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3.5 Gerência Situacional

A avaliação do mercado, o produto ou serviço a ser oferecido, e a sociedade onde se desenvolverá a atividade industrial ou comercial, contingenciará a forma administrativa e os processo produtivos. Segundo Motta (1995, 186) tais processos podem ser identificados nas formas apresentadas a seguir:

“ I.II – Sistemas de Produção Unitário e de Pequenos Lotes

a) Produção de unidades segundo especificações dos consumidores; b) Produção de protótipos;

c) Produção por etapas de grandes equipamentos;

d) Produção de pequenos lotes sob encomenda dos consumidores; I.II – Sistema de Produção de Grandes Lotes e em Massa

a) Produção de Grandes Lotes;

b) Produção de Grandes Lotes em Linhas de Montagem; c) Produção em Massa.

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a) Produção Intermitente de Produtos Químicos em Fábricas Multifuncionais; b) Produção de Fluxo Contínuo de Líquidos, Gases e Substâncias Cristalinas.”

Assim, a cada processo será aplicado um gerenciamento adequado. A idéia de produto deverá se enquadrar nestas situações. Os setores também se moldarão e para determinado sistema será enfatizado o esforço necessário para atingir os objetivos traçados. O crescente interesse desde a década de 70 pelo fator contingencial, permite delinear novos tipos de organização, contudo sem inviabilizar as formulas básicas comuns à criação de uma companhia ou sociedade por ações.

Esta flexibilidade permite, por sua vez, identificar a não existência de uma idéia única de organização, tornando, o gerenciamento, situacional:

“O enfoque contingencial parte da premissa de que não há uma proposta de planejamento organizacional que seja a melhor em todas as situações, e sim, que as circunstâncias (ou contingências) de cada caso tornam mais produtiva uma determinada solução organizacional” (Wahrlich, 1986, p. 174).

Empresas com características por produção em massa, podem, em dado estágio, adotar novo processo com características por unidade ou lote, a exemplo das bicicletas sob encomenda. A organização se vê envolvida com a aproximação do produto ao cliente. Estruturas burocráticas tendem a ser flexibilizar para atender o dinamismo exigido pelo mercado. A hierárquica se vê ironizada pela velocidade em se obter a informação e os meios para a solução. A liderança deverá se moldar a cada situação, não existindo uma forma ideal de liderar, pois a contingência determinará a maneira como aborda-se o grupo sob comando .

“Aplicar a lei da situação, para Mary Parker Follett, constitui tarefa comum àqueles a quem cabe emitir uma ordem e àquele a quem ela se destina, num processo

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interativo que despersonalize a ordem e obtenha o equilíbrio ideal entre autoritarismo e laissez-faire.. “(Wahrlich, 1986, p. 176).

De forma nenhuma tal visão renega todas as outras teorias organizacionais. A administração e seus conceitos passam a dispor-se segundo a contingência, não permitindo a afirmativa positivista da forma organizacional escolhida ser única e exclusiva.

“Encaro a teoria não como um setor de estudo isolado, de certa forma superior e mais respeitável, mas sim como um esforço muitíssimo prático e básico, destinado a extrair, da experiência, padrões e orientação.” (Wahrlich, 1986, p. 70, citando John M. Gaus).

Ao traçar-se um paralelo entre as teorias sistêmica e contingencial, é fato notar a aparente continuidade ou complemento de uma em relação a outra. O estabelecimento das organizações estruturadas de forma a atender a sistematização modular dependente entre os vários meios coexistentes para a produção ou serviço, nos permiti adicionar o fator flexibilidade, induzido por uma restrição qualquer, tornando a necessidade de mudança emergente e salutar ou contingencial.

O pensamento até certo ponto torna-se cibernético, onde a análise da ação de causa e efeito torna-se pilar das observações do homem sobre as influências do ambiente a organização, a interagir de forma bilateral. Fatores como o mercado, clientes, tecnologia, leis governamentais, infra-estrutura, política, cultura, são somatórios de uma sociedade para a qual a organização deve adequar-se para atingir os seus propósitos.

As teorias organizacionais de fato têm nos mostrado ao passar dos anos uma verdadeira evolução das formas e comportamentos organizacionais do meio produtivo

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até a abordagem mais interativa, com o advento do reconhecimento da influência das sociedades sobre as organizações e vice-versa.

De fato os diferentes aspectos das teorias abordadas apresentam-se claramente nas organizações contemporâneas. Contudo, acrescente-se que o conhecimento proporcionado por este trabalho, traz a compreensão que em determinados aspectos dentro da estrutura organizacional, determinado tipo de teoria se caracteriza em maior relevância e detrimento a outras. Os operários são treinados, individualmente, nas técnicas Tayloristas e; num segundo momento, ao tomarem consciência de grupo aderem às técnicas de Ford; à medida em que o nível se eleva, a visão torna-se sistêmica; e finalmente para sobrepujar às mudanças do ambiente interno e externo, tornam-se contingenciais, aspecto muito característico das áreas de planejamento já reproduzido a outras áreas em função das variações de mercado. Contudo, estes fatores não são fixos. Os aspectos apresentados podem ser evolutivos, onde aplicabilidade e detecção de determinado movimento organizacional poderá, em determinado instante, apresentar características diversas em função do momento. Ou seja, os operários também podem ser os próprios gestores da organização, bem como aqueles que produzem. Atividades onde os hábitos adquiridos são oriundos de Taylor e Ford podem tornar-se células de trabalho ou de desenvolvimento onde a liderança mescla-se com o objetivo a ser atingido por todos.

Ou seja, através de pequenas observações poderemos ver todas estas fases em maior ou menor grau nas organizações. E a partir do momento que tomamos consciência destas formas teóricas e seus aspectos, podemos racionalizar sobre o nosso modo ser e de nossas organizações, e traçar novos modelos afim de adequar-nos às novas formas de pensamento e expressão de nossas sociedades constantemente em evolução.

41 4.0 METODOLOGIA

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