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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

No documento Os impactos voltados para as ciências exatas (páginas 194-198)

Total de ocorrências de incêndios 2015

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O modelo de ensino tradicional é caracterizado pela transmissão e recepção do conhecimento, na qual o professor se encontra em uma posição ativa e o aluno em uma posição passiva, sendo robotizado a memorização de conceitos e termos, como única alternativa para o alcance de um aproveitamento suficiente nas avaliações (ARAGÃO e SCHNETZLER, 1995).

Segundo Saviani (2012), a capacidade de reflexão e questionamento dos alunos acerca de um determinado assunto é negada, quando adota-se a ideia de que os mesmos são passivos, possuindo o papel somente de absorver os conhecimentos transmitidos pelo professor.

No ensino de Química, em específico, até nos dias atuais, pode-se perceber que o modelo tradicional é bastante utilizado, o que acarreta em reflexos nos alunos, uma vez que os mesmos encontram-se em uma posição inativa, surgindo assim a falta de interesse e a desmotivação em estudar os conteúdos da disciplina (VASCONCELOS e ROCHA, 2016).

Neste contexto, a música pode ser uma interessante alternativa para o estreitamento do diálogo entre professores, alunos e conhecimento, sendo um atrativo recurso didático, uma vez que busca despertar o interesse e a motivação dos alunos, atraindo o público jovem através de suas conhecidas melodias (SILVEIRA e KIOURANIS, 2008).

Segundo Vygotsky (1999), a realidade objetiva e a arte estão interligadas uma a outra, mesmo a arte não se constituindo uma cópia rigorosa dessa realidade, e sim

195 algo novo e criativo que se transforma em um produto cultural. Ele defende a funcionalidade da arte, na qual ocasiona alterações no humor imediato dos indivíduos, objetiva sentimentos e outras potencialidades humanas, sendo capaz de proporcionar modificações no psiquismo das pessoas.

Na antiguidade a arte da música tinha uma posição de destaque, sendo disciplina obrigatória nos currículos básicos. A medida que ela foi perdendo espaço na escola, de alguma forma houve uma desvalorização crescente desse saber pelo meio social, uma vez que o conhecimento técnico- científico se sobrepõe ao conhecimento de natureza artística, devido ao caráter industrial da sociedade (GRANJA, 2006). Contudo, o uso de atividades diferenciadas, como a música nas aulas de Química, desperta a motivação dos alunos em aprender, sendo um fator de avanço para o professor (COUTINHO e HUSSEIN, 2013).

Segundo Oliveira e colaboradores (2008), o uso da música através das paródias, pode ser compreendida como uma atividade lúdica, na qual proporciona e amplia determinado conhecimento específico seguido da estimulação da sensibilidade e reflexão sobre padrões, valores e regras.

Na construção de uma paródia o indivíduo consegue visualizar, escutar e cantar a letra da mesma, fazendo diferentes conexões e estimulando outras áreas do cérebro, o que contribui para uma significativa aprendizagem (COUTINHO e HUSSEIN, 2013).

Define-se paródia como uma obra já existente que é recriada, podendo ser um filme, uma música ou um poema, crítica, irônica, cômica e/ou satiricamente. Suas características básicas são a intertextualidade (criação de um texto a partir de outro existente) e a intratextualidade (referências de outro texto para confeccionar um novo trabalho). No Brasil, de acordo com a lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 art. 47, que aborda sobre os direitos autorais, todas as paródias que não reproduzem de forma idêntica a obra originária, são válidas.

Além da música, outros recursos didáticos lúdicos, como os jogos e experimentos são de grande eficácia, uma vez que fornecem uma contribuição para que o aluno assimile melhor os conteúdos e faça conexões com o mundo ao redor, atrelando a realidade aos conhecimentos por ele adquiridos, acarretando em melhorias no processo de ensino e aprendizagem (CUNHA, 2012; GALIAZZI e GONÇALVES, 2004). Nesse contexto, a maneira que o ensino é ministrado e as

196 metodologias que são utilizadas, podem definir a relevância do aprendizado do aluno.

2. METODOLOGIA

A pesquisa em questão possui um caráter qualitativo, visando compreender um grupo social, na qual busca respostas sem a quantificação de valores, validando os dados obtidos e analisados por intervenção de diferentes abordagens. A coleta de dados foi feita mediante questionários aplicados no início e fim do trabalho juntamente com as letras das paródias elaboradas pelos alunos.

O trabalho foi aplicado a 20 alunos do segundo ano de uma turma do Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio no Instituto Federal Fluminense de Educação, Ciência e Tecnologia campus Campos Centro, na cidade de Campos dos Goytacazes, interior do Rio de Janeiro.

A aplicação do trabalho foi dividida em quatro etapas ao longo do ano letivo de 2017, na qual cada uma das etapas aconteceu no período de um bimestre, conforme a sistematização apresentada no Quadro 1, da relação entre as etapas, bimestres, temas e conteúdos trabalhados.

197 Quadro 1 - Sistematização da aplicação.

ETAPA BIMESTRE TEMA CONTEÚDOS TRABALHADOS

Primeira Primeiro Soluções

Tipos de soluções Solubilidade

Concentração comum Densidade

Título e porcentagem em massa Partes por milhão (ppm)

Molaridade

Diluição de soluções

Segunda Segundo Eletroquímica

Reações de oxirredução Pilha de Daniell

Cálculo da diferença de potencial (ddp) Pilhas e baterias comerciais

Descarte adequado de pilhas e baterias Corrosão e processos de prevenção Eletrólise ígnea Eletrólise aquosa Aplicações da eletrólise Terceira Terceiro Termoquímica (1° momento)

Processos endotérmicos, exotérmicos e medidas de quantidade calor

Entalpia e sua variação

Entalpia de formação, reação, combustão e ligação

Lei de Hess

Cinética Química (2° momento)

Estudo da velocidade das reações químicas Fatores que influenciam na velocidade das reações (superfície de contato, temperatura, concentração dos reagentes e catalisador) Lei da velocidade

Quarta Quarto Equilíbrio Químico

Grau de equilíbrio Constante de equilíbrio Deslocamento de equilíbrio Fonte: Os Autores.

O processo de construção das paródias pelos alunos se deu após as aulas regulares ministradas pela professora titular da turma e de aulas de revisão ministradas pela autora do trabalho, que ocorriam nos horários vagos da turma, onde os alunos se dispuseram a comparecer. Recursos didáticos diferenciados, como jogos e experimentos, foram utilizados durante as aulas de revisão a fim de motivar e estimular os alunos durante o processo. Os Quadros 2, 3, 4 e 5 apresentados abaixo, mostram detalhadamente como ocorreu cada uma das etapas.

198 Quadro 2 - Detalhamento da primeira etapa.

No documento Os impactos voltados para as ciências exatas (páginas 194-198)

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