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O presente capitulo objetiva expor os dados referentes as unidades observadas em campo, bem como a descrição microscópica destas e analises litogeoquimicas.

Na área estudada foram identificados Ortognaisses-Migmátiticos do Complexo Gavião, assim como parte das rochas descritas no Greenstone Belt Ibitira-Ubiraçaba representada principalmente por rochas metamáficas e metaultramáficas, quartzitos, metacarbonatos e formações ferríferas. Essas unidades podem ser observadas na figura 4.1 (Galvão , C.F., 2009 in Nunes & Souza, 2010).

4.1 – Ortognaisses-Migmátiticos do Complexo Gavião

Os afloramentos comumente se encontram expostos sob as formas de lajedos e blocos isolados. Apresenta cor cinza e, quando alterada coloração alaranjada, formando uma camada milimétrica a centimétrica dessa cor. Apresentam granulação média e a sua mineralogia é constituída essencialmente por plagioclásio, k-feldspato, quartzo, biotita e hornblenda.

Foi observado um bandamento gnáissico (Foto 4.1) cuja as bandas possuem espessura centimétrica. São bem marcados e subdividem-se em bandas leucocráticas e melanocráticas. A mineralogia primária da porção leucocrática é representada por quartzo e feldspatos. As bandas melanocráticas são compostas predominantemente por biotita, plagioclásio e anfibólio. Em alguns locais foi possível observar estruturas migmatíticas do tipo schlieren. Considera-se que essas rochas estão equlibradas na fácies anfibolito alto, pela quantidade de migmatitos que apresenta.

Processos hidrotermais posteriores geraram veios preenchidos por sílica e epídoto (Foto 4.2).

Essa litologia apresenta evidencias de deformações dúcteis e rúpteis representadas por estruturas como o bandamento gnáissico Sn, que abriga dobras intrafoliais indicando Sn//Sn-1. Esse bandamento encontra-se dobrado em dobras isiclinais, pitgmaticas e assimetricas formando uma superfície Sn+1, boudinada. Transpondo essas estruturas existem feições de migmatização, a

exemplo da schilieren. Todo o conjunto encontra-se cortado por falhas com movimentos aparentes destrais e sinistrais. Relíquias da fase ígnea são observadas na forma de porfiroclastos de feldspato (Foto 4.3).

Foto 4. 1: Bandamento gnáissico leuco e melanocrático no ortognaisse Gavião. Coordenada UTM de 182406/8427300

Devido à extensa cobertura de solos não foi possível evidenciar um contato direto entre o Greenstone Belt e os ortognaisses migmatiticos do Bloco Gavião.

4.2 – Greenstone Belt Ibitiara-Ubiraçaba

O Greenstone Belt Ibitira-Ubiraçaba é formado por uma sequência de sedimentos, compostos por quartzitos, carbonatos e formações ferríferas, intercalados com rochas vulcânicas máficas e ultramáficas, equilibrados na fácies anfibolito alto.

Figura 4. 1 – Mapa Geologico de semidetalhe incluindo a área pesquisada Fonte: Galvão C.F., 2009, extraído de Nunes & Souza, 2010.

Foto 4. 2: Processo hidrotermal gerando veio de epídoto e sílica em granodioritos do ortognaisse Gavião. Coordenada de UTM 182406/8427300

Foto 4. 3: Pórfiroclasto de feldspato em granodioritos do ortognaisse Gavião. Coordenada de UTM 182406/8427300

4.2.1 – Rocha Metaultramáfica

Os afloramentos desses litotipos ocorrem na forma de lápides e lajedos. Apresenta-se usualmente com uma capa avermelhada oriunda da alteração das rochas ricas em ferro, possuindo abaixo dessa capa coloração esverdeada característica da alteração da mineralogia primária. A granulação é média a grossa. Possuem composição ultrabásica (provavelmente piroxenitos e peridotitos), que sob a ação do metamorfismo e metassomatismo, respectivamente, se transformam em anfibolitos (Foto 4.4) e serpentinitos, o que confere a cor observada. Estas rochas, de fácil desintegração, estão geralmente intemperizadas e produzem um solo de coloração roxa.

Nos afloramentos próximos ao contato com os ortognaisses foram observadas foliações com direções e mergulho semelhantes com as dessa unidade (Sn= N080/80S), por essa razão acredita-se que o contato entre essas unidades seja de caráter tectônico, marcado por zonas de cisalhamento.

Foto 4. 4: Afloramento de rocha metaultramáfica anfibolitizada. Visada para N. Coordenada de UTM 185347/8436744

As feições de alteração hidrotermal são representadas pela presença de serpentina que é uma mineralogia decorrente da alteração de olivinas e piroxênios.

4.2.2 – Rocha Metamáfica

Rochas Metamáficas foram verificadas em apenas um afloramento encontrado sob a forma de lajedo/encosta de morro e com aproximadamente 60 metros quadrados. A rocha apresenta coloração escura e composição gabróica, com textura grossa e mineralogia rica em plagioclásio, biotita e anfibólio (Foto 4.5).

Encontra-se pouco intemperizada e sem indícios de hidrotermalização. Foi observado um acamadamento So incipiente marcada principalmente pela biotita (Foto 4.6), com posição N355/50E.

Foto 4. 5: Gabro com composição mineralógica predominante de plagioclásio, biotita e anfibólio. Coordenada UTM de 185096 e 8435923. Visada para SE

4.2.3 – Quartzitos

Lentes e pacotes de quartzitos são frequentes nas cristas e nas encostas das maiores elevações devido à maior resistência destas rochas ao intemperismo. Apresentam coloração que variam do cinza claro ao verde, estes

portadores de fuchsita (Foto 4.7), ou castanho. Possui granulação fina a média e localmente grossa, podendo apresentar-se como quartzitos puros, sericiticos, fuchsiticos e ferruginosos. O grau de alteração é muito baixo devido à grande resistência do quartzo. O solo gerado é do tipo neossolo quartzarênico de cor esbranquiçada. Encontram-se intensamente fraturados e em alguns locais laminados.

Foto 4. 6: Foliação S0 da rocha metamáfica marcada pela biotita. Coordenada UTM de 185096 e 8435923. Visada para SE

4.2.4 – Rochas Carbonáticas

Os afloramentos desse litotipo são raros e ocorrem como blocos isolados. Apresenta coloração acinzentada e, quando alterada aparecem tons amarronzados (Foto 4.8). Sua granulação é média a grossa. O intemperismo destas rochas produz um solo argiloso de cor bruno avermelhado (Foto 4.9), a coloração característica do solo dessa unidade foi bastante utilizada para o mapeamento da mesma, devido escassez de afloramentos. Tratam-se de dolomitos com vênulas de calcita e óxidos de ferro, estas provavelmente formadas por processos de remobilização.

Foto 4. 7: Quartzito com coloração esverdeada, característico da presença de fuchsita.

Foto 4. 9:Coloração característica dos solos gerados a partir do intemperismo das rochas carbonaticas.

4.2.5 – Formações Ferríferas

Os afloramentos comumente se encontram expostos sob as formas de lápides e encostas de morro, com direção preferencial N-S apresentando mergulhos subverticais (Foto 4.10). Todo o pacote encontra-se altamente deformado, apresentando dobras apertadas, desarmônicas e crenulação (Foto 4.11). Apresentam bandas alternadas de magnetita/hematita, bandas de coloração preta a cinza, sílica e carbonatos, bandas de coloração esbranquiçada, e suborbinados entre as camadas cummingtonita/grunerita, o bandamento é bem marcado com bandas centiméticas com cristais de granulação fina. Possuem ainda níveis de chert ferruginoso.

Devido a pouca quantidade dos afloramentos na região o mapeamento a partir do solo se fez muito necessário, uma vez que as diferentes litologias geram solos de diferentes cores. O intemperismo sobre as rochas desse litotipo geram um solo avermelhado (Foto 4.12) em contraste com as os quartzitos e as rochas carbonaticas, que geram solos claros e brunos, respectivamente.

Durante o mapeamento não foi possível observar contatos diretos entre as formações ferríferas e suas encaixantes, porem no entorno das mesmas foi observado afloramentos e blocos rolados de quartzitos e rochas carbonaticas, supondo que estes encontrem-se alternados no Greenstone Belt.

Foto 4. 10: Formação ferrífera com mergulho subvertical e direção aproximada N-S.

Foto 4. 12: Coloração característica dos solos gerados a partir do intemperismo das formações ferríferas.

4.3. – Características petrográficas

Foram descritas um total de oito lâminas referentes a formações ferríferas de dois alvos (Alvo I: VBS-16, VBS-17, VBS-18 e VBS-21; Alvo II: VBS-26, VBS-27, VBS-28 e VBS 29) além de uma amostra de rocha ultramáfica (VBS-11), todas elas inseridas no Greenstone Belt Ibitira- Ubiraçaba, totalizando nove lâminas descritas.

i) Alvo I

A lâmina VBS-16, microscopicamente, apresenta textura granoblástica granular, decussada, nematoblástica e bandamento constituído pela alternância de bandas quartzosas e magnetiticas. Apresenta cristais de grunerita, quartzo e óxidos (devido ao magnetismo observado em campo admite-se que esse óxido seja uma magnetita) de forma segregada, formando bandas claras e escuras (Microfotografia 4.1), quando observadas em luz plana. As bandas claras são predominantemente grunerita e quartzo, ocorrendo óxidos subordinadamente, enquanto as bandas escuras são formadas preferencialmente por óxidos.

O quartzo perfaz cerca de 55% do volume total da lâmina, ocorre como cristais xenomórficos a subidiomorficos, geralmente exibem como um mosaico devido a sua recristalização, possuem tamanhos variando de 0,5 a 1,2mm, geralmente os contatos entre os cristais são curvos, apresentando em alguns locais esse contato reto. Esses cristais apresentam extinção ondulante, um indicativo que o cristal sofreu recistalização em condições de metamorfismo com pressão dirigida.

Microfotografia 4. 1 – Cristais de quartzo e óxidos de ferro, segregados, formando bandas claras e escuras; a: luz plana, b: luz polarizada; 25x (mag=magnetita; qtz=quartzo).

Os óxidos (magnetita) ocupam cerca de 30% do volume da lâmina, ocorrem como cristais xenomórficos a idiomórficos, esses raramente, apresentam tamanhos variados que vão de 0,1 a 1,3 mm, apresentam contatos curvos com os cristais de quartzo, por vezes retilíneos, e irregulares com a grunerita. Ocorrem também como martita, que corresponde a parte que foi intemperizada.

Os cristais de grunerita ocupam um total de 15% da lâmina, geralmente ocorrem bordejando os óxidos, sendo observada forma prismática (Microfotografia 4.2), muitas vezes orientados seguindo o plano de foliação, aparecendo com habito acicular. Estão confinadas a algumas partes da lâmina, não tendo uma distribuição homogênea como os demais minerais. Apresentam um pleocroismo que varia do castanho ao castanho claro.

Microfotografia 4. 2 – Cristais prismáticos de grunerita bordejando os óxidos exibindo bandeamento e orientação; a: luz plana, b: luz polarizada; 25x (mag=magnetita; gru=grunerita).

A rocha pode ser classificada como pertencente a fácies óxido, próximo a zona de transição para a fácies silicato, denominando-a de grunerita magnetita quartzito.

A lâmina VBS-17 apresenta textura granoblástica granular e poligonal, apresenta bandamento constituído pela alternância de bandas quartzosas e magnetiticas., sem orientação dos cristais, composta por quartzo e óxidos (magnetita) (Microfotografia 4.3).

Microfotografia 4. 3 – Cristais de quartzo e oxidos de ferro exibindo segregação de banda; a: luz plana, b: luz polarizada; 100x (mag=magnetita; qtz=quartzo; mt=martita).

Os cristais de quartzo preenchem 60% do volume, ocorrem muitas vezes como um mosaico, apresentando-se também com uma trama irregular, com cristais inequigranulares, com tamanhos de 0,1 a 0,7mm e apresentam extinção ondulante. Os óxidos ocupam cerca de 40% da lâmina, ocorrendo como cristais xenomórficos e inequigranulares, variando o seu tamanho de 0,1 a 1,2mm. Os contatos entre os cristais na maior parte é curvo apresentando

alguns retilíneos entre dois cristais de quartzo. Quando intemperizada o óxido altera-se para a martita, observada na micrografia 4.3 com tons avermelhados.

Essa rocha foi classificada como sendo da fácies óxido, denominando-a de magnetita quartzito.

A lâmina VBS-18 apresenta cristais de quartzo e óxidos (magnetita) alongados e orientados segundo o plano de foliação principal, apresentam textura granoblástica poligonal é bandada apresentando as bandas claras mais espessas que as escuras (Microfotografia 4.4).

Microfotografia 4. 4 – Alternância de bandas claras e escuras, com maior espessuras das bandas claras; a: luz plana, b: luz polarizada; 25x (mag=magnetita; qtz=quartzo).

Os cristais de quartzo ocupam cerca de 65% do volume da lâmina, ocorrendo como um mosaico com cristais alongados e outros preservados, variam o seu tamanho de 0,1 a 1,3 mm, apresentam extinção ondulante e possui contatos curvos a retos.

Os óxidos (magnetita) representam cerca de 35% da lâmina, seus cristais são xenomórficos a subidiomorficos, variam o seu tamanho de 0,1 a 1,7 mm, possuem contatos curvos a retos entre si e os cristais de quartzo. Os cristais de menores classes de tamanho (0,1 a 0,3 mm) ocorrem preferencialmente nas bandas escuras com algum quartzo subordinado. Os cristais de óxidos que ocorrem nas bandas claras ainda preservam a sua forma original, uma vez que é raro observar cristais de óxidos alongados nessas bandas. Foi possível observar na lâmina seções prismáticas que confirmam que os óxidos são magnetitas.

Da mesma maneira que a amostra VBS-18 essa rocha foi classificada como sendo da fácies óxido, denominando-a de magnetita quartzito.

A lâmina VBS-21 apresenta segregação de bandas claras, mais espessas e escuras, menos espessas, composicionalmente essa lâmina apresenta cristais de quartzo, óxidos e grunerita (Microfotografia 4.5).

Microfotografia 4. 5 – Banda espessas de quartzo alternada com banda fina de óxido de ferro e cristais de grunerita imersos em uma massa oxidada; a: luz plana, b: luz polarizada; 100x (mag=magnetita; qtz=quartzo).

O quartzo representa 53% da lâmina descrita, ocorre como um mosaico de cristais xenomórficos a subidiomorficos, com tamanhos variando de 0,1 a 0,7 mm, possuem contatos curvos a retos entre si e os demais cristais. Ainda apresentam extinção ondulante e estão orientados e alongados.

Os óxidos ocupam cerca de 45% do volume total da lâmina, ocorre como cristais xenomórficos a subidiomorficos, possuem tamanhos de 0,1 a 1 mm, na sua maioria estão alongados, porém é possível observar pórfiros que não estão alongados, esses pórfiros chegam a 2 mm de diâmetro e possuem uma forma circular. A matriz apresenta contatos curvos a retos entre si e os demais cristais, nos pórfiros os contatos são curvos.

A grunerita ocorre em 2% da lâmina, ocorrendo de maneira disseminada em bolsões de cristais oxidados apresentando pleocroismo que varia de castanhos a castanho claro, possuem habito acicular e forma prismática, são cristais xenomórficos que possuem tamanho de 0,1 a 0,3 mm.

A rocha pode ser classificada como pertencente a fácies óxido, próximo a zona de transição para a fácies silicato, denominando-a de magnetita quartzito com grunerita.

ii) Alvo II

A lâmina VBS-26 apresenta textura granoblastica granular e nematoblastica. Apresenta cristais de carbonato, possivelmente ankerita/siderita (esses serão referidos genericamente como Fe-carbonatos), óxidos e quartzo suborbinadamente (Microfotografia 4.6).

Microfotografia 4. 6 – Lâmina composta por cristais de carbonato, óxidos e quartzo; a: luz plana, b: luz polarizada; 25x (mag=magnetita; qtz=quartzo; Fe-C=Fe-carbonato).

Os óxidos ocorrem em cerca de 50% da lâmina, apresentam cristais xenomórficos, com tamanhos de 0,1 a 0,6 mm, possui contatos curvos. Ocorrem principalmente como martita na interface dos cristais.

O quartzo representa 30% do volume, ocorre como cristais xenomórficos, com tamanhos de 0,1 a 1 mm, possui seus contatos curvos e apresentam extinção ondulante na maioria dos cristais.

Os cristais de Fe-carbonato ocupam cerca de 20% do volume total da lâmina, ocorrendo ora sem orientação preferencial ora com e por vezes alongados (Microfotografia 4.7) São cristais xenomórficos a subidiomorficos, com tamanhos variando de 0,1 a 1,5 mm, possuem contatos entre si e os demais cristais curvos e retos. Alguns cristais apresentam geminação polissintetica do tipo albita (Microfotografia 4.8).

A rocha pode ser classificada como pertencente a fácies carbonato, denominando-a de Fe-carbonato quartzo magnetitito

Microfotografia 4. 7 – Cristal de carbonato alongado; a: luz plana, b: luz polarizada; 100x (mag=magnetita; qtz=quartzo; Fe-C=Fe-carbonato).

Microfotografia 4. 8 – Geminação polissintetica em cristal de carbonato; a: luz plana, b: luz polarizada; 100x (mag=magnetita; qtz=quartzo; Fe-C=Fe-carbonato).

A lâmina VBS-27 apresenta textura granoblastica granular, nematoblastica e bandamento incipiente. Apresenta cristais de carbonato, quartzo e óxidos (Microfotografia 4.9)

Microfotografia 4. 9 – Lâmina composta por cristais de carbonato, quartzo e óxidos; a: luz plana, b: luz polarizada; 100x (mag=magnetita; qtz=quartzo; Fe-C=Fe-carbonato).

Os óxidos (magnetita) ocupam cerca de 50% do volume, ocorre como cristais xenomórficos de 0,1 a 1,5 mm, possuem direção preferencial e além de ocorrer nas bandas escuras ocupam os interstícios dos demais cristais (Microfotografia 4.10), apresentam contatos curvos entre si e os demais cristais.

Microfotografia 4. 10 – Lâmina composta por cristais de carbonato, quartzo e óxidos; a: luz plana, b: luz polarizada; 100x (mag=magnetita; qtz=quartzo; Fe-C=Fe-carbonato).

O Fe-carbonato representa 30% do volume da lâmina, ocorrendo ora sem orientação preferencial ora com e por vezes alongados. São cristais xenomórficos a subidiomorficos, com tamanhos variando de 0,1 a 1 mm, possuem contatos entre si e os demais cristais curvos e retos. Alguns cristais apresentam geminação polissintetica do tipo albita (Microfotografia 4.10). Esses cristais formam bandas claras em luz plana em associação com os cristais de quartzo, intercaladas com bandas escuras com predominância de cristais de óxidos.

O quartzo ocorre em 20% da lâmina, apresentam cristais xenomórficos de 0,1 a 0,5 mm, não possuem orientação preferencial, apresentam contatos curvos e extinção ondulante na maioria dos cristais.

A rocha pode ser classificada como pertencente a fácies carbonato, denominando-a de quartzo Fe-carbonato magnetitito

A lâmina VBS-28 apresenta textura nematoblastica, com foliação bem marcada pelos cristais de Fe-carbonato, porfiroblastica e bandamento constituído pela alternância de bandas quartzosas e magnetiticas.. Ocorrem cristais de carbonato, óxidos e quartzo subordinadamente (Microfotografia 4.11).

O Fe-carbonato ocupa cerca de 40% do volume total da lâmina, marcando a foliação principal (Microfotografia 4.12), apresentam cristais xenomórficos alongados e muito finos, os cristais possuem menos de 0,1 mm, ocorrendo pórfiro, de 1,3 mm, truncando a foliação (Microfotografia 4.13), os contatos entre os cristais são retos apesar de serem xenomórficos.

Microfotografia 4. 11 – Lâmina composta por cristais de carbonato, óxidos e quartzo subordinadamente; a: luz plana, b: luz polarizada; 25x (mag=magnetita; qtz=quartzo; Fe-C=Fe- carbonato).

Microfotografia 4. 12 – Cristais de carbonato marcando a foliação; a: luz plana, b: luz polarizada; 100x (mag=magnetita; qtz=quartzo; Fe-C=Fe-carbonato).

Os óxidos ocorrem em 40% da lâmina, ocorrendo como cristais xenomórficos a subidiomorficos com tamanhos variando de menos de 0,1 a 0,6 mm e nos interstícios dos demais cristais, apresentam contatos curvos a retos.

O quartzo representa 20% da lâmina, ocorrendo subordinadamente na banda clara onde predomina carbonato, apresentam cristais menores que 0,1 mm, contatos retos apesar de serem xenomórficos. Foi possível observar extinção ondulante em alguns cristais com o aumente de 200x.

Microfotografia 4. 13 – Pórfiroblasto truncando a foliação; a: luz plana, b: luz polarizada; 100x (mag=magnetita; qtz=quartzo; Fe-C=Fe-carbonato).

A rocha pode ser classificada como pertencente a fácies carbonato, denominando-a de quartzo Fe-carbonato magnetitito

A lâmina VBS-29 apresenta cristais de óxidos e subordinadamente cristais de quartzo (Microfotografia 4.14). O volume dos óxidos na lâmina representa 95% e o restante representado por quartzo, observado sob a forma de um sistema de vênulas.

Microfotografia 4. 14 – Lâmina composta por cristais de óxidos e quartzo subordinadamente; a: luz plana, b: luz polarizada; 25x (mag=magnetita; qtz=quartzo).

Está lâmina apresenta-se inconclusiva, pois em campo foi observado bandas intercaladas de chert e magnetita, não observado essas bandas na lâmina. Na lâmina seria classificada como magnetitito, porem em campo essa foi classificada como um quartzo magnetitito.

iii) Rocha Ultramáfica

A lâmina VBS-11 apresenta cristais de serpentina e óxidos subornidadamente (Microfotografia 4.15).

Microfotografia 4. 15 – Lâmina composta por cristais de serpentina e óxidos subordinadamente; a: luz plana, b: luz polarizada; 100x.

A serpentina ocupa 95% do volume total da lâmina, apresentando textura spinifex reliquiar. O restante da lâmina é preenchida por óxido (magnetita). A partir do metassomatismo hidrotermal de uma olivina ((Mg,Fe)2SiO4), são gerados o óxido (Fe3O4) e a serpentina (Mg3(Si2O5)(OH)4).

A rocha pode ser denominada de serpentinito.

4.4. – Características litogeoquímicas

Foram realizadas 24 análises químicas sendo amostras de todas as litologias encontradas na área de estudo. A maioria das analises não foi utilizada para interpretações litogequimicas para caracterização da formação ferrífera, pois apresentaram valores abaixo do limite de detecção para o método ou valores próximo ao background, sem demostrar interação dessas rochas com as formações ferríferas.

Foram feitas analises litogeoquímicas em sete amostras de formações ferríferas. Todas as amostras foram analisados pelo método de FRX para elementos maiores e menores (SiO2, Al2O3, Fe2O3, CaO, MgO, TiO2, P2O5,

Na2O, K2O e MnO) e traço pelo método do ICP (Ag, As, B, Ba, Be, Bi, Cd, Co,

Cr, Cu, La, Li, Mo, Ni, Pb, Sb, Sc, Se, Sn, Sr, Th, Tl, U, V, W, Y, Zn, Zr). Ainda foram analisados elementos terras raras e para elementos do grupo da platina em três amostras, porém todas as analises para EGP tiveram valores abaixo do limite de detecção. Como nenhuma amostra apresentou valores detectáveis

de Ag, As, B, Be, Bi, Cd, Co, La, Li, Mo, Sb, Sc, Sn, Th, Tl, W e Zr estes elementos foram desconsiderados na interpretações dos dados.

Os altos conteúdos de SiO2 e Fe2O3 (Tabela 4.1) nos estudos das

formações ferríferas indicam que estas tiveram uma significante pureza dos precipitados químicos. Baixos valores de Al2O3 nas amostras atestam que

estas estão praticamente livres de sedimentos detriticos. Valores muito baixos ou não detectáveis de Na2O e K2O podem indicar que a contaminação por

piroclásticas foram mínima. Valores muito baixos de MgO e CaO sugerem pouca participação de carbonatos dolomiticos (Bhattacharya et.al.,2007).

Tabela 4. 1 – Valores dos elementos maiores e menores das sete amostras das formações ferríferas.

SiO2 Al2O3 Fe2O3 CaO MgO TiO2 P2O5 Na2O K2O MnO

VBS-16 57,4 0,12 37,5 1,53 2,73 <0,01 0,03 0,19 0,03 0,63 VBS-17 53,3 <0,1 44,6 0,03 0,21 <0,01 0,034 0,11 0,01 0,23 VBS-18 61,8 <0,1 34,9 0,02 0,18 <0,01 0,036 <0,1 <0,01 0,17 VBS-21 45,2 0,29 52,3 0,36 0,48 0,01 0,058 0,14 0,02 0,1 VBS-27 43,4 <0,1 49,2 0,3 2,87 <0,01 0,073 0,11 0,01 1,45 VBS-28 40,6 <0,1 54,5 0,19 1,89 <0,01 0,123 0,13 0,03 1,21 VBS-30 37,8 <0,1 55,6 0,04 0,49 0,02 0,044 0,13 0,02 1,18

Os dados obtidos de elementos maiores e menores foram normalizados para PAAS (Figura 4.1) e NASC (Figura 4.2) apresentando um padrão com valores elevados de Fe2O3, caracterizando-as como formações ferríferas. Além

disso, o PAAS apresentou valores de MnO variando de 0,91 a 13,2, indicando, possivelmente, que em algumas amostras foram fortemente intemperizadas e possuem Mn supergênico. Os demais valores de elementos maiores e menores apresentaram-se baixos comparativamente as referencias de normalização.

Também normalizados para o PAAS (Figura 4.3) e NASC (Figura 4.4), os elementos traços apresentaram valores anômalos de U. Pelo fato dos valores de U serem da ordem de dezenas essa anomalia pode ser explicada com uma variação da composição, substituindo o K ou outros elementos litofilos.

Figura 4. 1 – Valores de elementos maiores e menores das formações ferríferas normalizados para o PASS (Taylor & Mc Lennan, 1985)

Figura 4. 2 – Valores de elementos maiores e menores das formações ferríferas normalizados para NASC (Condie, 1993)

Figura 4. 3 – Valores de elementos traços das formações ferríferas normalizados para o PASS (Taylor & Mc Lennan, 1985)

0,0001

0,01

1

100

SiO2 TiO2 Al2O3Fe2O3 MnO MgO CaO P2O5

Elem. Maiores / PAAS Taylor and McLennan (1985)

VBS-16 VBS-17 VBS-18 VBS-21 VBS-27 VBS-28 VBS-29

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