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Fig. 8- Fragmentos de cerâmica indisponíveis para estudo da colecção G. M. Andrade e E. P. Vicente, 1971

V.I PRINCIPAIS FÓSSEIS-DIRECTORES DA COLECÇÃO ESTUDADA

Fig. 9 – IGN.006.003. Fragmento de bojo com decoração tipo «falsa folha de acácia». Foto Prof. Doutor Victor S. Gonçalves

Fig. 10 – IGN.006.0171. Fragmento de bojo com decoração brunida na superfície externa

Figs. 11 e 12 – IGN.006.0001.Fragmento de bordo com carena de ombro e uma perfuração completa. Face externa e face interna.

V.II Metalurgia

Fig. 13- Machado de talão e alvado indisponíveis para estudo da colecção G. M. Andrade e E. P. Vicente, 1971

Fig.14 - Bracelete 10802 (MNA) Fig.15 – Bracelete 10803 A (MNA) Fig.16 – Bracelete 10803 B (MNA)

Fig. 17 – Bracelete 10803 C (MNA) Fig. 18 – Bracelete 10803 D (MNA) Fig.19 – Bracelete 10803 E (MNA)

V.III UTENSÍLIOS LÍTICOS

Fig.23 – IGN.006.0163. Elemento de mó (movente) com vestígios de utilização.

Fig. 24 - IGN.006.0163. Perspectiva lateral da face polida

V.IV OBJECTOS DE ADORNO

Fig. 27 – IGN.006.0150 – Face frontal da conta de colar.

VI.I SÍTIOS DE ALTURA

1. Moinho da Atalaia (Amadora)

Localização administrativa: Freguesia da Amadora, Concelho de Oeiras, Distrito de Lisboa.

Coordenadas: Lat. 38.746163 Long. -9.22992

CNS:73

Classificação: sem classificação;

Tipo: Povoado;

Cronologia: Neolítico, Idade do bronze, Idade do Ferro;

Relevo: vertente;

Altimetria: 183m;

Geologia: Complexo Vulcânico de Lisboa;

Visibilidade: circular;

Espólio: O conjunto integra cerâmica campaniforme, cerâmica decorada com ornatos brunidos e uma fíbula de bronze tipo anular hispânica.

Local de depósito do espólio: Centro Cultural Roque Gameiro (Amadora)

Historiografia do sítio: O sítio foi identificado em 1975 aquando da identificação de materiais arqueológicos cronologicamente integráveis no Paleolítico, Calcolítico, Idade do Bronze e Idade do Ferro. Os trabalhos realizados no decorrer do anos 70 no sector Oeste do moinho originaram uma primeira publicação sobre o sítio (Parreira e Pinto, 1978), integrando os achados numa ocupação do local na transição entre o 2º e o 1º milénio a.C. Em 1980 foi realizada uma escavação com a duração de um ano, por Rui Parreira e Ludgero Gonçalves com o intuito de completar dados relativos à eventual presença de estruturas bem como a salvaguarda do sítio em virtude da construção de um viaduto rodoviário projectado para a área em questão (E.N. 117 e E.N. 249-1). Recentemente entre 9 de Maio e 25 de Julho 2007 foi realizada uma sondagem por Gisela de Encarnação na área da escola Dr. Azevedo Nunes no âmbito de atestar a existência de sítio arqueológico e esclarecer se existe uma relação directa com os vestígios provenientes do sector Este do moinho. As sondagens resultaram num conjunto de materiais integráveis no Neolítico, Idades do Bronze e Ferro, tanto cerâmicos como líticos. O sítio é citado também por autores como João Luís Cardoso e Júlio Roque

Tejo. Em 2002, Tiago Fontes analisou e publicou os materiais provenientes do sector Oeste do sítio integráveis no Bronze Final (Fontes, 2002).

A análise efetuada por R. Parreira e C. V. Pinto aos materiais arqueológicos revela três horizontes ocupacionais, nomeadamente o Calcolítico Final/Bronze Inicial, Bronze Final e Idade do Ferro (Parreirae Pinto, 1977, p.143). À parte das evidências materiais integráveis no Calcolítico, os autores referem a existência de cerâmicas manuais com semelhanças morfológicas a tipologias recolhidas na estação arqueológica de Alpiarça (Parreira e Pinto, 1977, p.143). Ainda outro indicador cronológico trata-se do fragmento 2 d, decorado com ornatos brunidos caracterizado por triângulos preenchidos por linhas oblíquas (Parreira e Pinto, 1977, p.143) a par de formas carenadas (especificamente as formas m e s da figura 2), com paralelos em povoados na península de Lisboa e, particularmente, com o Cabeço de Alcainça. Atribuíveis à Idade do Ferro, são provenientes desta estação fíbulas de bronze de tipo anular hispânica, cerâmica a torno (cerâmica alaranjada e cinzenta fina), e objectos de adorno em vidro (não são especificadas formas). Os autores referem esta ocupação integrável no horizonte geográfico de influência fenício-púnica Parreirae Pinto, 1977, p.143).

Bibliografia

Fontes, T. (2002), Cardoso, J. L., Carreira, J. R. (1993), Gonçalves, J. L. M. (1983), Parreira, R. J., Pinto, C. V. (1978).

2. Zambujal (Torres Vedras)

Localização administrativa: Santa Maria do Castelo de São Miguel, Freguesia do Zambujal, Concelho de Torres Vedras, Distrito de Lisboa;

Coordenadas:

Lat.39.0746204045

Long. -9.28570611762

CNS:328;

Classificação: Monumento Nacional;

Tipo: Povoado fortificado;

Espólio: Cerâmica, indústria lítica, metalurgia de cobre;

Local de depósito do espólio: Museu Nacional de Arqueologia, Museu Municipal Leonel Trindade;

Historiografia do sítio: O castro do Zambujal é sobejamente conhecido da comunidade científica desde cerca dos anos 40 do séc. XX, tendo sido alvo de intervenções e trabalhos documentados na bibliografia recente. O sítio revelou ter sido abandonado por volta de 1700 a.C., ou seja, em meados da Idade do Bronze.

Bibliografia

Schubart, Sangmeister (1987), Senna-Martínez, ( 2002b), Kunst, (2010).

3. Penedo do Lexim (Mafra)

Localização administrativa: Lugar do Lexim, freguesia de Igreja Nova, concelho de Mafra, distrito de Lisboa Coordenadas Log.: 9º 25’34.2588 ‘’ Lat: 38º 53’21.8003’’ CMP: folha 402-1961. CNS:664

Classificação: IPP (Imóvel de Interesse Público) DR, 1ª série, nº 45, de 22/2/1975 e DR, 1ª série, nº 47, de 26/2/1982, dec. 28/82, (Sousa, 2000);

Tipo: povoado fortificado

Cronologia:

Neolítico Final, Calcolítico Inicial e Pleno, Bronze Final, Romano Alto Imperial.

Relevo: elevação

Altimetria: 223 m

Hidrografia: Situado namargem direita da Ribeira de Cheleiros, Ribeira da Mata e Ribeira da Laje.

Geologia: Chaminé vulcânica integrada no Manto Basáltico de Lisboa/Complexo Vulcânico de Lisboa, de aspecto facetado por prismas basálticos;

Aptidão agrícola: a boa aptidão agrícola no local é ainda hoje comprovada pelo cultivo de cereal;

Espólio: Cerâmica com decoração integrável entre o Neolítico Final e o Calcolítico (folha de acácia, crucífera e canelada), cerâmica lisa, pedra polida, pedra lascada (lâmina, lamela, ponta de seta, núcleos e lascas de sílex, quartzo hialino), metalurgia em cobre, bronze (ponta de lança), fauna e ossos humanos.

Relativamente a cronologias do Bronze Final, destaco uma ponta de lança recolhida, peça nº IGN.017.05567, UE 02 e 17, registo nº E5-42 com 17,6 cm de altura, a par de uma figura zoomorfa, interpretada como um ex-voto (cabeça de animal indiferenciado- cão, raposa, lobo), além. 3 fragmentos metálicos indeterminados, 3 argolas, 1 cinzel, 1 ponta de lança. (Sousa, et al, 2004, p.106)

Local de depósito do espólio: Museu Nacional de Arqueologia e Depósito Oficial de bens Arqueológicos da Câmara Municipal de Mafra, Museu Municipal Raúl de Almeida.

Historiografia do sítio: O sítio do Penedo do Lexim, é conhecido da bibliografia desde 1879, pela mão de Estácio da Veiga na publicação das «Antiguidades de Mafra» (Veiga, 1879, p.28-30, Sousa, 1999, p.15).

Em 1970, foi iniciada a exploração de uma pedreira no local, situação que motivou os trabalhos de escavação do sítio por José Morais Arnaud e Vítor Oliveira Jorge. Cinco anos depois, foi realizada uma nova campanha, cujos resultados foram publicados, incluindo dados relativos ao estudo das faunas e datações absolutas (Sousa, 1999). Posteriormente, em 1998, Ana Catarina Sousa apresenta o projecto «O Penedo do Lexim e o povoamento do Neolítico Final e Calcolítico de Mafra» em 1998. Em 1999, são iniciados os trabalhos de escavação do sítio, que até à data tem merecido a atenção da comunidade científica como ponto de referência no povoamento pré-histórico da Península de Lisboa. Como já foi referido anteriormente, a Comissão dos Serviços Geológicos desenvolveu aí trabalhos arqueológicos, a par de Possidónio Silva, que recolheu um machado de alvado com uma aselha em bronze (peça IGN.017.02534), cuja análise efectuada recentemente (Sousa, et al., 2004, p.106), revelou 81,6% de Cu, 17,3% de Sn, As ≤ 0,4%, Pb ≤0,20%, Sb ≤0,20%, Fe ≤ 0,23%. As campanhas de escavação arqueológica realizadas entre 1999 e 2004, permitiram comprovar uma longa diacronia de ocupação, iniciada no Neolítico Final até à Idade do Bronze, e vestígios de uma ocupação sidérica. A ocupação durante a Idade do Bronze no Penedo do Lexim, foi documentada em duas unidades estratigráficas distintas: EU 2 e EU 17 (locus 1) A

Curiosamente, o investigador José Morais Arnaud, refere a presença de um «esconderijo de fundidor» pelo aparecimento de objectos metálicos durante os trabalhos na pedreira. Esta opinião é justificada pelo facto dos dois machados com aselhas laterais preservarem as rebarbas de fundição e o gume sem sinais de utilização. Destes dois, só um machado está disponível no Museu Nacional de Arqueologia. (ibidem) Existe a possibilidade, destes dois objectos integrarem um conjunto maior, pela referência a uma colecção particular do Sr. António Pedroso Ferreira (colector de materiais) e que terá despoletado o assédio ao local por vários curiosos em busca de materiais metálicos (ibidem). Relativamente ao local do «esconderijo de fundidor», Ana C. Sousa declara a hipótese de poder localizar-se no abrigo sob rocha no locus 3b, embora não existam exemplares metálicos daí provenientes das últimas intervenções no local.

Bibliografia:

Sousa, A.C. (2010, 2010a, 2006, 2005,2004, 2003, 2003ª,2002, 2000, 1999, 1998, 1996), Gomes, J. (2006Miranda, M. (2005), Araújo, J. F.; Valério, P.; Teixeira, A.C. (2003), Sousa, A. C.; Miranda, M. (2001) , Gandra, M., Caetano, A (1995).Veiga,.E. (1879), Arnaud, J. M. (1977), Angelucci, D. (2005);), Jorge, V.O., Oliveira, V. S., Arnaud, J. M. (1970); Arnaud, J. M., Jorge, V.O, Oliveira, V. S. (1970);

4. Cabeço dos Cartaxos (Mafra)

Localização administrativa: lugar do Alto dos Cartaxo/Cabeço dos Cartaxos, freguesia da Igreja Nova, concelho de Mafra, distrito de Lisboa. Dista 1800 m do Penedo do Lexim (Sousa, 2010). Coordenadas: Datum Lisboa: W 10º 22’ 33’’.822/ N 36º 56’ 34’’. 563; UTM: 29SMD 71.6/ 5.10 CMP: folha 402-1992 CNS: 1804

Classificação: não está classificado;

Tipo :habitat/povoado;

Relevo: elevação

Geologia: Manto Basáltico de Lisboa/Complexo Vulcânico de Lisboa

Aptidão agrícola: solos de classeB, C, e D

Visibilidade: circular total;

Espólio: materiais líticos (lamelas e restos de talhe em sílex), 40 fragmentos cerâmicos (bojos) incaracterizáveis.

Local de depósito do espólio: Depósito Oficial de Bens Arqueológicos de Mafra,

Cronologia: Neolítico, Calcolítico,Idade do Bronze?

Historiografia do sítio: A referência ao Cabeço dos Cartaxos remonta a 1982-83, sendo uma note de roda pé citando uma suposta descoberta por José Camarate França, sem menção a materiais arqueológicos. Em 1986, Júlio Roque Carreira revisitou o local por meio de prospecção. Contudo, não há registo de espólio. Em 2001, o Gabinete de Arqueologia da Câmara Municipal de Mafra, realizou uma prospecção ao sítio, sendo-lhe atribuído o número de inventário IGN.005, tendo efectuado recolhas no topo, destacando-se o material lítico e cerâmico. Contudo, o grau de rolamento e fragmentação dos mesmos não permite aferir cronologias associadas à ocupação do local. Não obstante, a posição geográfica estratégica do sítio pode constituir uma referência na malha de povoamento da zona onde se integra. No âmbito do Seminário de Métodos de Registo de Campo foi efectuada uma prospecção em 2011, com a identificação de uma possível muralha de basalto, semelhante às de Penedo do Lexim e Cabeço de Alcainça.

Bibliografia:

Ferreira, O. V. (1971), Serrão, E. C. (1982-83), Gandra, M., Caetano, A. (1995), Sousa, A. C. (1999), Sousa, A. C. (2010).

5. Serra do Socorro (Mafra)

Localização administrativa: Serra do Socorro, Freguesia da Enxara do Bispo (concelho de Mafra), Turcifal (concelho de Torres Vedras) e Pêro Negro (concelho de Sobral de Monte Agraço), distrito de Lisboa.

Coordenadas:

Tipo: Povoado fortificado

Relevo: Elevação com declive acentuado;

Altimetria: 395 m

Geologia: Integrada no Complexo Vulcânico de Lisboa, a Serra do Socorro é de formação basáltica até à cota de 367 m de altitude, que corta margas calcárias e argilas cinzentas;

Aptidão agrícola

Carta de Solos, folha 431-34 D (IGC, 1969); Apesar da referência, não existe Carta de Solos para esta área geográfica.

Visibilidade: Circular; Na vertente Nordeste é visível a Serra do Montejunto e a Noroeste, as Ilhas Berlengas.

Espólio: O espólio recolhido em prospecção totaliza 4075 peças cerâmicas, das quais 100 foram estudadas por Carla Matias, além dois elementos de mó, duas contas de colar em pasta vítrea, um elemento de foice em sílex e um elemento de xorca (sanguessuga) (Matias, 2003). Nas campanhas de 2007 e 2008 foram igualmente recolhidas formas carenadas, cossoiros, cerâmicas brunidas, contas de pasta vítrea e uma ponta de lança (lâmina reaproveitada) (Sousa, 2011).

Local de depósito do espólio: Museu Municipal Leonel Trindade (Torres Vedras), Depósito Oficial de Bens Arqueológicos de Mafra (Complexo Cultural Quinta da Raposa, CMM) e Museu Nacional de Arqueologia;

Cronologia: Bronze Final, Idade do Ferro, Romano, Idade Moderna.

Historiografia do sítio: A Serra do Socorro é conhecida desde o séc. XVIII, no registo das

Memórias Paroquiais de 1758 pela existência de um ermitério, cuja construção remonta ao séc. XV d.C.(Matias, 2003, p.315), provavelmente em honra da Nossa Senhora do Socorro. A referência mais antiga ao sítio arqueológico da Serra do Socorro remonta a 1946 pela mão de E. Jalhay aquando dos seus estudos sobre o sítio do Zambujal. Contudo, a descrição mais detalhada do sítio data de 1975 no Jornal Regional de Torres Vedras «Badaladas», sendo essa fonte profusamente utilizada nas diversas referências ao sítio. Este artigo descreve a existência de um povoado fortificado, delimitado por estruturas amuralhadas de formato ovalóide com cerca de 300 m de comprimento e outras estruturas circulares associadas a habitações, uma delas com lajeado de acesso. (Matias, 2003, p. 313 apud. A.C. 1975). Durante a década de 70 do séc. XX, são conhecidas as prospecções de Leonel Trindade no sítio, mas sem qualquer critério ou propósito científico, realizada pela Escola Técnica que

Pelo menos uma década depois, Gustavo Marques terá prospectado o local, acção cujo registo é inexistente, além da abertura de sondagens arqueológicas. Desta intervenção resultou um conjunto de materiais sem registo de proveniência e portanto, sem a devida contextualização estratigráfica. À semelhança deste conjunto, também o espólio supostamente recolhido na sequência das obras de alargamento dos acessos ao topo da Serra do Socorro está em depósito desconhecido. Desde a década de 90, que têm sido feitos esforços de monitorização dos trabalhos efectuados no subsolo em âmbito de acompanhamento arqueológico, cujos materiais recolhidos se encontram actualmente depositados no Museu Municipal de Torres Vedras Leonel Trindade. Recentemente, o sítio foi prospectado por Carla Matias que identificou possíveis vestígios de estrutura amuralhada e estudou o espólio do sítio. Posteriormente a Serra do Socorro foi intervencionada no âmbito do projecto «Rotas Históricas das Linhas de Torres Vedras».

Bibliografia: Matias, C (2003), Silveira, A. (1999), C. A. (1975) Trindade, L. (1973); Sousa, A. C.(2011)

6. Santa Eufémia (Sintra)

Localização administrativa: lugar de Santa Eufémia, freguesia de São Pedro de Penaferrim, concelho de Sintra, distrito de Lisboa.

Coordenadas:

Lat: 38º 47’26,94 N Long: 9º 23’2.59’’O

CMP: folha 416, escala 1:25000, 1962;

CNS: 3246

Classificação: IIP (Imóvel de Interesse Público);

Tipo: povoado

Relevo: elevação,

Hidrografia: cursos de água na área envolvente;

Altimetria: 450 m

III-Visibilidade: circular, total;

Cronologia: Bronze Final,Idade do Ferro;

Espólio: As recolhas de superfície (1973) integram indústria lítica (sílex e quartzo),cerâmica (1 fragmento de bordo, 1 fragmento de asa de rolo simples tipo Santa Olaia (por comparação à cerâmica de pasta grossa e negra estudadas por Santos Rocha, designadas por «púnicas»). O conjunto recolhido em 1984 integra 400 fragmentos líticos (fragmento de elemento de mó em granito) e cerâmicos de onde se destacam 3 fragmentos de «pasta negra», 6 fragmentos integrados pelo colector na «Cultura de Alpiarça» (vaso e bordo tipo A4 com 21 cm de diâmetro de abertura), e na tipologia Santa Olaia (grandes vasos de fabrico manual e roda de oleiro). Destaca-se algumas características que creio indicadores cronológicos: vestígios de engobe e pintura vermelha, cerâmicas cinzentas finas (taças de pequena dimensão). A cultura romana é materializada por um dolium e fragmentos de tijoleira (Marques, 1982-83, p. 73). Os materiais recolhidos na Sondagem 1 durante a preparação do corte, são tipologicamente semelhantes aos descritos anteriormente, destacando-se 1 bordo do tipo Alpiarça com cristais negros como elementos desengordurante, talvez parecido com as areias vulcânicas presentes em toda o Manto Basáltico de Lisboa.

Local de depósito do espólio: Museu Regional de Sintra;

Historiografia do sítio: O local foi reconhecido como sítio arqueológico em 1927 por Joaquim Fontes pela recolha de um fragmento de vaso campaniforme que hoje é de paradeiro incerto; Nesse mesmo ano, Félix Alves Pereira realizou prospecções na área a Sul onde recolheu cerâmicas que comparou às provenientes do tholos do Barro (Torres Vedras) e outras associadas a uma ocupação sidérica. Em 1930 e 1931 Santa Eufémia é referida como jazida arqueológica por Alves Pereira, que publica no Diário de Notícias artigos sobre a mesma e sobre a descoberta de novos locais, entre os quais a estação de Monte Sereno cujo proprietário dos terrenos recolheu os materiais arqueológicos. Os conjuntos mencionados estão depositados em local desconhecido. Em 1973, Gustavo Marques, no âmbito da elaboração de uma carta arqueológica do concelho de Sintra, relocalizou o «povoado» de Santa Eufémia, realizando prospecções e inclusive, uma sondagem. Foram identificados na área Sul cerâmica manual e um fragmento de bordo de ânfora romana, classificada pelo investigador como tipo Dressel-Lamboglia 1ª. Foi definida uma área de escavação com extensão de 3,15m e profundidade de 1,5m, cujo registo gráfico do corte nos revela hoje, níveis de ocupação até ao substracto rochoso (granítico). Gustavo Marques refere a importância de investigação e

arqueológico, que seria importante não deixar perder(…)» (Marques, 1982-1983, p.70). Em Abril de 1984, o local é novamente visitado e verificam-se as alterações provocadas pelo remeximento das terras talvez para construções clandestinas. Apesar disso, foram colectados materiais cerâmicos. Na mesma altura, Gustavo Marques procedeu à avaliação da necessidade de salvaguarda do local, sendo este hoje classificado. A cultura material analisada foi associada a níveis de ocupação durante o Neolítico e o Calcolítico e posteriormente em fase mais tardia, verifica-se a ocupação sidérica entre o séc. IV a.C. e o séc. II d.C. (Marques, 1982-1983, p.84).

Bibliografia:

Marques, G. (1982-1983); Sousa, E, (2011)

7. Monte Sereno (Sintra)

Localização administrativa: Monte Sereno, freguesia de São Pedro de Penaferrim, concelho de Sintra, distrito de Lisboa;

Coordenadas: desconhecido. Situado a NNE da Ermida de Santa Eufémia e a SE do castelo dos Mouros (Marques, 1982-83, p.85);

CMP: folha 416, escala 1:25000, 1962;

CNS: 19448

Classificação: não está classificado

Tipo: indeterminado;

Relevo: elevação

Geologia: elevação de natureza granítica;

Aptidão agrícola boa aptidão florestal e a sudoeste, terras cultiváveis

Visibilidade: circular;

Cronologia: Bronze Final;

Espólio: provêm deste local 5 artefactos de pedra polida (1 enxó e 4 machados), 1 lâmina e 1 machado de talão em bronze;

Local de depósito do espólio: ARQA (Associação de Arqueologia da Amadora);

pelo próprio colector. Em 1973, em conversa informal entre investigadores na Sociedade de Geografia de Lisboa, o Prof. Doutor José de Oliveira Boléo disse a Gustavo Marques que as peças metálicas expostas no Palácio de Valenças (Sintra), tinham sido achadas por ele com 17 anos durante as obras no Casal do Monte Sereno, propriedade de um tal Gregório Casimiro Ribeiro. Portanto, as peças terão sido encontradas em 1922, ficando o proprietário com elas até Félix Alves Pereira as ter analisado em 1932, existindo uma notícia de 15 de Dezembro do mesmo ano (Marques, 1982-83, p.85).

Bibliografia:

Marques, G. (1982-83).

8. Anços (Montelavar, Sintra)

Localização administrativa: Montelavar, Sintra, Lisboa;

Coordenadas: Lat.38.877508 Long. -9.302731 CMP: 402-1992;

CNS:27469;

Classificação: sem classificação;

Tipo: habitat;

Cronologia: Neolítico Final, Calcolítico e Idade do Bronze;

Relevo: elevação;

Altimetria: 198m;

Hidrografia: margem esquerda de Ribeira de Cheleiros;

Geologia: afloramento de andesitos, labrodorito, lammproforios;

Aptidão agrícola: boa

Visibilidade: circular

Espólio: 190 artefactos em sílex representantes de todas as fases do processo de talhe, dezenas de fragmentos de cerâmico, dos quais 6 apresentam características campaniformes (inciso e pontilhado). Salienta-se o baixo nível de utensilagem e o predomínio de núcleos e lascas corticais.

Historiografia do sítio: Este povoado do Calcolítico Final foi identificado por um «amador», tendo sido feita uma primeira publicação em 1996 por J. L. Cardoso e J. R. Carreira sobre os materiais campaniformes e da Idade do Bronze de lá provenientes. O sítio dista cerca de 1km do sítio arqueológico Penedo do Lexim. O local apresenta-se bem conservado.

Bibliografia

Cardoso, J. L., Carreira, J. L. (1996a), Sousa, (1998), Sousa (2010).

9. Penha Verde (Sintra)

Localização administrativa: São Martinho, Sintra, Lisboa

Coordenadas:

Lat. 38.794566; Long. -9.404404;

CNS:4436

Classificação: sem classificação;

Tipo: povoado;

Cronologia: Neolítico, Calcolítico (Pleno e Final)

Relevo: serra

Altimetria: 230m;

Hidrografia:

Geologia: elevação granítica;

Aptidão agrícola: Visibilidade: circular

Espólio: espólio osteológico, cerâmica lisa e decorada (folha de acácia e campaniforme), utensílios em osso, líticos (pontas de seta, elementos de foice, lascas, lâminas e núcleos), elementos de adorno (contas de colar em pedra verde e ocre, alfinete e colar de ouro), punhal de cobre, pontas tipo Palmela, um punção e escórias.

Local de depósito do espólio:

Historiografia do sítio: O sítio foi primeiramente identificado em 1949 por G. Zbyseweki e O. Veiga Ferreira após indicações de Maxime Vaultier (Cardoso,2010/2011). A escavação arqueológica do sítio foi justificada pela identificação de estruturas arqueológicas que

Paleolítico Superior, Neolítico e Calcolítico. Contudo, persistiam dúvidas sobre uma eventual ocupação ténue durante a Idade do Bronze marcada pela recolha de uma barra paralelepipédica de bronze cuja análise revelou 10% de estanho na sua composição química (Cardoso, 2010/2011, p. 580). Este resultado correspondia à datação conseguida para o sítio, nomeadamente, W-656-3420 +/- 200 BP. J. L. Cardoso, ainda assim, colocou em causa a origem e a composição da amostra visto que a datação obtida poderia corresponder a uma média de carvões de idades distinctas (Cardoso, 2010/2011, p. 580). Por esta razão o espólio foi reanalisado pelo referido investigador. O alfinete em ouro com cabeça em forma de botão antes integrado no Calcolítico e no Bronze Inicial/Pleno, J. L. Cardoso integra no Bronze Final, de manufactura compatível com um ponderal que R. Vilaça integrou igualmente no Bronze Final. J. L. Cardoso sustenta que a referida de barra de bronze, o alfinete de ouro, a

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