FREQUÊNCIA DE USO DO LIVRO ELETRÔNICO NAS DISCIPLINAS DOS CURSOS DA ÁREA DE SAÚDE

Ao investigar sobre a frequência de uso do livro eletrônico nas disciplinas dos cursos da área de saúde da UFBA, considerou-se oportuno verificar, primeiramente, as estatísticas de uso da coleção, visto que, como já identificado na subseção anterior, a grande maioria dos discentes que participaram desta pesquisa informaram desconhecer a existência dos livros eletrônicos da área de saúde da UFBA, assim como, os docentes entrevistados.

O início da oferta dos livros eletrônicos da área de saúde ocorreu a partir do ano de 2010, desde então, o número de acessos aos livros eletrônicos nos três primeiros anos, de 2010 a 2012, foi significativo, porém após este período, mais especificamente em 2013 e 2014, verificou-se um decréscimo no número de acessos, conforme se visualiza no Gráfico 1.

Gráfico 1

Número de acessos aos livros eletrônicos da UFBA 2010-2014

No ano de 2010, conforme aponta o Gráfico 1, foram realizados 933 (novecentos e trinta e três) acessos, já em 2011, ocorreram 1439 (um mil quatrocentos e trinta e nove) acessos, ou seja, um crescimento de 35,16% em um ano de disponibilização dos livros eletrônicos. Em 2012, foram registrados 1699 (um mil seiscentos e noventa e nove) acessos, sendo que foram 15,30% a mais do que no ano anterior.

Porém, nos dois anos subsequentes, 2013 e 2014, ocorreu um decréscimo significativo no número de acessos aos livros eletrônicos da UFBA. Essa redução de acessos pode ter relação com diversas variáveis, inclusive de acordo com a hipótese desta pesquisa, de que há uma deficiência quanto à divulgação da coleção de livros eletrônicos, assim como um baixo interesse do discente em relação a vários acessos, já que se num primeiro acesso o discente realizou o download dos títulos de interesse, não necessitará mais acessá-los. Essa redução do acesso também é reforçada pelo fato te não ter mais ocorrido renovação dos títulos já consultados ou a inclusão de novos títulos à coleção.

O acesso às estatísticas de uso dos livros eletrônicos ocorreu mediante solicitação do SIBI/UFBA ao fornecedor Dot.Lib, visto que não há uma ferramenta ou link no Portal de Pesquisa da Dot.Lib que direcione os usuários para obtenção dessas estatísticas de forma autônoma. Além disso, esse mecanismo de controle de acesso gera uma distorção dos resultados apresentados no Gráfico 1, já que a contabilização das estatísticas de acesso realizada pela Dot.Lib ocorre capítulo a capítulo, ou seja, cada vez que o usuário acessa um título de livro eletrônico, caso este livro possua 10 capítulos e o usuário realize o download de todos os 10, serão computados 10 acessos, sendo esta frequência registrada, ampliando a contagem a cada capítulo, por esta razão, os resultados apresentados no Gráfico 1 são bem maiores daqueles que realmente correspondem à realidade, confirmando que há um uso reduzido da coleção de livros eletrônicos da UFBA.

A partir das estatísticas de download da coleção de livros eletrônicos buscou-se verificar a frequência de uso do livro eletrônico nas disciplinas dos cursos da área de saúde da UFBA por parte dos discentes e docentes. O resultado obtido junto aos discentes apontou que 22 (12,6%) deles, de um total de 28 estudantes que declararam conhecer os livros eletrônicos da área de saúde da UFBA, já fazem uso desse dispositivo, enquanto 109 (62,6%) ainda não fizeram uso dessa coleção, sendo que 43 (24,7%) nem mesmo responderam a esta questão. Ao se realizar uma comparação entre os cursos de Medicina e Nutrição constatou-se que houve um maior percentual de estudantes que usam os livros eletrônicos no Curso de Nutrição 15 (16,1%), em relação àqueles pertencentes ao Curso de Medicina (7 – 8,6%) como pode ser visualizado na Tabela 19.

Tabela 19

Distribuição percentual dos estudantes que fazem uso dos livros eletrônicos da área de saúde do acervo da UFBA em atividades acadêmicas e/ou de pesquisa

Fonte: Dados da pesquisa.

Buscando alcançar uma compreensão mais clara sobre o uso do livro eletrônico da área de saúde na UFBA, considerou-se pertinente verificar a frequência de uso desses livros pelos estudantes, sendo que dentre os 22 (12,6%) discentes do curso de Nutrição e Medicina que informaram fazer uso dos livros eletrônicos da área de saúde apenas 4 (2,3%) o fazem sempre, enquanto que 12 (6,9%) deles fazem uso algumas vezes e 6 (3,4%) usam muito esporadicamente o livro eletrônico, conforme se verifica na Tabela 20.

Tabela 20

Distribuição percentual da frequência de uso dos livros eletrônicos da UFBA

Fonte: Dados da pesquisa.

O número de discentes que não respondeu a esta questão foi na ordem de 152 (87,4%), ou seja, um número acentuado deles que, por desconhecerem a existência dos livros eletrônicos no acervo da UFBA, não fazem uso destes.

Os resultados apontam que mesmo para aqueles discentes que indicaram conhecer os livros eletrônicos da área de saúde da UFBA, o uso desse dispositivo não ocorre com frequência, o que leva a duas inferências: este discente ainda não incorporou completamente o livro eletrônico da área da saúde como fonte de estudo ou os títulos de livro eletrônico que integram o acervo não atendem o desejado pelas disciplinas da área de saúde, para as quais estes foram adquiridos.

Uso dos livros eletrônicos da UFBA

Curso Total geral Medicina Nutrição Nº % Nº % Nº % Sim 7 8,6 15 16,1 22 12,6 Não 55 67,9 54 58,1 109 62,6 Não responderam 19 23,5 24 25,8 43 24,7 Totais parciais (81) 100,00 (93) 100,00 (174) 100,00

Frequência de uso dos livros eletrônicos da UFBA

Medicina Nutrição Total geral

Nº % Nº % Nº % Sempre 3 3,7 1 1,1 4 2,3 Algumas vezes 1 1,2 11 11,8 12 6,9 Esporadicamente 1 1,2 5 5,4 6 3,4 Não responderam 76 93,8 76 81,7 152 87,4 Totais parciais (81) 100,00 (93) 100,00 (174) 100,00

Os docentes também foram indagados sobre o uso dos livros eletrônicos da UFBA em suas atividades acadêmicas, mas como todos os entrevistados desconhecem essa iniciativa, essa questão teve resposta negativa pela totalidade dos docentes.

Após verificar a frequência de uso do livro eletrônico nas disciplinas desses Cursos, também, se considerou importante identificar as facilidades e dificuldades percebidas pelos discentes e docentes para utilização do livro eletrônico.

4.4 FACILIDADES E DIFICULDADES DE UTILIZAÇÃO DO LIVRO ELETRÔNICO