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Para a análise estrutural foram utilizados dados estruturais e texturais coletados em campo e posteriormente cartografados. No Anexo 2 desta monografia encontra-se o mapa estrutural da área de estudo, na escala 1:50 000, contendo as medidas coletadas em campo.

A foliação Sn é a principal estrutura planar observada na área. É uma foliação com

feições blastomiloníticas. É caracterizada pela orientação de filossilicatos (muscovita e biotita), grãos de quartzo alongados, orientação preferencial de anfibólios, lentes e trilhas granoblásticas e lepidoblásticas, cujas tramas minerais definem uma xistosidade nas rochas, desenvolvida em grau variável e, normalmente, constituem tectonitos S-L a L-S. A foliação Sn

está disposta com baixo ângulo de mergulho (mergulho médio de 20º) e caimento para sudoeste na porção nordeste/leste (210/21) e para nordeste (18/20) na porção central e norte da área (Figura 6.1).

Figura 6-1 Estereograma de contornos em rede equiárea no hemisfério inferior de planos Sn//Sn-1,

indicando densidade máxima de 12,2% em 210/21 (3° Quadrante) e de 10,88% em 18/20 (1° Quadrante). Número de planos = 171. Em vermelho o eixo da dobra (312/04), formado pela dispersão foliação Sn e em

Um bandamento composicional, denominado de Sn-1 é observado nas rochas. Este

bandamento é milimétrico, constituído por variações de porções granoblásticas e lepidoblásticas nos gnaisses, e por porções granoblásticas e nematoblásticas nas metamáficas. O bandamento composicional milimétrico é interpretado como bandamento tectônico desenvolvido durante a estruturação tectônica da área. Este bandamento é paralelo à xistosidade bem desenvolvida (foliação Sn), constituída pela orientação de minerais como

filossilicatos, grãos de quartzo, feldspato, anfibólios, etc.

A relação Sn-1 (bandamento) com Sn é bem observada em locais onde se tem Sn-1

forma ângulo maior com a foliação Sn. Nestes locais observam-se dobras intrafoliares,

recumbentes, apertadas a isoclinais, de dimensões centimétricas, com planos axiais e flancos paralelos e/ou subparalelos a foliação Sn, resultantes da transposição de Sn-1 (Figura 6.2),

mostrando que o bandamento observado é anterior ou cedo-desenvolvimento da foliação Sn. Essas dobras são interpretadas como dobras associadas à evolução da foliação sendo denominadas de dobras Dn. Nos locais onde não ocorre Sn-1 com maior ângulo em relação à

foliação Sn, observa-se apenas uma xistosidade paralela ao bandamento, não sendo possível ver a relação entre as foliações, admite-se, nestes locais, que Sn-1//Sn (Figura 6.3). Nos raros

afloramentos onde é possível ver essa relação, observa-se que a direção dessa foliação é paralela a sub-paralela a direção de foliação Sn, com mergulhos de médio a alto ângulo,

sugerindo dobras que marcam uma estruturação pré-Dn. Entretanto a caracterização e

significado dessas feições não podem ser determinados devido a forte transposição destas estruturas pela foliação principal (Sn).

As medidas de eixo das dobras Dn mostram baixo ângulo de mergulho, com direção

preferencial sudoeste-nordeste, subparalelas a lineação mineral e com menor intensidade direção N-S. Essa variação de eixos de dobras é aqui interpretada como resultado de transposição de estruturas pré-Dn. Estas estruturas são observadas em escala macroscópica, e

constituem lineamentos geomorfológicos (com direção geral leste-oeste e sudoeste-nordeste). Esta estruturação pré-Dn é pouco compreendida até o momento, já que a transposição da

foliação Sn tende a paralelizar as estruturas pré-existente.

A foliação Sn, normalmente, está disposta com baixo ângulo de mergulho (mergulho

médio de ~25º - 30º) e caimento para sudoeste e nordeste. As variações na direção da foliação marcam dobras suaves (Dn+1) métricas a decamétricas que dobram o bandamento e a foliação

discutido a seguir, e com plano axial vertical a subvetical podem corresponder a dobras parasíticas presentes nos flancos que marcam uma estrutura sinformal pós-Dn (D n+1?)

observada regionalmente, com caimento de eixo para leste-oeste, com baixo ângulo de mergulho.

Figura 6-2 Bandamento paralelo a foliação Sn-1 dobrado (linhas tracejadas, dobras Dn). A) Afloramento

156. B) Afloramento 202.

Figura 6-3 A) muscovita-biotita ortognaisse onde se observa um bandamento composicional milimétrico (Sn-1) paralelo a Sn; B) e C) biotita ortognaisse com bandamento descontínuo (Sn-1) constituído por

porções granoblásticas e lepidoblásticas paralelas a foliação (Sn). D) muscovita-biotita ortognaisse

porfiroclástico com bandamento descontínuo constituído por porções granoblásticas e lepidoblásticas paralelas a foliação (Sn). A) Amostra do afloramento P6. B) Amostra do afloramento P102. C) Amostra do

Figura 6-4 Afloramentos onde se observa a foliação Sn e o bandamento composicional (Sn-1) dobrados. A) Afloramento P 9A. B) Afloramento P 131.

A principal lineação observada é a mineral e/ou de estiramento (Figura 6.5 A, B), com direção preferencial WNW-ESE, e baixo ângulo de caimento (~7º), possuindo valores médios de 287/7 (Figura 6.6). Essa lineação é marcada pela orientação de filossilicatos, cristais de quartzo alongados, cristais de anfibolito, turmalina, agregados fusiformes de feldspatos e/ou quartzo e trilhas de fragmentação dos minerais mais competentes.

Figura 6--5 A) e B) Gnaisses onde se observa a lineação de estiramento e/ou mineral bem marcada, sobre o plano da foliação Sn.

Figura 6-6 Estereograma de lineação mineral em rede equiárea no hemisfério inferior, mostrando as medidas de Lm da área de estudo, (Máxima densidade em 287/7 com 25,4%). Número de medidas = 74.

A lineação de intersecção (entre Sn e Sn-1) é sub-paralela a lineação mineral (e aos

eixos de dobras Dn) (Figura 6.7). São observadas variações locais, na direção da lineação minera, essa variação provavelmente se deve a eventos pós-Dn.

Figura 6-7: Estereograma de lineação de intersecção em rede equiárea no hemisfério inferior, mostrando as medidas de Li da área de estudo, (Máxima densidade em 309/7 com 21,1%). Número de medidas = 51.

Os indicadores cinemáticos macroscópicos mais comuns observados no campo são porfiroclastos de feldspato, lentes de quartzo sigmoidais, foliação “SC”. Os porfiroclastos de

feldspato são normalmente do tipo  e mais raramente , apresentam dimensões variadas (chegando, em alguns lugares, a 4 cm). Lentes sigmoidais constituídas por agregados de quartzo também são comuns nas duas unidades, apresentam dimensões milimétricas a decamétricas. Esses indicadores cinemáticos evidenciam transporte de oeste para leste (Figura 6.8).

Figura 6-8 Indicadores cinemáticos (tipo ) indicando transporte de W para L. Afloramento P163.

O padrão de fraturamento observado na região é de alto ângulo e apresenta duas direção principais: uma NE-SW (115/84) e outra NW-SE (14/85) com caimento para NW - SE e para SW - NE respectivamente (Figura 6.9).

Figura 6-9 Estereograma de contornos em rede equiárea no hemisfério inferior de planos de fratura, indicando densidade máxima de 6,8 % em 115/82. Número de planos = 276.

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