANÇO PRINCIPAL ... 22

FIGURA 20 - DETALHE 2 DO BALANÇO ... 22

FIGURA 21 - MATERIAL DE ESCALADA ... 23

FIGURA 22 - DISCO FLEXOR ... 24

FIGURA 23 - USO DO VELCRO ... 25

FIGURA 24 - USO DO VELCRO ... 25

FIGURA 25 - TAPETE DA PLATAFORMA SUSPENSA ... 26

FIGURA 26 - CORDA AMARRADA À PAREDE ... 26

FIGURA 27 - SOFÁ-CAMA-BALANÇO ... 36

FIGURA 28 - BALANÇO CESTO ... 37

FIGURA 29 - BALANÇO CORDAS ... 38

FIGURA 30 - BASE DE COMPENSADO MULTILAMINADO ... 39

FIGURA 31 - DIFERENTES FORMAS E POSSIBILIDADES ... 40

FIGURA 32 - BALANÇOS COM PORTAS ... 41

FIGURA 33 - MÓDULOS COM VELCRO... 41

FIGURA 34 - TAPETES COM TEXTURA ... 42

FIGURA 35 - ALMOFADAS DE DIFERENTES TAMANHOS ... 43

FIGURA 36 - BALANÇOS "UP" ... 44

FIGURA 37 - FILME "UP" ... 44

FIGURA 38 - BALANÇO PISCINA DE BOLINHAS ... 45

FIGURA 39 - BASE EM FORMA DE CAIXA ... 46

FIGURA 40 - CHAPAS DE COMPENSADO VAZADAS... 47

FIGURA 41 - BOLINHAS COM VELCRO... 48

FIGURA 42 - CORTE E COLAGEM DO PAPELÃO ... 49

FIGURA 43 - PORTA ... 49

FIGURA 44 - FITA ADESIVA ... 50

FIGURA 45 - ESTRUTURA DE ARAME ... 50

(9)

FIGURA 47 - CORTE NA SERRA VERTICAL ... 53

FIGURA 48 - RECORTE INTERNO DAS PEÇAS EM CNC ... 54

FIGURA 49 - RECORTE DOS CÍRCULOS E ARCOS EM CNC ... 54

FIGURA 50 - FURAÇÃO LATERAL ... 55

FIGURA 51 - RECORTE EM 3 PARTES... 55

FIGURA 52 - UNIÃO DAS 3 PEÇAS ... 56

FIGURA 53 - TUBOS DE PVC ... 56

FIGURA 54 - RETIRADA DAS REBARBAS ... 57

FIGURA 55 - SELANTE ... 57

FIGURA 56 - LIXA FINA ... 58

FIGURA 57 - PARAFUSADEIRA MANUAL ... 58

FIGURA 58 - FIXAÇÃO COM PARAFUSOS ... 59

FIGURA 59 - ELEVAÇÃO DA BASE ... 59

FIGURA 60 - CAIXA COM A BASE ... 60

FIGURA 61 - REVESTIMENTO COM ESPUMA ... 60

FIGURA 62 - MARCAÇÃO DAS MEDIDAS NO TECIDO... 61

FIGURA 63 - MÁQUINA DE COSTURA... 61

FIGURA 64 - CAIXA ENCAPADA ... 62

FIGURA 65 - PORTA REVESTIDA COM ESPUMA ... 62

FIGURA 66 - COSTURA DO CORANO ... 63

FIGURA 67 - DOBRADIÇA ... 63

FIGURA 68 - TRAVA PARA A PORTA ... 64

FIGURA 69 - ACABAMENTO DAS PEÇAS CIRCULARES ... 64

FIGURA 70 - COLAGEM DAS PEÇAS CIRCULARES ... 65

FIGURA 71 - RECORTES DE CORANO PARA ... 66

FIGURA 72 - FAIXAS DE VELCRO ... 66

FIGURA 73 - TECIDOS TEXTURIZADOS ... 67

FIGURA 74 - ALMOFADA "BANQUINHO" ... 67

FIGURA 75 - ESTRUTURA DE MADEIRA ... 68

FIGURA 76 - TECIDO COM BOLINHAS ... 68

FIGURA 77 - FIXAÇÃO COM PARAFUSOS ... 69

FIGURA 78 - UNIÃO DOS ARCOS COM ARAME ... 69

FIGURA 79 - RECORTE DE TECIDOS ... 70

FIGURA 80 - BOLINHAS PREENCHIDAS COM FIBRA SILICONADA ... 70

FIGURA 81 - BOLINHAS COM VELCRO... 71

FIGURA 82 - TECIDO COM VELCRO E BOLINHAS COSTURADAS ... 71

FIGURA 83 - EXTREMIDADE COM A PASSAGEM DA LINHA ... 72

FIGURA 84 - EXTREMIDADE COM AS CORDAS ... 73

FIGURA 85 - NÓ TIPO "PESCADOR" ... 73

FIGURA 86 - NÓ TIPO "FORCA" ... 74

FIGURA 87 - BALANÇO SUSPENSO ... 74

FIGURA 88 - NÓ "VOLTA DE ANETE" ... 77

FIGURA 89 - TESTE DE USO 1 ... 80

(10)

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - ANÁLISE SINCRÔNICA...18 QUADRO 2 - LISTA DE FERRAGENS...99 QUADRO 3 - ORÇAMENTO DO PROJETO...100

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LISTA DE SIGLAS

CNC Comando Numérico Computadorizado

EVA Espuma Vinílica Acetinada

IS Integração Sensorial

MDF Medium Density Fiberboard

ONG Organização Não Governamental

PR Paraná

PVC Policloreto de Vinila

TDAH Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade

(12)

LISTA DE ABREVIATURAS

cm Centímetros

kg Quilos

m Metros

(13)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 5 1.1 OBJETIVOS ... 6 1.1.1 Objetivo Geral ... 6 1.1.2 Objetivos Específicos ... 6 1.2 JUSTIFICATIVA ... 6 1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 7

2 ANÁLISE DO PROBLEMA DE DESIGN ... 8

2.1 DESIGN INCLUSIVO ... 8

2.2 ANÁLISE SINCRÔNICA ... 12

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 28

3.1 O DESIGN CENTRADO NO USUÁRIO ... 28

3.2 O BALANÇO NA TERAPIA DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL ... 28

3.3 INTEGRAÇÃO DOS SENTIDOS ... 31

3.4 O BRINQUEDO TERAPÊUTICO... 33

3.5 CUSTO DO PRODUTO X NECESSIDADE ... 33

4 CONCEITUAÇÃO DO PROJETO ... 34

4.1 PÚBLICO-ALVO ... 34

4.2 REQUISITOS DO PROJETO ... 34

5 DESENVOLVIMENTO ... 36

5.1 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS ... 36

5.2 ALTERNATIVA ESCOLHIDA E CHECK LIST DOS ELEMENTOS DA CONCEITUAÇÃO ... 45

5.3 MOCK-UP DA ALTERNATIVA ESCOLHIDA ... 48

5.4 MATERIAIS, MEIOS DE PRODUÇÃO E MODELO FUNCIONAL... 52

5.4.1 Modelo funcional montado ... 72

5.5 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS ... 75

5.5.1 Desenho Técnico e Quadro de Ferragens ... 75

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 76

6.1 Análise do produto com usuários ... 76

6.1.1 Forma ... 76 6.1.2 Função ... 77 6.1.3 Aspecto simbólico... 78 6.1.4 Ergonomia ... 78 6.1.5 Uso ... 78 6.2 Cenas de uso ... 79 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 81 REFERÊNCIAS ... 83

APÊNDICE A - RELATÓRIO DA ENTREVISTA A ... 87

APÊNDICE B - DESENHO TÉCNICO ... 90

APÊNDICE C - QUADRO DE FERRAGENS ... 99

(14)

1 INTRODUÇÃO

Tendo em vista o problema da Disfunção Integrativa Sensorial1, que atinge crianças com Síndrome de Down, Paralisia Cerebral, Autismo, Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, e ainda outras crianças que apresentam características da disfunção não decorrentes de nenhumas das situações anteriores, optou-se pelo tema do Design de Equipamento para Deficientes, apresentando como proposta o redesign de um balanço infantil para Terapia de Integração Sensorial. Como explicam Carlo e Bartalotti (2001), a Disfunção Integrativa Sensorial torna difícil a adaptação da criança ao ambiente comum, devido a um baixo desenvolvimento de determinadas funções cerebrais. Ainda segundo as autoras, é possível, no entanto, estimular o desenvolvimento dessas funções recorrendo à Terapia de Integração Sensorial, que, através do uso de uma variedade de equipamentos e atividades, promove maior equilíbrio, estabilidade e coordenação, e beneficia também o tônus muscular. A terapia age por meio da multiplicidade de estímulos sensoriais e um dos principais aparelhos nela utilizados é o balanço, que exige um bom padrão de flexão e contribui fortemente para o desenvolvimento das funções sensório-motoras.

A partir do problema acima descrito, como seria possível desenvolver um balanço capaz de melhor atender às necessidades das crianças na terapia, em comparação com os produtos já existentes no mercado? E, ainda, como torná-lo um produto com melhor custo-benefício?

1

"A disfunção da IS, denominada disfunção integrativa sensorial (sensory integrative dysfunction), também equivalente a desintegração sensorial, disfunção psicomotora ou dispraxia, sugere que as relações entre o psiquismo e a motricidade não se operam funcionalmente na produção de comportamentos adaptativos, daí resultando uma dissociação, uma desconexão, uma disfunção ou uma perturbação comportamental. Tal disfunção vai exigir claramente do indivíduo mais esforço atencional e mais reforço motivacional para realizar as respostas adaptativas cotidianas, e haverá também, por inerência, menos sucesso e menos satisfação experiencial" (FONSECA, 2008, p.333).

(15)

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Desenvolver o redesign de um balanço infantil para Terapia de Integração Sensorial.

1.1.2 Objetivos Específicos

1.Realizar pesquisa sobre a Disfunção Integrativa Sensorial e a Terapia de Integração Sensorial.

2.Realizar pesquisa com profissionais da área, familiares e usuários.

3.Estudar as particularidades das crianças que fazem uso da Terapia de Integração Sensorial.

4.Estudar o funcionamento do balanço como ferramenta da Terapia de Integração Sensorial.

5.Avaliar quais as possibilidades de inovação em relação aos balanços já existentes no mercado.

6.Analisar os materiais e processos que possibilitem a melhor relação custo-benefício na confecção do produto.

7.Desenvolver projeto e protótipo de um balanço infantil para Terapia de Integração Sensorial que possibilite um melhor e mais versátil atendimento às necessidades dos usuários, com custo reduzido.

8.Realizar testes do produto com o público-alvo, para avaliação dos resultados.

1.2 JUSTIFICATIVA

A proposta tem por base, em primeiro lugar, a análise da possibilidade de confecção de um balanço para terapia que melhor atenda às necessidades dos

(16)

usuários, oferecendo múltiplas combinações de estímulos, para se adequar a cada caso, além de maior leveza e segurança.

Por outro lado, a constatação da baixa acessibilidade ao produto devido ao seu alto custo. De acordo com pesquisa dos produtos disponíveis no mercado, os preços variam entre R$350, no caso dos equipamentos mais simples, e R$1000, aproximadamente.

Pensando em como o Design pode contribuir na resolução de problemas sociais, propõe-se com este projeto o desenvolvimento de um novo balanço infantil para Terapia de Integração Sensorial, com um diferencial nas vantagens oferecidas e como alternativa aos produtos de alto custo hoje existentes.

1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa realizada teve caráter exploratório, com a finalidade de conhecer os vários aspectos envolvidos na utilização do balanço na Terapia de Integração Sensorial. Inicialmente, foi feito um levantamento bibliográfico, com coleta de dados referentes à Terapia e aos balanços existentes no mercado, seguida da visita a uma clínica de Terapia Ocupacional que trabalha com o atendimento a crianças na cidade de Curitiba-PR, além de testes de usabilidade dos balanços, para uma observação participativa do seu funcionamento. Foram também realizadas entrevistas semiestruturadas com profissionais da área, com o objetivo de compreender melhor a Disfunção Integrativa Sensorial e como a Terapia contribui para o desenvolvimento neurológico da criança.

A partir de então, utilizando-se como parâmetro o Consultório de Terapia Ocupacional, foi realizado um levantamento antropométrico entre as crianças em terapia, para análise dos seus perfis. Com isso, foi colocada em prática a geração de alternativas, seguida da seleção destas, para a elaboração do protótipo de balanço infantil para a Terapia de Integração Sensorial. Por fim, foram realizados testes de uso do produto com o público-alvo, bem como a avaliação por profissionais da área, cuidadores e familiares.

(17)

2 ANÁLISE DO PROBLEMA DE DESIGN

2.1 DESIGN INCLUSIVO

Enquanto atividade que permite gerar soluções que melhorem a experiência das pessoas com o meio em que vivem, o design traz consigo a responsabilidade de identificar problemas nos mais variados aspectos desta experiência e usar os recursos de que dispõe para promover o bem-estar na vida dos usuários (SILVA, 2012).

Neste sentido, é indispensável levar em consideração a prática do Design Inclusivo, voltado para o atendimento das necessidades das pessoas em toda a sua diversidade física e cognitiva. Ono (2006, p.99) defende esta ideia ao afirmar que “O design industrial, apesar de vincular-se, desde a sua gênese, ao conceito de ‘padrão’, tem como papel fundamental atender o mais amplamente possível as necessidades das pessoas, traduzindo as funções requeridas pelas mesmas nos objetos”.

Uma das ramificações dessa prática é o design para pessoas com deficiência. Vale citar a definição do termo “deficiência”, encontrado no capítulo 29 do livro "Ergonomia" onde os autores Jean-Claude Sperandio e Gerard Uzan referenciam a Organização Mundial de Saúde, que a conceitua como “toda perda de substância ou alteração de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, temporária ou permanente” (FALZON, 2007, p.35).

Este campo do Design encontra apoio em autores como Victor Papanek, que propõe o “Design para ensino e dispositivos de treinamento para pessoas deficientes ou desabilitadas” como uma das seis categorias prioritárias no campo de atuação do design. Um dos argumentos do autor é o de que o designer tem a responsabilidade social e moral de refletir sobre outras perspectivas sociais, culturais e ambientais, para tornar-se mais consciente das necessidades de cada indivíduo (WANDERLEY, SANTOS, 2012).

O Design Inclusivo tem se difundido com a percepção de que as pessoas por ele beneficiadas não são apenas casos especiais com necessidades especiais, mas indivíduos cujas necessidades devem ser observadas e incorporadas a cada

(18)

estágio do Design. Assim, ganha força uma visão mais esclarecida de que não são simplesmente as especificidades físicas ou cognitivas de uma pessoa que a fazem deficiente, mas, principalmente, as atitudes sociais e a qualidade do Design contribuem para isso, promovendo a sua inclusão ou exclusão (COLEMAN, DONG, CASSIM, 2007).

Trata-se de uma reflexão crucial, pois “a inclusão social das pessoas com deficiências significa torná-las participantes da vida social, econômica e política, assegurando o respeito aos seus direitos” (KRÜGER, FERREIRA, BARCELLOS, 2013, p 3).

O design de equipamentos para pessoas com deficiência faz parte também do que hoje é conhecido como Tecnologia Assistiva, uma área que abrange todos os dispositivos e serviços desenvolvidos para oferecer às pessoas com deficiência uma maior qualidade de vida, com melhorias no que se refere à sua habilidade de aprendizado, mobilidade, comunicação, interação social, produtividade, às suas capacidades funcionais e independência de modo geral (MALLIN, 2001).

São classificados como dispositivos de tecnologia assistiva quaisquer equipamentos, peças ou sistemas cuja função seja manter ou aperfeiçoar a capacidade funcional da pessoa com deficiência. Serviços de tecnologia assistiva, por sua vez, são todos aqueles que permitem à pessoa com deficiência selecionar, adquirir ou usufruir de dispositivos com essa tecnologia (MALLIN, 2001). Dentre tais serviços, estão o projeto e a adaptação desses dispositivos, categoria na qual se encaixa a presente proposta.

A seguir, alguns exemplos ilustram a inovação dentro da Tecnologia Assistiva, soluções que facilitam o cotidiano de pessoas com deficiência e permitem ampliar a experiência do desenvolvimento sensorial.

O Cursum Stroller (Figura 1) é uma solução para pais e mães cadeirantes, que facilita a atividade de passear com seus bebês. O produto, um carrinho de bebê acoplado na altura ideal à cadeira de rodas, foi desenvolvido pela sueca Cindy Sjöblom. Após fazer uma pesquisa com vários cadeirantes, Cindy identificou um item cuja falta no mercado era unanimemente sentida pelo seu público-alvo: um carrinho de bebê adaptado às suas necessidades.

(19)

Figura 1 - Cursum" carrinho de bebê para cadeirantes Fonte: Garcia (a), 2014.

A figura 2 mostra o uso do Liberty Swings, um balanço adaptado para jovens e crianças em cadeiras de rodas. Mais de 60 unidades do brinquedo foram instaladas em pontos públicos na Austrália e na Nova Zelândia, com financiamento da ONG Variety.

Figura 2 - Diversão: Balanço "Liberty Swings" Fonte: Garcia (b), 2014.

(20)

Um dos exemplos de inovação para deficientes visuais é a Bell Mug, da Braun (figura 3). A caneca possui 3 níveis na orelha que, quando alcançados pelo líquido, ativam um alerta sonoro, permitindo identificar mais facilmente quando a caneca está cheia e evitando acidentes.

Figura 3 - Design para inclusão Fonte: Portobello, 2014.

Criado pelo designer chinês Zhiliang Chen, o Rubik Cube Touch and Play (figura 4) é também um produto desenvolvido especialmente para deficientes visuais. O brinquedo permite a manipulação pelo tato, com diferentes materiais aplicados a cada face: madeira, pedra, borracha, metal, plástico e tecido.

Figura 4 - Cubo de Rubik para Deficientes Visuais

(21)

2.2 ANÁLISE SINCRÔNICA

Existe uma grande variedade de balanços para a Terapia de Integração Sensorial. Em uma análise sincrônica, foram estudados balanços que se encontram disponíveis atualmente no mercado brasileiro, com diversas variações em revestimento e estrutura. Os produtos analisados foram provenientes dos sites de venda Standarte e Expansão, recomendados na entrevista A2 (Apêndice A), e os equipamentos observados o Consultório de Terapia Ocupacional. Alguns destes últimos foram adquiridos na Standart e outros feitos por encomenda. A seguir apresentamos as figuras 5 a 16, que são os diferentes tipos de balanços encontrados no mercado atual, juntamente com a análise dos produtos expostos posteriormente no Quadro 1.

Figura 5 - Balanço Concha Fonte: EXPANSÃO, 2014.

2 SCHERNER, Carolina; GIUSTINA, Laís Della. Entrevista concedida aos autores. Curitiba, 9 de

(22)

Figura 6 - Planador suspenso Fonte: STANDARTE, 2014.

Figura 7 - Rede de equilíbrio Fonte: STANDARTE, 2014.

(23)

Figura 8 - Plataforma Swing Fonte: STANDARTE, 2014.

Figura 9 - Plataforma circular Fonte: EXPANSÃO, 2014.

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Figura 10 - Airwalker Fonte: STANDARTE, 2014.

Figura 11 - Pneu Balão

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Figura 12 - Rede Fonte: EXPANSÃO, 2014.

Figura 13 - Disco flexor Fonte: STANDARTE, 2014.

Figura 14 - Rolo vestibulador Fonte: EXPANSÃO, 2014.

(26)

Figura 15 - Rolo suspenso Fonte: STANDARTE, 2014.

Figura 16 - Frog Swing Fonte: STANDARTE, 2014.

(27)

Quadro 1 - Análise Sincrônica Fonte: Autoria própria, 2015.

(28)

Cabe destacar, com base no Quadro 1, as vantagens e desvantagens identificadas nos produtos encontrados nos sites:

 materiais laváveis: eles representam um facilitador quando se trata das atividades de terapia com crianças, que muitas vezes requerem o uso de substâncias que podem sujar e manchar os equipamentos, como espumas, substâncias gelatinosas e giz;

 leveza: é importante a facilidade de manipulação dos equipamentos pelas terapeutas, que eventualmente tem que reposicionar o equipamento na sala de terapia;

 peso suportado: quanto mais alto o peso suportado pelos equipamentos, mais seguros eles se tornam. Por outro lado, a resistência oferecida por materiais como as cordas de sustentação trançadas e encapadas e as fitas cabo é preferível em comparação com correntes metálicas, por exemplo, já que estas últimas têm a desvantagem de tornar o equipamento muito mais pesado;

 elementos extras para segurança: punhos nos quais as crianças tenham maior apoio, como é o caso da Plataforma Swing (Figura 8) podem ser uma vantagem, porém, dependendo da sua estrutura, podem também oferecer risco de acidentes, o que torna a escolha do material com que são feitos um ponto muito importante;

 preço: a maior parte dos produtos listados tem custo elevado, o que se torna uma desvantagem;

 variedade de oferta no mercado: de acordo com o depoimento dado pelas terapeutas na entrevista A, estes produtos somente podem ser adquiridos no Brasil através de sites de vendas e são poucas as opções disponíveis. Elas puderam citar apenas três sites conhecidos nesta área, dentre os quais estão Standart e Expansão, que serviram como fonte para este trabalho, e Vanzetti, cujo catálogo disponível atualmente na internet não conta com nenhum balanço para a Terapia de IS.

Definidos os pontos acima, seguimos para a análise dos equipamentos presentes no Consultório de Terapia Ocupacional.

As figuras 17 e 18 mostram o principal balanço atualmente em uso na clínica. Com ele, é possível realizar movimentos rotatórios, angulares e lineares, com alto

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estímulo ao sistema vestibular e proprioceptivo. Este balanço (figura 17) foi feito por encomenda, com base no desenho de outro balanço, trazido dos Estados Unidos pela terapeuta Laís Giustina.

Figura 17 - Balanço principal sem boia

Fonte: Autoria própria, 2014.

A escolha de encomendar a produção do equipamento foi motivada pelo fato de que muitos dos balanços disponíveis no mercado brasileiro, de acordo com a observação da terapeuta, são muito pesados - o que dificulta a sua manipulação na sala de terapia pelas profissionais - e também muito caros.

Vale mencionar que, segundo as profissionais entrevistadas, em muitas ocasiões, elas próprias fazem adaptações nos equipamentos, dependendo das necessidades que encontram em seu trabalho.

A figura 18 mostra o produto com a colocação da boia, um acessório que é usado para garantir a segurança das crianças menores no uso do balanço. Este recurso, no entanto, tem a desvantagem de dificultar a subida das crianças,

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limitando a sua autonomia em realizar esse esforço, que é um ponto importante no uso do equipamento.

Figura 18 - Balanço principal com boia

Fonte: Autoria própria, 2014.

Apesar das vantagens esperadas na encomenda, na confecção desse primeiro balanço, as terapeutas destacam uma série de questões ainda sujeitas a melhorias:

 Pelo fato de a sustentação ser feita com correntes, e não outro material resistente porém mais leve, toda a estrutura tem um peso ainda considerável;

 O balanço possui saliências nos cantos, na região onde as correntes estão fixadas, que apresentam um risco tanto à segurança das crianças quanto das terapeutas (figura 19);

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Figura 19 - Detalhe do balanço principal Fonte: Autoria própria, 2014.

 Como dito anteriormente, a ausência de um acessório adequado que ofereça maior segurança no uso do balanço pelas crianças menores, sem limitar muito a sua movimentação, é outro problema identificado pelas terapeutas;

 A estrutura de ferro colocada na parte superior do balanço para expandir o espaço entre as cordas (figura 20) é uma causa constante de acidentes, pois a sua proximidade acaba fazendo com que as crianças maiores batam a cabeça e se machuquem.

Figura 20 - Detalhe 2 do balanço principal

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As queixas acima são as principais referentes a este balanço. Ao analisar os demais equipamentos suspensos, foram levantadas outras sugestões de melhorias que poderiam ser aplicadas a ele:

 Para a sustentação, as terapeutas recomendaram o uso de cordas resistentes e encapadas, pela leveza e segurança, combinadas com materiais de escalada (figura 21), pois em outros equipamentos, como o Disco flexor (figura 22), essa inserção facilitou bastante a manipulação. O material de escalada permite que o ajuste das cordas seja feito com o mínimo de esforço, sem que seja necessário levantar o equipamento;

Figura 21 - Material de escalada Fonte: Autoria própria, 2014.

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Figura 22 - Disco flexor Fonte: Autoria própria, 2014.

 Outra recomendação dada pelas terapeutas, com base na sua experiência em adaptar os equipamentos, foi o uso do velcro (figuras 23 e 24), nas cordas e na própria estrutura do aparelho, pois ele é um material versátil que permite fixar outros objetos como brinquedos pequenos em diferentes alturas, de acordo com o objetivo pretendido para cada criança. Além disso, ele é de fácil remoção e reposicionamento e não causa danos ao equipamento;

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Figura 23 - Uso do velcro nas cordas Fonte: Autoria própria, 2014.

Figura 24 - Uso do velcro no aparelho Fonte: Autoria própria, 2014.

 Foi feita a observação de que equipamentos que apresentam revestimento com textura, como o tapete da plataforma suspensa (figura 25), têm a desvantagem de limitar o uso de outras ferramentas na terapia, como a espuma, o giz para desenhar e outras substâncias, pois trata-se de um revestimento que mancha facilmente e não é removível para lavagem. Sendo assim, acaba se tornando necessário improvisar alguma capa de proteção ao tapete. Na entrevista com as terapeutas, concluiu-se que o ideal

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seria que texturas desse tipo fossem cambiáveis, tanto por facilitar a limpeza quanto por possibilitar a variação na estimulação tátil e visual, adequando-se às necessidades de cada criança;

Figura 25 - Tapete da Plataforma suspensa Fonte: Autoria própria, 2014.

 Foi observado ainda que a independência em impulsionar o balanço é algo a ser aperfeiçoado, já que as crianças maiores precisam, na clínica, puxar uma corda amarrada a uma das paredes (figura 26) para conseguir o impulso sem que as terapeutas empurrem o balanço, e isso nem sempre é eficaz. No caso das crianças menores, as terapeutas devem realizar esse impulso, necessariamente;

Figura 26 - Corda amarrada à parede Fonte: Autoria própria, 2014.

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 Por fim, verificou-se que um acessório para estimulação auditiva seria um diferencial interessante, se pudesse ser acoplado e retirado com facilidade, pois os objetivos da terapia variam de acordo com cada caso. Há crianças com particularidades na audição que se beneficiam com a combinação ideal dos estímulos vestibulares e auditivos, desenvolvendo melhor suas percepções neste sentido e amenizando uma hipersensibilidade, por exemplo. Ademais, surgiu a sugestão de adição de algum alerta sonoro que indicasse quando o balanço fosse impulsionado, para que a criança associasse o som ao movimento, integrando estas percepções com mais eficiência.

O cuidado em oferecer as condições ideais de uso do equipamento na Terapia de Integração Sensorial faz parte da proposta de “oferecer o desafio na medida certa” (WILLARD, p. 48). As atividades devem oferecer um nível de complexidade equilibrado, e isso depende da “combinação entre perícia do terapeuta, motivação da criança, ambiente e estímulos adequados” (WILLARD, p. 48).

Portanto, a partir da análise dos dados coletados acima, é possível sintetizar os seguintes pontos com potencial para aperfeiçoamento no produto: um melhor e mais versátil atendimento às necessidades dos usuários - incluindo aqui a oferta de diferentes estímulos que possam ser combinados de acordo com a necessidade de cada criança na Terapia - maior leveza e segurança - e custo mais acessível.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 O DESIGN CENTRADO NO USUÁRIO

Tendo em vista a natureza deste projeto, cujo objetivo central é o redesign de um balanço infantil para Terapia de Integração Sensorial, seria impossível concebê-lo fora da abordagem do Design Centrado no Usuário.

Trata-se de uma abordagem na qual a observação do comportamento do usuário e do contexto de uso é o elemento essencial para o direcionamento do projeto de um produto/serviço(PREECE, 2005).

Dessa forma, mais relevante do que as questões técnicas em si é compreender os usuários e as tarefas por eles realizadas desde o princípio do projeto. É preciso estudá-los em seus aspectos comportamental, cognitivo e antropomórfico, promovendo o seu máximo envolvimento no processo de design. Para tanto, devem ser realizadas a observação, a medição, o registro e a análise de todos os dados relevantes à sua interação com o produto(PREECE, 2005).

Oferecer verdadeiro suporte aos usuários, com a devida escolha das prioridades no desenvolvimento de um produto, somente é possível ao apreender as metas e tarefas destes usuários, colocando-os em foco desde o início (PREECE, 2005).

3.2 O BALANÇO NA TERAPIA DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL

Criada pela terapeuta ocupacional Anna Jean Ayres, a Teoria de Integração Sensorial propõe a existência dessa integração (IS) como o processo em que o corpo, o cérebro e o comportamento se unem de modo a gerar respostas adaptativas, isto é, respostas motoras ajustadas às condições ambientais (FONSECA, 2008, p.325). Desse modo,

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O processo pelo qual o Sistema Nervoso Central localiza, classifica e organiza os impulsos sensoriais e transforma as sensações em percepções para que o homem possa interagir com o meio é denominado integração sensorial (PIRES, 2005, p. 36).

Crianças com deficiências tais como a Síndrome de Down, a Paralisia Cerebral, o Transtorno de Déficit de Atenção e o Autismo apresentam particularidades nesse processo de integração, diferenciando-se das demais, nas quais a IS se processa naturalmente, com a sobreposição ou expansão dos conhecimentos, influenciada principalmente pelas oportunidades provenientes de uma relação dinâmica com o meio (GODZICKI, SILVA, BLUME, 2009).

Cabe aqui uma pequena introdução às deficiências acima referidas, que servem de base para a delimitação do público-alvo do presente projeto.

A Síndrome de Down constitui,

Uma condição genética, caracterizada pela alteração do cromossomo 21, que ocorre no início da gravidez, sendo que os tipos mais comumente descritos na literatura são: translocação, mosaicismo e trissomia simples, esta última a mais comum (GODZICKI, SILVA, BLUME, 2009, p. 2).

Quanto à IS nas crianças portadoras da Síndrome, tem-se que seu desenvolvimento motor sofre o impacto de uma combinação de fatores, que vão da alteração genética ao comprometimento da integração sensorial e, com isso, da percepção, da cognição e propriocepção (GODZICKI, SILVA, BLUME, 2009).

No que tange à Paralisia Cerebral, Newra Tellechea Rotta explica que se trata de uma encefalopatia crônica que apresenta predominantemente sequelas motoras e combina-se, de forma variada, a outros sintomas ou sinais. Ocorre, assim, uma lesão que afeta a maturação neurológica e, consequentemente, o tônus, a postura e o movimento (ROTTA, 2002).

O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica, de origem hereditária. Ele se manifesta inicialmente durante a infância e em geral se prolonga por toda a vida do portador. Seus sintomas são a desatenção, a impulsividade e a inquietude (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DÉFICIT DE ATENÇÃO, 2014). A Terapia de IS também se aplica neste caso, por gerar resultados que “envolvem melhoria na habilidade para prestar atenção, manter o controle da postura e planejar os movimentos” (WILLARD, p. 48).

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O Autismo, por sua vez, é o termo genérico para os Transtornos do Espectro Autista (TEA), caracterizados por uma disfunção no desenvolvimento cerebral, que atinge o comportamento social e a comunicação, e em geral estão associados a um déficit intelectual. (AUTISMO E REALIDADE, 2014) No TEA há peculiaridades referentes à Integração Sensorial, com grande variação na maneira e na intensidade com que os autistas vivem as suas experiências sensoriais (INSPIRADOS PELO AUTISMO, 2014).

Sobre os benefícios proporcionados pela Terapia em crianças com TEA, Claudia Omairi explica que:

A criança vai experimentando sensações, gradualmente organizando-as dentro do seu cérebro e procurando saber o que elas significam. Ela aprende a focar sua atenção em sensações particulares e ignorar outras. (...) ganha controle sob suas emoções e atos motores, aprende a ficar organizada/atenta por período maior de tempo, situações que antes eram desafiantes vão ficando mais fáceis como, por exemplo, subir uma escada ou gangorra, tendo maior conhecimento e satisfação quando vivenciadas (OMAIRI, 2013, p.141).

De acordo com Carlo e Bartalotti (2001), crianças portadoras de tais disfunções, podem ser beneficiadas por intervenções terapêuticas que promovam gradualmente uma melhor adaptação ao ambiente. A Terapia de Integração Sensorial funciona através de atividades que fornecem e controlam a entrada de estímulos sensoriais, integrando os sistemas tátil, vestibular e proprioceptivo, de forma que a criança possa responder espontaneamente a isso com o trabalho conjunto de todas as sensações e consequente adaptação ao ambiente (FONSECA, 2008, p.328).

De modo geral, os objetivos da Terapia são: a auto-regulação, a melhora da atenção, da coordenação e do planejamento motores, da auto-estima e confiança, da participação e aceitação social (WILLARD, p. 48).

Na realização da Terapia de Integração Sensorial, são utilizados equipamentos projetados especificamente para oferecer uma combinação ideal dos estímulos sensoriais referidos. Os materiais suspensos são algumas de suas mais importantes ferramentas. Neles, os estímulos são obtidos com movimentos rotatórios, angulares e lineares, principalmente com aceleração e desaceleração. Os produtos pertencentes à categoria dos suspensos são os balanços em geral, a rede, a plataforma, o rolo e o cavalo (URBANSKI, 2013).

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Cada um dos equipamentos trabalha com mais intensidade sobre determinados pontos na terapia. Os suspensos, também conhecidos como balanços, incluem diversos estímulos ao equilíbrio, ao planejamento motor, à segurança gravitacional, à postura e ao tônus muscular, além do estímulo tátil próprio do revestimento do material, o que o torna objeto central deste projeto (URBANSKI, 2013).

Por esse motivo, o balanço é um ponto-chave na Terapia de IS, e é possível agregar valor a ele ao explorar diferentes texturas, por exemplo, propiciando maiores estímulos táteis, além dos estímulos vestibulares e proprioceptivos (SOLER, REZENDE, BLASCOVI-ASSIS, 2011).

Estes estímulos são particularmente relevantes no desenvolvimento inicial das crianças. A propriocepção, que é a percepção do próprio corpo, é desenvolvida com a consciência das partes do corpo, da postura, do movimento e do equilíbrio (NETO, 2009) e exerce grande influência ao regular as demais sensações. As atividades vestibulares, por outro lado, permitem o desenvolvimento das noções de espaço e navegação. Já as informações táteis são indispensáveis para refinar as interações com o entorno (ROLEY, JACOBS, 2011).

3.3 INTEGRAÇÃO DOS SENTIDOS

Anelise Pires (2005) menciona a definição de Piaget do período sensório-motor – primeiros anos de vida, nos quais a criança começa a explorar os sentidos em conjunto com a ação motora - como o estágio do “nascimento da inteligência”, em que se faz indispensável a estimulação da visão, do tato e da audição para o desenvolvimento da inteligência.

Quanto à particularidade do desenvolvimento infantil nesse período, cabe destacar o conceito de “Janela da inteligência” por Marisa Amada Pires Sella (2005), que argumenta que em cada fase do desenvolvimento do ser humano há uma facilidade para aquisição de conhecimentos a ser explorada. A autora demonstra que a inteligência é uma característica estimulável, que se acentua com o uso das ferramentas corretas, e que a mais ampla dentre as “Janelas da inteligência” se situa entre os 17 meses e 6 anos de idade.

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A autora Janete Mamedio Bark (2005, p. 101) reitera as colocações acima, ao afirmar que “Os primeiros anos de vida tem uma importância capital: o desenvolvimento da inteligência, afetividade, relações sociais é tão rápido que sua realização determinará, em grande parte suas capacidades futuras.”

Exemplificando as colocações acima, a estimulação visual faz com que a criança explore melhor o entorno, desenvolvendo interesse por ele. Ela está profundamente relacionada à estimulação tátil, que é realizada, de acordo com Anelise Pires no livro Estimulação Precoce, página 166, “com todo o corpo, sentindo texturas, temperaturas, pesos, tamanhos e formas diferentes” (in SELLA, 2005).

No que concerne à estimulação auditiva, Humpal destaca no livro Atenção e Estimulação Precoce, que a consciência de padrões sonoros é essencial para a aprendizagem e a formação da memória, bem como a linguagem e a leitura. Além disso, atividades como ouvir a sons musicais proporcionam estímulos não somente auditivos mas também táteis às crianças, possibilitando o desenvolvimento da audição ativa (in BOLSANELLO, 2009). Ainda no mesmo livro a autora Beatriz Ilari, na página 98, ressalta que os sons permitem que a criança desenvolva orientação espacial e temporal, conhecendo o ambiente em que se encontra e desenvolvendo vínculos pessoais. Além disso, como demonstrado por diversos estudos, o aprendizado mais especificamente no âmbito da música auxilia crianças com deficiência a obter avanços nos aspectos da linguagem, do intelecto e emocional (in BOLSANELLO, 2009).

Considerando que a Terapia de Integração Sensorial trabalha com a devida combinação de cada um dos estímulos sensoriais, para direcionar os pacientes a um desenvolvimento satisfatório das percepções junto ao ambiente, este trabalho tem como requisito ampliar as possibilidades de combinação destes estímulos, com adaptação do balanço às necessidades de cada um dos diferentes usuários. Assim, a intenção é criar um produto versátil, agregando a ele acessórios diferenciais, que possam ser utilizados ou removidos de acordo com os objetivos desejados na Terapia.

É neste sentido que o presente projeto tem por proposta a construção de um balanço para a Terapia de IS que propicie uma integração mais ampla dos sentidos corporais. Unindo estímulos táteis, visuais e auditivos, pretendemos oferecer uma multiplicidade de benefícios combinados em um único produto. Afinal, “a experiência e vivência através de ambiente enriquecedor que inclua cores, música, sons, cheiro,

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luzes, são os estímulos que, indiscutivelmente, oferecem os melhores resultados ao cérebro” (SELLA, 2005, p. 216).

3.4 O BRINQUEDO TERAPÊUTICO

Na elaboração de um dispositivo de tecnologia assistiva para crianças, é indispensável considerar a importância do aspecto lúdico. A diversão tem, comprovadamente, o poder de potencializar o desenvolvimento infantil, tornando muito mais fáceis as atividades de estimulação e socialização, por exemplo (MAIA, RIBEIRO, BORBA, 2011).

Cumpre lembrar, neste ponto, a aplicação do conceito de ambiência favorável. Na área da saúde, a ambiência pode ser descrita como “tratamento dado ao espaço físico entendido como espaço social, profissional e de relações interpessoais que deve proporcionar atenção acolhedora, resolutiva e humana” (SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE, 2010, p. 5).

Sendo assim, com projetos desta natureza, é necessário também contribuir para a construção de um espaço acolhedor e confortável, que permita promover uma atmosfera vivencial prazerosa.

3.5 CUSTO DO PRODUTO X NECESSIDADE

Um dos requisitos igualmente importantes na presente proposta é facilitar o acesso ao produto no que se refere ao custo.

Na entrevista realizada na clínica foi identificado que um fator que restringe fortemente o acesso a novos balanços - e consequentemente o benefício obtido na terapia - é o seu alto custo. Além disso, como visto anteriormente, ainda são poucas as empresas que oferecem o produto no Brasil.

Acredita-se que, com a devida análise dos materiais e processos de fabricação, é possível gerar alternativas com melhor custo-benefício, que possam cumprir com os objetivos primordiais do projeto.

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4 CONCEITUAÇÃO DO PROJETO

Dadas as considerações dos capítulos anteriores, segue-se à fase inicial da conceituação do projeto, que será finalizada posteriormente, com a seleção da alternativa final.

4.1 PÚBLICO-ALVO

Como público-alvo deste projeto é selecionada uma parcela do grupo de crianças que atualmente realizam a Terapia de Integração Sensorial no Consultório de Terapia Ocupacional estudada, em Curitiba-PR.

Para fins deste estudo, será realizado o levantamento antropométrico com crianças na faixa de 1 a 4 anos de idade, que possuam a Disfunção Integrativa Sensorial decorrente de quaisquer das possíveis causas, seja o Autismo, a Síndrome de Down, o TDAH, a Paralisia Cerebral ou outras. Os perfis coletados neste levantamento serão, portanto, as referências para o desenvolvimento do balanço.

4.2 REQUISITOS DO PROJETO

Em consonância com as análises feitas anteriormente, este projeto deve atender aos seguintes requisitos:

 Versatilidade: devem ser agregados ao balanço acessórios que permitam torná-lo mais versátil e adaptável às diferentes necessidades dos usuários;  Segurança: fatores de risco no uso devem ser eliminados;

 Leveza: trata-se de um aspecto facilitador do trabalho realizado pelas terapeutas ocupacionais, conforme o relato da entrevista inicial;

 Custo reduzido: permite maior acesso ao produto e, com isso, também facilita o trabalho realizado na Terapia de Integração Sensorial.

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 Ludicidade: o aspecto lúdico e recreativo, como já observado, tem o poder de potencializar os resultados da terapia.

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5 DESENVOLVIMENTO

5.1 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS

Após a formulação do conceito, com base na pesquisa realizada, na entrevista com as terapeutas e na observação da terapia e utilização do balanço, teve início a geração de alternativas. Nesta etapa, foram considerados materiais, estruturas e composições que pudessem atender aos requisitos essenciais do projeto: versatilidade, segurança, leveza, custo reduzido e ludicidade.

A princípio, fez-se uma busca por balanços dos mais variados, inclusive aqueles sem finalidade terapêutica, para analisar os modos de confecção dos produtos já presentes no mercado. Foram encontrados diversos formatos e tipos, e um modelo que se destacou, por oferecer leveza e baixo custo, foi um balanço produzido com vime (Figura 27). A partir de então foram elaborados alguns desenhos inspirados no uso deste material para a estrutura (Figura 28).

Figura 27 - Sofá-cama-balanço Fonte: Confeitaria Creative, 2015.

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Figura 28 - Balanço cesto Fonte: Autoria própria, 2014

Para possibilitar a redução do peso do equipamento e dos fatores de risco (presentes, por exemplo, nos equipamentos com correntes metálicas – ver figura 19), foi gerada também uma alternativa com a estrutura composta basicamente por cordas (Figura 29).

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Figura 29 - Balanço cordas Fonte: Autoria própria, 2014

Outra opção foi gerada com a base em madeira compensada multilaminada, com recortes internos (figura 30), que seria ao mesmo tempo leve e muito resistente.

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Figura 30 - Base de compensado multilaminado Fonte: Autoria própria, 2014

Com os desenhos, foram exploradas diferentes formas e possibilidades de acomodação (Figura 31).

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Figura 31 - Diferentes formas e possibilidades de acomodação

Fonte: Autoria própria, 2014

Alguns modelos possuíam portas para que fosse facilitada a entrada da criança no balanço (Figura 32). De acordo com a entrevista A, a entrada no equipamento é importante para que a criança desenvolva certa autonomia, devendo ser realizada com um grau de complexidade equilibrado: não tão simples que não exija nenhum esforço, mas não tão difícil a ponto de impossibilitar a tarefa.

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Figura 32 - Balanços com portas Fonte: Autoria própria, 2014

Para o assento, foram desenhadas alternativas de estofados que possibilitassem ao mesmo tempo conforto ao usuário e a versatilidade de um estímulo tátil e visual diferencial. A figura 33 ilustra almofadas formadas por módulos fixados na base com velcro, seguindo a ideia de que estes pudessem ser dispostos a critério da terapeuta, dependendo da necessidade do paciente.

Figura 33 - Módulos com velcro Fonte: Autoria própria, 2014

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Os estofados poderiam ser na forma de tapetes com duas faces cambiáveis: uma com uma única textura e outra com velcro, onde pudessem ser fixados módulos de almofadas com texturas diferentes (Figura 34).

Figura 34 - Tapetes com textura Fonte: Autoria própria, 2014

Considerou-se também utilizar almofadas de diferentes dimensões (Figura 35) para regulagem de altura e melhor acomodação das crianças no espaço interno do balanço, de acordo com a variação de tamanho do público-alvo.

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Figura 35 - Almofadas de diferentes tamanhos Fonte: Autoria própria, 2014

Quanto à ludicidade do produto, a partir da pesquisa dos materiais e com a observação das vantagens do vime em particular, surgiu a ideia de criar um balanço que remetesse a um balão, cujo cesto é tradicionalmente feito em vime. O balão é um objeto convidativo para o público infantil, e um balanço criado com essa forma pode proporcionar ainda mais fantasia e diversão. Assim, foram geradas algumas alternativas com formato bem próximo ao formato do balão tradicional de bolinhas coloridas no lugar do envelope (Figura 36), inspiradas no filme “Up”3

.

3 “Up” é uma animação que conta a história de Carl Fredricksen, um vendedor de balões que está

prestes a perder a casa em que viveu com sua esposa durante anos. Para não perder o imóvel, que é ameaçado de ser substituído por um edifício no local, Carl enche milhares de balões e os prende à casa, que acaba levantando voo. Assim, Carl parte numa viagem até a América do sul, a um local onde ele e sua esposa desejavam morar (Figura 37).

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Figura 36 - Balanços "UP" Fonte: Autoria própria, 2014

Figura 37 - Filme "UP" Fonte: Pete Docter, 2009.

Outra alternativa gerada com um foco maior no universo imaginativo foi a estrutura de uma piscina de bolinhas, tendo como base uma boia inflável, e dentro dela diversas bolinhas revestidas com tecidos, seguindo a mesma ideia da possibilidade de seleção das texturas, citada anteriormente. Neste caso, porém, as bolinhas ficariam soltas dentro do equipamento (Figura 38), assim como numa piscina de bolinhas comum.

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Figura 38 - Balanço piscina de bolinhas Fonte: Autoria própria, 2014

5.2 ALTERNATIVA ESCOLHIDA E CHECK LIST DOS ELEMENTOS DA CONCEITUAÇÃO

A alternativa escolhida (Figura 39), descrita abaixo, busca atender aos requisitos mencionados no item 4.2.

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Figura 39 - Base em forma de caixa Fonte: Autoria própria, 2015

A base é feita no formato de uma caixa, de 600x500x600 mm (largura x altura x comprimento), com chapas de compensado multilaminado, com 3 lados vazados (Figura 40). As chapas vazadas e as cordas para sustentação conferem mais leveza e segurança ao produto, em contraposição à estrutura de metal utilizada na clínica pelas terapeutas, e possuem ainda uma boa resistência. A estrutura do novo balanço será revestida por espuma de espessura 10 mm para maior segurança dos usuários e conforto interno. Outro item de segurança importante são os materiais de escalada, de grande resistência e funcionalidade, usados para a fixação do balanço à estrutura da clínica.

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Figura 40 - Chapas de compensado vazadas Fonte: Autoria própria, 2015

Duas almofadas para regulagem de altura para crianças maiores e menores acrescentam versatilidade ao produto, prevendo a variação de tamanho na faixa de idade escolhida para o público-alvo - ver figura 35. Com elas, as crianças menores poderão ficar sentadas e manter o contato visual com as terapeutas, além de obter diferentes possibilidades de estímulos táteis e visuais pela variação dos tecidos na face de uma das almofadas, de maior tamanho. Esta tem mesma largura e comprimento da base, enquanto a outra tem a metade do comprimento, para ser utilizada como “banquinho”, onde as crianças possam sentar com os pés apoiados.

O formato escolhido para a base é outra característica que torna o balanço versátil. Ele possibilita o uso sentado ou em pé, sem a necessidade de que a terapeuta esteja sentada junto à criança para segurá-la, pois as paredes da caixa, conferem estabilidade e autonomia para as crianças em ambas as posições. A vantagem aqui está no fato de que a terapeuta poderá manter contato visual com a criança, o que, segundo conversas com as profissionais da clínica, traz maior benefício no processo da terapia. Além disso, conforme o feedback das terapeutas após a apresentação do mock-up, essa forma acaba tendo dupla função: a caixa dispensa a colocação de um recipiente a mais sobre o balanço, comumente usado na terapia para carregar algum material de sensação tátil específica, como grãos de feijão.

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Para o acabamento externo, opta-se pelo corano azul claro. Este material foi escolhido para facilitar a limpeza, especialmente porque, como já citado, na terapia podem ser utilizados materiais tais como espumas para estímulo tátil.

Como elemento de maior ludicidade, são escolhidas as bolinhas coloridas, feitas com fibra siliconada e tecido, fixadas a uma faixa de tecido na parte superior do balanço. As bolinhas do topo serão costuradas, enquanto as mais inferiores serão fixadas apenas com velcro, para que possam ser retiradas e reposicionadas pelas crianças e terapeutas (Figura 41).

Figura 41 - Bolinhas com velcro Fonte: Autoria própria, 2015

5.3 MOCK-UP DA ALTERNATIVA ESCOLHIDA

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A base foi desenvolvida com chapas de papelão (4 chapas de 500x600mm e uma de 600x600mm), cortadas com estilete e unidas com fita adesiva, para formarem uma caixa (Figura 42).

Figura 42 - Corte e colagem do papelão Fonte: Autoria própria, 2015

Para simular uma das possibilidades do assento, foi recortada uma espuma de 100 mm de espessura e posicionada dentro da base.

Em um dos lados da caixa foi feita a porta do balanço, com 400x400mm (Figura 43).

Figura 43 - Porta

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Para simular a parte superior do protótipo, composta por estofados coloridos, foram utilizados balões presos a um lençol com fita adesiva (Figura 44).

Figura 44 - Fita adesiva Fonte: Autoria própria, 2015

Para que a estrutura superior ganhasse forma, foi moldado um esqueleto com arames. Os arames foram duplicados e entrelaçados com um alicate, e o esqueleto foi construído com 3 arcos, conforme a figura 45. Por fim, o lençol foi unido ao esqueleto de arame com alfinetes.

Figura 45 - Estrutura de arame Fonte: Autoria própria, 2015

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Depois de finalizado, o mock-up foi montado na clínica e avaliado pelas terapeutas. Ele foi suspenso por 4 cordas, passadas por furos feitos em duas faces da caixa, e amarradas em um dos ganchos para balanços da sala de terapia (Figura 46).

Figura 46 - Mock-up montado na clínica Fonte: Autoria própria, 2015

Com o mock-up pronto, seguiu-se à apresentação às terapeutas, para opiniões e sugestões.

A receptividade por parte das terapeutas foi muito positiva e gerou novas observações importantes a respeito do protótipo.

Após realizado um breve teste com duas crianças que se encontravam em terapia que não puderam ser fotografadas, pois não houve autorização dos pais para esse tipo de registro, uma com 1 ano e 9 meses e a outra com 4 anos de idade, as

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terapeutas avaliaram as dimensões do mock-up como adequadas para o público-alvo escolhido, destacando que a disposição das almofadas no interior da base seria a solução ideal para as diferentes necessidades de cada paciente (uso em pé ou sentado, por crianças menores ou maiores).

Neste momento, observou-se também que o formato da base seria duplamente versátil, pois não só possibilitaria um uso diferencial para o balanço (em pé), mas também dispensaria o uso de outras caixas, comum na terapia (ver 5.2).

Por fim, as terapeutas fizeram sugestões sobre a parte superior do balanço. Elas sugeriram que o tecido com as bolinhas fosse removível, para facilitar a retirada do equipamento, e que, para maior interação por parte das crianças, algumas das bolinhas coloridas (as inferiores, de mais fácil alcance pelos pacientes) fossem fixadas com velcro, e não costuradas, possibilitando a sua retirada e o reposicionamento durante a terapia.

5.4 MATERIAIS, MEIOS DE PRODUÇÃO E MODELO FUNCIONAL

Para a produção do modelo funcional, foram utilizados os seguintes materiais:  Compensado multilaminado (15mm) – CNC

 Cordas de escalada de 11,5mm de diâmetro e 8mm de diâmetro  Mosquetão

 Blocante  Destorcedor  Corano

 Espuma ( espessura 10mm, densidade: D-28)  3kg de fibra siliconada

 Fixação (parafusos cabeça Philips 4x25mm e 4x35mm)  Tubo de PVC de 20mm de diâmetro

 TecidosPercal Microfibra Lisa (verde, rosa e amarelo), Oxford (vermelho, roxo e azul) para as bolinhas e para as texturas os tecidos Feltro, Tricot, Veludo

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Crystal Alemão, Soft Estampado e Flanela Xadrez. E para a estrutura de madeira das bolinhas o Helanca Light.

 Cola de contato  Velcro

 Linha de nylon e de costura

 Dobradiças invisíveis de 1 polegada  Madeira Pinus

Inicialmente, as peças de madeiras que iriam compor a base do balanço e o esqueleto da estrutura superior foram desenhadas no software Rhinoceros, para usinagem na CNC.

O primeiro passo da produção foi o corte das chapas de compensado multilaminado na serra vertical, para a retirada da base e das laterais da caixa (Figura 47) – cujos recortes internos, feitos em três delas, foram usinados (Figura 48) - além de uma peça grande, em que foram usinados os círculos e arcos que compõem o esqueleto do balão (Figura 49).

Figura 47 - Corte na serra vertical Fonte: Autoria própria, 2015

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Figura 48 - Recorte interno das peças em CNC Fonte: Autoria própria, 2015

Figura 49 - Recorte dos círculos e arcos em CNC Fonte: Autoria própria, 2015

A peça de madeira unida à porta foi dividida em 3 partes, para que fosse possível fazer a furação para colocar dobradiças invisíveis (Figura 50 – furadeira horizontal). Optou-se pelas dobradiças invisíveis porque elas oferecem menos riscos às crianças, uma vez que não ficam expostas. O recorte em 3 partes, feito na serra

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circular (Figura 51), foi necessário devido ao fato de que a peça original possuía dimensões maiores do que as comportadas pela furadeira. Após a furação, as 3 partes foram unidas novamente com cola e cavilhas (Figura 52).

Figura 50 - Furação lateral Fonte: Autoria própria, 2015

Figura 51 - Recorte em 3 partes Fonte: Autoria própria, 2015

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Figura 52 - União das 3 peças Fonte: Autoria própria, 2015

Em duas das laterais com os recortes, foram ainda feitos furos, para passar as cordas do balanço. Os furos foram feitos na CNC, a princípio com diâmetro de 10 mm, e depois alargados na furadeira de mesa, com uma broca de 20mm de diâmetro. Com o intuito de evitar o desgaste das cordas, foram cortadas e lixadas 4 peças de 25mm de altura a partir de um cano de PVC de 20mm de diâmetro, e encaixadas em cada um dos furos (figura 53).

Figura 53 - Tubos de PVC Fonte: Autoria própria, 2015

As peças de madeira foram lixadas para retirada das rebarbas (Figura 54), e em seguida passou-se um selante com o auxílio do spray compressor (Figura 55). A

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função do selante é evitar que a madeira estrague em contato com a umidade. Depois de seco o selante, as peças foram lixadas novamente com uma lixa mais fina "P600" (Figura 56).

Figura 54 - Retirada das rebarbas Fonte: Autoria própria, 2015

Figura 55 - Selante

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Figura 56 - Lixa fina

Fonte: Autoria própria, 2015

A caixa foi montada com parafusos, fixados nas laterais e na base. Com a furadeira de mesa, foram feitos os furos para a colocação dos parafusos. Estes foram encaixados com a parafusadeira manual (Figura 57) e alguns com o auxílio da chave Philips (Figura 58).

Figura 57 - Parafusadeira manual Fonte: Autoria própria, 2015

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Figura 58 - Fixação com parafusos Fonte: Autoria própria, 2015

Para garantir maior resistência do balanço, foi feita uma elevação de 15mm da base da caixa. Para isso, utilizou-se 4 bordas de madeira Pinus, com 15mm de altura e comprimento compatível com cada lado da caixa, que foram parafusadas na parte inferior interna das laterais (Figura 59). Em seguida, a base foi colocada por dentro, encaixada sobre as bordas e parafusada às laterais da caixa (Figura 60).

Figura 59 - Elevação da base Fonte: Autoria própria, 2015

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Figura 60 - Caixa com a base Fonte: Autoria própria, 2015

Para o revestimento da caixa, foram utilizados a espuma de espessura 10mm e densidade D-28e o corano. A porta foi revestida separadamente, pois teve que ser redimensionada e cortada, já que a caixa ganhou volume extra com o corano e a espuma. Foram retirados 17mm dos lados da porta, salvo o lado que foi furado para o encaixe das dobradiças.

Ainda sem a colocação da porta, a espuma foi cortada em duas tiras grandes, coladas em toda a superfície interna e externa da caixa com cola de contato (Figura 61), e as sobras foram recortadas, bem como os furos para a passagem das cordas.

Figura 61 - Revestimento com espuma Fonte: Autoria própria, 2015

Referências

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