A metodologia aplicada nesta pesquisa fundamentou-se, principalmente, nos trabalhos de Fiorentin (2002), Lopes (2003) e Marco (2006) buscando uma adaptação de seus métodos aos objetivos destacados no capítulo 2.
A primeira etapa desta pesquisa foi a realização de uma revisão bibliográfica com consulta de teses, dissertações, jornais, livros, legislações, revistas, internet, bem como órgãos públicos, privados e ambientais tais como: secretarias municipais, CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), SEADE (Sistema Estadual de Análise de Dados), Ministério do Meio Ambiente, empresas coletoras de lixo, Cooperativas de Catadores de Material Reciclável, entre outros, a fim de adquirir dados sobre a situação dos resíduos sólidos urbanos nos municípios estudados.
Os dados obtidos a partir de entidades e organismos tradicionalmente envolvidos com a coleta de dados sobre os resíduos sólidos (por exemplo, CETESB) foram utilizados para o mapeamento comparativo das informações obtidas diretamente com os municípios.
Os dados foram coletados por meio da aplicação de um questionário padronizado composto por 85 questões fechadas desenvolvidas para as diferentes modalidades de resíduos. Um modelo do questionário utilizado encontra-se no item “anexos” deste trabalho.
O questionário foi elaborado a partir do modelo da AMUSEP (Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense), com algumas adaptações baseadas em Marco (2006) e Lopes (2003). Além disso, foram realizadas visitas técnicas aos municípios pertencentes à 7ª Região Administrativa do Estado de São Paulo. Foram também realizadas entrevistas com os responsáveis pela gestão dos resíduos sólidos. Os principais dados levantados foram: população, quantidade dos resíduos gerados nos municípios, forma de coleta, transporte e disposição final, assim como estudos e leis relacionadas aos resíduos sólidos na região e no estado. Foi verificada a existência de programas de coleta seletiva ou reciclagem, existência de cooperativas de trabalho, entre outras medidas.
O questionário é um método de coleta de dados bastante eficiente, frequentemente utilizado nas pesquisas científicas. Apresenta como vantagens a possibilidade de preenchimento fora do horário das visitas e o envolvimento de diversas perguntas abrangendo todo o universo da pesquisa. Como desvantagem, apresenta as particularidades de não poder ser extenso sob pena de desestimular seu preenchimento adequado e, no caso de estudos sociais, de excluir analfabetos da pesquisa (GIL, 1999). As questões fechadas foram
escolhidas por colaborarem com a padronização dos dados coletados e facilitarem o preenchimento do questionário, uma vez que se limitam o número de alternativas possíveis.
As entrevistas informais foram dirigidas de forma a complementar as questões do questionário, bem como a obter uma visão geral da situação e dos detalhes do histórico da gestão dos resíduos sólidos, sendo conduzidas de acordo com a realidade de cada município (GIL, 1999).
O agendamento das visitas aos municípios foi realizado aleatoriamente com o principal objetivo de conhecer, através de observações individuais simples, a situação das instalações que coletam, armazenam ou descartam os resíduos sólidos (aterros, transbordos, centrais de triagem e beneficiamento, etc.), registrando fotograficamente os locais e principais equipamentos utilizados. Durante as visitas técnicas também foram realizadas entrevistas despadronizadas e conversas informais com funcionários e catadores de recicláveis, sendo registradas em áudio as informações mais importantes.
Para a análise dos dados obtidos, foram utilizadas as informações oferecidas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2005, na Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) 2000, no SIDRA (Sistema IBGE de Recuperação Automática) e no Censo 2000 para obtenção e revisão de dados populacionais.
Com o objetivo de testar a eficácia do método de coleta de dados escolhido, o questionário foi aplicado em um município piloto. A cidade escolhida para a aplicação experimental do questionário foi a de Lençóis Paulista, em função da facilidade de contato com os responsáveis pela gestão dos RSU. A partir das dúvidas e sugestões obtidas pelo preenchimento do questionário e, também, pela dinâmica das visitas, o projeto foi reorganizado, com a adaptação do questionário e a formulação de um roteiro de perguntas a ser seguido durante as entrevistas e visitas.
Na análise dos resultados, para efetuar a multiplicação dos dados de mensal para anual e vice-versa, foi considerada uma frequência de coleta diária (06 dias por semana ou 24 dias por mês) que facilitasse a padronização. Já para resultados mais detalhados, deve-se consultar o capítulo específico do município em questão. Também, quando da exposição em tabelas e gráficos, nos locais onde não houver um valor ou este for igual a “0” (zero), leia-se que tais dados não existem ou não foram fornecidos pelos municípios pesquisados.
Assim, esta pesquisa pode ser classificada como sendo objetiva, descritiva, bibliográfica, documental e de levantamento. Também é exploratória e investigativa, visto
que poderá responder questões sobre a situação da gestão de resíduos sólidos nos municípios em questão (GIL, 1999).
Levando-se em conta todo o interior do estado de São Paulo, os 22 municípios estudados podem ser considerados como uma amostra. No entanto, a natureza particular dos dados coletados, dependentes das características de cada município, sejam elas culturais, econômicas ou populacionais, não permite o extrapolamento das informações sem pecar em veracidade e qualidade, inutilizando toda a pesquisa. Dessa maneira, o universo em questão são os 22 municípios pertencentes à 7º Região Administrativa do Estado de São Paulo, coincidindo, assim, com a amostra que pode ser classificada como não probabilística intencional, uma vez que foi selecionada devido à sua relevância econômica, como também por sua localização estratégica no centro do estado de São Paulo.