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Gestão Integrada dos Riscos

No documento RELATÓRIO E CONTAS 2013 (páginas 83-119)

A função de Gestão de Risco visa identificar, avaliar, acompanhar e reportar todos os riscos

materialmente relevantes a que o Grupo BES se encontra sujeito, tanto interna como externamente, de modo a que os mesmos se mantenham dentro dos limites para eles estabelecidos pelo órgão de administração respectivo e, dessa forma, não afectem materialmente a situação financeira da instituição, em particular, e do Grupo BES, no geral.

A função de gestão de riscos desempenha as suas competências de forma independente face às áreas funcionais, prestando o aconselhamento relativo à gestão de riscos ao órgão de administração. O controlo e a gestão eficiente dos riscos têm vindo a desempenhar um papel fundamental no

desenvolvimento equilibrado e sustentado do Grupo BES. Para além de contribuírem para a optimização do binómio rendibilidade/ risco das várias linhas de negócio asseguram, também, a manutenção de um perfil de risco conservador ao nível da solvabilidade e da liquidez.

A aproximação da visão regulamentar à perspectiva económica preconizada pelo Novo Acordo de Capital – cujos princípios corroboram os fundamentos e as práticas seguidas pelo Grupo BES – reforça a

oportunidade e estimula o esforço que tem vindo a ser desenvolvido nas áreas de gestão de risco.

Princípios de Governance e Gestão do Risco

> Independência da função de gestão de risco face às unidades de negócio > Envolvimento da gestão de topo através de comités especializados > Princípio das Três Linhas de Defesa

> Visão integrada dos riscos

Conjuntura

A recessão económica que se continua a viver em Portugal tem tido reflexos inevitáveis ao nível da actividade do Banco e dos principais riscos a que se encontra exposto:

Solvabilidade

Rácios de capital

> Core Tier I de 11,03% de acordo com o Banco de Portugal, confortavelmente acima dos requisitos mínimos estabelecidos, 10%. > Os Activos Ponderados pelo Risco

ascenderam a 4.759 milhões de euros, apresentando uma diminuição anual de 4%, fruto da política de gestão de risco do Banco. > O exercício de ICAAP realizado em 2013, com referência a 31/12/2012, permitiu concluir que o Banco cumpre o apetite de risco

conservador, assegurando uma elevada solvabilidade associada a um rating target mínimo de A (perspectiva Debt Holder).

(milhões de euros) Activos de Risco Equivalentes 2013 2012 Risco de Crédito 3.714 3.643 Risco de Mercado 593 832 Risco Operacional 452 472 Total 4.759 4.947

Crédito

Aumento da sinistralidade e do

provisionamento

> O rácio de crédito vencido há mais de 90 dias

aumentou para 2,4% (Dez.12: 0,7%) e o rácio de crédito em risco atingiu 11,9% (Dez.12: 9,8%).

> Em consonância com o aumento da

sinistralidade, as provisões foram reforçadas no ano de 2013 em 37,9 milhões de euros (1,89%), o que compara com 32,9 milhões de euros (1,45%) em 2012.

> O aumento das provisões de balanço foi de 7%, após a utilização de 30,6 milhões de euros, que possibilitou a manutenção de rácios de cobertura em níveis prudentes: a cobertura do crédito vencido há mais de 90 dias e do crédito em risco por provisões

11,6% 11,03% 2012 2013 Core Tier 1 2,4% 11,9% Crédito Vencido

+90 dias Crédito em Risco

Sinistralidade 40,7% 265,7% Cobertura Sinistralidade 1,89% 6,49% Custo da Taxa de Provisões

Mercado

Redução da volatilidade dos mercados

> O Value at Risk para a carteira de negociação

e posição global de mercadorias e cambial do Grupo BESI, em Dezembro de 2013, ascendeu a 15,6 milhões de euros, tendo sofrido uma contracção de 7,1 milhões de euros face a Dezembro de 2012.

> A exposição ao Risco de Taxa de Juro para a carteira bancária do Banco, assumindo uma variação paralela na curva de rendimentos de 200 pontos base, em Dezembro de 2013, ascendeu a 38,9 milhões de euros de impacto negativo, que compara com 1,4 milhões de

euros positivos em Dezembro de 2012.

Liquidez

Gestão de risco de liquidez conservadora

> A redução do rácio de transformação para 233,89% resultou na sua maioria da

contracção da actividade de crédito em cerca de 11%.

Fonte: Banco Espírito Santo de Investimento

Organização

A definição do apetite de risco é efectuada ao nível do Grupo BES, sendo responsabilidade da Comissão Executiva do Banco Espírito Santo de Investimento fixar os princípios gerais de gestão e de controlo dos riscos, assegurando que o Banco detém as competências e os recursos necessários à prossecução dos objectivos definidos neste domínio.

22.768 15.642 2012 2013 Value at Risk 1.395 -38.953 2012 2013

Risco de Taxa de Juro

257,5% 233,89%

2012 2013

Rácio de Transformação

A definição de funções e responsabilidades na gestão de risco obedece ao princípio das “Três Linhas de Defesa” que estabelece de uma forma clara a delegação de poderes e os canais de comunicação que estão formalizados nas políticas definidas no Grupo BES. Esta segregação de funções é fundamental para alinhar incentivos e controlar e gerir os riscos:

A Função de Gestão de Risco é independente e supervisiona todos os riscos das várias Unidades do Grupo BES. O esquema que descreve a estrutura de Comités relevantes para a função de risco no Banco é o seguinte:

O controlo e supervisão de risco são efectuados pela Comissão Executiva do Banco, que delega no

COMISSÃO EXECUTIVA ALCO Conselho de Crédito e Riscos Risco Operacional Análise de Risco de Crédito Controlo de Risco

A nível operacional as equipas de Análise de Risco de Crédito, Controlo de Risco e Risco Operacional do Banco Espírito Santo de Investimento trabalham de forma integrada e em consonância com o

Departamento de Risco Global (DRG) do BES que centraliza a Função de Gestão de Risco sendo

independente das áreas de negócio, incorporando de forma consistente os conceitos de risco e capital na estratégia e nas decisões de negócio do Banco.

Esta função, composta por três unidades distintas - Controlo de Risco, Análise de Risco de Crédito e Risco Operacional - inclui:

> Identificação, avaliação, controlo e reporte dos diferentes tipos de risco assumidos, de forma a permitir a gestão global do risco e o cumprimento das normas internas e regulamentares, bem como monitorização e dinamização de acções de mitigação;

> Implementação das políticas de risco definidas pela Comissão Executiva, homogeneizando princípios, conceitos e metodologias em todas as unidades do Banco;

> Contribuição para os objectivos de criação de valor através do desenvolvimento e monitorização de metodologias para identificação e quantificação dos riscos, rácios de liquidez e ferramentas de apoio à estruturação, pricing e decisão de operações, bem como o desenvolvimento de técnicas de avaliação de performance e de optimização da base de capital;

> Apuramento, controlo e reporte dos requisitos de capital regulamentar para risco de crédito, riscos de mercado e risco operacional;

> Desenvolvimento do processo de avaliação da adequação do capital interno (ICAAP – Internal

Capital Adequacy Assessment Process);

> Acompanhamento da estratégia de internacionalização do Banco, colaborando no desenho das soluções organizativas e na monitorização e reporte do risco assumido pelas diferentes unidades internacionais.

Enquadramento regulamentar

Basileia III

As regras de Basileia III, apresentadas inicialmente no final de 2010 pelo Comité de Supervisão Bancária de Basileia, representam uma alteração regulamentar global para o sistema financeiro e têm como finalidade garantir uma maior solidez das instituições e a prevenção de novas crises financeiras. Os bancos abrangidos irão dispor de um período transitório, que decorrerá até 1 de Janeiro de 2019, para cumprimento das regras aprovadas. Actualmente as regras apontam para o seguinte enquadramento no final do período transitório:

> Rácio mínimo Core Tier I: 7% (4,5% de valor base e um adicional de 2,5% de conservation buffer); > Rácio mínimo Tier I: 8,5% (6,0% de valor base e um adicional de 2,5% de conservation buffer); > Rácio de solvabilidade total: 10,5%;

> Introdução de um buffer anti cíclico entre 0% e 2,5% de elementos Core Tier I em condições a designar pelas autoridades regulamentares;

> Fixação de períodos transitórios para absorção das deduções a elementos de capital não elegíveis segundo BIS III e para as novas deduções à base de capital;

> Rácio de cobertura de liquidez (LCR): 100%;

> Estabelecimento de rácios de alavancagem e de liquidez de médio/longo prazo (NSFR) em condições a definir.

O Comité de Basileia tem ainda uma agenda adicional que, num futuro próximo, contemplará os seguintes aspectos:

> Efectuar a revisão fundamental das regras aplicáveis à carteira de negociação das instituições financeiras;

> Efectuar a revisão do tratamento das securitizações no âmbito do normativo de Basileia; > Efectuar a revisão do regime das “grandes exposições”;

> Rever a abordagem standard ao cálculo dos requisitos de capital e da adequação de capital. O Grupo BES continua a acompanhar muito de perto a evolução do enquadramento regulamentar, bem como os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos no sentido de apurar e planear os impactos das regras finais para o Grupo, tal como ocorrido ao nível dos riscos de mercado e liquidez, abordados em seguida.

Risco de mercado

As principais alterações ocorridas em 2013 foram as seguintes:

> Ao nível europeu, a entrada em vigor do CRR/CRD IV (Credit Requirements Regulation / Credit

Requirements Directive), que transpôs para a regulamentação europeia as principais componentes

de Basileia III, terá impactos imateriais ao nível da mensuração dos requisitos de capital para risco de mercado;

> Ao nível das propostas do BIS (Bank of International Settlements), para uma revisão fundamental da carteira de negociação (Fundamental Review of the Trading Book) destacamos os principais

aspectos patentes no segundo documento consultivo:

i. A revisão da fronteira entre o trading e o banking book, tornando a sua definição mais objectiva;

ii. A passagem da medida VaR (Value at Risk) para a medida ES (Expected Shortfall) e uma calibração baseada num período de stress significativo;

iv. A revisão das duas abordagens (standard e dos modelos internos) no sentido de aproximar a sua calibração e tornar o cálculo da abordagem standard obrigatório para todos os bancos.

Risco de Liquidez

Ao longo do último ano decorreram diversas monitorizações e consultas no âmbito do risco de liquidez, tendo-se assistido à publicação, por parte dos reguladores, de uma série de documentos, com impacto significativo no modelo de negócio e na gestão de risco por parte das instituições.

Para a entrada em vigor da CRD IV em Janeiro de 2014 foi robustecido todo o enquadramento do risco de liquidez, tendo sido desenvolvidos dois standards de financiamento e liquidez com objectivos distintos mas complementares. O primeiro objectivo, através da definição do LCR (Liquidity Coverage Ratio), é o de promover a resiliência de curto prazo do perfil de risco de liquidez dos bancos, procurando assegurar que existem activos líquidos de elevada qualidade para fazer face a um cenário de stress significativo durante 30 dias. O segundo objectivo é o de reduzir o risco de financiamento a um prazo mais longo, requerendo que os bancos financiem as suas actividades com a obtenção de fontes estáveis de financiamento, por forma a mitigar o risco de stress de financiamento futuro, tendo para tal sido estabelecido o NSFR (Net

Stable Funding Ratio). Foram igualmente definidas medidas adicionais de monitorização de liquidez,

incluindo concentração de financiamento, definição de activos descomprometidos e estrutura do balanço.

Planos de recuperação e de resolução

O Banco de Portugal aprovou, em 2012, legislação referente a planos de recuperação e de resolução. Esta legislação tem como objectivo, no primeiro caso, a identificação de medidas susceptíveis de serem adoptadas para corrigir uma situação de stress em que a solidez financeira de uma instituição seja seriamente danificada, e no segundo caso, a possibilidade de proceder a uma resolução ordenada de uma instituição.

O Grupo BES tem em funcionamento mecanismos para garantir a recuperação de desequilíbrios provocados por eventos severos que afectem a sua solvência ou liquidez.

7.1 Risco de Crédito

O Risco de Crédito, que resulta da possibilidade de ocorrência de perdas financeiras decorrentes do incumprimento do cliente ou contraparte relativamente às obrigações contratuais estabelecidas com o Banco no âmbito da sua actividade creditícia, constitui o risco mais relevante a que se encontra exposta a actividade. A sua gestão e controlo são suportados pela utilização de um robusto sistema de

identificação, avaliação e quantificação de risco.

A. Práticas de Gestão

Tem sido prosseguida uma política de gestão permanente das carteiras de crédito que privilegia a interacção entre as várias equipas envolvidas na gestão de risco ao longo das sucessivas fases da vida do processo de crédito. Para tal, tem vindo a verificar-se uma melhoria contínua no que respeita a:

> Modelização do risco de crédito, com consequente diminuição do peso da subjectividade na sua apreciação;

> Incorporação de sinais de alerta comportamental nos sistemas de rating;

> Procedimentos e circuitos de decisão, com destaque para a independência da função de gestão de risco, delegação de poderes de acordo com níveis de rating e adequação sistemática do pricing, maturidade e garantias dos Clientes;

> Sistemas de informação relacionados com a disponibilização das diferentes variáveis inerentes à avaliação do risco de crédito de modo a permitir a sua consulta a todos os intervenientes do processo de crédito;

> Independência do processo de formalização/ execução das operações de crédito face à estrutura de originação.

A implementação do vasto conjunto de iniciativas desenvolvidas ao longo dos últimos anos, aliada à cobertura quase integral das posições creditícias por ratings internos, permitiu que o processo de concessão de crédito no Banco assente na utilização abrangente de métricas de rendibilidade ajustada pelo risco.

Foi igualmente alargada a utilização de ratings para efeitos de definição de limites de portefólio que condicionam a concessão de crédito por produto e classes de rating, restringindo a produção de crédito nas piores notações de risco. Os limites de portefólio são utilizados para controlar a evolução do perfil de risco dos vários portefólios de crédito.

O cumprimento dos limites estabelecidos é objecto de monitorização permanente, sendo a informação distribuída às áreas comerciais, bem como apresentada em Conselho de Crédito e Riscos.

A.1. Os Sistemas de Notação de Risco

Face às particularidades inerentes aos diferentes segmentos de Clientes do Grupo BES, foram

desenvolvidos diversos sistemas internos de notações e parâmetros de risco, quer para empresas, quer para particulares.

Conforme previsto na regulamentação sobre requisitos mínimos de capital (Basileia II), e seguindo as melhores práticas de gestão de risco, a validação dos sistemas internos de notações de risco é efectuada de uma forma periódica pela Unidade de Validação Independente. O exercício anual de validação interna dos diversos modelos de rating para os diferentes portefólios de crédito confirma a robustez e aderência destes modelos no exercício de aferição do risco de crédito.

Modelos de Rating para Carteiras de Empresas

No que concerne aos modelos de rating para carteiras de empresas, são adoptadas abordagens distintas em função da dimensão e do sector de actividade dos Clientes. São ainda utilizados modelos específicos adaptados a operações de crédito de Project Finance, Commodity Finance, Object Finance, Acquisition

Finance e Financiamentos à Construção.

> Limites restritivos na concessão de crédito

> Aumento da exigência de

garantias associadas aos créditos > Diferenciação do preço consoante

o risco

> Manutenção de elevada cobertura da exposição com ratings

> Automatização na disponibilização da informação de suporte à decisão de concessão de crédito, nomeadamente no front office

> Processo de monitorização com forte envolvimento da Gestão de Topo

> Disponibilização automática da informação de risco de crédito às áreas comerciais

> Acções de acompanhamento de

crédito (antes do default) > Processos e controlos de gestão

das garantias

> Antecipação das acções de recuperação

> Monitorização dos devedores e dos activos recebidos em garantia

> Processo de recuperação de crédito adequado com o negócio, recuperação e áreas de desinvestimento

Relativamente às Grandes Empresas, Instituições Financeiras, Institucionais, Administrações Locais e Regionais e Empréstimos especializados - nomeadamente Project Finance, Object Finance, Commodity

Finance e Acquisition Finance - as notações de risco são atribuídas pela Mesa de Rating. Esta estrutura é

constituída por analistas técnicos especializados, organizados em equipas multissectoriais e centraliza, também, a validação dos ratings propostos pelos analistas de risco de crédito que se encontram geograficamente dispersos pelas várias entidades do Grupo BES.

A atribuição das notações internas de risco por parte desta equipa a estes segmentos de risco, classificados como portefólios de baixa sinistralidade (Low Default Portfolios), assenta na utilização de modelos de rating do tipo “expert-based” (templates) que se baseiam em variáveis qualitativas e

quantitativas, fortemente dependentes do sector ou sectores de actividade em que operam os Clientes em análise. Com excepção da atribuição de rating a empréstimos especializados, a metodologia utilizada pela Mesa de Rating rege-se, ainda, por uma análise de risco ao nível do perímetro máximo de

consolidação e pela identificação do estatuto de cada empresa participada no respectivo grupo económico. C rit ér io de S eg me nt ão M od elos Expert judgement Estatístico Sector, Dimensão, Produto

· Instituições Financeiras · Municípios

· Institucionais · Adm. Locais e Regionais · Grandes Empresas [Vol. Negócios > 50 M€] · Imobiliário (Investimento/ Promoção) · Acquisition Finance · Project Finance · Object Finance · Commodity Finance Médias Empresas: · Vol. Negócios [1,25 M€ - 50 M€] Pequenas Empresas : · Vol. Negócios até 1,25 M€

Start-Up`s e Empresários em Nome Individual

Ratings atribuídos por equipas de

analistas, utilizando modelos específicos por sector (templates) e informação financeira e qualitativa. TEMPLATE

SEMI-AUTOMÁTICO

AUTOMÁTICO

Modelo de Rating baseado em informação

financeira, qualitativa e comportamental, validado por analistas

Modelo de Rating baseado em informação financeira, qualitativa e comportamental. Modelo de Rating baseado em informação qualitativa e comportamental

Para o segmento de Médias Empresas (empresas com volume de facturação superior a 1,25 milhões de euros e inferior a 50 milhões de euros, com excepção das empresas inseridas em alguns sectores classificados com segmentos de risco específicos, como o sector da promoção imobiliária) são utilizados Modelos de Rating estatísticos que combinam variáveis económico-financeiras, comportamentais e informação de natureza qualitativa.

Para as empresas inseridas no Sector Imobiliário (empresas dedicadas à actividade de promoção e investimento imobiliário, em especial, empresas de pequena e média dimensão), atentas as suas especificidades, os respectivos ratings são atribuídos por uma equipa central especializada, suportando- se na utilização de modelos específicos que combinam a utilização de variáveis quantitativas e técnicas (avaliações imobiliárias efectuadas por Gabinetes Especializados), bem como variáveis qualitativas. Esta equipa é igualmente responsável pela elaboração das análises de risco das propostas de crédito

especializado que revestem a forma de Financiamentos à Construção.

Modelos de LGD

Quando um Cliente não cumpre com o pagamento das suas responsabilidades, o Banco não perderá necessariamente a totalidade da dívida, mesmo que o risco das operações de crédito não esteja mitigado por via da existência de colaterais. O Loss Given Default (LGD) mede o total da perda económica do Banco quando um crédito entra em default. O cálculo de LGD leva por isso em conta todos os cash-flows

ocorridos após essa data, incluindo cash-inflows correspondentes a pagamentos (parciais) do Cliente ou execução do colateral, custos de recuperação, custos administrativos e o custo decorrente do efeito financeiro via desconto de cash-flows.

Desde 2004 que o Grupo BES procede ao cálculo dos parâmetros de LGD, com base em dados internos para os produtos de Particulares – crédito à habitação, crédito individual, cartões de crédito, descobertos e contas empréstimo – bem como para os portefólios de Pequenas Empresas e Empresários em Nome Individual, a incluir nas carteiras de Retalho. Estes parâmetros são utilizados para gestão do risco, cálculo de imparidades e cálculo de capital regulamentar para o risco de crédito do Grupo BES.

O Grupo BES procede, ainda, ao cálculo de “estimativas internas das taxas de recuperação” para os portefólios de Médias e Grandes Empresas, os quais utiliza para os respectivos processos de negócio. Os LGDs de Empresas – incluindo aqui, quer os LGDs para Pequenas Empresas e Empresários em Nome Individual (ENIs), usados para cálculo de capital regulamentar, quer as estimativas de taxas de

recuperação para Médias e Grandes Empresas – foram actualizados em 2013, garantindo, desta forma, que os parâmetros utilizados internamente reflectem o resultado dos actuais processos e políticas de recuperação e têm em conta as perspectivas económicas mais recentes.

Validação Independente de Modelos

Os vários modelos de risco de crédito desenvolvidos e implementados no universo do Grupo BES são objecto de uma validação interna e independente, como é exigível às instituições que utilizam o método IRB.

No documento RELATÓRIO E CONTAS 2013 (páginas 83-119)

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