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FUNDAÇAO GETÚLIO VARGAS

No documento Origens do corporativismo brasileiro (páginas 58-69)

INDIPO I CPDOC

I

Para comprovar se est e era o esp í r i t o d a Const i t u i ção , os

paul i st as anal i saram os art i g os 137 e 138 da Car t a , d emonstrando que

aqu i l o que v i nh a send o t omado COIRO cont rad i ç5es ser i a r esul t ado d a I n t en ç ão d o l eg i s l ador d e conc i l i ar a het erogene i dade s i nd i ca l COIR o

monop ól i o d a rep resent ação . Segund o o art . 138 , o

est i p u l ado p e l o s i nd i c at o l e g a l mente reconhec i d o . deten t or d o

i st o é , aque l es i n scr i t os n o s i nd i cat o . Já o art . 137 p r ev i a q'Je os con t r at os c o l et i vos de t r ab a l h o , est i p'Jl ad os p e l o s i nd i c ato l eg a l mente reconhec i do , obr i g avam t od a a c at egor i a . 1 13

A sup ost a con t r ad i ç ão é desfe i t a at r

vés d a d i feren c i ação

entre d os con t r at os a t od os os assoc i ad os . p rev i st a

n o art . 130 , e a dos con t rat os , como ser i a o caso

prev i st o p e l ó ar t . 137 . quando o contrato c o l et i vo obr i g at ór i o para os

assoc i ados p oder i a ser estend i d o a t od a a categor i a , p or at o d o

M i n i st é r i o d o Trab a l h o . A d i st i nç ão era fundament al . E l a i mp or t ava n a

poss i b i l i d ade d a ex i st ên c i a de assoc i aç5es h eterog êneas , i n ser i das n o

s i st ema corporat i vo , desde que o s con t ratos p or e l as estabe l ec i dos

obr i g assem apenas os assoc i ados . A ext ensão dos con t r at os . med i ad a

p e l o M i n i st é r i p do Trab a l ho , j á e r a uma t r ad i ç ão legal , or i g i nada n o

o

DeCret o n 21 . 7�i , dE: 1 ?32 , e mant i da p e l os DecFet üs-Le i s 1 2 . 237 , de 2 de ma i o de 1737 , e 1 . 346 , de 1 5 de j un h o de 1939 . 1 1 4

Os do i s d l t i mos decret os , p oster i or es a 1937 � p r even d o a

extensão da obr i gat or i ed ad e dos cont ratos p or at o d o M i n i st ér i o ,

de i xavam c l aro - argumen t avam os p aul i st as que a i nt en ç ão d a l e i era

conc i l i ar o mon opól i o d a representação com a p l ural i d ade s i n d i cal . Da í

o s i lênc i o d o Decret o-Le i 1 . 402 sobre essa quest ão . 1 1 5

A l eg i s l ação p arec i a d e fat o conc i l i ar antagon i smos . ex i g i nd o

·t odo esse esforço herJ llenê'Jt i c o . Se i nt er essava a o Estado g arant i r aos 53

s i nd i catos operár i os seu aval p ara as n eg oc i ações e c on t rat os que

real i zassem , i nt eressava t ambém a esse Estado g ar an t i r a adesão d e u.a

e l i t e q'�e ser i a s'�a p arce i ra n a or g an i zação e 1Il0dern i zação d a econo� i a . R eservar um espaço par a est a e l i t e e r a uma quest ão

e 5 t ratég i c a .

Meslllo r econhecendo que assoc i aç ões h et erogêneas n ão ' g ozarão

( • • • ) das regal i as con fer i d as aos s i n d i cat os r ec on h ec i dos . l e i a l guma

d · . . d · · d · t ' 1 1 6

or I n ar l a p o era I mpe I r o seu o • As assoc i aç ões

c i v i s patron·a i s d ever i a p or t an t o ser g aran t i d a a s i t uaç ão at é e n t ão usu rru f d a : autonom i a e reconhec i me n t o l eg a l .

Assoc i ações c i v i s n ão são s i nd i cat o s . Est es ú l t i mos

organ i zam-se par a a d e fesa dos i n t er esses i nd i v i dua i s de uma categor i a

homog ênea da p r odução. As assoc i aç ões c i v i s , como as d a c l asse

t I 1 · t d i · t I t · 1 1 7

p a rona p au I S a , alll I n eresses co e I VO S .

Como ent i dades p r i vadas , o s s i n d i cat os , p ar a ag i r e. nome d a

c o l et i v i d ade , d epend i am de um mandato l eg a l , con fer i do p e l o Es- t d a o . 1 13 Os elllp resár i os usava .. como r e for ç o ao ar gument o o p r ó p r i o

Ol i ve i r a V i an a , que exp l i car i a a p r e r r og at i va d o monop ó l i o d a

represen t ação n os segu i n t es t ermos :

'COIllO a cat egor i a . n ão t en d o p e r sonal i dade l eg a l , n ão poder i a con fer i r mandato d e r ep r esen t aç ão a

n i ng uém , a l e i ass i a o d i spas n esse sent i do ,

i nvest i nd o p or d i sp o s i ç ão expr essa o s i nd i cat o

. t � • 1 1 9

nesta r e p r esen açao .

As assoc i ações c i v i s d a c l asse patronal d i z i a. e l e s

p r esc i nd i am dest a p r er r og at i va : caBeçam a t er v i da d esde a

i nscr i ç ão d e seus con t ratos·, at os const i t ut i vos . est atut os o'�

comprom i ssos no reg i s t r o p ,lb I i co compet e n t e e n ão n o r eg i st r o

const i t u í das , não se l hes p ode negar o d i re i t o assegurado , de rep resen t ar , p er an t e as a.�t or i d ades , seus ou d o

( g r i fado no or i g i n al ) . 120

A i d é i a de que a fon t e de l eg i t i ll i dade de suas assoc i aç ões

era d i versa da dos s i nd i ca t os p r o f i ss i ona i s - soc i ed ade e Estado

respect i vallen t e se comb i na l percep ç ão d e que o · c o l et i vo · d i z

respe i t o l so.c i edade e ls comun i dades que a co_põem . Na soc i edade se

ob t é m a l eg i t i m i dad e . O Est ado concede · p r i vat i vamen t e · a l eg a l i dade a

pessoas n at '�ra i s ou j ur í d i ca s · , que a part i r dest as c on cessões

t orn am-se ap t as a exercer o d i r e i t o de r ep resent ação l eg a l . 121

O s i nd i c ato r econ h ec i do após conc essão d o Est ado p assa a ter

( gr i fado n o or i g i nal ) ( u . ) ord i n ar i amen t e exerc i dos p e l o Est ad o · .

e p ara l e l amen t e out r os 122

pod eres

· Não se p od e con f'�nd i r o

( . . . ) i st o é , o d i r e i t o d e apr esent ar que i xas ,

d enúnc i as , r ec l amaç ões , ped i dos , lIemor i a i s , sugestões e

sol i c i t ações de p r ov i d ªnc i as aos poderes p úb l i co s , com

a ou man d a t o l eg a l , que a l e i con fere , em casos espec i a i s , a c er t as p essoas o'� ent i dades • • 123

A exp l i c i t ação do que ser i a o d i re i t o de r ep r esen t ação não

por acaso descreve as d as assoc i ações c i v i s , n a d efesa d e seus i nt er esses . Menos o cont e.ldo e ma i s a or i g em d este d i re i t o é o· que est á em d i scussão . Seu exerc í c i o era uma · fran qu i a i nerente ao s i stema repub l i cano , p r eval ecendo a i nd a quando n ão expr essa na Const i t u i - ç ão . 124

A arguaen t ação sugere que a repre�en t aç ão l eg a l é uaa ext ensão do d i re i t o de represen t ação exerc i do l eg i t i mamen t e p or - p essoal> Ol� ent i dade s . i ndepen d e n t eaen t e d a autor i zação d o Est ado . a ol�troa que nlio d i sp1lnhalll desta leg i t i m i d ad e . A ên fa�e n a natureza

p r i vada dos s i nd i catos operár i os e a d i feren ç a ent r e l e g a l i d ade e

leg i t i m i dade uSI�fr u l d a p e l as assoc i aç ões c i v i s . p or sua or i ge. e fllO ção . apont a. n esse sent i do .

E p oss íve l . p o i s . destacar al guns asp ect os que se co.b i n alll d e 'or�a s i n gu l ar : a d e fesa i n t r an s i g e n t e d e uma l eg i t i m i dade or i g i n ár i a

da soc i edade l a de fesa d os d i re i t os . l i b erdades e g aran t i as

I n d I v i dl�lL i s lIIeslllo en quant o p r i v i l ég i os d e uns p oucos ; um certo colet i v i slllo embr i onár i o . coa0 b ase da l eg i t i m i dade l a v i são do Est ado

cora0 I�. g r up o . cl�j a d i feren ç a C OIII r e l ação aos de.a i s ser i a o p oder de Est es aspec t os se c oab i naa e 111 uma cur i osa

i nversão daI> concepções de p r i vado e p db l i c o . O pdb l i co . conceb i do

cora0 d i men são da soc i edade organ i zada . i ndependen t e . i nser i d o n o

p o l í t i c o . at r avés d o Est ad o . O p r i vado . C OIIIO uma d as d i �ensões do Est ad o . expressão daqu i l o que l h e era p r i vat i vo e que o faz i a

prodl�tor da - legal i d ad e . O sent i do desta con cepção era dado p or uma soc i edade p l ur a l . capaz de se i n ser i r n este Est ado de d i versas

mane i r a s .

D i re i t os n ã o são prerrog at i vas . ass i m COIIIO assoc i aç ão c i v i l não é s i nd i cat o . Conseqüen t emen t e . as assoc i aç ões patron a i s p au l i st a s

( • • • ) · não estão . subor d i nadas às r e gras estabel ec i das por

I d · . ( . f d . . I ) · 1 25

s n I ca l s g r l a o n o or i g i na •

p ar a assoc i ações

A d i ferenc i ação ent r e assoc i aç ão c i v i l e s i n d i cato t i nh a uma

permanecer n o s i stema . Era a reação ao parecer d e Ol i ve i ra V i an a , segundo o qual heterogene i dade i llp l l cava ell exc l usão d o s i st ella d e repr esent ação c or p or at i va .

A demand a é formulada c l aramen t e : o Decret o-Le i 1 . 402

dever i a ser re formad o , de modo a de i xar bem c l aro que :

a ) o decret o em q1lest ão às as!>oc i aç ões c i v i !> ( g r i fo meu ) , i n c l lls i ve assoc i ações de c l asse ou r allos de p r odução

q'ue n ão const i t u í r em assoc i aç ão p r o f i ss i on a l d e

determ i n ada categor i a da p r od ução . cont i nuando as d i tas

assoc i ações c i v i s a se con st i t u i r e reger pela l eg i s l ação

ord i n ár i a v i g e n t e e adm i t i r assoc i ados de qllal quer

p r o f i ssão ;

b ) �ssas assoc i ações p oderão , como qual quer c i dadão . ea sell

n ome ou em nome d o ramo d a p r odução que congregllell , d a

c l asse a. qlle pertEncer em sellS assoc i ad os ( c ollér c i o .

i ndústr i a , l avollr a , etc . ) Oll , a i nda , em d efesa d e

I nt eresses gera i s , represent ar aos p oderes púb l i cos ,

r e c l aman d o , ped i nd o , sllger i ndo 011 sol i c i t ando p r ov i dênc i as

e med i d as que J u l g uell necessár i as .

A l ém d i sso i mpor t a r essal t ar a r e i v i nd i cação d e que fosse conced i do às ant i g as assoc i aç ões de 'c l asse o d i re i t o de t omarem par t e , por d e l egados seus , n a p r i me i ra e l e i ção d o Conse l h o d a Econoll i a Nac i on a l , dados os p r ecedent e!> e os r e l evant es serv i ços que t ê ..

t d • ' b I

. 1 26

pres a o a c allsa pll I ca .

Ent r e as emendas p r op ostas ao Decret o-Le i 1 . 402 , uma é

part i c1ll armente i n teressan t e . Est abe l ec i a que en quan t o v i g or asse o

prazo prev i st o p ar a a adap t ação das assoc i aç ões ao d ec r et o . f i car i a 57

slJsp enso o reconhec i men t o d e qlJa I qlJer assoc i ar;ão que pretendesse a i nvest i dur a s i nd i ca l ' para a mesaa at i v i dade ou p ro f i ssã o . e d e n t r o d a llIesma b ase t err i t or i a l e . que haj a assoc l ar;ão s i nd i ca l r econhec i da sob o reg i me d o Decreto 2 4 . 694 de 1 2 . 7 . 34 • • 127 I st o ev i denc i a o i nt er esse no llIonopól i o da represent ar;ão .

Qual o s i gn i f i cado dessa recusa i nt r an s i gente ao t ít u l o J u

i

íd i co d e s i n d i cat o . d i spensan d o prerrog at i vas que e l e i mp l i cava . e re i v i n d i cando ao mesmo t emp o a i nc l usão n o s i st ema e o monop ó l i o da represent ar;ão?

E prec i so con s i derar que o proj eto de cen t r a l i zar;ão pol í t i c a d o Estad o . t al como i n i c i ado n o pós 3. . seg u i a ullla t endênc i a n i t i d amente opost a ao federal i smo . A p oss i b i l i d ade d e um Est ado un i t ár i o aume n t ava com a e f i các i a'com que a central i zar;ão pol í t i ca v i n ha sendo ' i mp l an t ad a . O c orporat i v i smo t a l c oa0 v i nha sendo i lllp l elllentado ser i a o mecan i sllIo dest i n ado a real i zar a cent ral i zar;ão n a es fera econôm i ca .

A recusa ao t í t u l o j ur íd i co de s i nd i cato s i gn i f i cou a recusa ao pro.i et o de c en t r a l i zar;ão quand o est e est endeu ao s i st ellla econô. i co a t u t e l a j á i .posta ao s i stema pol í t i c o . A recusa trar;ava ullla fron t e i r a . uma. l i n h a de res i stênc i a à i n t ervenr;ão avassal adora do

Est ado na soc i edad e . E pr ec i so afron t ar porém o sent i do do ieder a l i s.o

na propost a p aul i st a . S l st e.a prop íc i o à formar;ão e d om í n i o das ol i g ar qu i as p o l í t i cas . como Ol i ve i ra V i an a bem o sab i a . p oder i a dar l ugar agora à formar;ão de ol i g ar qu i as econôa i ca s . Assoc i an d o o feder a l i smo à i dent i dade r eg i onal . o p r oj et o paul i st a i dent i f i c ava os n ovos port ador es dessa i dent i d ade : as organ i zar;ões federat i vaso da c l asse p at r on a l . R epresen t ar;ão de i n t er esses . rep rese n t ar;ão pol í t i ca e represent ar;ão terr i t or i al se reaf i r .arão C 0111 v i gor , g an h ando

'subest i mavara-nas n a p rát i c a .

Todo esse esfor ç o d out r i nár i o t i n h a c omo ob j et i vo p r i or i t ár i o

a p ermanên c i a da est r utura assoc i at i va hor i zon t a l d i an t e d a

vert i ca l i d ad e d a organ i zação s i nd i ca l prev i st a p e l o p r o j e t o d e

' En quad raraento a i n d i ca l B r as i l e i ro ' .

Como j á fo i d i t o . o ES8 deterra i n ava que as federações se r eor gan i zassem c om b ase em s i n d i catos homog ê n eos . Est abe l ec i a t ambé m os cr i t é r i os par a a assoc i ação . os l i ra i t es d e at uaçao e fun c i oname n t o d o s s i n d i catbs . A s federaç ões . at é ent ão obed ecen d o aos p ad r ões est i pul ados para as con Federações . dever i am se reorgan i zar agora co�o os s i n d i c at o s . não poden do p or t an t o se const i t u i r cora0 ent i dades de r ep r esen t aç ão t er r i t or i a l .

De ac ordo com c r i t ér i os de h omogen e i d ade i st o é . i d ent i dade . •i ra i l i t ude ou conexão - o p r o j e t o �rg an i zou um quadro d e pr o F i ssões e at i v i d ades r i g or osamen t e d i scr i ra i n adas que e l i m i nava a poss i b i I i dade de r eun i r em uraa federaç ão . as cat egor i as que co�p'lnham a F I ESP . A l é ,. d i s so . frac i onava as fed erações ex i st en t es . ret i rando­ l h es quai q'ler p oss i b i I i dade d e ação c on j un t a . S'las funç ões t er i am ura car á t er est r i t araen t e p r o F i ss i on a l j á que as questões d e n at 'lreza econôra i c a poder i ara ser t r at ad as nas con federações . o proj et o � r ev j a que apds c on c l u t d a a

organ ' zaçio

s i nd i ca l ,

t er -se- i a

cerca de 300 Federações era todo o p a í s . Os pa'll i st as d i z i am ser absolutament e i nv i ável qual quer s i st ema cor p or at'i vo que c on t asse cora lIla i s de 21 fed eraç ões . uraa em c ad a est ado . Trat ava-se de d e fender a r ep r esentaç ão

d e i n t er esses , a r ep rese n t aç ão t er r i t or i a l desses i n t eresses . e o

monop ô l i o d a r e p r esent ação p ar a as fed erações j á con st i t u í d a s . Af i n a l . fora est e o objet i vo d a FIESP ao organ i zar os s i nd i cat os p at r on a i s n o p ôs-30 .

A p r op ost a d e rev i são d o p r o j e t o era mu i t o s i mp les : 59

manutenç�o das rederaç5es ex i stentes . ( est adua i s ) p or grupo d e

at i v i dades ( i n d lÍst r i a , c Ollérc i o , engenhar i a ) , Esses g r upos p oder i all

ser d i v i d i d os em � est es eM d e acord o COII

' cor r e l ações de ordell t éc n i c a , econôm i ca ou soc i al ' , As federações

correspon der i all aos de at i v i dad e s , Os s i nd i cat os , organ i zados

por categor i as , poder i ali t allbéll se or g an i zar p or nos casos d e

conexão , S i mp l es , p Or q'le b as i callente apenas a l t er ava o s i gn i f i c ad o d a

p a l avra no an t eproj et o , d e forDla que e l e passava

a I nd i car o de at i v i dades e não a Com essa a l t eraç�o as Federaç ões con t i n'lar i ali C OIIO antes e man t i nha-se a l et r a d o anteproj et o , 120

Est a p r opost a , c u i d adosamente art i cu l ad a , 'Fo i acomp anh ad a de r i gor osa cr í t i c a ao ant eprojeto do ESB desenvo l v i d a em três fren t es . uma dout r i n ir i a , �lIa l egal e ulla pol l t i c a ,

Na

fren te dout r i nár i a , a ar llla fo i a j á conhec i da . Mano i l esco ,

05 corporat i v i s t as franceses , e a l gun s i t a l i anos C OII d ep o i men t os sobre

a própr i a p r it i ca do fasc i sllo .

' 0 que se faz m i ster ev i t ar , n a i n st i tu i ç ão do reg i me corporat i vo , é a c r i aç ão d e quadros lIu i t o d i ferenc i ados

p ar a uma v i d a ( co�erc i al ou i ndust r i al ) �u ; t o s ; Qp l es . E lIIe l hor i nc i d i r na fal t a c on t rár i a : c Olleçar COII quadros

excess i vame n t e s i llp l es e d i feren c i á- l os à med i d a e à

p r op orç�o q'le as r ea l i dades econôll i cas ex i j alll d i v i são e

separação . 129

Pr opon d o a r ev i são do p r ojet o , os p aul i st as l elllb rall :

aprec i ável . as espec i al i zações i ndustr i a i s . A nossa

i n dustr i a l i zaç ão se p r oc essa l en t ament e e n ão conhec emos

as agruras d a l e n t a concorrên c i a ( • • • ) que p r ovoca as espec l l i zações v i sando menor custo de p r odução . · 130 A p r eocupação com a t �cn i ca � apenas ret ór i c a e secundár i a .

o p r o b l ema era p o l í t i c o .

d i r i g i am .

· P a í s que p oucas or gan i zações possu i par a o est udo d e

var i ados p r ob l emas g er a i s . n ão poder i a o B r as i l

p r osseg u i r n a sua marcha ascen c i on a l . d i spensando

ener g i as que espontan eame n t e se c on g r egaram . E

t aman h a a i mpor t ânc i a d esses p r ob l emas que os d e espec i a l i dade cedem o p asso e se t r an s forr..am em questões secundá:r i as . · 1 3 1

Ao pres i den t e d a Repdb l i c a . as c l asses con servadoras se d i zendo com fran queza . aqu i l o que necess i t am p ar a o seu desenvo l v i ment o · ( r e ferÊnc i a a d i scurso de Getlil i o Var g as ) :

p ossu i r ór gãos ql�e p ossam fal ar ao Govern o Nac i onal . Ol�

aos Governos Estadua i s . em n ome d e t od o o ramo d a

p r odução que r ep r esen t a m . Em uma p a l avra . uma Federação S i nd i ca l . e. cada Est ado . correspondendo a cada uma das

Con federações na cap i t a l do p a í s ( • • • ) Essas Federações

p od erão ser compostas de s i n d i ca.tos ou de I�n i ões de

. d ' t • 1 32 s l n I ca o s .

A s d emand as e o d i scurso d a e l i t e empresar i al p al�l i st a est ão

r e ·ter i d os a um quad r o de r e l ações j á estab e l ec i do . n o qual se i n serem

arr anj os I n t eragell

i n st i t uc i ona i s e g r upos d e i nt eresses de f i n i dos . que en t r e s i . e com i n st i t u i ções l oc a i s e cent r a i s .

adll l n i st rat i vas e p o l í t i c as .

A ameaç a a este arr an j o . v i n d a d a esfera adll i n i st rat i va cen t r a l . gerou UII con f l i t o que assull i r i a os c on t or nos de um j ogo d e soma zer o . n ão fosse o papel arb i t r a l d o Est a d o . O con f l i t o t i n h a UII agr avan t e fundallen t a l . O d i l ema era ent r e e .ex..U. . 133

A 3 e a 9 de j u l h o ·de 19410 . forall p r ollul gados d o i s dec r etos at r avés dos qua i s as assoc i aç ões federat i vas d a c l asse p at r on a l não só

erall recon h ec i das COIIO at ores r e l evan t es . como p assar i all a t er

rep r esentantes n as c om i ssões dest i n ad as a d e f i n i r as regr as d o

J og o . 134 O Dec r et o-Le i 2 . 331 est abel ec i a que a cOll i ssão d est i nad a a e l aborar ' 0 projeto de En quadramento S i nd i ca l p assar i a a t er d o i s membros repr esen t an t e s d as con federações nac i on a i s .

Não é poss í vel que a dat a dos decretos que emendaram o 1 . 402

-Decret o-Le i 2 . 355 . de 3 . 7 . 410 . e 2 . 381 . d e 9 . 7 . 410 t e n h a s i do lIera

co i n c i d Ê n c i a . Nove de j ul h o . d i a d a ec l osão d a Revol ução

Con st i t uc i on � l i st a . era c er t ament e UII s í mbo l o d a

p o l í t i ca dos· p au l i st a s . N o d i a 3 d e j u l h o de 1932 . o

pub l i cara ulla car t a de João A l b e r t o ao general Le i t e de Cast r o . COIIO ev i dênc i a de que a são P a u l o não rest ava out r o call i nh o que n ão o d a revo l '.1ç ão . 1 35

At ravés d o Decret o-Le i 2 . 353 . as federações ser i am

org an i zadas d e acor do COII o forllat o p rev i st o p ar a as con federações .

congregando as d i versas cat egor i as p or set or .

O lIesmo decreto r eduz i a de para o n .ilioero

necessár i o de me.bros para a organ i zação de s i nd i ca t os p a t r on a i s .

A reação d a e l i t e p au l i st a resu l t ou n o desenvo l v i me n t o de um

monop ô l i o d a r e p r esent aç ão l e g a l e funções d e i n t er�ed i aç ão . sob um

r e g i me d e r ec onhec i me n t o ql�e n ão i mp 1 i cava a p el' d a de autonoa i a . e I �p l i cava ao mes�o t em p o a sub or d i nação d o s s i n d i ca t os às fed erações .

Deste' c o r p orat i v i slllo ser i am exc l u í d as . as assoc i aç ões d os

trab al hadores.

Os p r oj e t os a ql� i esboçados n ão n ascera", p r on t os . Tomaram

c or p o e se d i fere nc i aram ao l o n g o d e i n t en sa e c o n t i nuada i n t eração .

A f i n i d ades e d i ve r g in c i as se ap r o Fundaram ao i mp u l so d e c on t i n g in c i as

produz idas p e l a i mp l e�ent ação d o p r o j e t o g overnamen t a l . Est e p r oc esso

seg u i l� n a verdade uilla t r a j e t ôr i a d e acolllodações e ajust es . Trat a-se

pOI'ta nto. aq1l i , d e r e f l e t i r sob r e a v i r t ua l i d ade de aj ust e s e

arran j os . sob r e as p oss t ve i s zonas d e i n t er seç�o en t r e p r oj et os , que n os ajudem a � n t en d er me l h or o format o e a l on g ev i d ade d o c or p or at i v i smo n o B r as i l .

Em seu c on j un t o o c o r p or at i v i smo fo i p en sado c oalO UIII p r og rama de or gan i zação da ação c o l et i va d i r et amen t e l i g a d o ao setor p r odut i vo .

Neste sent i d o . e r a um p r og r ama d e i n t er ven ç ão n a o r g an i za ç ão d o

lIIercado com v i st as ao e qu i l t b r i o d e suas for ç as .

O quad r o a segu i r perm i t e que s e en t e n d a o s .ot i vos p el o s �ua i � a un i c i dade s i nd i c a l . o monopól io d a repr �.Rnt a çKn e o p adrãn

b i l at er a l das negoc i aç ões d i t as c o r p orat i vas n o B r as i l perman eceu

i n t ocáve l p or t an t o t emp o .

QUADRO I I I--

I Critérios Projeto de Ol ive ira Vilnl Projeto do govuno I Projeto da el ite paul ista 1 . 1 I lleran i SI05 I 1121:1111_5 1 1 IlecaaíslOS

1 ----.---- ---I

I Fonte de leg it i-I sociedade 1 convenções e

I contratos

Estado I regulação 1 soc i edade I acesso à arenal

I .idade I I I decisiriil

1-... ---1-- ---1

I Fonh de poder 1 roercildo e lei I integrlção ao Es-I I tado e poder de- I

1 legiUlo I E5tildo I delegação I de funções 1 soe iedade e lucado I autonOlia 1 I --1--- ---1---- ----

I Funções I rtpresenhr inle- I prerrogat ivas I articuhr I concessão representar e dei reconhec iDenlol 1 reS!i6 solucionar I concedidas pelo I desandas, : de pre'rr� drfender interesl de direitos

I conflitos I Estado I cCQPerar cfl t iViS I ses,articular de: I o Estado 1 ��dIS, part i c i - I

I I par de dec

Isâes

I

1---1---1- I ---- -I

I Base de repre­ I sentlçâo

I

I

I interesse prolis- I sind iclto hooo9ê-1 IntRresstJ I sindicato

I sional e de cate- I neo I prolissio- I único

I goria5 I - I nais ou e- :

I I conillicos I

I Inleresses econôl associ açÕes hei I licos setor iais I terogêneas e I : e reg iODais : sind icatus se-:

I lor i a l s I Tipo de repre­ I nntação I I aonopol i ndil I I :--- 1

I Reh,ões

I tri lalerais

No documento Origens do corporativismo brasileiro (páginas 58-69)

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