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Grão de girassol ou gordura protegida na dieta com alto concentrado e o ganho compensatório para cordeiros

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FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

CÂMPUS DE JABOTICABAL

     

GRÃOS DE GIRASSOL OU GORDURA PROTEGIDA NA DIETA

COM ALTO CONCENTRADO E O GANHO COMPENSATÓRIO

PARA CORDEIROS CONFINADOS



  

Antonio Carlos Homem Junior

Zootecnista

    

JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL Abril de 2008

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FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

CAMPUS DE JABOTICABAL

GRÃOS DE GIRASSOL OU GORDURA PROTEGIDA NA DIETA

COM ALTO CONCENTRADO E O GANHO COMPENSATÓRIO

PARA CORDEIROS CONFINADOS

Antonio Carlos Homem Junior

Orientadora: Prof

a

. Dr

a

. Jane Maria Bertocco Ezequiel

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp, Campus de Jaboticabal, como parte das exigências para obtenção do Título de Mestre em Zootecnia.

JABOTICABAL – SP. Abril de 2008

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DADOS CURRICULARES DO AUTOR

ANTONIO CARLOS HOMEM JUNIOR – nascido na cidade interiorana paulista de

Ilha Solteira, no dia 26 de novembro de 1980, filho de Antonio Carlos Homem e Maurícia Aparecida Biscola Homem. Iniciou em 2001 o curso de graduação em Zootecnia na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Unesp, Campus de Jaboticabal, onde foi bolsista de iniciação cientifica do CNPq e defendeu trabalho de graduação sob orientação do Profo. Dro. Américo Garcia da Silva Sobrinho. Obteve título de Zootecnista em agosto de 2005 e a partir de então trabalhou como bolsista Apoio Técnico – CNPq em projeto coordenado pela Profa. Dr a. Jane Maria Betocco Ezequiel, da qual foi orientado, após ingressar no Programa de Pós-graduação em Zootecnia da FCAV, Unesp, campus de Jaboticabal.

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Aos meus pais Carlinhos e Maurícia e irmãos

Rafael e Daniel

OFEREÇO

A minha esposa Marisa e aos meus filhos

Gabriel e Mateus

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AGRADECIMENTOS

A Profa. Dra. Jane Maria Bertocco Ezequiel pela orientação e ensinamentos.

Aos professores Alexandre Amstaldem Morais Sampaio, Américo Garcia da Silva Sobrinho pelas sugestões neste trabalho.

As professoras Telma Teresinha Berchielli pelas armações das baias de confinamento, e a Rose Mary Laís Galati pela ajuda na construção deste trabalho.

Ao professor José Carlos Barbosa pelas análises estatísticas.

A professora Isabelle Auxiliadora Molina de Almeida Teixeira por disponibilizar as gaiolas de metabolismo e a sala de abate.

As professoras Margarete Camargo e Rita de Cássia Panizzi pelo liofilizador.

A minha família, pela presença e incentivo sempre, em especial aos meus irmãos pela ajuda na montagem das instalações do confinamento.

Ao Renato Trevizoli pela ajuda na confecção dos cochos de alimentação.

Aos funcionários Dejair, João, Carlinhos e Ferrari, Sandra, Osvaldo e Helinho da Fabrica de rações.

A Jacira Aldrovandi que realizou a cirurgia de canulação nos ovinos. Ao criador de ovinos Sr. Ademir Veronezi

A FCAV pela oportunidade e estrutura. A Capes pela bolsa de estudos.

A Fapesp pelo auxílio à pesquisa. A Caramuru Alimentos.

A Dalquim Indústria e comércio – Lacto-Plus.

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SUMÁRIO

Página

CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS...

Introdução... Revisão da Literatura... Objetivos... Referências...

CAPÍTULO 2 – GRÃOS DE GIRASSOL OU GORDURA NA DIETA COM ALTO CONCENTRADO PARA CORDEIROS: DIGESTIBILIDADE DOS NUTRIENTES E BALANÇO NITROGENADO... Resumo... Introdução... Metodologia... Resultados... Discussão... Conclusões... Referências...

CAPÍTULO 3 – GRÃOS DE GIRASSOL OU GORDURA PROTEGIDA NA DIETA COM ALTO CONCENTRADO PARA OVINOS: FERMENTAÇÃO

RUMINAL... Resumo... Introdução... Metodologia... Resultados... Discussão... Conclusões... Referências...

CAPÍTULO 4 – GRÃOS DE GIRASSOL OU GORDURA PROTEGIDA NA DIETA COM ALTO CONCENTRADO E O GANHO COMPENSATÓRIO PARA

CORDEIROS CONFINADOS: DESEMPENHO, CARACTERÍSTICAS

DA CARCAÇA E PARÂMETROS SANGUÍNEOS...

Resumo... Introdução... Metodologia... Resultados... Discussão... Conclusões... Referências... 01 01 02 07 08 13 13 14 15 17 19 22 22 25 25 26 27 30 41 45 45 50 50 51 52 56 68 74 74

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GRÃOS DE GIRASSOL OU GORDURA PROTEGIDA NA DIETA COM ALTO CONCENTRADO E O GANHO COMPENATÓRIO PARA CORDEIROS CONFINADOS

RESUMO – Foi estudada a inclusão de lipídios advindos dos grãos de girassol ou da

gordura protegida em dietas com alto concentrado para cordeiros sobre a digestibilidade dos nutrientes e o balanço nitrogenado. Foram utilizados 12 cordeiros com peso médio de 25 kg distribuídos em delineamento inteiramente casualizado (DIC), onde foram coletadas totalmente as excretas. A fermentação ruminal foi realizada utilizando seis ovinos, com peso médio de 30 kg, canulados no rúmen, distribuídos em delineamento quadrado latino duplo com três dietas e três períodos, nos quais foram amostrados conteúdos e realizadas incubações ruminais para avaliação do pH, amônia, ácidos graxos voláteis, massa microbiana e degradabilidade dos ingredientes. O desempenho em confinamento com ganho compensatório foi realizado utilizando 36 cordeiros, com peso médio de 18 kg, distribuídos num DIC em esquema fatorial 3 dietas e 2 manejos de alimentação. Não foram observados efeitos da dieta sobre a digestibilidade da matéria seca (67,3%), proteína bruta (72,1%) carboidratos totais (60,9%) e carboidratos não fibrosos (93,7%), assim como para o balanço nitrogenado, apresentando valores médios 36,1 g/dia para ingestão, de 17,5 g/dia para retenção e relação retido/absorvido de 66,9%. Não houve diferenças entre as dietas para a concentração ruminal de amônia (18 mg/dL), pH (6,1), produção total (98 mM), proporções molares de acetato (66,4%), propionato (20%) e butirato (13%) e para razão acetato:propionato (3,2:1). Durante o período inicial do confinamento o ganho de peso foi superior (p<0,05) para aqueles consumindo a ração grãos de girassol (280 g/d) em relação aos da gordura protegida (208 g/d), mas sem diferença (p>0,05) do controle (240 g/d). Os cordeiros em ganho compensatório ganharam mais (277,7 vs 186,5 g/d) e apresentaram melhor (p<0,05) conversão alimentar (3,73 vs 6,0) que os do manejo à vontade, mas sem diferença (p>0,05) no consumo de matéria seca. O total consumido até o final da realimentação revelou uma economia de 11% no consumo de matéria seca de cordeiros que passaram por restrição. No entanto, ao analisar o desempenho

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até o abate, o manejo restrição prejudicou o ganho de peso diário, assim como, a conversão alimentar, mas não o tempo de confinamento e o consumo total de matéria seca. O teor de colesterol no músculo Longissimus lumborum foi superior para aqueles alimentados com as dietas controle (36,8 mg/100g) e grãos de girassol (37,9 mg/100g) em relação aos da dieta gordura protegida (26,5 mg/100g). As dietas de alto concentrado podem conter grãos de girassol ou gordura protegida sem prejudicar a digestibilidade, o balanço nitrogenado e a fermentação ruminal. O ganho compensatório melhorou o desempenho durante o período de realimentação, mas seu efeito durou até a terceira semana de realimentação, pois analisando até o abate houve prejuízos sobre estes parâmetros.

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SUNFLOWER GRAINS OR PROTECTED FAT IN A HIGH CONCENTRATED DIET AND COMPENSATORY GAIN FOR FEEDLOT LAMBS

ABSTRACT – One evaluated the inclusion of lipids from either the sunflower grains

or protected fat in high-concentrated diets for lambs on nutrients digestibility and nitrogen balance. 12 lambs were used (average weight of 25 kg) in randomly assigned design, were totally collected excrete. The fermentation ruminal was accomplished using six sheep (average weight of 30 kg) with fistula in the rumen, distributed in double Latin Square design with three diets and three periods, were sample contents and ruminal incubations for evaluation of pH, ammonia, short chain fat acids, microbial mass and ingredients degradability. The performance in feedlot with compensatory gain was achieve using 36 lambs (average weight of 18 kg), were randomly assigned in factorial scheme (3 diets X 2 feeding handlings). One could not associate any effects of the diet with the dry matter digestibility (67.3%), crude protein digestibility (72.1%), total carbohydrates (60.9%) and no fiber carbohydrate (93.7%), as well as for nitrogen balance, that results in an average nitrogen intake value of 36.1 g/day, retention value of 17.5 g/day and a 66.9% retained/absorbed relation. There were no significant differences among the diets for ruminal ammonium concentration (18 mg/dL), pH (6.1), total production short chain fat acids (98 mM), acetate molar proportion (66.4%), propionate (20%) and butyrate (13%) and neither for the acetate:propionate ratio (3.2:1). During the initial feedlot period, the weight gain was superior (p<0.05) when the animals were fed the sunflower grains ration (280 g/day) in relation when they were fed protected fat ration (208 g/day), no apparent difference (p>0.05) was detected in comparison to the control diet (240 g/day). The lambs imposed the compensatory gain gained more (277.7 vs 186.5 g/day) and showed a more efficient (p<0.05) feed conversion (3.73 vs 6.0) in comparison to the restriction less handling regimen, though no difference was found for the dry matter consumption (p>0.05). The overall consumption at the end realimentation period revealed an 11% saving in the dry matter intake for the lambs that went trough restriction. However, by analyzing the dry matter consumption up to slaughter, one realized that the food restriction handling harmed the daily weight gain as

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well as the fed conversion, but neither the feedlot period nor the total dry matter consumption. The cholesterol levels in the meat were superior in those lambs fed the control diets (36.8 mg/100g) and the sunflower grains-based diets (37.9 mg/100g) in relation to the protected fat diet (26.5 mg/100g). The high concentrated diets may contain sunflower grians or protected fat and not harm the digestibility, nitrogen balance and ruminal fermentation. The compensatory gain improved performance during the period of realimentation, but these results lasted until the third week of realimentation since when observed up to the slaughtering time, one observed lost regarding these parameters.

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CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS Introdução

A ovinocultura de corte em sistemas intensivos de produção encontra obstáculos em relação à alimentação, um dos aspectos mais importantes na produção de carne. A nutrição e o manejo alimentar estão entre os principais fatores responsáveis pelo aumento da produtividade ovina, refletindo na rentabilidade dos sistemas (CARVALHO & SIQUEIRA, 2001). Para obtenção de êxito nestes sistemas, é imprescindível o aprofundamento no segmento nutricional, determinando as interações existentes entre os níveis nutricionais e as respostas fisiológicas que modificam a composição corporal e a conversão alimentar, com finalidade de aproveitar toda potencialidade produtiva dos animais a um custo de produção adequado (GERASSEV et al., 2006).

A qualidade da carne ovina está associada ao ganho de peso dos animais nas diferentes fases da sua vida. Os atributos que servem para indicar qualidade da carcaça e da carne variam em função da alimentação utilizada durante a terminação dos animais. O efeito do ganho compensatório tem substancial importância econômica no sistema produtivo, podendo diminuir os custos com alimentação, devido as melhores conversões alimentares (KAMALZADEH et al., 1997), e modificar o desenvolvimento do animal e a composição da carcaça (ALLINGHAN et al., 1998). Segundo RYAN (1990) os animais podem apresentar quatro tipos de respostas após período de restrição alimentar: compensação total, compensação parcial, não compensação e redução do peso a maturidade.

Redução na ingestão de lipídios ricos em colesterol e ácidos graxos saturados e aumento no consumo de ácidos graxos mono e polinsaturados, atualmente é indicado na nutrição humana a fim de reduzir os riscos de obesidade, câncer e doenças cardiovasculares (JAKOBSEN, 1999). Manipulando-se ácidos graxos polinsaturados na dieta de ruminantes, aumenta-se a relação ácidos graxos polinsaturados:saturados + trans-monoinsaturados na carne, estes últimos considerados prejudiciais à saúde (GEAY et al., 2001).

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Revisão da Literatura

Fermentação ruminal e digestibilidade dos nutrientes

O aumento da densidade energética da ração obtida pela suplementação com lipídio é uma estratégia nutricional que pode ser utilizada no confinamento, com vantagens de não apresentar os inconvenientes distúrbios metabólicos digestivos causados por dietas com alta proporção em grãos, ricas em amido. Entretanto parecem limitações dessa aplicação, as evidências de que a adição de lipídeos possa agir negativamente sobre a fermentação ruminal, diminuindo a digestão da fibra e o consumo de matéria seca (VARGAS et al., 2002).

IVAN et al. (2003) adicionaram grãos de girassol na dieta de ovinos e constataram reduções na concentração de amônia ruminal e do número de protozoários, sem significantes efeitos sobre a concentração de ácidos graxos de cadeia curta.

HADDAD & YOUNIS (2004) relataram que a digestibilidade dos nutrientes se elevou devido à adição de lipídio protegida à dieta de ovinos em crescimento alimentados com alta proporção de concentrado (80%). A fibra em detergente neutro apresentou coeficiente de digestibilidade de 63,3% para dieta sem inclusão de lipídeo, 73,8 e 74,1% para as dietas com inclusão de 2,5 e 5% de lipídeo protegido, respectivamente.

Estudando fontes de óleo vegetal na dieta de cordeiros em confinamento, YAMAMOTO et al. (2005) não detectaram diferenças na digestibilidade da fibra em detergente neutro. O coeficiente de digestibilidade total da matéria seca (76,02%) da dieta sem adição de óleo foi superior ao da dieta contendo óleo de linhaça (72,11%), embora não tenha diferido das dietas contendo óleos de soja e canola. O coeficiente de digestibilidade do extrato etéreo foi menor na dieta controle (84,02%), enquanto, nas demais dietas o valor médio foi de 91,98%.

O uso de óleos em rações para ruminantes apresentou efeitos desejáveis como inibição da produção de metano, redução da concentração de amônia ruminal (MANTEROLA et al., 2001) e aumento na eficiência de síntese microbiana. Por outro lado, o óleo apresentou efeito indesejável como redução na digestibilidade da matéria seca. Aumento do pH ruminal e redução do consumo de matéria seca em 20% foram relatados por VARGAS et al. (2002).

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BEAULIEU et al. (2002), suplementando dieta de alta proporção de concentrado com 2,5, 5 e 7,5% de óleo de soja, verificaram não haver efeito sobre o pH ruminal ou a concentração de ácidos graxos de cadeia curta. A inclusão de 5% de óleo de soja na dieta de ovelhas contendo casca de soja substituindo o milho elevou o teor de extrato etéreo para 8,9%, reduziu a digestibilidade da proteína bruta, mas sem alterar a da fibra em detergente neutro (ZERVAS et al., 1998).

A inclusão de lecitina ou óleo de milho na dieta de ovinos recebendo 56% de concentrado reduziu a degradabilidade ruminal da matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente ácido e a concentração dos ácidos graxos de cadeia curta totais, embora não houvesse efeito sobre o coeficiente de digestibilidade no trato total. Ambas fontes de extrato etéreo reduziram a concentração de amônia ruminal e a proporção de butirato, aumentaram a proporção de propionato e a passagem de nitrogênio dietético ao duodeno, sem alteração no total de ácidos graxos de cadeia curta e na razão acetato:propionato do conteúdo ruminal (JENKINS & FOTOUHI, 1990).

VALINOTE et al. (2006) relataram que o caroço de algodão ou a gordura protegida não causaram efeito deletério na proporção de ácidos graxos de cadeia curta no rúmen de novilhos recebendo 80% de concentrado na dieta com teor de extrato etéreo de 9,6%, embora houvesse redução na degradabilidade da fibra detergente neutro da fonte volumosa.

Confinamento de cordeiros

Diversos autores recomendam a terminação dos cordeiros em confinamento, com o objetivo de obter ganhos de peso e qualidade de carcaças superiores, maior controle dos fatores que determinam um produto de melhor qualidade, que alcance o peso ideal de abate em um espaço menor de tempo (MACEDO, 1995; SIQUEIRA, 1996; GARCIA et al., 2001; VERÍSSIMO et al., 2002). O uso de dietas de alto valor energético contendo polpa cítrica desidratada em substituição ao milho possibilita a obtenção de elevados índices de ganho de peso em cordeiros (BUENO et al., 2004). A formulação da ração com alta concentração de nutrientes deve maximizar o desempenho animal e a conversão alimentar, além de ser economicamente viável (MARQUES, 2003). A dieta

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de custo mínimo, em sistema de confinamento, muitas vezes é de alta proporção de concentrado (SUSIN, 2001).

A utilização de lipídios na dieta de confinamento dos ruminantes pode trazer benefícios, principalmente devido à sua alta densidade energética com baixo incremento calórico, superando assim as limitações do suplemento em situações de alta demanda de energia, tais como ovinos jovens confinados. Alimentos como os grãos de girassol, grãos de soja, amendoim e outros contribuem para elevar os teores protéicos e energéticos da ração, além de incrementarem os valores de fibras, vantagens que o milho não proporciona (ROGÉRIO et al., 2004).

Existem várias fontes de lipídios que podem ser utilizadas na dieta dos ruminantes, citando-se desde o óleo de soja (VARGAS et al., 2002) até lipídios de origem vegetal ou animal protegidas comercialmente (HIGHTSHOE et al., 1991) e grãos inteiros de oleaginosas (TALAVERA et al., 1985; VALINOTE et al., 2005). No entanto, não há um senso comum quanto aos efeitos destas fontes de energia na dieta de ovinos confinados.

Desempenho e ganho compensatório

Quando o objetivo é produção de carne, uma das formas utilizadas para a avaliação do desempenho dos animais, antes do abate, é a medição do consumo de alimentos, do ganho de peso em determinado período de tempo e da conversão de alimentos ingeridos em ganho de peso. Os dados de desempenho antes do abate são importantes para auxiliar o produtor na escolha do momento adequado para o abate associado ao custo de produção (MACEDO, 1998; PILAR et al., 2003). Além de a gordura excessiva ser uma característica indesejável na carne, a partir do instante em que sua deposição começa se acentuar, concomitantemente a conversão alimentar dos animais começa a piorar (ESPEJO & COLOMER-ROCHER, 1972; SIQUEIRA et al., 2001).

O consumo de matéria seca se elevou quando KITESSA et al. (2001) incluíram 3% de óleo de Tuna protegido, mas a inclusão do óleo não protegido diminuiu o consumo comparado ao controle. Porém, HADDAD & YOUNIS (2004), trabalhando com dieta de alto concentrado (80%) contendo 0; 2,5 e 5,0% de gordura protegida para cordeiros em

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confinamento, verificaram redução no consumo de matéria seca (986, 901 e 845 g/dia, para 0; 2,5 e 5,0% de gordura protegida, respectivamente), refletindo sobre o menor consumo dos outros nutrientes: proteína bruta, fibras em detergentes neutro e ácido, com exceção do consumo de extrato etéreo que aumentou de 21 para 59 e 67g/dia. Não houve efeito significativo sobre o ganho de peso (média de 201,4g/dia) e conversão alimentar (média de 4,69).

O desempenho de cordeiros não foi influenciado pela inclusão de óleos de soja e canola às dietas de alto concentrado, apresentando ganhos diários de 297, 272, 262 g, e conversões alimentares de 3,50; 3,57 e 3,89, respectivamente para o grupo sem adição de óleo (controle), ou com adição de óleo de soja ou de canola. No entanto a dieta que continha óleo de linhaça apresentou menor ganho de peso (245 g/dia). A inclusão de fontes vegetais de óleo não afetou a ingestão de matéria seca e a conversão alimentar dos cordeiros (YAMAMOTO et al., 2005).

BOLTE et al. (2002), alimentando cordeiros com dietas isoprotéicas e isoenergéticas, contendo grãos de girassol variedades com alto teor de ácido oléico ou ácido linoleico, substituindo a polpa de beterraba peletizada, elevaram o teor de extrato etéreo das dietas de 1,6 (dieta controle) para 6,8%. Não houve efeito sobre o consumo de matéria seca (1,45 kg/dia), ganho de peso (184 g/dia) e eficiência alimentar (126 g ganho peso corporal/kg alimento consumido).

A alimentação é o principal componente do custo de produção em sistemas intensivos de criação. Dentre as alternativas no campo da nutrição animal, a restrição alimentar constitui uma ferramenta interessante para se alcançar respostas positivas na economicidade de produção de carne. Além disso, a exploração do ganho compensatório durante a fase de crescimento acelerado dos animais pode influenciar no final do processo produtivo, as características da carcaça e, consequentemente, a qualidade da carne (ARRIGONI, 1995).

A restrição alimentar reduz a quantidade de gordura corporal, principalmente de depósitos gastrintestinais (gorduras omental e perirrenal). Aumentos na deposição de proteína em relação à gordura, redução nas exigências de manutenção e aumento no

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consumo são mecanismos que contribuem para o ganho compensatório dos ovinos (RYAN et al., 1993).

Características da carcaça

Sabe-se que o peso e a idade ideal de abate variam muito entre as raças ovinas e são fundamentais para a qualidade da carne produzida, pois quanto mais velho o animal, maior será o teor de lipídios e menor o de proteína em sua carcaça (MACEDO et al., 2000). O peso ideal de abate é aquele que determina uma quantidade uniforme de gordura subcutânea e a máxima proporção de músculos adequados ao mercado consumidor (OSÓRIO, 1992; BUENO et al., 2000).

A espécie ovina apresenta rendimentos de carcaça que variam de 40 a 50%, sendo influenciados por fatores intrínsecos (raça, sexo, condição corporal e peso ao abate) e extrínsecos (manejo alimentar e sistema de terminação). O rendimento comercial, obtido pela relação peso da carcaça fria/peso vivo ao abate, é um importante indicador da disponibilidade de carne ao consumidor (SILVA SOBRINHO, 2001).

Os músculos de maturidade tardia representam melhor o desenvolvimento do tecido muscular, sendo indicado à utilização do Longissimus lumborum, por ter amadurecimento tardio e ser de fácil mensuração (SAINZ, 1996).

A quebra por resfriamento expressa a diferença de peso encontrada após o resfriamento da carcaça, estando em função, principalmente da quantidade de gordura de cobertura e da perda de umidade na carcaça. A gordura é o componente da carcaça que apresenta maior variação, influenciada principalmente pelo sistema de terminação. É preciso um mínimo de espessura de gordura (2 a 5 mm) para proteção da carcaça, minimizar a perda de água e as queimaduras originadas pelo processo de congelamento e conservação. Portanto carcaças pobres em gordura apresentam maior quebra por resfriamento (SANTOS, 1999; MACEDO et al., 2000).

Manipulação da qualidade da carne

De acordo com BRIGGS & SCHWEIGERT (1990), a carne ovina apresenta valores médios de 65% de umidade, 28% de proteína, 7% de extrato etéreo, 1,1% de matéria

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mineral, menos de 1% de carboidratos na forma de glicogênio e 80 mg de colesterol/100g de carne. Dentre os lipídios encontrados nos tecidos animais, o colesterol é o esteróide mais enfatizado, por ser causador de cardiopatia e aterosclerose.

MACEDO (2003), testando níveis de inclusão de grãos de girassol na dieta de cordeiros, observou efeito linear significativo na diminuição de ácidos graxos saturados e no aumento dos ácidos graxos oléico e linoléico. Esta resposta revelou a importância da dieta como manipulador do perfil de ácidos graxos da carne, favorecendo os insaturados, condição esta favorável à saúde do consumidor de carne ovina.

Cordeiros consumindo dieta com alto teor de ácido linoléico apresentaram maior concentração de ácidos graxos polinsaturados no tecido muscular e adiposo do que cordeiros consumindo dieta com alto teor de ácido oléico (BOLTE et al., 2002).

OBJETIVOS

Avaliar nutricionalmente a inclusão de grãos de girassol ou a gordura protegida na dieta de alto concentrado para ovinos quanto aos parâmetros de:

• Produções e composições das bactérias líquido-associadas e sólido-aderidas, produção de ácidos graxos de cadeia curta e pH e amônia ruminal.

• Degradabilidade ruminal da matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta e fibra em detergente neutro dos ingredientes;

• Digestibilidade total da matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta, extrato etéreo, fibra em detergente neutro, carboidratos totais, carboidratos não fibrosos e balanço de nitrogênio;

Estudar os efeitos do ganho compensatório de cordeiros alimentados com dietas contendo grãos de girassol ou gordura protegida sobre os parâmetros de:

• Consumo de matéria seca, ganho de peso e conversão alimentar; • Rendimentos de carcaça e subprodutos do abate;

• Perda no resfriamento;

• Espessura de gordura subcutânea, área de olho de lombo, teor de colesterol e composição centesimal do músculo Longisimus lumborum.

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REFERÊNCIAS

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(Doutorado em Zootecnia) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal, 1995.

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CAPÍTULO 2 - GRÃOS DE GIRASSOL OU GORDURA PROTEGIDA NA DIETA DE ALTO CONCENTRADO PARA CORDEIROS: DIGESTIBILIDADE DOS NUTRIENTES E BALANÇO NITROGENADO

Grãos de Girassol ou Gordura Protegida na Dieta de Alto Concentrado para Cordeiros: Digestibilidade dos Nutrientes e Balanço Nitrogenado

RESUMO – O presente trabalho foi conduzido na Unidade Animal de Estudos

Digestivos e Metabólicos da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Campus de Jaboticabal, SP – Brasil. Utilizaram-se 12 cordeiros, com peso corporal médio de 25 kg, alojados individualmente em gaiolas de metabolismo, distribuídos num delineamento inteiramente casualizado com três tratamentos e quatro repetições. Os animais receberam dietas sem inclusão de lipídio ou com inclusão de grãos de girassol e gordura protegida. Avaliaram-se os consumos e os coeficientes de digestibilidade aparente da meteria seca e dos nutrientes e o balanço nitrogenado pela metodologia de coleta total de excretas. Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (p<0,05). O consumo de matéria seca não foi influenciado pelas dietas com valores de 1337, 1188 e 1276 g/d, porém o consumo de carboidrato não fibroso foi maior para aqueles da dieta controle (302 g/dia) em relação aos da dieta grãos de girassol (177 g/dia) ou gordura protegida (190 g/dia). Não foram observados efeitos da inclusão de grãos de girassol ou gordura protegida na dieta sobre os coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca (67,3%), proteína bruta (72,1%) carboidratos totais (60,9%) e carboidratos não fibrosos (93,7%). O balanço nitrogenado não foi alterado pelas dietas, apresentando valores médios de ingestão de 36,1 g/dia, retenção de 17,5 g/dia e relação nitrogênio retido/absorvido de 66,9%. Portanto, os ingredientes grãos de girassol ou gordura protegida podem ser incluídos elevando o teor de extrato etéreo de dieta com alta proporção de concentrado sem modificações no aproveitamento dos nutrientes.

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Introdução

O sistema intensivo adotado na terminação de cordeiros com dietas contendo elevada concentração energética pode diminuir o tempo necessário para os animais atingirem o peso de abate, minimizando os problemas sanitários de infestação por parasitos. Por outro lado, este tipo de sistema eleva o custo total de produção, principalmente com alimentação, exigindo material genético de elevado potencial de crescimento para reduzir ao máximo o tempo de permanência no confinamento (YAMAMOTO et al., 2005).

Diversos alimentos podem ser utilizados para formular rações que atendam os requerimentos dos animais, no entanto, a procura por alimentos que sejam viáveis economicamente, sem deixar de atender os requisitos mínimos de desempenho produtivo são buscados frequentemente pelos nutricionistas, entre os quais se destacam os grãos oleaginosos. Eles são as fontes de lipídios mais usados na dieta animal por proporcionarem alta densidade energética em substituição aos carboidratos rapidamente fermentáveis, viabilizando a fermentação ruminal e a digestão da fibra que podem ser comprometidas devido a problemas de acidose ruminal comum em dietas com alta proporção de milho (TEIXEIRA & BORGES, 2005).

Em muitos experimentos em que a gordura é adicionada à dieta de ruminantes, seja para aumentar o valor energético ou para baratear o custo da ração, observa-se, geralmente, redução na digestibilidade da parede celular, porém, este comportamento pode variar principalmente em função da fonte de gordura suplementar (COPPOCK & WILKS, 1991; VILLAÇA et al., 1999).

Atualmente a manipulação da qualidade da carne através da alimentação dos animais é objetivo de muitas pesquisas em nutrição animal, e nesse sentido, a inclusão de ingredientes que sejam fontes de lipídios como os grãos de girassol e a gordura protegida são empregados para modificarem o padrão de ácidos graxos da dieta, além de ser fontes de energia.

Os objetivos deste trabalho foram avaliar a digestibilidade aparente da matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta, extrato etéreo, fibra em detergente neutro,

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carboidratos totais e carboidratos não fibrosos e o balanço nitrogenado de dietas contendo, ou não, grãos de girassol ou gordura protegida.

Metodologia

O experimento foi realizado na Unidade Animal de Estudos Digestivos e Metabólicos do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Unesp, Campus de Jaboticabal, SP.

As dietas com elevada proporção de concentrado foram formuladas para testar a inclusão de ingredientes fontes de lipídios, elevando o teor de extrato etéreo. A dieta controle não continha inclusão de fonte de lipídio e apresentou teor convencional de extrato etéreo. A dieta grãos de girassol conteve alto teor de extrato etéreo advindo dos grãos de girassol, e a dieta gordura protegida, apresentou alto teor de extrato etéreo advindo da gordura protegida (Tabela 1). Os animais receberam alimento à vontade, com pelo menos 15% de sobras, estabelecendo relação volumoso:concentrado de 18:82 dividido em duas refeições diárias, ás 8 e 16 horas. O volumoso utilizado foi o feno de Tifton-85 fornecido triturado em partículas de aproximadamente 5 cm misturado com o concentrado.

Doze cordeiros da raça Santa Inês, não castrados, com peso corporal médio de 25 kg, foram distribuídos num delineamento inteiramente casualizado composto por três tratamentos e quatro repetições. Após período de 21 dias de adaptação dos animais às dietas e às gaiolas de metabolismo, iniciaram-se as coletas.

Os coeficientes de digestibilidade aparente foram estimados através do método de coleta total de fezes por cinco dias utilizando a fórmula: DX (%) = (X consumido – X fezes) / X consumido x 100. Diariamente foram coletadas e pesadas sobras de alimento e as fezes de cada animal, e amostras de 10% foram compondo a amostra dos cinco dias de coleta. Nessas amostras de fezes e sobras, assim como no volumoso e no concentrado foram realizadas análises de matéria seca, matéria orgânica, proteína

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bruta e fibra em detergente neutro de acordo com metodologias descritas por SILVA & QUEIROZ (2002).

Tabela 1. Composições porcentual e químico-bromatológica das dietas (% MS) Dieta

Porcentual

Controle Grãos de girassol Gordura protegida

Feno Tifton-85 18,0 18,0 18,0 Polpa cítrica 35,5 29,5 28,5 Levedura de cana 14,0 14,0 14,0 Casca de soja 8,0 8,0 8,0 Farelo de girassol 24,0 15,0 24,0 Grãos de girassol - 15,0 - Gordura protegida® - - 7,0 Mistura mineral1 0,5 0,5 0,5 Químico-bromatológica Matéria seca 90,1 90,2 90,3 Proteína bruta 19,4 18,1 18,7 Extrato etéreo 2,6 6,4 7,1

Fibra em detergente neutro 49,3 51,4 51,2

Matéria mineral 5,5 5,2 7,2

®

Lacto-Plus; 1Níveis de garantia por kg: 50 g de P; 150 g de Ca; 195 g de Na; 20 mg de Co; 190 mg de Cu; 40 mg de Iodo; 14500 mg de Mn; 7 mg de Se; 2000 mg de Zn e 500 mg de F;

A análise de extrato etéreo foi realizada para todas as dietas segundo a metodologia de extração ácida (Método 922.06 da AOAC, 1995), pois, na gordura protegida não foi possível determinar o extrato etéreo pelo método convencional.

Os carboidratos totais (CT), carboidratos não fibrosos (CNF) e os nutrientes digestíveis totais (NDT) foram calculados através das fórmulas:

%CT=100 - (%PB + %EE + %MM) %CNF = %CT - %FDN

NDT= PBD + FDND + CNFD + (2,25 x EED), onde PD = proteína bruta digestível, FDND = fibra em detergente neutro digestível, CNFD = carboidratos não fibrosos digestíveis e EED = extrato etéreo digestível. (SNIFFEN et al., 1992).

Concomitantemente à digestibilidade, foi coletada totalmente a urina em baldes plásticos contendo 10 mL de solução ácida (50% HCl) para prevenir a volatilização do

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nitrogênio, e medido seu volume, amostrando 10% do volume total diário, formando amostras compostas de cada animal ao final do quinto dia de coleta, nas quais foram feitas análises de densidade e nitrogênio, estimando o balanço aparente de nitrogênio (BN), calculado pelas seguintes fórmulas, e expresso em g/dia:

BN ou N retido = N ingerido – (N fezes + N urina), N absorvido = N ingerido – N fezes e

N ingerido = N ofertado – N sobras.

A eficiência de utilização do nitrogênio foi estimada pelas seguintes fórmulas: N retido (% ingerido) = N retido / N ingerido x 100

N retido (% absorvido) = N retido / N absorvido x 100.

Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (p<0,05).

Resultados

O consumo e o coeficiente de digestibilidade dos nutrientes são apresentados na Tabela 3. Não foram observadas diferenças (p>0,05) para o consumo de matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta e fibra em detergente neutro.

No entanto, o consumo de extrato etéreo, carboidratos totais e carboidratos não fibrosos foram alterados (p<0,05) pela dieta. O consumo de extrato etéreo pelos cordeiros do tratamento gordura protegida foi superior ao dos grãos de girassol, e este por sua vez superior ao do controle, conseqüência da composição da dieta.

Cordeiros recebendo a dieta controle consumiram mais carboidratos totais que os da dieta grãos de girassol, mas ambos não diferiram (p>0,05) do consumo pelos da dieta gordura protegida. Os carboidratos não fibrosos foram menos consumidos (p<0,05) pelos cordeiros dos tratamentos grãos de girassol e gordura protegida em relação aos do controle, devido ao menor teor desse nutriente nas dietas contendo inclusão de lipídio.

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Os coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca e dos nutrientes não foram influenciados (p>0,05) pelos tratamentos. O valor médio obtido para digestibilidade da matéria seca e matéria orgânica foi de 67%, e para proteína bruta e carboidratos totais foram de 72 e 60% respectivamente.

Os nutrientes digestíveis totais da dieta grão de girassol foi 8% inferior (p>0,05) aos das dietas controle e gordura protegida, isto pode ter ocorrido devido aos menores consumos de carboidratos não fibrosos, somado aos de proteína bruta e fibra em detergente neutro, acumulando a diferença obtida.

Tabela 3. Médias e coeficiente de variação dos consumos e das digestibilidade de dietas sem inclusão ou com inclusão de fontes de lipídios para cordeiros

Dieta Nutriente

Controle Grãos de girassol Gordura protegida

CV (%) Consumo, g/dia Matéria seca 1337,1 1188,4 1276,8 9,4 Matéria orgânica 1140,5 1021,6 1072,9 9,3 Proteína bruta 238,9 217,3 220,4 10,7 Extrato etéreo1 38,2 c 85,8 b 95,9 a 7,3

Fibra detergente neutro 670,6 620,7 664,0 9,3

Carboidratos totais 860,0 a 679,0 b 739,0 ab 12,7 Carboidratos não fibrosos 302,4 a 177,4 b 190,1 b 14,9

Digestibilidade, %

Matéria seca 67,8 67,7 66,5 5,6

Matéria orgânica 67,9 67,8 67,6 5,5

Proteína bruta 71,7 73,9 70,6 5,2

Extrato etéreo 76,8 83,8 86,8 7,5

Fibra detergente neutro 39,9 39,2 42,3 13,5

Carboidratos não fibrosos 94,7 93,0 93,3 2,7

Carboidratos totais 63,2 58,9 60,7 7,0

Nutrientes digestíveis totais2 79,5 73,1 80,2 13,4

a,b,cLetras diferentes na linha diferem pelo pelo teste de Tukey (p<0,05); CV (%) = coeficiente de

variação; 1Análise pelo método de extração ácida; 2Nutrientes digestíveis totais calculados.

Na Tabela 4 são apresentados os dados referentes ao metabolismo nitrogenado de cordeiros confinados recebendo dietas sem inclusão de lipídios (controle) e com inclusão de grãos de girassol ou gordura protegida.

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Não foram observadas diferenças (p>0,05) no metabolismo nitrogenado dos cordeiros. Diariamente, em média, foi ingerido 36,1 g de nitrogênio, dos quais 26,0 g foram absorvidos e 10,0 g excretados nas fezes, enquanto, 8,4 g, na urina. Portanto, a retenção de nitrogênio foi de 17,6 g/dia, ou seja, 48,4% do nitrogênio consumido, ou 66,9% do nitrogênio absorvido foi retido.

Discussão

Na literatura as dietas de terminação para o confinamento de cordeiros são compostas basicamente por ingredientes como milho e farelo de soja, dos quais já se conhece bem as características nutricionais, e seus elevados valores de digestibilidade. No entanto quando se empregam alimentos alternativos como a polpa cítrica peletizada e o farelo de girassol, dos quais pouco se conhece sobre seus efeitos numa dieta e menos ainda com inclusão de lipídios na forma de grãos de girassol ou gordura protegida, pode ocorrer interações entre os ingredientes melhorando ou não o valor nutritivo das dietas.

A semelhança encontrada no aproveitamento dos nutrientes entre as dietas contendo ou não adição de lipídio na forma de grãos de girassol ou gordura protegida valida a inclusão destes ingredientes na formulação de rações para cordeiros Tabela 4. Médias e coeficientes de variação do metabolismo nitrogenado de cordeiros

recebendo dietas sem inclusão ou com inclusão de fontes de lipídios Dieta

Nitrogênio (g/dia)

Controle Grãos de

girassol Gordura protegida

CV (%) Ingerido 38,2 34,8 35,3 10,7 Absorvido 27,4 25,7 24,9 13,8 Fecal 10,8 9,0 10,3 12,8 Urinário 8,3 9,8 7,2 25,2 Retido 19,1 15,9 17,7 24,4 Retido (% ingerido) 49,7 45,7 49,7 18,2 Retido (% absorvido) 69,3 61,8 69,7 14,4 CV = coeficiente de variação

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recebendo dietas com alta proporção de concentrado. RAMANA REDDY et al. (2003) testaram uma dieta sem inclusão de lipídio e dietas com inclusão de 5,0; 10,0 e 15,0% de gordura protegida e verificaram que a inclusão de lipídio não alterou a ingestão de matéria seca assim como a digestibilidade dos nutrientes.

KUCUK et al. (2004) adicionaram óleo de soja até o nível de 9,0% na dieta de ovinos com consumo limitado e não detectaram modificações adversas na digestibilidade dos nutrientes. HADDAD & YOUNIS (2004) relataram aumento na digestibilidade dos nutrientes de dietas com inclusão de 2,5 ou 5,0% gordura protegida, com valores de digestibilidade da matéria seca foi de 76,1% para cordeiros consumindo gordura protegida, porém, a do controle, foi de 65,0%. YAMAMOTO et al. (2005) relataram que a inclusão de óleo de linhaça reduziu a digestibilidade da matéria seca de 76 para 72%. Foram observados aumentos na digestibilidade do extrato etéreo das dietas onde se adicionou fontes lipídicas, resultados esperados, pois a concentração deste nutriente é aumentada devido à inclusão das fontes. Fato este que foi observado por diversos autores ao elevarem a concentração de lipídios na dieta (MACHMULLER & KREUZER, 1999; RAMANA REDDY et al., 2003; YAMAMOTO et al., 2005; SILVA et al., 2007b).

SILVA et al. (2007a) adicionaram fontes lipídicas (óleo de soja, gordura protegida e grãos de soja) a uma dieta controle e verificaram aumento na digestibilidade do extrato etéreo que passou de 68,6% da dieta controle para 85,4% da dieta com inclusão de gordura protegida.

Há relatos que ao incluir lipídio á dieta de ruminantes há redução no aproveitamento da proteína, no entanto, neste trabalho não foram observados efeitos sobre a digestibilidade da proteína. Porém, SILVA et al. (2007b) verificaram que lipídios protegidos reduziram a digestibilidade da matéria orgânica (78,9 vs 74,0%) e da proteína (84,2 vs 78,4%). Mas YAMAMOTO et al. (2005) não observaram efeito sobre o aproveitamento da proteína (80%), da mesma forma que o da fibra em detergente neutro (38%) e dos carboidratos não fibrosos (95%).

O teor de carboidratos não fibrosos foi menor nas dietas com inclusão de lipídio, porém, não refletiu no aproveitamento destes nutrientes, apresentando elevada digestibilidade. Segundo SILVA et al. (2007a), ao incluírem fontes de lipídios à dieta

(31)

verificaram que a digestibilidade dos carboidratos totais, da fibra em detergente neutro e dos carboidratos não fibrosos não modificaram.

A polpa cítrica apresenta alto teor de pectina a qual se comporta como um carboidrato não fibroso que lhe confere elevado valor energético. Segundo HENRIQUE et al. (2003) ao substituir o milho pela polpa cítrica em dietas de alto concentrado (80%) para cordeiros, verificaram aumentos no consumo de alimento, na digestibilidade da proteína, da fibra em detergente neutro e do metabolismo de nitrogênio. SILVA et al. (2007b) mencionaram que os lipídios protegidos são bons substitutos dos carboidratos fermentáveis quando o objetivo é elevar a densidade energética das dietas, mesmo que a sua inclusão reduza a digestibilidade da matéria orgânica (78,9 vs 74,0%), da proteína (84,2 vs 78,4%), da fibra (68,1 vs 62,9), dos carboidratos não fibrosos (79,6 vs 71,9%) e dos carboidratos totais (78,9 vs 73,2%).

MACHMÜLLER et al. (2000) relataram que a digestibilidade da matéria orgânica reduziu (70,8 para 65,2%) assim como a da fibra em detergente neutro (52,6 para 41,7%) de uma dieta controle para uma dieta com inclusão de grãos de girassol. No entanto, BETT et al. (1999) ao adicionarem grãos de canola na dieta de ovinos, verificaram que a digestibilidade da fibra em detergente neutro passou de 46,8 para 60,1%, possivelmente pelo melhor aproveitamento da fibra desta oleaginosa.

MACHMULLER & KREUZER (1999) adicionaram 3,5 ou 7,0% de óleo à dieta de ovinos e não encontraram efeitos deletérios sobre o aproveitamento da matéria seca e da fibra.

Os resultados de ingestão (36,1 g/dia) assim como de retenção de nitrogênio (17,6 g/dia) foram maiores que os relatados por TRIPATHI et al. (2007) ao testarem níveis de concentrado, verificaram que o balanço de nitrogênio aumentou em função do aumento de concentrado na dieta, e mostraram valores de ingestão de nitrogênio de 23,9 e retenção de 12,2 g/dia e aproveitamentos de 51 e 72,9%, respectivamente, em relação ao ingerido e ao absorvido para cordeiros recebendo concentrado numa proporção de 80% da dieta.

MOURO et al. (2006) ao testarem fontes de carboidrato e ionóforo em dietas contendo óleo de soja para ovinos, citaram que os carboidratos não fibrosos são

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prontamente disponíveis para os microrganismos ruminais, garantindo energia para o aproveitamento do nitrogênio disponível. Relataram ausência de efeito sobre a ingestão (34 g/dia) e retenção de nitrogênio variando de 11,8 a 13,5 g/dia. A retenção foi menor que as obtidas neste trabalho, talvez, devido à categoria animal, pois se sabe que animais adultos terão retenções de nitrogênio menores que animais jovens em crescimento.

MACHMÜLLER et al. (2006) verificaram que não houve efeito sobre o metabolismo nitrogenado da inclusão de fontes de lipídios que elevou o extrato etéreo da dieta de 3,1% para 5,7% e 5,9% respectivamente, para as dietas controle, gordura protegida ou grãos de girassol, obtiveram valores de nitrogênio na urina de 7,5, 6,9 e 8,3 g/dia, semelhantes aos desta pesquisa (8,4 g/dia).

URANO (2005) incluiu grãos de soja na dieta de cordeiros Santa Inês nos níveis de 0, 7, 14 e 21% e não verificou alterações na retenção de nitrogênio, relatando valores de 15,6 a 17,6 g/dia e consumos de 33,9 a 37,8 g/dia, valores semelhantes ao obtidos neste trabalho.

Conclusões

A inclusão de grãos de girassol ou gordura protegida elevando o extrato etéreo das dietas com alta proporção de concentrado para cordeiros é possível sem alterações sobre a digestibilidade dos nutrientes e o balanço nitrogenado.

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CAPÍTULO 3 - GRÃOS DE GIRASSOL OU GORDURA PROTEGIDA NA DIETA DE ALTO CONCENTRADO PARA OVINOS: FERMENTAÇÃO RUMINAL

Grãos de Girassol ou Gordura Protegida na Dieta de Alto Concentrado para Ovinos: Fermentação Ruminal

RESUMO – Seis ovinos machos, não castrados, da raça Santa Inês, com peso

corporal médio de 30 kg, fistulados no rúmen com cânula permanente, foram distribuído num delineamento quadrado-latino duplo, sendo três tratamentos e três períodos. Avaliou-se o pH, nitrogênio amoniacal, os ácidos graxos de cadeia curta, a massa microbiana e a degradabilidade dos ingredientes de três dietas, uma controle, sem inclusão de lipídio, e as outras com inclusão de grãos de girassol e gordura protegida. Não foram verificadas diferenças significativas entre os tratamentos para as concentrações ruminais de amônia (18 mg/dL) e os valores de pH (6,1), assim como, para a produção de ácidos graxos de cadeia curta totais (98 mM), proporção de acetato (66,4%), propionato (20%) e butirato (13%) e na razão acetato:propionato (3,2:1). A produção das bactérias líquido-associadas não foi alterada pelas dietas com valores de 1663,0 e 187,4 mg/L de matéria orgânica e nitrogênio, no entanto o teor de matéria orgânica foi menor para dieta com gordura protegida (79,9%) e o teor de nitrogênio foi menor para dieta com grãos de girassol (10,5%). As bactérias sólido-aderidas isoladas do conteúdo ruminal de ovinos recebendo a dieta controle apresentaram maior teor de nitrogênio (10,7%) que os da dieta com gordura protegia (9,8%) ou grãos de girassol (9,1%). A produção de nitrogênio de bactérias sólido-aderidas foi maior para o controle em relação à dos grãos de girassol, mas sem diferir da gordura protegida, com valores de 170, 153 e 160 mg/kg, respectivamente. Os parâmetros de degradabilidade da matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta e fibra em detergente neutro da casca de soja, do feno de Tifton-85, do farelo de girassol e da polpa cítrica não foram influenciados pelas dietas. A inclusão de grãos de girassol ou gordura protegida na dieta com elevada proporção de concentrado para ovinos pode ser realizada sem prejuízos sobre os parâmetros de fermentação ruminal.

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Palavras-chave: ácidos graxos de cadeia curta, bactérias ruminais, degradabilidade,

lipídios, ovinos

Introdução

A fermentação ruminal é resultado das atividades físicas e microbiológicas que transformam os componentes da dieta em produtos úteis (ácidos graxos de cadeia curta, proteína microbiana e vitaminas do complexo B), inúteis (gases metano e carbônico) ou até mesmo nocivos para o hospedeiro (amônia e nitrato).

À exceção dos grãos, a maioria dos alimentos utilizados no arraçoamento de ruminantes contém baixas proporções de lipídios, com valores que variam de 1 a 4% da MS (VAN SOEST, 1994). PALMQUIST & JENKINS (1980) sugeriram que a inclusão dos lipídios em dietas para ruminantes seja limitada em até 5% da MS total, visto que os microrganismos ruminais não possuem mecanismos fisiológicos para digeri-los tão eficientemente como o fazem para os carboidratos e as proteínas.

O mecanismo pelo qual a gordura interfere com a fermentação microbiana não está totalmente claro. Sugere-se um efeito tóxico dos ácidos graxos de cadeia longa sobre as bactérias ruminais, inibindo a digestão da fibra, ou, pela formação de uma capa protetora sobre as partículas dos alimentos, prejudicando a aderência e colonização dos microrganismos (LÓPEZ & LÓPEZ, 2005).

A presença de lipídios insaturados em rações pode proporcionar efeitos desejáveis, como inibição da produção de metano e amônia no rúmen e aumento na eficiência de síntese microbiana (VAN NEVEL & DEMEYER, 1988; HARFOOT & HAZLEWOOD, 1997; MACHMÜLLER & KREUZER, 1999). Esses lipídios estimulam as bactérias ruminais produtoras de propionato, causando, conseqüentemente, decréscimo na razão acetato:propionato e na produção de metano (RICHARDSON et al., 1984; CHALUPA et al., 1986). O aumento da proporção molar de propionato é provocado pelo acréscimo da produção e pela concomitante redução da produção de acetato e butirato (VAN NEVEL & DEMEYER, 1988).

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Suplementos lipídios denominados gorduras protegidas têm sido desenvolvidos com o intuito de aumentar a concentração energética das dietas, com mínima interferência na fermentação ruminal. Os lipídios protegidos são degradados no rúmen em pequena proporção e, após hidrólise no abomaso, seus ácidos graxos podem ser absorvidos, reduzindo os efeitos negativos sobre a fermentação da fibra (GONZALEZ et al., 1998).

O pH ruminal está diretamente relacionado com os produtos finais da fermentação e também com a taxa de crescimento dos microrganismos ruminais. Segundo ORSKOV (1986), o abaixamento do pH ruminal ocorre, principalmente, após a ingestão de alimentos, especialmente concentrados, devido à sua rápida taxa de fermentação.

MEHREZ et al. (1977) afirmaram que o máximo de atividade fermentativa ruminal é obtido quando o nitrogênio amoniacal alcança valores entre 19 e 23 mg de N-NH3/dL de líquido ruminal. Já VAN SOEST (1994) citou como nível ótimo 10 mg de N-NH3/dL. Todavia, este valor não deve ser considerado como um número fixo, devido à capacidade de síntese de proteína e captação de amônia pelas bactérias depender da taxa de fermentação dos carboidratos.

Objetivou-se avaliar o pH, a amônia, os ácidos graxos de cadeia curta, a produção e composição das bactérias ruminais líquido-associadas e sólido-aderidas e a degradabilidade dos ingredientes de dietas com alto concentrado adicionadas ou não de grãos de girassol e gordura protegida.

Metodologia

O experimento foi realizado na Unidade Animal de Estudos Digestivos e Metabólicos do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Unesp, Campus de Jaboticabal, SP.

Seis ovinos machos, não castrados, da raça Santa Inês, com peso corporal médio de 30 kg, fistulados no rúmen com cânula permanente, foram distribuído num delineamento quadrado-latino duplo, sendo três dietas e três períodos. Os animais foram alojados em baias individuais, onde receberam alimentação á vontade (pelo

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menos 15% de sobras) dividida em duas refeições diárias ás 8 e 16 horas. A relação volumoso:concentrado da dieta foi de 18:82, tendo como volumoso o feno de Tifton-85 triturado em partículas de aproximadamente 5 cm. Na Tabela 1 constam as composições porcentual e bromatológica das dietas. As análises químico-bromatológicas foram realizadas segundo metodologias descritas por SILVA & QUEIROZ, 2002.

Tabela 1. Composições porcentual e químico-bromatológica das dietas (% MS) Dieta

Porcentual

Controle Grãos de girassol Gordura protegida

Feno Tifton-85 18,0 18,0 18,0 Polpa cítrica 35,5 29,5 28,5 Levedura de cana 14,0 14,0 14,0 Casca de soja 8,0 8,0 8,0 Farelo de girassol 24,0 15,0 24,0 Grãos de girassol - 15,0 - Gordura protegida® - - 7,0 Mistura mineral1 0,5 0,5 0,5 Químico-bromatológica Matéria seca 90,1 90,2 90,3 Proteína bruta 19,4 18,1 18,7 Extrato etéreo* 2,6 6,4 7,1

Fibra em detergente neutro 49,3 51,4 51,2

Matéria mineral 5,5 5,2 7,2

®

Lacto-Plus; 1Níveis de garantia por kg: 50 g de P; 150 g de Ca; 195 g de Na; 20 mg de Co; 190 mg de Cu; 40 mg de Iodo; 14500 mg de Mn; 7 mg de Se; 2000 mg de Zn e 500 mg de F; *Extrato etéreo ácido

Manualmente foram retiradas amostras de conteúdo ruminal nos tempos 0, 2, 5 e 8 horas após a alimentação. Em camadas de pano fino (fraldas) foi separada a fase líquida da fase sólida do conteúdo ruminal para separação e quantificação de bactérias associadas ao líquido e bactérias sólido-aderidas de acordo com metodologia adaptada de MARTIN et al. (1994). Não foi possível obter o isolamento dos protozoários do conteúdo ruminal, possivelmente, pela elevada proporção de concentrado ou pelo teor de extrato etéreo na dieta.

Após obtenção do líquido do rúmen conforme citado à cima, determinou-se o pH utilizando peagômetro de mesa e quantificou-se a concentração de amônia. A amônia

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(N-NH3) foi quantificada através da destilação de 2ml de líquido ruminal em Kjeldahl,

utilizando KOH 2M e titulação com ácido clorídrico 0,005 M segundo metodologia utilizada por VIEIRA (1980).

Foram congeladas 100 mL de amostras do líquido para posteriormente quantificação dos ácidos graxos de cadeia curta acético, propiônico, butírico e total. As amostras foram descongeladas em geladeira antes de realizar as análises. Os ácidos graxos de cadeia curta foram determinados por cromatografia gasosa. Foi centrifugado 1 mililitro por 15 minutos a 10.000 rpm e coletou-se o sobrenadante, onde se adicionou ácido fórmico numa proporção de 4/1 e seguiu-se injetando 1 uL no cromatógafo.

Foram realizadas incubações ruminais dos ingredientes nos tempos 3, 6, 12 e 24 horas para polpa cítrica, 3, 6, 12, 24, 48 e 72 horas para a casca de soja e o farelo de girassol, e 6, 12, 24, 48 e 72 horas para o feno. Foram utilizados sacos de náilon com dimensões de 5 x 14 cm, e poros de 50 micrômetros, contendo 3 g de amostra para o feno e 5 g para os outros ingredientes. O número de sacos por incubação foi de no máximo 12 sacos por rúmen. Foram estimadas as degradações potenciais e efetivas dos nutrientes (MEHREZ & ØRSKOV, 1977; ØRSKOV & McDONALD,1979):

DP = a + b (1 – e-kdt) sendo: DP = degradação potencial do componente nutritivo, em porcentagem; a = kd = taxa de degradação em porcentagem por hora; t = tempo de incubação, em horas; a = fração solúvel, em porcentagem; b = fração insolúvel potencialmente degradável, em porcentagem; a + b = potencial de digestão do componente nutritivo.

DE = a + b (kd / Kd+kp), sendo: DE = degradabilidade efetiva em porcentagem; kp = taxa estimada da passagem dos sólidos no rúmen (2, 5 e 8%/h) das frações nutritivas (AFRC, 1993); a, b e Kd as mesmas constantes da equação anteriormente citada.

Ao final de cada tempo de incubação, os sacos contendo os resíduos de incubação dos ingredientes foram imediatamente inseridos num recipiente com água e gelo, por cerca de 20 min, como forma de se cessar a atividade microbiana. Em seguida, foram colocados em uma bacia com água para se proceder ao enxágüe, trocando-se constantemente a água e agitando-se constantemente os sacos com movimentos

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circulares das mãos por um tempo de 30 min. Posteriormente os sacos foram colocados em estufa com ventilação forçada por 72 horas a 55oC. Houve também o tempo 0 h (zero hora) para determinação da fração solúvel, cujos sacos não foram incubados no rúmen, mas enxaguados em água corrente. A fração indegradável (C) foi aquela que porcentagem residual no maior tempo de incubação. A fração B foi obtida pela fórmula: B = 100 – (A + C). Nos resíduos secos de incubação e de solubilidade e nos ingredientes casca de soja, feno, farelo de girassol e polpa cítrica foram feitas análise de matéria seca a 105ºC, matéria mineral, proteína bruta e fibra em detergente neutro. De acordo com a fórmula QIX – QRX/QIX x 100 estimou-se a porção degradável em cada tempo de incubação, onde QI = quantidade incubada; QR = quantidade residual; X = pode ser a MS, MO, PB ou FDN.

Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (p<0,05).

Resultados

Nitrogênio amoniacal, pH e ácidos graxos de cadeia curta

Em todos os tempos as dietas com inclusão de fonte lipídica apresentaram concentrações de amônia acima da curva da dieta controle. Houve superioridade de 19 e 29% das concentrações médias de amônia para as dietas grãos de girassol e gordura protegida, respectivamente, em relação à dieta controle, como pode ser visualizada na Figura 1.

Figura 1. Nitrogênio amoniacal (N-NH3) e pH pós prandial de cordeiros consumindo dieta controle (linha contínua), grãos de girassol (linha tracejada) e gordura protegida (linha pontilhada)

5,9 6,1 6,2 6,4 6,5 6,7 0 2 5 8 Tempo (horas) pH 13,0 15,0 17,0 19,0 21,0 23,0 0 2 5 8 Tempo (horas) N-NH3 ( m g /d l)

Referências

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