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Capítulo 4 – PROBLEMAS DE DESPACHO

4.1 Geração Termoelétrica

No Brasil a geração de energia elétrica é obtida em sua grande maioria, 70%, por

usinas hidráulicas. A tabela 4.1 nos mostra a distribuição de geração de energia de diferentes

fontes no Brasil.

Tabela 4.1 Geração de Energia Elétrica no Brasil

Empreendimentos em Operação

Tipo

Capacidade

Instalada

%

Total

%

N.° de

Usinas (kW)

N.° de

Usinas (kW)

Hidráulica 866 79.789.368 67,33 866 79.789.368 67,33

Gás Natural 93 11.050.530 9,33 127 12.334.813 10,41

Processo 34 1.284.283 1,08

Petróleo

Óleo Diesel 817 4.012.437 3,39

846 6.536.240 5,52

Óleo Residual 29 2.523.803 2,13

Biomassa

Bagaço de

Cana 308 5.623.446 4,75

377 7.271.941 6,14

Licor Negro 14 1.240.798 1,05

Madeira 39 327.767 0,28

Biogás 9 48.522 0,04

Casca de

Arroz 7 31.408 0,03

Nuclear 2 2.007.000 1,69 2 2.007.000 1,69

Carvão

Mineral

Carvão

Mineral 9 1.594.054 1,34 9 1.594.054 1,34

Eólica 46 794.336 0,67 46 794.336 0,67

Importação

Paraguai 5.650.000 5,46

8.170.000 6,9

Argentina 2.250.000 2,17

Venezuela 200.000 0,19

Uruguai 70.000 0,07

Total 2.273 118.497.752 100 2.273 118.497.752 100

Fonte: Aneel, 2010

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Mesmo com a inserção de novas fontes energéticas no sistema elétrico brasileiro, a

grande maioria da geração de energia elétrica do país provém da geração hidráulica. O

restante da energia elétrica é provido por usinas termoelétricas a óleo combustível, carvão, gás

natural e combustível nuclear.

As vantagens da geração hidroelétrica são principalmente o baixo custo operacional,

as emissões de poluentes praticamente nulas e a água que é uma fonte renovável. Por outro

lado, as hidroelétricas necessitam de grandes investimentos durante o processo de construção,

sem contar o tempo necessário para finalização da obra. Além disso, acarretam sérios

impactos ambientais como devastação da fauna e da flora originais, alterações climáticas e

perda da biodiversidade local. Outro fator agravante é a incerteza relacionada à chuva,

podendo comprometer a geração de energia em períodos de intensa estiagem.

As usinas termoelétricas representam uma solução em curto prazo, tanto para o

suprimento da demanda quanto para a expansão do sistema de geração. No setor técnico, as

usinas termoelétricas representam uma saída para a diversificação da matriz energética e

possibilitam a elevação da competitividade.

A geração termoelétrica é constituída de centrais de vapor, a gás natural, a gás e a

vapor, centrais a motor, na sua maioria a diesel e com recente introdução dos motores a gás

natural. Esta ocorre através da liberação de energia em forma de calor, por meio da combustão

de algum tipo de combustível renovável ou não renovável.

O combustível mais utilizado na geração termoelétrica no Brasil é o gás natural, com

perspectivas de grande crescimento futuramente. Isto se deve a sua grande oferta potencial e

aos preços competitivos e, principalmente, à disponibilidade de abastecimento desse

combustível através da implantação do gasoduto Bolívia - Brasil, somado a projetos que

viabilizam a exploração de gás natural em território nacional, buscando uma meta de 12% de

participação do gás natural no consumo de energia primaria no Brasil.

A tabela a seguir nos mostra parte da participação das termoelétricas no setor de

geração de energia elétrica brasileiro.

Tabela 4.2 Dez maiores termoelétricas atualmente em operação no Brasil

Nome MW Local Combustível

Gov. Leonel Brizola 1058 Duque de Caxias - RJ Gás Natural

Santa Cruz 1000 Rio de Janeiro - RJ Gás Natural

Mario Lago 923 Macaé - RJ Gás Natural

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Norte Fluminense 869 Macaé - RJ Gás Natural

Uruguaiana 640 Uruguaiana - RS Gás Natural

Jorge Lacerda III e IV 625 Capivari de Baixo - SC Carvão Mineral

Sepé Tiaraju 563 Canoas - RS Gás Natural

Mauá Blocos I a IV 553 Manaus - AM Óleo Diesel

Presidente Médice A B 446 Candiota - RS Carvão Mineral

Jorge Lacerda I e II 232 Capivari de Baixo - SC Carvão Mineral

Fonte: Aneel, 2008.

As unidades de geração termoelétrica localizam-se junto aos centros de consumo, o

que representa menores perdas na transmissão. No setor econômico, as termoelétricas

requerem menores investimentos que as tradicionais hidroelétricas e o período de tempo

desde o projeto até a construção é bastante rápido. No setor social, tais usinas contribuem para

a introdução da energia elétrica em regiões isoladas, não atendidas pelo sistema interligado.

Os aspectos negativos das termoelétricas são, basicamente, o alto custo dos

combustíveis utilizados na geração e as indesejáveis emissões de poluentes ao meio ambiente.

A produção de energia elétrica em usinas termoelétricas, de maneira econômica e

ambientalmente correta, abre novas linhas de pesquisas para os engenheiros, ambientalistas e

economistas brasileiros.

Segundo Reis et al. (2005), a geração termoelétrica tem se tornado cada vez mais

significativa no setor de geração do país, a partir do século XXI, e em constante crescimento.

Destacam-se a utilização de derivados do petróleo e carvão mineral nas usinas com ciclo a

vapor, do gás natural nas centrais a gás e nas de ciclo combinado, do óleo diesel, gasolina ou

gás natural nos motores.

Os principais derivados do petróleo utilizados na geração de energia elétrica são o

óleo combustível, o óleo diesel e a gasolina, em sua maioria as usinas que utilizam essas

fontes são de pequeno porte em áreas rurais ou sistemas isolados.

O carvão mineral é encontrado em cinco grandes regiões do país com destaque para a

região meridional que se encontra em uma situação economicamente interessante a

exploração. No estado do Rio Grande do Sul estão a maioria dos recursos carboníferos. Em

virtude da pouca ocorrência de combustível mineral, da baixa qualidade do carvão disponível,

e ainda dos impactos ambientais negativos, esse recurso tem pouca participação na geração

elétrica do país.

Segundo Miller (1987), a eficiência global das unidades térmicas é determinada

medindo-se a entrada de combustível e a saída de energia elétrica e expressando-se os

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resultados para várias cargas sob a forma de uma relação ou taxa. As curvas obtidas são

chamadas curvas de entrada-saída

A figura 4.1 mostra a curva de entrada e saída de uma unidade de geração

termoelétrica. A entrada para a unidade mostrada na ordenada pode ser colocada em termos

de quantidade de combustível convertida em calor por hora, H(Btu/h). A saída é normalmente

a saída líquida de eletricidade da unidade, P(MW). A característica mostrada é idealizada, ou

seja, convexa e suave.

Figura 4.1- Curva de Entrada-Saída Típica de uma Unidade Térmica

Curvas semelhantes são desenvolvidas para cada unidade geradora. Os dados

necessários para a obtenção da curva de entrada-saída podem ser obtidos de cálculos de

projetos ou de testes de taxa de calor. Quando os testes de taxa de calor são usados, os pontos

encontrados não caem em uma curva suave.

A curva da figura 4.1 é convertida em custo de combustível pela multiplicação da

entrada de combustível, em Btu/h, pelo equivalente custo de combustível, em termos de $/Btu,

onde $ é uma unidade monetária simbólica.

O custo de combustível de uma unidade de geração termoelétrica é considerado

como custo variável, pois pode ser afetado pelo carregamento das unidades geradoras

com diferentes taxas de combustível, pela combinação da operação hidráulica e

térmica, pelos requisitos diários de carga e pela compra e venda de energia. Estes custos são

substancialmente controlados pelos operadores do sistema.

O custo da geração termoelétrica pode ser minimizado, respeitando as restrições

operacionais e de demanda, através de uma estratégia de otimização determinada pelo

problema de despacho econômico (PDE), que será explorado neste trabalho.

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