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2.2 OS SISTEMAS DE NAVEGAÇÃO GLOBAL POR SATÉLITES

2.2.3 GALILEO

Informações de navegação por satélite, além de data e hora universal, vêm sendo amplamente utilizadas em diversas áreas. Através do reconhecimento da estratégica importância destas aplicações, a comunidade européia passou a buscar soluções que melhorasse a precisão e a confiabilidade dos Sistemas GPS e GLONASS. Assim, já no início da década de 1990, foi desenvolvido o programa EGNOS (European Geostationary Navigation Overlay Service), um projeto de “aumentação” (melhoramento) da precisão dos Sistemas GPS e GLONASS. Tal programa foi desenvolvido em conjunto com a Agência Espacial Européia (ESA), a

Comissão européia (EC) e a Eurocontrol19.

Mais tarde, em 1998, a União Européia decidiu desenvolver um sistema de navegação global por satélite independente do GPS e do GLONASS e com fins, especificamente, civis, o GALILEO. Este projeto está sendo desenvolvido em conjunto com Alemanha, França, Itália e Reino Unido.

Cincos serviços estão sendo definidos:

Um serviço aberto (Open Service – OS) que será livre de taxas, para

utilização direta (carros, celulares, etc.);

Um serviço comercial (Comercial Service – CS) que combinará dados de

valor agregado a um serviço de posicionamento de alta precisão;

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Eurocontrol: Organização Européia para a Segurança da Navegação Aérea. É uma organização internacional cujo principal objetivo é o desenvolvimento de um sistema pan-europeu de ATM (Air Traffic Management - Gestão de Tráfego Aéreo).

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Um serviço de segurança (Safety-of-life - SOL), não criptografado, mas que

exigirá do usuário uma autenticação. Isto permitirá que o usuário verifique, periodicamente, de maneira criptografada, se a informação recebida é genuína. Adicionalmente, tal serviço incluirá um sistema de notificação e monitoramento da integridade do sinal. Tal serviço está direcionado àqueles usuários envolvidos em aplicações que exigem um elevado nível de segurança e desempenho, como por exemplo, em transportes marítimo, aéreo e ferroviário;

Um serviço público regulamentado (Public Regulated Service – PRS)

direcionado a usuários autorizados pelo governo e que requerem um alto nível de precisão. O sinal será entregue de maneira criptografada; e

Um serviço de busca e salvamento (Search and Rescue – SAR) que

permitirá a retransmissão de alarmes de balizas de socorro para as organizações SAR. Este sistema será integrado aos órgãos internacionais

COSPAS/SARSAT20.

Está sendo planejada uma constelação de 30 satélites e um segmento de controle global total em solo. Um dos objetivos principais deste sistema é ser completamente compatível com o Sistema GPS. Medições vêm sendo tomadas para garantir a interoperabilidade entre os dois sistemas. O primeiro satélite experimental do projeto GALILEO, o Giove-A, foi lançado em 28 de dezembro de 2005; o segundo satélite, o Giove-B, lançado em 27 de abril de 2008, integra o relógio atômico mais preciso, jamais lançado no espaço. Os dois primeiros satélites IOV (in-orbit validation) foram lançados em 21 de outubro de 2011, a partir da Guiana Francesa e já estão operacinais. De acordo com a ESA outros dois satélites deverão ser lançados em

2012 (Fonte: http://www.esa.int/SPECIALS/Galileo_IOV/). Está previsto para o ano de

2015 um total de 18 satélites já em órbita, seguidos pelos restantes em 2020 até

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O Sistema COSPAS-SARSAT (Space System for Search of Distressed Vessel – Search and Rescue Satellite-Aided Tracking) é uma organização que nasceu em 1979, resultando de um acordo entre França, EUA, Rússia e Canadá, com o objetivo de detectar sinais de emergência emitidos por radiobalizas existentes em navios, aeronaves e pessoas, auxiliando assim na busca e salvamento. Em 1982 iniciaram- se testes no sistema que foi considerado como operacional em 1985. Este sistema é composto por uma constelação de satélites de órbita baixa e por satélites Geoestacionários. Para o seu funcionamento requer no mínimo 4 satélites, 2 de órbita baixa e 2 Geoestacionários. Quando uma radiobaliza é ativada o sinal de emergência é detectado pelos satélites do sistema COSPAS-SARSAT que retransmitem o sinal para uma das estações LUT (Local User Terminal) em terra, que processam e calculam a posição do sinal de emergência. Esta posição é transmitida para um MCC (Mission Control Center), que vai encaminhá-lo para o RCC (Rescue Coordination Center) respectivo.

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completarem a constelação de 30 satélites conforme arquitetura projetada. O centro de controle em terra já está operacional para os quatro primeiros satélites, sendo formado pelo Centro de Controle do Galileo, em Oberpfaffenhofen, na Alemanha, e por duas estações de telemetria, seguimento e comando, sediadas em Kourou, na Guiana Francesa, e em Kiruna, na Suécia. O centro de controle supervisionará a atividade dos satélites, enviando comandos automáticos de manutenção e permitindo a intervenção dos controladores da missão em eventos críticos.

A sua completa operacionalidade está prevista para 2014, porém após a assinatura do contrato de fornecimento de serviços em terra necessários para tornar o sistema Galileo operacional, firmado entre a Agência Espacial Européia e a empresa Spaceopal, em 25/10/2010, surgiram rumores de que a entrada em funcionamento do

sistema europeu poderá ser adiada até 2017 ou 2018 (fonte: www.telesatelite.net).

Figura 2.9 - A constelação GALILEO.

O sistema GALILEO, assim como o GPS e o GLONASS está dividido em seguimentos.

• O segmento espacial que consistirá de 30 satélites distribuídos em três

planos orbitais igualmente separados e com inclinação nominal de 56º, localizados a uma altitude de 23.222 km acima da terra, resultando em um ciclo de 10 orbitas em 17 dias. Está previsto nove satélites ativos e um reserva por plano, cada um pesando, aproximadamente, 680 kg;

• O segmento de solo que consistirá em uma rede de estações sensores,

centros de controle e estações transmissoras. Uma rede de comunicações global fará a intercomunicação entre os Centros e as estações; e

• O segmento de usuário que, assim como nas demais tecnologias, consiste

nos receptores de sinais de navegação global por satélite nas mais variadas aplicações.

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“Ao contrário do sistema GPS, quando finalizado, o Projeto GALILEO de navegação por satélite, será operado integralmente por órgãos não militares. Além dos satélites da própria constelação, o sistema também fará uso dos sinais do sistema GPS norte-americano e do GLONASS, russo. Isso permitirá que o sistema europeu atinja um nível de precisão estimado em 1 metro contra os atuais 15 a 20 metros conseguidos atualmente com o sistema GPS, com qualidade e integridade dos sinais de posicionamento muito superiores.” [16]

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