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GRÁFICO V – EVOLUÇÃO DOS VALORES PERCENTUAIS DOS INVESTIMENTOS EM SAÚDE NOS ANOS DE 1994 A 2000 EM RELAÇÃO AO PIB.

No documento PolíticadeSaúdenoBrasil1994-2002 (páginas 32-36)

Fonte: Ministério da Saúde

Dentro desse contexto de análise, buscou-se identificar os principais fatores de alterações (evoluções ou involuções) nos investimentos com saúde no Brasil no Governo Fernando Henrique Cardoso, isto é nos anos de 1994 a 2002.

A seguir, apresentam-se as conclusões percebidas diante das análises efetuadas. 2,73 2,30 1,85 2,16 2,11 2,12 2,08 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00

5 – CONCLUSÕES

Após a análise dos investimentos nominais efetuados em saúde no Brasil entre 1994 e 2002, identificaram-se as seguintes situações:

1. O ano de 1995 foi o de maior aumento nominal de investimentos, saindo, em 1994, de R$9.544 milhões para R$14.892 milhões, registrando um aumento de 57%.

2. O item de maior aumento nominal foi Saneamento Básico no ano de 2001, que registrava R$159 milhões em 2000 e R$1.199 milhões em 2001, o que significa um aumento de 655%.

3. No ano de 1996 foi registrada a única involução de valores investidos em saúde no período analisado, desceu de R$14.892 milhões de 1995 para R$14.377 milhões em 1996, o que demonstra uma queda de 3,45%.

4. Entre os três itens de maior importância percentual na distribuição dos investimentos em saúde no período analisado, atenção básica apresentou evolução de cerca de 58% (11,16% para 17,13%), enquanto percebe-se uma redução significativa de 8,54% (49,61% para 45,37%) em atendimentos de alta e média complexidade e 35,31% (26,42% para 17,09%) nos investimentos com pessoal e encargos sociais.

Ao efetuar-se uma análise comparativa dos valores investidos em saúde no Brasil entre 1994 e 2002, identificaram-se as seguintes situações:

1. A participação dos valores do Ministério da Saúde em relação ao Orçamento da União apresenta uma curva descendente no período analisado. Ao considerar-se os valores com encargos financeiros no ano de 1994 o orçamento da saúde significava 6,82% enquanto que em 2002 este percentual cai para 4,39%. Considerando-se os valores sem encargos financeiros no ano de 1994 o orçamento da saúde significava 13,61% enquanto que em 2002 este percentual cai para 8,87%.

2. Em relação aos valores percapita dos investimentos de saúde no período, identifica-se uma evolução nominal de 165%; porém, ao efetuar-se uma análise da evolução percentual desses valores identifica-se uma evolução

bastante irregular, variando de 53,84% em 1995; -4,78% em 1996; 29,03% em 1997; 1,39% em 1998; 3,85% em 1999; voltando a subir para 10,18% em 2000;13,65 em 2001; e crescendo pelos valores projetados para 2002 apenas 6,60%.

3. Em relação à evolução dos valores percentuais dos investimentos em saúde no período analisado em relação ao PIB, optou-se por excluir os anos de 2001, onde o cálculo foi feito em relação aos últimos doze meses, posicionados em agosto de 2001 e 2002 por ter repetido o PIB de 2001. Nos anos restantes verifica-se uma curva descendente, registrando seu maior pico também no ano de 1996 (1,85%)

Nesse contexto é possível sugerir que, existiram aumentos nominais significativos dos valores investidos em saúde no Brasil no governo Fernando Henrique Cardoso. Em relação aos valores comparativos com a população, o PIB e o Orçamento Geral da União, estes apresentam variações ora positivas, ora negativas.

Os investimentos comparativamente a população apresentam crescimento nominal e variação percentual crescente em 1995, 1997, 2000 e 2001. O percentual de crescimento em relação a 2002, fica com análise prejudicada em função das variações orçamentárias que poderão ocorrer durante o ano. Em relação ao percentual negativo de crescimento de 1996, ele ocorreu provavelmente, pelo grande investimento realizado em 1995.

Os Investimentos do Ministério da Saúde em relação ao Orçamento Geral da União voltaram a crescer nos últimos dois anos. É possível inferir que esta situação é decorrente da Emenda Constitucional número 29/2000, a qual definiu um patamar de aplicação de recursos no setor de saúde em todas as esferas de governo. No caso da União a Emenda determina que o valor mínimo a ser aplicado seja obtido com a apuração do gastos do ano anterior, corrigidos pela variação nominal do PIB. Isto significa que os investimentos em saúde acompanharão o crescimento do PIB, diferentemente do que ocorreu no período analisado como um todo e ratificado pela evolução da relação PIBxInvestimentos nos anos de 2001 e 2002.

Também é possível inferir que apesar do aumento nominal, percebe-se uma diminuição percentual nos gastos com pessoal e encargos sociais. Provavelmente isto

seja fruto da busca de qualificação e melhoria dos processos, inclusive de controle e acompanhamento de custos, instaladas nesse período. Assim como a diminuição dos gastos de média e alta complexidade possam ser resultados das políticas de reestruturação financeira e qualificação dos hospitais próprios e conveniados.

É possível considerar que o aumento no item orçamentário de atenção básica, apesar de percentualmente pequeno, é significativo do ponto de vista conceitual de prevenir ao invés de combater endemias instaladas.

Esse conceito de prevenção é ratificado pelo crescimento significativo dos valores investidos no item orçamentário saneamento básico, que apresentou o maior aumento percentual no período analisado.

Ë importante ressaltar que a redução em gastos de alta e média complexidade é significativa em função de ser o item orçamentário que apresenta o maior valor nominal gasto.

Finalizando, recomenda-se que para ratificação dos resultados aqui encontrados, sejam efetuadas análises internas dos itens, principalmente em relação aos projetos e programas, de forma a inseri-los conceitualmente nos itens orçamentários analisados na série histórica. É possível que dessa análise resultem crescimentos significativos em atenção básica, em função de que os projetos e programas especiais, principalmente os desenvolvidos em parceria com organismos internacionais, tem seu foco na prevenção.

6- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

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2. BRASIL, Plano Plurianual 2000/2003;

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No documento PolíticadeSaúdenoBrasil1994-2002 (páginas 32-36)

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