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GESTÕES PÚBLICAS E A EDUCAÇÃO NO PARANÁ

Na gestão do período de 2003 a 2010, percebeu-se um avanço na educação paranaense. Em 15 de março de 2004 implementou-se a Lei Complementar n. 103, que institui e dispôs sobre o Plano de Carreira do Professor da Rede Estadual de Educação Básica. No Artigo 3º. objetivou-se ao aperfeiçoamento profissional contínuo e a valorização profissional através de remuneração digna e, por consequência, a melhoria do desempenho e da qualidade dos serviços prestados à população estadual. No artigo 20 da referida Lei foi contemplado o Programa De Desenvolvimento Educacional (PDE), cujo objetivo foi aprimorar a qualidade da Educação Básica da Rede Pública Estadual, de acordo com as necessidades educacionais e socioculturais da Comunidade Escolar, dessa forma oportunizou-se curso de formação continuada aos pedagogos e aos docentes. (PARANÁ, 2004).

Os três últimos concursos públicos para contratar docente foram realizados em 2003, 2004 e 2007, desde então não se realizou concurso público para funcionário(a) de escola e, desde 2013 nenhum docente é contratado.

Em 2007, uma política de governo em parceria da Secretaria de Estado da Educação com a Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, implementou o PDE. O programa com duração de dois anos garantia a dispensa integral do docente no primeiro ano e no segundo ficava com 25% da carga horária livre para estudar. Na primeira turma em 2009, formou 1.096 professores. O último edital de convocação do programa nesse formato de dispensa foi em 2014, os professores selecionados iniciaram a capacitação somente em 2016 e concluíram a formação em 2018 (PARANÁ, 2018).

Com o objetivo de incentivo formação e a produção acadêmica dos/as docentes, o governo criou o “Projeto Folhas”, um projeto vigente de 2003 a 2010” que foi desenvolvido sob coordenação do chefe de departamento de Educação Básica da Secretaria Estadual de Educação do Paraná, sugerindo aos docentes desenvolver conteúdos adaptados à realidade local. Nessas perspectivas começou-se a produzir materiais didáticos (PARANÁ, 2008 b).

Em 2006 foi selecionada uma coletânea de produções realizadas no “Projeto Folhas” para construir-se “Livro Didático”. Em 2008 numa parceria entre o Governo do Estado, a SEED, o Departamento da Diversidade e a Coordenação de EJA, foram publicados livros da EJA, sendo 12 livros das respectivas disciplinas do Ensino Médio, dois livros da Fase I (PARANÁ, 2008c).

A partir do segundo semestre de 2008, foram realizados encontros de formação continuada, onde debates eram realizados em torno da temática políticas públicas, cujo objetivo era capacitar professores em encontros conhecidos como “Encontros de Disseminação da Política Curricular e de Gestão Escolar” ou “DEB Itinerante”. A primeira edição foi destinada a professores e pedagogos. Desse modo em 2007, 2008 e 2009 o itinerante priorizou a implementação das DCE. Em 2010

[...] além de promover, por meio do Departamento de Educação Básica (DEB) e da Coordenação de Gestão Escolar (CGE), a troca de experiências e conhecimentos nas diferentes disciplinas. Em 2010 a Formação Itinerante passa a ser proposta pela Superintendência de Educação, objetivando integrar os diferentes departamentos e diretorias da SEED no atendimento à escola pública de educação básica do Paraná (PARANÁ, 2010b).

Em 8 de outubro de 2008, através do Parecer CNE/CEB nº 23/2008, a Câmara de Educação Básica deliberou as Diretrizes Operacionais para EJA. (BRASIL, 2008).

Na gestão de 2011 a 2018, foi marcada por conflitos pedagógicos e profissionais, embate entre os poderes públicos e os profissionais da educação. No dia 28 de novembro de 2014, o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente aprovou o Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo, estabelecendo assim uma Política Socioeducativa no Estado do Paraná, garantindo os direitos dos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas e a articulação de políticas setoriais atinentes ao atendimento destes adolescentes (PARANÁ, 2015a). O objetivo geral do instrumento era

[...] direcionar a construção do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo e da Política de Socioeducação para o decênio 2015-2024 de modo a articular as políticas setoriais para o atendimento aos/as adolescentes e jovens-adultos em cumprimento de medidas socioeducativas, qualificando as ações, criando mecanismos eficazes de gestão, favorecendo a participação dos/as adolescentes e o controle social, e superando limites atuais dos sistemas de justiça e segurança pública (p.21).

É importante ressaltar que a escolarização dos adolescente do sistema socioeducativo é realizada na modalidade EJA e que as matriculas dos(as) educandos(as) são efetivadas sob a coordenação do CEEBJA. Há uma parceria entre a SEED e a SEJUF, para proporcionar o atendimento a escolarização dos adolescentes das unidades de socioeducação.

Em 2015 começam os ataques a educação e a desconstrução de todo o sistema de ensino é visivelmente percebida, os docentes adoecem, as políticas públicas não se efetivam. Já em 2017 a Resolução 113/2017, conhecida popularmente como “Resolução da Maldade”, determinou a diminuição da hora- atividade, reduzindo o tempo para docente realizar as atividades extraclasses. (PARANÁ, 2017b). Foi vivido em 2018 um ano de um verdadeiro desmonte na educação pública, com fechamento de turmas e escolas.

Em 2018 através do Edital n.º 54/2018 – GS/SEED, foi realizado o Processo Seletivo Interno (PSI), selecionando docentes que possuíssem titulação obtida em curso de Pós-Graduação stricto sensu (Mestrado, Doutorado ou Pós-Doutorado). Os docentes selecionados tinham um prazo de seis meses para elaborar uma Produção Didático-Pedagógica, após concluir todas as etapas receberia a Certificação pelo PDE. Vale ressaltar que a formação foi na modalidade EaD e os docentes não foram

dispensados de suas atividades escolares durante a formação, que começou em Julho de 2019 e terminou em dezembro de 2019 (PARANÁ, 2018).

Diante do exposto e das mudanças impostas pelo sistema em relação a elaboração curricular e reconstrução curricular, no ano de 2018, a equipe pedagógica e diretiva do CEPAMM buscou junto a UFPR profissionais para proporcionar a formação docente através do Curso de Extensão: “A Universidade e a Escola de Ensino Médio: Diálogo Necessário”. O objetivo do curso foi as elaborar Propostas de Redesenho Curricular (PRC) que possibilitasse atender às reais necessidades das unidades escolares, promovendo melhorias significativas no currículo e garantindo o direito à aprendizagem e ao desenvolvimento dos estudantes, reconhecendo as especificidades regionais e atendendo as concepções curriculares implementadas.

3 METODOLOGIA