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6. RESULTADOS

6.7.1 Gestão de Resíduos em Borebi

Borebi não possui um órgão ou departamento específico para tratar os resíduos sólidos, assim, o responsável pelo gerenciamento dos RSU é o Agente de Saúde, funcionário do Posto de Saúde. O município destina mais de 15% de seu orçamento aos serviços de limpeza pública, apesar de haver uma taxa embutida no IPTU para essa finalidade. Na tabela 10 encontra-se a proporção dos RSU coletados.

Tabela 10 – Porcentagem de cada tipo de resíduo coletada no município de Borebi.

Serviço Quantidade Gerada

Limpeza Urbana 10% Coleta RSD 45% Coleta RCC 15% Coleta RSS 5% Reciclagem 15% Total 90%

A proporção, em porcentagem, de cada tipo de resíduo gerado pode ser visualizada na figura 70. Não há estimativas dos custos específicos de cada um dos serviços prestados.

10%

45% 25%

15% 5%

Limpeza Urbana Coleta de RSU Reciclagem Remoção de Entulho Coleta de RSS

A coleta regular dos resíduos comuns é realizada três vezes por semana em toda a área urbana. Devido ao pequeno volume da coleta, o caminhão foi feito sob encomenda no Rio Grande do Sul. Como pode ser visto na figura 71, possui uma porção remo (para resíduos orgânicos) e uma grade ou cesto (para os recicláveis) dividido em três partes. São coletados o equivalente a três caminhões de resíduos por semana, ou seja, 324 t/mês.

Figura 71 – Caminhão adaptado para coleta seletiva e na coleta dos resíduos comuns.

A varrição das vias públicas é realizada diariamente e a capina é efetuada uma vez por mês. Ambas são executadas manualmente e não há uma estimativa dos custos desses serviços.

Apesar da coleta comum ser realizada em todo o município, a população não é muito consciente de sua responsabilidade, colocando o lixo na rua em dias inadequados, e, algumas vezes, nas periferias da cidade, jogando pelo muro em terrenos e no rio.

O município possui um programa de coleta seletiva, mas este não é muito eficaz, pois a população praticamente não separa seu material. Acredita-se que este fato seja devido à baixa divulgação da coleta, realizada apenas por uns dois dias na rádio. Assim, além do material previamente separado pela população, os catadores também separam os recicláveis presentes no lixo orgânico, como mostra a figura 72.

No aterro do município existe uma casa onde vive um casal de ex-catadores. Ao organizar seu programa de coleta seletiva, a Prefeitura ofereceu moradia no local, além do valor obtido com as vendas dos recicláveis.

Como mostra a figura 73, o barracão possui dois espaços cobertos. Em um deles são despejados os RSD para serem previamente separados.

Figura 72 – Catadores separando materiais recicláveis dos

resíduos orgânicos no aterro sanitário.

Figura 73 – Barracão onde os recicláveis são separados

dos RSD e triados para comercialização.

No outro barracão, onde são triados os recicláveis existe uma esteira elétrica, baias para a separação dos materiais e uma prensa vertical para enfardamento, que podem ser vistos na figura 74.

Figura 74 – Espaço físico do barracão de triagem de recicláveis mostrando esteira, prensa vertical e baias de separação. Na figura 75 pode-se visualizar a proporção aproximada de cada tipo de material coletado no município. Na categoria papel incluem-se papelões, caixas de leite, embalagens longa vida, etc; entre os plásticos estão incluídos sacos e sacolas, embalagens e potes em geral; e a categoria Pet refere-se apenas às garrafas plásticas.

Figura 75 – Proporção (em porcentagem) de cada tipo de material coletado em Borebi.

Os catadores trabalham oito horas diárias e recebem de acordo com a venda dos recicláveis coletados, como mostra a figura 76.

Existe, no município, uma empresa que coleta e comercializa grandes quantidades de materiais plásticos. Suas dependências podem ser vistas na figura 77 e não há qualquer relação desta com a coleta seletiva do município.

Figura 76 – Catadores separando resíduos no aterro com uso de

EPIs.

Figura 77 – Dependências da empresa que comercializa

materiais plásticos no município de Borebi.

Os Resíduos de Construção Civil são coletados com caminhão basculante duas vezes por semana. Todo o RCC coletado, equivalente a dois caminhões por mês, é usado para corrigir estradas e nivelar terrenos.

São gerados no município, aproximadamente, 60kg de Resíduos de Serviço de Saúde por mês que são coletados por uma pick-up saveiro, exclusiva para esse fim, e enviados para Lençóis Paulista, onde são incinerados.

Não há, no município, qualquer serviço de recolhimento e destinação de pilhas e baterias realizado pela Prefeitura. Estes resíduos não são separados dos resíduos domésticos pelos catadores, sendo aterrados normalmente.

Os pneus são gerados em quantidade muito pequena, assim são reutilizados pela população no próprio município.

Para disposição final, o município possui aterro em valas em terreno próprio, fora do perímetro urbano e segue as diretrizes exigidas pela CETESB no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado, como mostra a figura 78.

Os resíduos de galhos e podas são usados para

aterrar a área onde se localizava o antigo trilho de trem, Figura 78 – Vala aberta, onde estão sendo

depositados os resíduos.

já desativado, e para nivelar terrenos.

A figura 79 mostra o local de deposição dos galhos, que fica nas margens de um córrego que será aterrado e loteado pela Prefeitura para construções populares.

Figura 79 – Local de disposição dos resíduos de poda e capina em Borebi, às margens de um córrego.

Como se pode notar, o local não é cercado e além das consequências trazidas pelo aterramento do córrego, a população aproveita para descartar seus resíduos no terreno. O aterro é classificado como adequado pela CETESB e recebeu um IQR = 8,7 em 2008, como mostra a tabela 11. O desempenho do município foi melhorando aos poucos, chegando a receber nota máxima no ano de 2004.

Tabela 11 – Enquadramento do município de Borebi quanto a destinação dos RSD de 1997 a 2008.

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

4,7 6,6 6,6 8,6 8,2 9,7 8,8 10,0 9,3 9,8 9,5 8,7

Fonte: CETESB, 2009.

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