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Formula¸c˜ao de Peso Miller-Tucker-Zemlin

Nesta formula¸c˜ao al´em das vari´aveis bin´arias xij ((i, j) ∈ A), que definem a topo- logia da solu¸c˜ao, consideramos as vari´aveis pi, (i = 0, . . . , n − 1), as quais especificam o estado de peso do nodo i na ´arvore, isto ´e, indicam o valor do peso do caminho entre a origem e o nodo i, dado pela soma dos pesos dos arcos no caminho. A Formula¸c˜ao de Peso Miller-Tucker-Zemlin (WMTZ) ´e a que se segue:

min X (i,j)∈A cijxij s.a. X i∈V xij = 1, j ∈ V \{0} (3.32) wijxij + pi ≤ pj+ W (1 − xij), (i, j) ∈ A (3.33) X (i,j)∈A wijxij ≤ W (3.34) 0 ≤ pi ≤ W, i ∈ V (3.35) xij ∈ {0, 1}, (i, j) ∈ A. (3.36)

As restri¸c˜oes (3.32), (3.34) e (3.36) s˜ao as mesmas da formula¸c˜ao anterior. As restri¸c˜oes (3.33) s˜ao baseadas nas conhecidas restri¸c˜oes de elimina¸c˜ao de subcircuitos dadas em Miller et al. [46] para o Problema TSP. As restri¸c˜oes (3.35) imp˜oem limites nas vari´aveis pi, isto ´e, asseguram que a soma dos pesos no caminho entre o nodo origem e o nodo i ´e n˜ao negativo e nunca excede o limite W .

Proposi¸c˜ao 3.1.

As restri¸c˜oes (3.33) evitam a existˆencia de circuitos. Demonstra¸c˜ao.

Somando as restri¸c˜oes (3.33) para os arcos de um circuito C (xij = 1, (i, j) ∈ C) obtemos P(i,j)∈Cwij ≤ 0, o que contradiz o facto dos pesos wij serem positivos.

Para qualquer ´arvore de suporte de peso admiss´ıvel podemos sempre encontrar valores para as vari´aveis pj, ∀j ∈ V, tais que (3.33) e (3.35) s˜ao satisfeitas. Se pj ´e o peso do caminho da origem a qualquer nodo j, pj = pi+ wij para todos os arcos (i, j) tal que xij = 1 e p0 = 0. As restri¸c˜oes (3.33) e (3.35), para todos os arcos (i, j) tal que xij = 0, est˜ao impl´ıcitas pela restri¸c˜ao de peso (3.34). Assim, as restri¸c˜oes (3.33) e (3.35) s˜ao v´alidas para o Problema WMST.

Se xij = 1, ent˜ao wij + pi ≤ pj ⇒ pi < pj. Se xij = 0, ent˜ao pi ≤ pj+ W . 0 1 2 6 3 4 5 3 10 2 1 5 4 0 1 2 6 3 4 5 0 1 2 6 3 4 5 0 p0 = 0 1 p1 = 3 2 p2 = 10 6 p6 = 2 3 p3 = 15 4 p4 = 14 5 p5 = 4

Figura 3.3: Exemplo do c´alculo dos estados dos pesos dos nodos na ´arvore.

Na Figura 3.3 podemos observar como s˜ao obtidos os estados dos pesos de cada nodo na ´arvore. Por exemplo, o estado de peso do nodo 3 corresponde `a soma dos pesos dos arcos (0, 2) e (2, 3), p3 = p2+ w23 = 10 + 5 = 15.

Se a solu¸c˜ao do exemplo dado na Figura 3.3 for um caminho, com nodo origem 0 e nodo destino 6, o estado de peso do ´ultimo nodo do caminho ´e igual ao peso da ´arvore de suporte obtida, p6 = W (T ) ≤ W .

Note-se que para a formula¸c˜ao do Problema WMST n˜ao ´e necess´ario conhecer os estados de peso dos nodos na ´arvore, o que ´e importante ´e que se o arco (i, j) est´a na solu¸c˜ao, a diferen¸ca m´axima entre os estados de peso pj e pi seja superior ou igual a wij, isto ´e,

pj − pi ≥ wij, (i, j) ∈ A.

Substituindo as restri¸c˜oes de integralidade (3.36) por:

xij ≥ 0, (i, j) ∈ A, (3.37)

obtemos a relaxa¸c˜ao linear da Formula¸c˜ao WMTZ que designamos por WMTZL. Note que n˜ao ´e necess´ario incluir as restri¸c˜oes xij ≤ 1 ((i, j) ∈ A), pois estas restri¸c˜oes est˜ao impl´ıcitas por (3.32).

Notamos que as Formula¸c˜oes MTZLe WMTZLs˜ao incompar´aveis e para comprovar este facto apresentamos o seguinte exemplo.

Exemplo 3.1.

Na Tabela 3.1 podemos observar os valores obtidos pela relaxa¸c˜ao linear das For- mula¸c˜oes MTZ e WMTZ em algumas instˆancias de 10 e 20 nodos dos trˆes grupos de instˆancias, Quase Caminhos, Aleat´orias e Euclideanas.

Instˆancia MTZL WMTZL QC10-1 70,850 68,087 R10-2 11856,200 11861,700 E10-1 29161,700 29076,100 QC20-1 1004,530 1017,800 R20-1 25226,500 25308,900 E20-1 40383,700 40368,600

Tabela 3.1: Compara¸c˜ao dos valores obtidos usando as Formula¸c˜oes MTZL e WMTZL.

Nas instˆancias QC10-1, E10-1 e E20-1 o valor obtido pela Formula¸c˜ao MTZL ´e superior ao valor obtido pela Formula¸c˜ao WMTZL, mas nas instˆancias R10-2, QC20-1

e R20-1 verifica-se o contr´ario, ou seja, o valor obtido pela Formula¸c˜ao MTZL´e inferior ao valor obtido pela Formula¸c˜ao WMTZL. Deste modo verificamos que as Formula¸c˜oes MTZL e WMTZL n˜ao s˜ao compar´aveis em termos de valor da relaxa¸c˜ao linear.

Tal como foi feito anteriormente para as restri¸c˜oes (3.22) da Formula¸c˜ao MTZ, as restri¸c˜oes (3.33) tamb´em podem ser fortalecidas (ver Desrochers e Laporte [15] e Gouveia [24]) da seguinte forma:

Desigualdades Levantadas 1 - WMTZl1

wjixji+ wijxij + pi ≤ pj + W (1 − xij), (i, j) ∈ A (3.38)

A validade destas restri¸c˜oes decorre do facto das vari´aveis xij e xji n˜ao poderem tomar simultaneamente o valor 1. Se xji = 0, as restri¸c˜oes (3.38) est˜ao impl´ıcitas por (3.33) e no caso de xji = 1, temos que xij = 0, o que significa que existe um arco direcionado que liga os dois nodos j e i, sendo que a diferen¸ca m´axima entre os estados de peso dos nodos i e j ´e inferior ou igual a W − wji, o que se verifica nas restri¸c˜oes (3.38), pois para este caso pi− pj ≤ W − wji.

Desigualdades Levantadas 2 - WMTZl2

(W − wji)xji+ wijxij + pi ≤ pj + W (1 − xij), (i, j) ∈ A (3.39)

Temos que as vari´aveis xij e xji n˜ao podem tomar simultaneamente o valor 1. Se xji = 0, as restri¸c˜oes (3.39) est˜ao impl´ıcitas por (3.33) e no caso de xji = 1, temos que xij = 0, o que significa que existe um arco direcionado que liga os dois nodos j e i, sendo que a diferen¸ca m´axima entre os estados de peso dos nodos i e j n˜ao excede o peso do arco (j, i), o que se verifica nas restri¸c˜oes (3.39), pois para este caso pi − pj ≤ wji. Portanto, estas restri¸c˜oes s˜ao v´alidas para o Problema WMST.

Desigualdades Levantadas 3 - WMTZl3 X

k∈V \{i,j}

wkjxkj+ wijxij + pi ≤ pj + W (1 − xij), (i, j) ∈ A (3.40)

Das restri¸c˜oes (3.32) temos que Pk∈V \{i,j}xkj ≤ 1. No caso de P

k∈V \{i,j}xkj = 0, ent˜aoPk∈V \{i,j}wkjxkj = 0 e as restri¸c˜oes (3.40) est˜ao impl´ıcitas por (3.33). Caso para algum k ∈ V \{i, j}, xkj = 1, Pk∈V \{i,j}wkjxkj = wkj e xij = 0, o que significa que existe um arco direcionado que liga os nodos k e j, e desta forma a diferen¸ca m´axima entre os estados de peso dos nodos i e j n˜ao pode ser superior a W − wkj, o que est´a de acordo com as restri¸c˜oes (3.40), onde para este caso se obt´em pi− pj ≤ W − wkj < W . Portanto, estas restri¸c˜oes s˜ao v´alidas para o Problema WMST.

Desigualdades Levantadas 4 - WMTZl4 X

k∈V \{i,j}

(wkjxkj+ wikxik) + wjixji+ wijxij + pi ≤ pj + W (1 − xij), (i, j) ∈ A (3.41)

Das restri¸c˜oes (3.32) temos que Pk∈V \{i,j}xkj ≤ 1 e da restri¸c˜ao (3.34) temos que P

k∈V \{i,j}wikxik < W , pois o nodo i pode ligar a todos os nodos exceto ao nodo j. Deste modo temos que o somat´orio Pk∈V \{i,j}(wkjxkj+ wikxik) toma valores inferiores ou iguais a W + wkj para algum k ∈ V \{i, j}.

SePk∈V \{i,j}(wikxik+ wkjxkj) = 0, as restri¸c˜oes (3.41) est˜ao impl´ıcitas por (3.38). SePk∈V \{i,j}(wikxik+ wkjxkj) = q ≤ W + wkj com q ∈ Z+, ao substituir nas res- tri¸c˜oes (3.41) o somat´orio por q, obtemos q +wjixji+wijxij+pi ≤ pj+W (1−xij). Caso P

k∈V \{i,j}xkj = 1 temos que para algum k ∈ V \{i, j}, xkj = 1,Pk∈V \{i,j}wkjxkj = wkj e xij = 0, temos que q + wjixji+ pi ≤ pj+ W . Se xji = 0, ent˜ao pi− pj ≤ W − q < W e se xji = 1 temos que pi− pj ≤ W − q − wji < W . No caso de

P

k∈V \{i,j}xkj = 0, ent˜ao xij = 1 e xji = 0, pelo que temos pj − pi ≥ q + wij. Assim, estas restri¸c˜oes s˜ao v´alidas para o Problema WMST.

`

As relaxa¸c˜oes lineares das Formula¸c˜oes WMTZl1, WMTZl2, WMTZl3 e WMTZl4 designamos por WMTZl1L, WMTZl2L, WMTZl3L e WMTZl4L, respetivamente.

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