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GRÃOS DE GIRASSOL OU GORDURA PROTEGIDA NA DIETA DE ALTO CONCENTRADO E O GANHO COMPENSATÓRIO PARA CORDEIROS ALTO CONCENTRADO E O GANHO COMPENSATÓRIO PARA CORDEIROS

CONFINADOS: DESEMPENHO, CARACTERÍSTICAS DA CARCAÇA E PARÂMETROS SANGUÍNEOS

Grãos de Girassol ou Gordura Protegida na Dieta de Alto Concentrado e o Ganho Compensatório para Cordeiros Confinados : Desempenho, Características

da Carcaça e Parâmetros Sanguíneos

RESUMO - Avaliou-se o desempenho, as características da carcaça e do sangue de

36 cordeiros, com peso corporal médio de 18 kg e idade média de 3,5 meses, alojados individualmente em baias e distribuídos num delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 dietas x 2 manejos. Os animais foram terminados em confinamento recebendo dietas sem inclusão de lipídio e com inclusão de grãos de girassol ou gordura protegida, submetidos ou não a restrição alimentar e posterior ganho compensatório. No período inicial (21 dias) todos consumiram à vontade, mas, no período de restrição alimentar (21 dias), o consumo diário de matéria seca oferecido foi reduzido em 30%. No período de realimentação (21 dias) houve retorno do consumo à vontade e se avaliou o ganho compensatório. Durante o período inicial do confinamento o ganho de peso diário foi superior (p<0,05) para aqueles consumindo a ração grãos de girassol (280 g/d) em relação aos da gordura protegida (208 g/d), mas sem diferença (p>0,05) do controle (240 g/d). Os cordeiros que passaram por restrição, durante o período de ganho compensatório, ganharam mais que os sem restrição (277,7 vs 186,5 g/d), assim como apresentaram melhor (p<0,05) conversão alimentar (3,73 vs 6,0), sem diferença (p>0,05) no consumo de matéria seca. No entanto, ao analisar o desempenho até ao abate, o manejo restrição prejudicou o ganho de peso diário (218,8 vs 183,2) assim como a conversão alimentar (4,8 vs 5,3), mas não o tempo de confinamento (76 dias) e o consumo total de matéria seca (72,3 kg). As características do corpo e da

carcaça não foram afetadas pelos tratamentos. Porém, as gorduras totais, subprodutos do abate, aumentaram o seu peso em 33% devido à inclusão de lipídio na dieta. O teor de colesterol na carne foi modificado pela dieta, apresentando valor superior para aqueles alimentados com as dietas controle (36,8 mg/100) e grãos de girassol (37,9 mg/100) em relação aos alimentados com a dieta gordura protegida (26,5 mg/100). A restrição alimentar e posterior ganho compensatório não foram vantajosos quando se analisou o período total de confinamento, pois reduziu o ganho de peso e piorou a conversão alimentar. Os ingredientes grãos de girassol ou gordura protegida podem ser incluídos em dietas de terminação de cordeiros sem prejudicar o desempenho, ainda reduzindo o teor de colesterol da carne daqueles que consumiram gordura protegida.

Palavras-chave: carcaça, colesterol, confinamento, gordura protegida, ovinos, restrição

Introdução

Nos últimos anos o rebanho de ovinos destinados à produção de carne tem aumentado impulsionado pelos consumidores dos grandes centros urbanos que buscam carne de qualidade, proveniente de animais abatidos com idade inferior aos 180 dias com peso de carcaça entre 12 e 15 kg. Para obter este tipo de produto, o criador está cada vez mais consciente que o confinamento com dietas de alto concentrado será necessário.

Para que a produção ovina seja técnica e economicamente viável, é necessário, entre outros fatores, proporcionar aos animais condições para máximo desempenho por meio do fornecimento de alimentação adequada, visando alcançar condições de peso e ou acabamento para abate mais precoce (SANTELLO et al., 2006). O conhecimento das características da carcaça é de suma importância para complementar a avaliação do desempenho animal. As medidas realizadas na carcaça permitem comparações entre tipos raciais, pesos e idades de abate, sistemas de alimentação.

Os resíduos e subprodutos da agroindústria vem sendo alvo de estudos na alimentação de ruminantes sob o ponto de vista econômico e nutricional (MORAIS et al., 2007). Há grande variedade de ingredientes alternativos para formulação de rações para cordeiros em substituição aos convencionais milho e farelo de soja, sempre com o intuito de reduzir os custos com alimentação e de ser uma alternativa de acordo com as oscilações de preço dos ingredientes no mercado. Dentre os alternativos, a polpa cítrica peletizada vem sendo empregada como substituta ao milho na dieta de cordeiros (HENRIQUE et al., 2003).

O interesse em manipular a qualidade das carnes tem crescido nos últimos anos, principalmente com relação à composição química da carne em gordura, proteína e colesterol, além do padrão de ácidos graxos da gordura intramuscular (WOOD et al., 2003). Nesse sentido, a inclusão de ingredientes fontes de lipídios como os grãos de girassol e a gordura protegida vêm sendo estudados. Além da modificação da formulação de dietas, o manejo alimentar de restrição nutricional seguido pelo ganho compensatório também pode corroborar nas modificações do produto final, a carne.

Objetivaram-se avaliar dietas contendo grãos de girassol ou gordura protegida e do ganho compensatório sobre o desempenho, as características do corpo, da carcaça, da carne e os parâmetros sanguíneos de cordeiros confinados.

Metodologia

O experimento foi realizado na Unidade Animal de Estudos Digestivos e Metabólicos do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Unesp, Campus de Jaboticabal, SP.

Foram utilizados 36 ovinos machos da raça Santa Inês, não castrados, com idade média de 108 + 6,1 dias e peso médio de 18,7 + 2,5 kg. Os cordeiros foram alojados num galpão coberto, em baias individuais providas por comedouros individuais e bebedouros a cada dois animais, sobre cama de bagaço de cana que foi trocada periodicamente. Utilizou-se delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial

(3 dietas x 2 manejos de alimentação). Fez-se uma aplicação anti-helmíntica e outra de vitamina ADE quando se iniciou o período de adaptação à dieta e instalação que teve duração de 21 dias, a partir dos quais teve inicio a coleta de dados.

A Tabela 1 apresenta a composição química dos ingredientes e dos concentrados. O feno de Tifton-85, triturado em partículas de aproximadamente 5 cm, foi fornecido numa relação volumoso: concentrado de 18:82. O volumoso e o concentrado foram misturados diariamente pela manhã, parcelados em duas refeições diárias (8 e 16 horas). Como se pode observar nas Tabelas 1, a dieta controle foi formulada para conter teores normais de extrato etéreo, mas as dietas grãos de girassol e gordura protegida foram formuladas para conterem teores elevados desse nutreinte.

Tabela 1. Composições porcentual e químico-bromatológica das dietas (% MS) Dieta

Porcentual

Controle Grãos de girassol Gordura protegida

Feno Tifton-85 18,0 18,0 18,0 Polpa cítrica 35,5 29,5 28,5 Levedura de cana 14,0 14,0 14,0 Casca de soja 8,0 8,0 8,0 Farelo de girassol 24,0 15,0 24,0 Grãos de girassol - 15,0 - Gordura protegida® - - 7,0 Mistura mineral1 0,5 0,5 0,5 Químico-bromatológica Matéria seca 90,1 90,2 90,3 Proteína bruta 19,4 18,1 18,7 Extrato etéreo 2,6 6,4 7,1

Fibra em detergente neutro 49,3 51,4 51,2

Matéria mineral 5,5 5,2 7,2

®

Lacto-Plus; 1Níveis de garantia por kg: 50 g de P; 150 g de Ca; 195 g de Na; 20 mg de Co; 190 mg de Cu; 40 mg de Iodo; 14500 mg de Mn; 7 mg de Se; 2000 mg de Zn e 500 mg de F;

O ganho compensatório foi avaliado nos cordeiros que passaram pelo período de restrição alimentar (MR) em comparação aos que não passaram (MA) por período de restrição. Os períodos tiveram 21 dias de duração cada um. Primeiramente, no período inicial do confinamento os 36 cordeiros consumiram alimento á vontade. Na seqüência,

o período de restrição alimentar foi imposto a 18 cordeiros, sendo 6 por dieta, que passaram a consumir 30% menos matéria seca, diariamente, por mais 21 dias, sem alteração da relação volumoso:concentrado da dieta. A restrição foi fixada em relação ao consumo apresentado na semana que antecedeu esse período para cada dieta. No período seguinte ao de restrição foi denominado de realimentação, onde os cordeiros voltam a receber alimento à vontade.

Foi realizada uma avaliação do desempenho (ganho de peso, do consumo de matéria seca e da conversão de alimento) dos cordeiros em cada período de 21 dias (inicial, restrição e realimentação) e outra avaliação do desempenho até o abate.

O ganho compensatório foi determinado utilizando-se a fórmula: C(%) = 100 x (A- B)/A, em que C = compensação em porcentagem, ou seja, quando C = 100%, o peso perdido durante a restrição foi recuperado totalmente durante a realimentação; A = diferença entre o peso corporal dos animais em restrição e dos animais controle ao final do período de restrição; B = diferença entre o peso corporal dos animais que sofreram restrição e dos animais controle ao final do período de ganho compensatório (WILSON & OSBOURN, 1960).

Diariamente, pela manhã retiravam-se as sobras para pesagem, verificando se havia pelo menos 15% de sobras, o que caracterizou o consumo à vontade, o qual foi expresso em g/dia, g/kg de peso metabólico (g/kg PM) e em porcentagem do peso corporal (%PC). A cada 21 dias os cordeiros foram pesados pela manhã, sem jejum, devido à natureza da dieta e ao manejo de restrição alimentar e posterior ganho compensatório, determinando o ganho em peso e a conversão alimentar.

Nas amostras das dietas experimentais foram determinados os teores de matéria seca, proteína bruta, matéria mineral, fibra em detergente neutro conforme metodologias descritas por SILVA & QUEIROZ (2002). Porém, para determinação do extrato etéreo utilizou-se a metodologia de extração ácida (Método 922.06 da AOAC, 1995).

As seguintes medidas biométricas (SEARLE et al., 1989; YÁÑEZ et al., 2004) foram realizadas no corpo dos cordeiros pré-abate: altura da cernelha (distância entre a região da cernelha e a extremidade distal do membro anterior) e altura do vazio subesternal

(distância entre o solo e o esterno), obtidas com uso de uma régua ovimétrica; profundidade torácica (diferença entre a altura de cernelha e a altura do vazio), comprimento corporal (distância entre a articulação cérvico-torácica e a base da cauda na primeira articulação intercoccígea) e perímetro torácico (perímetro tomando-se como base o esterno e a cernelha), medidos com fita métrica; e largura da garupa (distância entre os trocânteres maiores dos fêmures) e do ombro (distância entre as faces laterais das articulações escápulo-umerais), determinada com o uso de um compasso.

A condição corporal foi estimada de acordo com RUSSEL et al. (1969) e RIBEIRO et al. (2003) e consistiu na palpação da região dorsal da coluna vertebral, verificando-se a quantidade de gordura e músculo no ângulo formado pelos processos dorsais e transversos, atribuindo-se nota de 1 a 5 + 0,5, em que 1 representa um animal muito magro e 5, um animal muito gordo.

Foram realizadas coletas de sangue pela manhã, antes da alimentação, diretamente na jugular dos cordeiros. Foram feitas duas coletas: uma ao final da restrição alimentar e outra no ganho compensatório (final da primeira semana de realimentação). O sangue foi centrifugado e no plasma foram realizadas análises de uréia e de colesterol pelo método colorimétrico utilizando Kits comerciais no Laboratório de Análises Clínicas da FCAV/Unesp, Campus de Jaboticabal.

Os cordeiros foram abatidos com peso corporal médio de 32,5 + 2,4 kg, após jejum de 16 horas de dieta sólida. Foram insensibilizados por eletro narcose, pendurados de cabeça para baixo e cortadas suas jugulares, objetivando a sangria total. Foram quantificados os subprodutos do abate: sangue, pele, trato gastrintestinal (TGI) vazio e seu conteúdo, aparelho reprodutor com bexiga, baço, fígado, coração, aparelho respiratório com traquéia, rins, cabeça e extremidades dos membros, depósitos adiposos (gorduras perirrenal, omental, inguinal e pélvica) e foram estimadas suas porcentagens em relação ao peso corporal ao abate. Em seguida, foi determinado o peso do corpo vazio, subtraindo o conteúdo do trato gastrintestinal do peso corporal ao abate (MARQUES, 2003). O rendimento verdadeiro foi estimado pela relação entre o peso da carcaça quente e o peso do corpo vazio.

Terminada a evisceração, as carcaças foram pesadas (peso da carcaça quente) e transferidas para câmara fria a 4ºC por 24 horas, penduradas pelos tendões do Gastrocnêmio. Ao final desse período, a carcaça fria foi pesada, calculando-se o rendimento comercial (relação entre o peso da carcaça fria e o peso corporal ao abate) e a perda de peso por resfriamento (relação entre o peso da carcaça fria e da carcaça quente). Posteriormente, de acordo com SANTELLO et al. (2006), as seguintes medidas foram obtidas: comprimento da perna, comprimento interno da carcaça, largura da garupa, perímetro da garupa e profundidade do tórax, além dos índices de compacidade da carcaça (peso carcaça fria/comprimento interno) e da perna (largura da garupa/comprimento da perna).

Na porção dorsal do músculo Longissimus lumborum, na altura da 13ª vértebra torácica, foram efetuadas mensurações para cálculo da área de olho de lombo, conforme SILVA SOBRINHO (1999).

Coletou-se uma amostra do lombo, no qual se retirou toda gordura subcutânea, no intuito de analisar o teor de gordura intramuscular e de colesterol.

As amostras do músculo Longissimus lumborum foram liofilizadas durante 72 horas, para determinação da matéria seca, proteína bruta, lipídios totais e matéria mineral (SILVA & QUEIROZ, 2002).

O teor de colesterol total foi quantificado em cromatógrafo a gás, e sua identificação por comparação com padrões da Sigma® (AL HASANI et al., 1993).

Foram realizadas análises de variância dos dados e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey (p <0,05).

Resultados

Não houve efeito (P>0,05) da interação manejo x dieta sobre os tratamentos, portanto são apresentados somente os efeitos principais.

Desempenho parcial no confinamento

Na Tabela 3 são apresentados os pesos e suas alterações, o ganho diário e a conversão alimentar dos cordeiros no período inicial e de realimentação.

O peso corporal dos cordeiros ao final do período de realimentação (P63) foi semelhante (p>0,05) entre os tratamentos, mostrando que houve o ganho compensatório e compensação total, pois o peso que deixaram de ganhar no período de restrição se recuperou na realimentação.

Tabela 3. Pesos ao inicio (PI), aos 42 dias (P42) e aos 63 dias (P63) de confinamento e ganho de peso (GP e GP) e conversão de alimento (CA e CA) nos períodos inicial e de realimentação Manejo Dieta Item MA MR DC DGG DGP CV (%) PI (kg) 18,1 19,3 18,4 19,6 18,1 13,1 P42 (kg) 27,8 a 25,3 b 26,0 28,1 25,5 13,9 P63 (kg) 31,2 31,1 30,9 32,9 29,7 15,3 GPInicial Kg 5,1 5,1 5,0 ab 5,9 a 4,4 b 19,9 g/dia 243,3 242,8 240,8 ab 280,1 a 208,3 b 19,9 GPRealimentação Kg 3,4 b 5,8 a 4,8 4,8 4,2 36,4 g/dia 186,5 b 277,7 a 245,3 248,1 201,9 45,4 CAInicial 3,5 3,8 3,6 3,4 3,9 15,1 CARealimentação 6,0 b 3,73 a 4,6 5,2 4,8 41,9

Médias seguidas por letras diferentes na linha diferem pelo teste de Tukey (p<0,05); CV = coeficiente de variação; MA = manejo de alimentação à vontade; MR = manejo de alimentação restrita; DC = dieta controle; DGG = dieta grãos de girassol; DGP = dieta gordura protegida

Houve efeito do manejo sobre o ganho no período de realimentação, pois cordeiros que passaram por restrição alimentar ganharam 5,8 kg, enquanto, o que não passaram por restrição, foi de 3,4 kg. Sendo assim, o ganho diário e a conversão no período de realimentação foram influenciados pelo manejo (p<0,05), favorecendo o manejo de restrição alimentar.

Na Figura 3 é possível verificar que o manejo alterou o padrão de crescimento dos cordeiros, visualizados nas equações negativas para o manejo sem restrição e positiva para os do manejo com restrição.

y = -0,1487x2 + 1,851x + 24,647 R2 = 0,9783 y = 0,0734x2 + 1,2723x + 22,978 R2 = 0,9834 24,0 26,0 28,0 30,0 32,0 0 1 2 3 4 realimentação (semanas) pe s o c or po ral ( k g)

Figura 3. Peso corporal de cordeiros do manejo à vontade (–––) e do manejo restrição (---) durante o período de realimentação

O peso corporal dos cordeiros ao início do confinamento foi semelhante entre os tratamentos, com média de 18,7 + 2,4 kg. Depois de decorridos 21 dias do período inicial do confinamento, no qual todos os cordeiros receberam alimentação à vontade, o peso corporal se elevou para 23,8 + 2,9 kg, sem diferença entre os tratamentos (p>0,05). No entanto, a alteração de peso inicial foi maior (p<0,05) para os cordeiros recebendo a dieta grãos de girassol (5,9 kg) em comparação aos da dieta controle (5,0 kg) e gordura protegida (4,4 kg). Da mesma forma, o ganho de peso diário de 280 g dos cordeiros da dieta grãos de girassol foi superior (p<0,05) aos 208 g dos da dieta gordura protegida, mas ambos não diferiram dos 240 g dos cordeiros da dieta controle. A conversão alimentar inicial não apresentou diferença entre os tratamentos, com média de 3,6.

No período de realimentação a oferta de alimento retornou à vontade para aqueles do manejo restrição, e o desempenho de ganho compensatório foi avaliado por mais 21 dias de confinamento.

A Figura 4 representa a curva de crescimento dos cordeiros em função das dietas, na qual é possível observar o crescimento mais acentuado pelos cordeiros da dieta grãos de girassol, seguidos pelos da dieta controle e gordura protegida. A curva tem início ainda na fase adaptação dos animais que durou 3 semanas.

16 20 24 28 32 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Tempo de confinamento (semanas)

P e s o c o rp o ra l (k g )

Figura 4. Curva de peso corporal de cordeiros recebendo dietas controle (---) , grãos de girassol (–––) e gordura protegida (– – –)

Durante o período de restrição alimentar de 21 dias, os cordeiros do tratamento de manejo de restrição receberam aproximadamente 30% menos alimento que os do manejo sem restrição de alimento. O manejo de restrição alterou (p<0,05) o ganho de peso que passou a ser de 50 g/dia. Assim o peso corporal ao final do período de restrição (P42) apresentou efeito (p<0,05) de manejo alimentar, sendo de 27,8 kg para os cordeiros do manejo sem restrição, contra 25,3 kg dos cordeiros com manejo de restrição.

Consumos parciais no confinamento

O consumo de matéria seca expresso em kg/dia, g/kg PM e %PC nos períodos inicial, de restrição e de realimentação são apresentados na Tabela 4. O consumo de matéria seca de 3,7% do peso corporal dos cordeiros que receberam gordura protegida não diferiu estatisticamente dos consumos de 4,0 e 4,1% dos cordeiros que receberam grãos de girassol e controle, respectivamente.

Durante o período de restrição alimentar o consumo dos cordeiros do manejo restrição foi reduzido em 30% em relação ao consumo daqueles sem restrição. O consumo dos cordeiros sem restrição foi de 3,9% do peso corporal em relação aos que estavam em restrição de 2,7% do peso corporal.

Tabela 4. Consumo diário de matéria seca expressos em g, g/kg PM e % PC e total (kg) de cordeiros nos sub-períodos do confinamento

Manejo Dieta Sub-período MA MR DC DGG DGP CV (%) 864,9 904,7 910,8 950,6 793,0 18,5 Inicial 84,7 86,3 88,2 88,0 80,3 11,8 3,9 3,9 4,1 4,0 3,7 10,1 1043,5 a 658,8 b 873,1 880,0 800,2 22,7 Restrição 88,6 a 59,6 b 75,8 73,9 72,5 15,7 3,9 a 2,7 b 3,4 3,2 3,3 14,0 1015,2 1012,5 1070,5 1043,6 927,6 18,2 Realimentação 78,6 79,8 82,7 79,7 75,2 10,5 3,3 3,4 3,5 3,4 3,2 8,2 Total, kg 61,4 a 54,1 b 59,9 60,4 52,9 18,5

Médias seguidas por letras diferentes na linha diferem pelo teste de Tukey (p<0,05); CV = coeficiente de variação; MA = manejo de alimentação à vontade; MR = manejo de alimentação restrita; DC = dieta controle; DGG = dieta grãos de girassol; DGP = dieta gordura protegida

No período de realimentação o consumo não diferiu (p>0,05) entre os tratamentos. Os cordeiros apresentaram consumo médio de 3,3% PC diariamente, variando de 3,1 para dieta gordura protegida, até 3,5 a 3,6 para as dietas grãos de girassol e controle.

Ao somar os consumos dos animais em cada período (inicial, restrição e realimentação) verifica-se que houve redução significativa de 11,8% no consumo dos cordeiros que passaram por restrição alimentar.

Desempenho e consumo total no confinamento

São apresentados na Tabela 5 os dados de desempenho, no período total do confinamento, de cordeiros dos tratamentos controle, grãos de girassol e gordura protegida, passando por dois manejos, com ou sem ganho compensatório.

A idade dos cordeiros ao entrarem no confinamento foi de 108 dias e ao abate por volta de 184 dias, resultando num tempo de confinamento de 76 + 15 dias, valores que não foram modificados (p>0,05) pelos tratamentos. Foi observado efeito do manejo (p<0,05) sobre o ganho em peso total. O manejo restrição promoveu 13,8 kg de ganho em peso total, enquanto, o manejo sem restrição propiciou 15,3 kg. O ganho diário assim como, a conversão alimentar também apresentaram redução (p<0,05) para os cordeiros do manejo restrição, sendo o ganho de peso diário de 183 vs 219 g e a

conversão de 5,3 vs 4,8 para os do manejo restrição e sem restrição, respectivamente. O consumo total de alimento, o consumo diário e a conversão alimentar não foram influenciados pelas dietas, apresentando valores médios de 72 kg, 981g e 5,0 respectivamente.

Características corporais

O peso corporal no momento do abate não diferiu (p>0,05) entre os tratamentos, com valor médio de 32,5 kg, assim como a maioria das mediadas realizadas no corpo dos cordeiros no abate (Tabela 6).

O comprimento corporal, o perímetro torácico, a altura na cernelha, a largura do ombro, a largura da garupa e a profundidade, respectivamente, apresentaram valores médios em centímetros de 60,2; 72,7; 65,2; 19,3; 20,8; 29,8. O índice de compacidade corporal foi de 0,54 kg/cm e a nota de condição corporal foi de 2,7. A altura na garupa apresentou efeito da dieta (p<0,05) e foram os cordeiros que consumiram a dieta controle os que apresentaram maior altura na garupa (67,6 cm), seguidos dos da dieta grãos de girassol (65,9 cm) e gordura protegida (64,8 cm).

Tabela 5. Desempenho de cordeiros confinados consumindo dietas sem ou com inclusão de lipídio submetidos ou não a período de restrição alimentar

Manejo Dieta Item

MA MR DC DGG DGP

CV (%) Idade inicial (dias) 109 107 106 109 109 5,9

Idade final (dias) 183 186 182 181 191 8,7

Tempo de confinamento (dias) 73 78 74 72 81 20,0 Ganho em peso total (kg) 15,3 a 13,8 b 14,9 14,3 14,5 11,0 Consumo total (kg) 72,8 71,8 72,4 72,1 72,3 12,8 Ganho diário (g/dia) 218,8 a 183,2 b 209,7 208,3 185,1 24,5 Conversão alimentar total 4,8 a 5,3 b 4,9 5,1 5,1 15,8

Médias seguidas por letras diferentes na linha diferem pelo teste de Tukey (p<0,05); CV = coeficiente de variação; MA = manejo de alimentação à vontade; MR = manejo de alimentação restrita; DC = dieta controle; DGG = dieta grãos de girassol; DGP = dieta gordura protegida

Tabela 6. Avaliação corporal “in vivo” de cordeiros confinados Manejo Dieta Medida (cm) MA MR DC DGG DGP CV (%) Peso corporal ao abate (kg) 32,6 32,4 32,4 33,2 32,0 7,6 Condição Corporal (1-5) 2,7 2,6 2,7 2,8 2,5 19,5 Comprimento Corporal 59,9 60,5 60,9 59,9 59,9 4,5 Perímetro torácico 73,0 72,4 72,8 73,3 72,0 3,2 Profundidade 29,7 29,9 29,4 29,7 30,4 5,0 Altura na cernelha 65,0 65,5 65,6 65,4 64,7 3,1 Altura na garupa 65,7 66,5 67,6 a 65,9 ab 64,8 b 3,2 Largura no ombro 19,3 19,2 18,9 19,8 19,0 7,1 Largura na garupa 21,1 20,6 20,8 20,8 20,9 8,0 Compacidade corporal (kg/cm) 0,54 0,54 0,53 0,56 0,53 9,6

Médias seguidas por letras diferentes na linha diferem pelo teste de Tukey (p<0,05); CV = coeficiente de variação; MA = manejo de alimentação à vontade; MR = manejo de alimentação restrita; DC = dieta controle; DGG = dieta grãos de girassol; DGP = dieta gordura protegida

Características da carcaça

Não foram encontradas diferenças (p>0,05) entre os tratamentos para os pesos do corpo vazio (28,4 kg), da carcaça quente (15,5 kg), da carcaça fria (15,1 kg) e para as

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