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3.5 Conclus˜oes e notas finais

4.1.2 Formula¸c˜ao Forte de Caminho

Gouveia (1998) mostra como obter um modelo exacto para o sub-problema em es- tudo nesta sec¸c˜ao usando a formula¸c˜ao ”tradicional”de fluxos para o Problema do Caminho mais Curto (n˜ao restringido no n´umero de arcos) definida sobre um grafo expandido adequado. Naturalmente, a formula¸c˜ao obtida desta forma domina a for- mula¸c˜ao F Caminho. Esta subsec¸c˜ao dedica-se `a apresenta¸c˜ao dum tal modelo.

Gouveia modela o Problema do Caminho mais Curto entre dois v´ertices com, no m´aximo, Q arcos usando um grafo expandido semelhante ao grafo descrito na Sec- ¸c˜ao 3.1. Assim, o grafo proposto por Gouveia ´e constitu´ıdo por n´ıveis incluindo, em cada n´ıvel, uma c´opia dos v´ertices que podem ocupar a posi¸c˜ao que lhe est´a associada e, entre n´ıveis consecutivos, c´opias dos arcos do grafo original. Para modelar caminhos com um n´umero de arcos inferior ao limite m´aximo admitido, Gouveia inclui lacetes (i.e. arcos do tipo (jh, jh+1)) no conjunto dos arcos do grafo. No nosso trabalho, em

lugar dos lacetes, consideramos a existˆencia de um v´ertice fict´ıcio, f , ligado a cada uma das r´eplicas do v´ertice k. Desta forma, o arco (f, k) pode ser entendido como uma representa¸c˜ao agregada do caminho 1 - k. Esta op¸c˜ao facilita a compara¸c˜ao futura deste modelo com o de circuito e daquele com F P QM .

Sumariando, para cada k ∈ V0, consideramos um grafo expandido G

E = (VE, AE)

constitu´ıdo por um v´ertice fict´ıcio no n´ıvel 0; r´eplicas do v´ertice k nos n´ıveis 1, . . . , Q; r´eplicas dos v´ertices j ∈ {2, . . . , n} nos n´ıveis 2, . . . , Q; uma r´eplica do v´ertice 1 no

n´ıvel Q + 1; arcos do v´ertice fict´ıcio para cada uma das r´eplicas de k e arcos entre r´eplicas de v´ertices distintos colocados em n´ıveis consecutivos. Um grafo expandido como o que definimos permite representar o caminho k - 1 duma qualquer solu¸c˜ao admiss´ıvel do PRVC-PU e permite associar, a qualquer caminho f - 1 em GE, um

caminho k - 1 com, no m´aximo, Q arcos no grafo original. A Figura 4.1 procura exemplificar esta rela¸c˜ao.

1 2 3 4 5 6 7 f 2 2 3 3 5 5 6 6 7 7 1d

Nível: Nível 1 Nível 2 Nível 3

4 4 4

Figura 4.1: Uma solu¸c˜ao do PRVC-PU para n = 7 e Q = 3 e a correspondente representa¸c˜ao num grafo expandido do caminho cliente 4 - 1. Observamos que a uma r´eplica do v´ertice 4 numa posi¸c˜ao p est´a associado um conjunto de caminhos 4 - 1 com exactamente Q−p+1 = 3−p+1 arcos (observamos que p ≥ 2 pelo que Q−p+1 ≤ Q, ficando, assim, garantidas as restri¸c˜oes ao comprimento do caminho).

Ent˜ao, seguindo a linha de argumenta¸c˜ao usada na Sec¸c˜ao 3.1, percebemos que associando uma vari´avel bin´aria a cada um dos arcos do grafo expandido e escrevendo a formula¸c˜ao que designamos por formula¸c˜ao tradicional do Problema do Caminho Mais Curto numa Rede Orientada (doravante designada por formula¸c˜ao tradicional de caminho) obtemos uma formula¸c˜ao estendida para o problema da determina¸c˜ao de um caminho entre os v´ertices k e 1 com no m´aximo Q arcos sobre o grafo original.

Seja, ent˜ao, k ∈ V0 e considerem-se vari´aveis vhk

ij , definidas para (i, j) ∈ A, j 6=

k, i 6= 1 e h ∈ H(i,j). H(i,j) denota, recorde-se, o conjunto das poss´ıveis posi¸c˜oes do

arco (i, j), com H(k,j) = {2, . . . , Q} se j 6= 1, H(i,1) = {Q + 1} e H(i,j) = {3, . . . , Q}

nos restantes casos.

vhk ij =

n

1, se o arco (i, j) ´e usado na posi¸c˜ao h do caminho k − 1. 0, c. c.

Considerem-se, tamb´em, as vari´aveis associadas ao v´ertice fict´ıcio, f , definidas para h ∈ H(f,k) = {1, ...Q} como:

vhk f k =

n

1, se k est´a na posi¸c˜ao h da rota que o visita. 0, c. c.

Usando este conjunto de vari´aveis podemos modelar o Problema do Caminho Mais Curto (n˜ao necessariamente elementar) entre os v´ertices k e 1 com, no m´aximo Q, arcos, como: X h∈H(f,k) vf khk= 1 (4.8) vhkf k =X i∈V vkih+1,k h = 1, . . . , Q (4.9) X i∈V0 vijhk=X i∈V vjih+1,k j 6= k, h = 2, . . . , Q (4.10) X i∈V0 vi1Q+1,k = 1 (4.11) X h∈H(i,j) vijhk≤ xij (i, j) ∈ A, i 6= 1, j 6= k (4.12) vhkij ∈ {0, 1} (i, j) ∈ A, i 6= 1, j 6= k, h ∈ H(i,j) (4.13) vhkf k ∈ {0, 1} h ∈ H(f,k) (4.14)

A restri¸c˜ao (4.8) garante que ´e iniciado um caminho k - 1. As restri¸c˜oes (4.9), (4.10) e (4.11) indicam que o caminho prossegue at´e que seja atingido o v´ertice 1 na posi¸c˜ao Q + 1. As restri¸c˜oes (4.12) relacionam as vari´aveis vhk

topol´ogicas, xij, garantindo que os arcos usados no caminho est˜ao na solu¸c˜ao e, final-

mente, as restri¸c˜oes (4.13) e (4.14) definem as vari´aveis.

Seja F CaminhoF ortek o modelo que acab´amos de apresentar. ´E sabido que a

o conjunto das solu¸c˜oes admiss´ıveis da relaxa¸c˜ao em PL da formula¸c˜ao tradicional de caminho tem pontos extremos inteiros (a matriz dos coeficientes das restri¸c˜oes associada `aquela formula¸c˜ao ´e a matriz de incidˆencia v´ertice-arco do grafo de suporte da rede, que sabemos ser totalmente unimodular), pelo que F CaminhoF ortek´e uma

formula¸c˜ao exacta para o Problema do Caminho Mais Curto (n˜ao necessariamente elementar) entre os v´ertices k e 1 com, no m´aximo Q arcos sobre o grafo original. Com base nesta observa¸c˜ao, podemos, ent˜ao, enunciar o resultado que relaciona os dois modelos apresentados, F Caminhok e F CaminhoF ortek:

Resultado 4.1.1

texto invis´ıvel

Seja k ∈ V0 e sejam CaminhoF orte

kL e CaminhokL os conjuntos das solu¸c˜oes

admiss´ıveis de F CaminhokL e de F CaminhoF ortekL, respectivamente. Ent˜ao,

P rojy(CaminhoF ortekL) ⊆ CaminhokL.

Substituindo a restri¸c˜ao (2.4) de F Esquema pelo sistema (4.8) - (4.14) escrito para todo k ∈ V0, obtemos, ent˜ao, a Formula¸c˜ao Forte de Caminho (F F orteCaminho).

Como j´a foi referido, o sistema (4.8) - (4.11), (4.13) e (4.14) admite caminhos n˜ao ele- mentares. Estes s˜ao, no entanto, eliminados do conjunto das solu¸c˜oes de F F orteCaminho pela ac¸c˜ao conjunta das restri¸c˜oes de liga¸c˜ao, (4.12), e das restri¸c˜oes de afecta¸c˜ao (2.2) e (2.3). Notamos, tamb´em, que (4.11) ´e redundante na relaxa¸c˜ao em PL de F F orteCaminho. Todavia, consider´amo-la na formula¸c˜ao por considerarmos que a torna mais intuitiva.

F ForteCaminho : min{ X

(i,j)∈A

cijxij : (2.2), (2.3), (4.8), (4.9), (4.10), (4.11), (4.12), (4.13),

(4.14), (2.5)}

A formula¸c˜ao F F orteCaminho ´e uma formula¸c˜ao compacta com O(Qn3) vari´a-

Conjugando o Resultado 4.1.1 com o facto das restri¸c˜oes (2.2), (2.3) e (2.5) serem comuns `as formula¸c˜oes F Caminho e F F orteCaminho, podemos enunciar o resul- tado que estabelece a rela¸c˜ao de dominˆancia entre as duas formula¸c˜oes, bem como o correspondente corol´ario:

Resultado 4.1.2

texto invis´ıvel

A formula¸c˜ao F F orteCaminho domina a formula¸c˜ao F Caminho. Corol´ario 4.1.1 texto invis´ıvel

texto invis´ıvel

v(F F orteCaminhoL) ≥ v(F CaminhoL).

Na Sec¸c˜ao 4.5 apresentamos resultados computacionais que mostram que a rela¸c˜ao de ”≥”deste resultado se verificou em sentido estrito em todos os casos estudados. Os resultados mostram, tamb´em, que os limites inferiores obtidos s˜ao de fraca qualidade, quando comparados com os produzidos resolvendo as relaxa¸c˜oes em PL dos restantes modelos apresentados neste trabalho. Na pr´oxima sec¸c˜ao, introduzimos um conjunto de formula¸c˜oes que permitem obter limites inferiores de melhor qualidade.