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PolíticadeSaúdenoBrasil1994-2002

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares Núcleo de Pesquisa em Políticas Públicas. POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL ANÁLISE DE VALORES INVESTIDOS DE 1994 A 2002. Marcos de Oliveira Ferreira Matrícula: 2001/95758. Brasília, DF, ABRIL de 2002. 1.

(2) UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares Núcleo de Pesquisa em Políticas Públicas. POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL ANÁLISE DE VALORES INVESTIDOS DE 1994 A 2002. Marcos de Oliveira Ferreira Matrícula: 2001/95758. Monografia apresentada ao Centro de Estudos Multidisciplinares - CEAM, do Núcleo de Pesquisa em Políticas Públicas – NP3, da Universidade de Brasília - UnB, como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Políticas Públicas, relativo ao III Curso de Especialização em Políticas Públicas.. ORIENTADOR: Professor Doutor Paulo du Pin Calmon. Brasília, DF, ABRIL 2002 2.

(3) A minha Esposa, pela compreensão e dedicação. Aos meus colegas do Ministério da Saúde. 3.

(4) LISTA DE GRÁFICOS. GRÁFICO I GRÁFICO II GRÁFICO III GRÁFICO IV GRÁFICO V. EVOLUÇÃO DOS VALORES NOMINAIS INVESTIDOS EM SAÚDE 1994-2002. ITENS DE MAIOR EVOLUÇÃO DE INVESTIMENTOS PERCENTUAIS. 25. 26 PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DO MS NO ORÇAMENTO ANUAL DA UNIÃO. 27 EVOLUÇÃO DOS VALORES PERCAPITA DOS INVESTIMENTOS EM SAÚDE NOS ANOS DE 1994 A 2002 28 EVOLUÇÃO DOS VALORES PERCENTUAIS DOS INVESTIMENTOS EM SAÚDE NOS ANOS DE 1994 A 2000 EM RELAÇÃO AO PIB 29. 4.

(5) LISTA DE TABELAS E QUADROS. QUADRO I QUADRO II QUADRO III QUADRO IV QUADRO V QUADRO VI. SISTEMAS ORGANIZACIONAIS DE SAÚDE DA AMÉRICA LATINA E CARIBE ORÇAMENTO DA SAÚDE 1994-2002 COMPARATIVO PERCENTUAL DO ORÇAMENTO DA SAÚDE - 19942002 COMPARATIVO ENTRE INVESTIMENTOS EM SAÚDE DE 1994 A 2002, ORÇAMENTO DA UNIÃO, PIB E VALOR PERCAPITA PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DOS VALORES NOMINAIS DA SAUDE NO ORÇAMENTO DA UNIÃO EVOLUÇÃO PERCENTUAL DOS INVESTIMENTOS PERCAPITA. 5. 10 24 25 26 27 28.

(6) SUMÁRIO. LISTA DE GRÁFICOS LISTA DE TABELAS E QUADROS 1. INTRODUÇÃO 2. MARCO TEÓRICO 2.1 - ITENS ORÇAMENTÁRIOS 2.1.1 – Atenção Básica 2.1.2 - Atendimento de Média e Alta Complexidade 2.1.3 - Medicamentos 2.1.4 - Organismos Internacionais 2.1.5 – Auxílio e Assistência Médica a Servidores 2.1.6 - Manutenção Administrativa 2.1.7 - Projetos Internacionais 2.1.8 - Modernização de Unidades de Saúde 2.1.9 - Saneamento Básico 2.1.10- Programas Específicos 2.1.11- Emendas Parlamentares 2.1.12- Pessoal e Encargos Sociais 2.1.13- Dívida Interna e Externa 2.1.14- Demais Despesas 2.2 – HIPÓTESES 3. METODOLOGIA 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5. CONCLUSÕES 6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA. 6. IV V 07 09 13 13 17 17 18 18 19 19 20 20 21 21 21 22 22 22 23 24 31 34.

(7) 1 - INTRODUÇÃO: As ações de Saúde Pública no Brasil têm buscado reduzir as enfermidades, controlar as doenças endêmicas e parasitárias, melhorar a vigilância à saúde e qualidade de vida do brasileiro. A universalização do acesso aos serviços de saúde pública deu-se a partir da promulgação da Constituição de 1988. A Lei Orgânica de Saúde (19.09.1990), ao instituir o Sistema Único de Saúde - SUS, buscou a descentralização e democratização da gestão, provocando mudanças profundas na Saúde Pública brasileira que exigiram, para a sua implantação e funcionamento, o aprimoramento do sistema de informação da saúde. O SUS está entre os maiores sistemas públicos de saúde do mundo, sendo o único a garantir assistência integral e totalmente gratuita para a totalidade da população, inclusive aos pacientes portadores do HIV, sintomáticos ou não, aos pacientes renais crônicos e aos pacientes com câncer. A Rede Ambulatorial do SUS é constituída por cerca de 60.000 Unidades, sendo realizados em média 350 milhões de atendimentos ao ano. A assistência estende-se, do que o Ministério da Saúde define como atenção básica, que inclui os programas de suprimento de carências nutricionais e bolsa alimentação, farmácia básica, vacinas, saúde da família e combate às endemias; aos atendimentos de média e alta complexidade, que incluem as internações e tratamentos feitos em rede de hospitais próprias e conveniadas. São despendidos, só no âmbito do Governo Federal, recursos da ordem de R$ 12 bilhões por ano para custeio dos atendimentos ambulatoriais de média e alta complexidade e hospitalares, além de cerca de R$ 5,1 bilhões com a “Atenção Básica”. Além disso, aproximadamente, R$ 6,4 bilhões são investimentos em outras ações e serviços de saúde, onde pode se citar aquisição de medicamentos, modernização de unidades de saúde, saneamento básico, profissionalização de profissionais do setor, além de diversos programas específicos, tais como AIDS, prevenção de câncer cérvico-uterino, vigilância sanitária, saúde indígena e outros, além do serviço da dívida, que somados alcançam R$ 23,5 bilhões, que acrescidos. 7.

(8) dos investimentos com o pagamento da Folha de salários dos profissionais da área, além dos inativos e pensionistas totalizam algo em torno de R$ 28,5 bilhões. Esse cenário que demonstra os números na esfera federal serve para ilustrar o quadro de recursos necessários, frente às ações e serviços de saúde atualmente realizados pelo Governo. Entretanto, será que estes valores são evolutivos em termos reais e percentuais? Ao compararmos estes valores com o PIB, com o Orçamento Geral da União e com o crescimento da população os valores investidos têm evolução real e percentual? Na busca de responder estas perguntas, o objetivo desse trabalho é analisar a evolução dos investimentos em saúde nos dois mandatos do presidente Fernando Henrique Cardoso no período 1994/2002 e verificar a evolução ocorrida no setor, bem como os rumos que estão sento traçados para o setor saúde no Brasil. Como objetivos paralelos, o trabalho se propõe a identificar se ocorreram melhorias ou não nos valores investidos em saúde pública no Brasil comparando os mesmos com índices como PIB e valores per capita investidos; bem como contribuir com o processo de conhecimento do tema, proporcionando discussões acadêmicas sobre os reflexos das políticas públicas de saúde do atual governo. Iniciasse este trabalho na busca de um referencial teórico sobre a política de saúde pública no Brasil e define-se o que é cada um dos segmentos de saúde que estão contemplados no orçamento do Ministério da Saúde. Após contextualizar o leitor sobre a metodologia utilizada, apresentam-se os resultados e discussões onde são efetuadas as análises que buscam responder a pergunta central desse trabalho. Finaliza-se enumerando as conclusões e apresentando os limitadores da pesquisa.. 8.

(9) 2 - MARCO TEÓRICO “Sempre fui adversário da tese de que a política é a arte do possível. Para mim é a arte de ampliar os limites do possível, ou seja, é a arte de avançar no impossível”. Jose Serra (2000) Os sistemas de proteção social são considerados como elementos essenciais para o desenvolvimento econômico. Conforme Piola et al (2001), esses sistemas estão ligados ao conceito de Estado de Bem Estar (Welfare State) que compreende a cobertura de serviços sociais básicos como educação fundamental, previdência e assistência social e saúde. Alguns autores como, por exemplo, Caballer e La Rosa (1995) distinguem três modelos de “Estado de Bem Estar”. No primeiro o Estado provê todas as necessidades essenciais no campo social, o qual os autores chamam de total. No segundo, chamado de residual, a participação do Estado é focalizada nas camadas desfavorecidas da população. O terceiro, chamado de compromissário, o setor privado opera para o setor público por meio de contratos. O crescimento do “Estado de Bem Estar” é explicado por alguns autores como Ochando (1999) pelo poder de mobilização das classes trabalhadoras, que conduziram a substituição das relações de mercado por direitos sociais que universalizam as políticas sociais e impulsionam os investimentos públicos na direção do Estado de Bem Estar. Depois de um apogeu que ocorreu segundo Piola et al (2001), por volta de 1970, o Estado de Bem Estar entrou em crise, por causas econômicas, socioculturais, e até administrativas. “As reformas do setor de saúde desenvolvidas durante as duas últimas décadas, em diversos países, podem ser enquadradas nesse contexto de crise e transformação que tem experimentado a idéia de Estado de Bem Estar em sua concepção tradicional.”( Piola et al, 2001:13) As bases dos sistemas de saúde modernos advêm do modelo contributivo, ancorado no financiamento por cotização de trabalhadores e empresários e do modelo assistencial, financiado por impostos gerais. Os sistemas de saúde baseados nos. 9.

(10) seguros sociais foram introduzidos na Alemanha em 1883, na Bélgica (1884), França (1888) e Luxemburgo (1901). Por sua vez os sistemas tipo sistema nacional de saúde (SNS) têm sua origem na Inglaterra em 1948, sendo adotados na seqüência por outros países europeus como Itália, Grécia, Portugal e Espanha. Musgrove (1999) ressalta que na América Latina diversos países optaram pela combinação desses dois modelos clássicos. Dessa forma funcionam em paralelo um sistema de seguridade social de cobertura restrita ao setor formal da economia e um sistema de redes públicas (semelhantes ao SNS) com o propósito de cobrir o restante da população. No caso brasileiro, ao analisarem-se as fontes de recursos, verifica-se que apesar de combinarem-se dos dois sistemas, as contribuições oriundas dos salários (empregados e empregadores) vem sendo destinadas desde 1993 ao financiamento da previdência social, isto é, pensões e aposentadorias. Piola et al (2001) identificaram na América Latina e Caribe quatro sistemas organizacionais de sistemas de saúde, os quais são resumidos no quadro abaixo: QUADRO I – SISTEMAS ORGANIZACIONAIS DE SAÚDE DA AMÉRICA LATINA E CARIBE. Sistema Sistemas integrados. Características Públicos Setores Públicos e seguridade social se unem e estabelecem um sistema de saúde de acesso universal. Setor privado é residual Sistemas Segmentados Coexistem sistemas de previdência ou Fragmentados social financiados por cotização para os trabalhadores do setor formal, sistemas privados para os mais afluentes e saúde pública e redes assistenciais para os mais pobres O setor público é a principal fonte Sistemas Públicos de financiamento, porém não presta Administradores de serviço direto, mas contratos Contratos serviços com entidades autônomas públicas e privadas. Sistemas de Contratos Cadeia de contratos entre Privados Atomizados organizadores e prestadores de serviços da seguridade social, do setor privado e do setor público tradicional. O financiamento é por cotizações a instituições mutualistas de seguridade social. Fonte: Dados em Piola et al, 2001:16-18 com elaboração própria.. 10. Países que utilizam SNS Inglês, Costa Rica, Cuba a alguns países do Caribe Paraguai, Bolívia, Peru, República Dominicana, Suriname e Guiana Brasil. Argentina e Uruguai.

(11) Conforme Piola et al (2001) o Banco Mundial propôs em 1993 um enfoque triplo para as políticas de oficiais de saúde. 1. Fomentar um entorno que permita às famílias melhorar sua saúde; 2. Aprimorar a eficiência do investimento público com saúde; e 3. Promover a diversidade e a competição. As reformas dos sistemas de saúde na América Latina, segundo Médici (2.000), têm como principais objetivos: expandir a cobertura, aumentar a equidade, garantir a qualidade e a satisfação dos usuários, alcançar viabilidade fiscal e financeira, estabelecer novos papéis para o setor público contratando os serviços assistenciais e concentrar-se em políticas públicas de promoção da saúde. Nesse contexto, a Constituição Federal de 1988 determinou que o acesso às ações e aos serviços de saúde seja universal e igualitário a todos, ao mesmo tempo estabeleceu que o SUS funcionasse por meio de uma rede descentralizada, regionalizada e hierarquizada, de acordo com as diretrizes de descentralização, com direção única em cada esfera de governo; priorizando atendimento integral, as atividades preventivas e a participação da comunidade nos programas e ações, sem prejuízo dos serviços assistenciais. A Lei Orgânica da Saúde (Lei n o 8.080, de 19 de setembro de 1990), implantou o Sistema Único de Saúde - SUS, o qual gerou, conforme Negri(2001) profundas mudanças no Setor de Saúde, destacando-se, principalmente, a intensificação das transferências de recursos da União para Estados e Municípios. Ainda conforme Negri (2001), para cumprir os preceitos constitucionais, o SUS vem utilizando diversos instrumentos de gestão que vêm sendo criados segundo a necessidade e a capacidade técnica, administrativa, gerencial e mesmo política dos diversos gestores do SUS ao longo do tempo e do espaço. Estes instrumentos de gestão garantem o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) em todos os seus níveis. A gestão do SUS, pelo que preceitua a Constituição, é de responsabilidade da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que, por meio de seus órgãos gestores, utilizam vários instrumentos de gestão, objetivando garantir e aperfeiçoar o funcionamento do sistema de saúde.. 11.

(12) Em relação à qualidade e a distribuição desse atendimento, Serra (2000), destaca que tem sido adotada política de humanização do atendimento e de ênfase em ações que promovam a saúde e a prevenção de doenças. Os avanços obtidos já têm notoriedade internacional, como no tratamento da AIDS, na promoção dos medicamentos genéricos, nos sistemas de informatização da rede de saúde e nas campanhas de vacinação. Serra (2000) destaca que a manutenção e o reforço da rede pública hospitalar é fundamental para atender aos desafios impostos pelo tratamento de doenças como a AIDS, pelo atendimento a acidentados e vítimas de violência, pela realização de cirurgias de alta complexidade e pelo maior contingente de idosos, que consomem uma variedade de serviços de saúde muito maior que outras faixas etárias. Ainda segundo Serra (2000), as ações do Governo Federal vêm sendo executadas no sentido de facilitar o acesso da população aos serviços hospitalares, principalmente no tocante à equalização da qualidade do atendimento entre as diversas regiões do País. A Emenda Constitucional n. º 29, de 2000, estabelece valores mínimos a serem aplicados no Setor de Saúde e assegura que esses recursos sejam crescentes tanto no âmbito da União quanto nos Estados, Distrito Federal e Municípios. De acordo com a Lei 8.080/90, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão, no que concerne à saúde, pautar-se pelos seus Planos de Saúde para a elaboração de suas respectivas propostas orçamentárias anuais. Dessa forma, será possível dar continuidade e efetividade à política de saúde, em todos os níveis de governo. Conforme Negri (2001) o. fluxo dos Instrumentos de Gestão em Saúde. incorporam-se aos principais instrumentos de planejamento dos governos federal, estaduais e municipais, como o Plano Plurianual (PPA) – estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes, e para as relativas aos programas de duração continuada - a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – compreende as metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente. Orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual,. 12.

(13) dispõe sobre as alterações na legislação tributária e estabelece a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento e a Lei Orçamentária Anual (LOA) – que estima as receitas e fixa as despesas do governo, seus poderes, seus fundos, órgãos e entidade da administração direta e indireta, empresas das quais o poder público detenha direta ou indiretamente a maioria do capital com direito a voto. É através da interação entre os Instrumentos de Gestão em Saúde, os quais destacamos; agendas de saúde, planos de saúde, relatórios de gestão, plano diretor de regionalização (PDR) e programação pactuada e integrada (PPI) e, ainda, os Instrumentos de Planejamento do Governo, ou seja, PPA’s, LDO’s e LOA’s, nas três esferas, que se efetivará uma política de saúde ampla, e se permitirá um acompanhamento e controle efetivo dos investimentos públicos com Saúde. Nesse cenário, ao analisarem-se os investimentos feitos em Saúde Pública no Brasil, encontram-se treze itens orçamentários que concentram diversas ações. A seguir são descritas de forma sucinta estas principais ações, no âmbito do Governo Federal, especificando o que cada uma delas contem.. 2.1 - ITENS ORÇAMENTÁRIOS 2.1.1. – Atenção Básica Nesse item estão resumidas as ações referentes ao Piso de Atenção Básica -. PAB - Fixo, que é um novo mecanismo de financiamento do SUS em que os fundos municipais de saúde recebem diretamente do Fundo Nacional de Saúde(repasse fundo a fundo) um montante per capita, previamente fixado, cabendo-lhes a responsabilidade pela atenção básica à saúde da população de seu território, ao PACS-PSF que é uma estratégia que prioriza as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde dos indivíduos e da família de forma integral e contínua, mediante o atendimento por uma equipe multiprofissional que assume a responsabilidade por uma determinada população, as carências nutricionais que é o sucedâneo do programa “Leite é Saúde” e objetiva a redução e o controle da desnutrição infantil em geral e as carência nutricionais específica, a farmácia básica que trata-se de um programa voltado ao tratamento de afecções simples viabilizando a aquisição, com repasse financeiro aos estados e municípios, de medicamentos. 13.

(14) específicos de atenção básica à saúde, as vacinas e vacinação que objetivam a prevenção e controle das doenças passíveis de imunização sejam através da atividade permanente de conscientização (campanhas) e vacinação e/ou ampliação da produção nacional e imunobiológicos para a população e, por fim, o combate às endemias com ações descentralizadas (FNS) e ações centralizadas FUNASA as quais representam uma estratégia importante para reduzir e até eliminar as doenças endêmicas no País. A mudança no modelo de financiamento da Atenção Básica à Saúde é uma das principais medidas tomadas pelo Governo Federal no intuito de criar condições para a reorganização da rede de ações de Saúde nos Estados e Municípios brasileiros. Nesse sentido, Serra (2000: 35) evidencia “a atenção básica como condição tanto para evitar, postergar ou atenuar doenças como para a economicidade da alocação de recursos da saúde”. A implantação do Piso de Atenção Básica - PAB, em 1998, foi um fator primordial na estruturação da rede do Sistema Único de Saúde e na consolidação da participação dos Municípios na gerência do sistema. O PAB é composto de uma parte fixa e de partes variáveis. A parte fixa corresponde a um valor por habitante, que varia de acordo com a capacidade de absorção de cada Município, no desenvolvimento de ações e serviços de saúde. As partes. variáveis. correspondem. a. incentivos. financeiros. destinados. ao. desenvolvimento de ações estratégicas que desenvolvem campos específicos da atenção básica (Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica e Ambiental, Assistência Farmacêutica Básica, Programa de Agentes Comunitários, de Saúde da Família e de Combate as Carências Nutricionais). O Programa Saúde da Família - PSF é o eixo ordenador e estruturante da Atenção Básica, imprimindo uma nova dinâmica de atuação às unidades básicas de Saúde. O programa prioriza as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde à família em seu ambiente físico e social, de forma integral e contínua. Parcela dos recursos do PSF é prevista para a parte fixa do Piso de Atenção Básica dos Estados e Municípios em Regime de Gestão Plena. Esse piso é o mecanismo do Sistema Único de Saúde que complementa o sistema de pagamento 14.

(15) por produção, privilegiando a atenção integral à Saúde. Com a nova sistemática, os Estados e Municípios assumem a responsabilidade pelos serviços de consultas médicas gerais, exames de pré-natal, planejamento familiar, vacinação, higiene bucal e outros. No âmbito do programa Saúde da Família, destaca-se ainda o Piso de Atenção Básica Variável - Saúde da Família. A primeira etapa de sua implantação foi iniciada em 1991, com o Programa de Agentes Comunitários de Saúde. A partir de 1994, começaram a ser formadas as primeiras unidades do Programa de Saúde da Família, incorporando e ampliando a atuação dos agentes comunitários de saúde. Para 2002, estão previstas a implantação de 20 mil equipes, com dedicação integral, inclusive com a participação de profissionais de saúde bucal, atingindo uma cobertura de 70 milhões de pessoas. O Incentivo Financeiro para o Combate às Carências Nutricionais repassado a Estados e Municípios tem possibilitado o atendimento a 928 mil crianças com reforço alimentar. Nesse particular, a Bolsa-Alimentação, tem o objetivo de propiciar alimentação correta e nutrição adequada para gestantes, nutrizes e crianças de seis meses a seis anos, de famílias de baixa renda em risco nutricional, o Governo Federal iniciou em 2001 a ação Assistência Financeira à Família visando a Complementação da Renda para Melhoria da Nutrição - Bolsa-Alimentação, cujos recursos são repassados diretamente aos beneficiários, possibilitando o atendimento de 1,6 milhão de pessoas. A ação citada visa substituir paulatinamente o Incentivo Financeiro para o Combate às Carências Nutricionais, com a vantagem de ser uma transferência direta de renda, associada a um esforço de melhoria nutricional da população. A Bolsa-Alimentação, além de complementar diretamente a renda das famílias, traz benefícios indiretos, tais como: a flexibilização da opção de escolha dos alimentos a serem consumidos, o fomento à atividade econômica do Município, a otimização do grau de escolha dos alimentos, a redução da prevalência de desnutrição e da taxa de mortalidade infantil, a redução das pressões que provocam impactos negativos no meio ambiente, a maior conscientização das famílias quanto às suas responsabilidades para com seus membros, por meio do cumprimento de uma agenda positiva em saúde e, sobretudo, mais cidadania e inclusão social.. 15.

(16) O Incentivo Financeiro para Ações de Prevenção e Controle das Doenças Transmissíveis, transferido aos Estados e Municípios mediante critérios territoriais, epidemiológicos e populacionais, consolida a estruturação dos Municípios como agentes responsáveis pela prevenção e controle epidemiológico de doenças. O Programa de Prevenção e Controle das Doenças Imunopreveníveis tem como objetivo prevenir e manter sob controle as doenças passíveis de imunização. Para isso, está sendo feito um esforço de ampliação da produção nacional de imunobiológicos, bem como de diversificação das vacinas produzidas, reduzindo a necessidade de importação. O programa estabelece investimentos em infra-estrutura, capacitação profissional, desenvolvimento tecnológico e transferência de tecnologia. Ações de vacinação são efetuadas em todo território nacional na prevenção e combate de doenças como a meningite, o sarampo e a febre amarela, entre outras. O programa tem distribuído cerca de 361,9 milhões de doses de vacinas, mediante logística que garante a cobertura vacinal em todo o País. Prevê, também, a distribuição de vacinas específicas para idosos e crianças, atendendo 13,9 milhões de idosos e 15,8 milhões de crianças no combate a doenças como a poliomielite, o sarampo, a gripe e a pneumonia. O Programa Prevenção e Controle de Doenças Transmitidas por Vetores ganharam uns relevos especiais, abrangendo todas as ações de combate às doenças transmitidas por vetores, incluindo dengue, malária, cólera, filariose, tracoma, leishmaniose, esquistossomose, doença de Chagas e peste. O conjunto de ações envolve a detecção precoce de fatores de risco à população, o combate a surtos e epidemias e campanhas educativas. O Incentivo Financeiro para Assistência Farmacêutica Básica – Farmácia Básica, repassado com base na relação de R$ 1,00/habitante/ano, tem possibilitado aos Estados e Municípios a aquisição direta de medicamentos básicos, de forma a priorizar as especificidades e as necessidades regionais. A Assistência Farmacêutica contempla, ainda, ações de atendimento à população com diversos produtos, que vão de medicamentos básicos a insumos estratégicos, como os destinados ao controle dos diabetes e da hipertensão, com R$ 264,8 milhões. O programa também apóia a modernização e adequação de laboratórios farmacêuticos públicos.. 16.

(17) Serra (2000: 36) ressalta: “a atenção básica vai da prevenção, passa pela promoção e chega às consultas médicas e ao atendimento ambulatorial em geral. Por meio dela podemos resolver de 85%a 90% dos problemas de saúde da população”. 2.1.2. - Atendimento de Média e Alta Complexidade Incluem as internações e tratamentos feitos em rede de hospitais próprios e. conveniados. São mais de 6500 hospitais, públicos, filantrópicos e privados, com mais de 490.000 leitos, onde são realizadas em média um milhão de internações por mês, perfazendo cerca de mais de 12,5 milhões de internações por ano. As internações realizadas vão da menor complexidade, tais como internações de crianças com diarréia, até as mais complexas, como a realização de transplantes de órgãos, cirurgias cardíacas, entre outras que envolvem alta tecnologia e custo. Esta área organizada num sistema implantado em 1990 (a AIH existe desde 1982), denominado SIH/SUS – Sistema de Informações Hospitalares, constitui-se na maior casuística hospitalar existente no mundo, paga por um mesmo financiador. O SIA - SUS - AIH e a manutenção dos hospitais próprios, como os Hospitais do RJ, o Hospital Barros Barreto - PA, o Hospital Nash - AM/PA, o Hospital. Ana Nery - BA, o Hospital Maracanaú - CE, o Hospital Presidente. Vargas - RS, o Inca - RJ, o Grupo Hospitalar Conceição - RS e a Rede Sarah - (BA, CE, DF, MA, MG e RJ) constituem este atendimento de maior complexidade. O Programa Qualidade e Eficiência do SUS envolvem ações dirigidas à melhoria da qualidade do atendimento e da modernização da estrutura do Sistema Único de Saúde – SUS, distribuídas entre várias ações de implantação, reforma e modernização de unidades do SUS e do projeto Reforço à Reorganização do Sistema Único de Saúde.. 2.1.3. - Medicamentos Nesse item estão orçados os valores referentes a medicamentos em geral,. inclusive os estratégicos (tratamento de doenças com perfil endêmico), bem como,. 17.

(18) medicamentos específicos do Programa das Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST/AIDS. A AIDS se desenvolveu no país, na década de 80, a partir de 1994 é que se observou o aumento da incidência da doença. Conforme informações constantes na página do Ministério da Saúde na rede de computadores, desde o início foram registrados mais de 190 mil casos, estimando-se que haja um número superior a 500 mil portadores do vírus no País. O Governo Federal vem desenvolvendo uma série de ações, como campanhas educativas, implantação de serviços assistenciais alternativos, promoção de práticas seguras, aquisição e distribuição de preservativos e testes de laboratórios, desenvolvimento de estudos e capacitação de profissionais especializados, além da distribuição gratuita de medicamentos aos portadores do vírus HIV. O resultado dessas ações é o reconhecimento internacional do sucesso do Brasil no combate à AIDS. O programa Prevenção, Controle e Assistência aos Portadores de Doenças Sexualmente Transmissíveis e da AIDS tem atendido um contingente de 139 mil pessoas que convivem com a AIDS, pela rede pública de saúde, recebendo, gratuitamente, medicamentos para seu tratamento. Além disso, o Programa contempla ações educativas focadas na prevenção que, por exemplo, tem garantido a distribuição de 350 milhões de preservativos, a realização de três milhões de testes de laboratório e o atendimento a 1,5 milhão de chamadas no serviço Disque-AIDS. 2.1.4 – Organismos Internacionais Este item orçamentário prevê valores relativos à cota de participação brasileira em organismos internacionais como: 1 – OPAS – Organização Pan-americana de Saúde 2 – BIREME – Centro Latino e do Caribe de Informação em Ciências de Saúde 3 – UICC – União Internacional Contra o Câncer 4 – OMS – Organização Mundial de Saúde 2.1.5 - Auxílios e Assistência Médica aos Servidores 18.

(19) Nesse item orçamentário estão computadas as despesas com auxílios transporte, creche e alimentação, bem como, com assistência médica aos servidores. Os principais subitens são: FUNDO, FUNASA, FIOCRUZ, ANVISA e ANSS. 2.1.6. – Manutenção administrativa Este item prevê as despesas administrativas para manter as entidades descritas. no item anterior, isto é, garantir e viabilizar a estrutura para manutenção do: FUNDO, FUNASA, FIOCRUZ, ANVISA e ANSS. 2.1.7. - Projetos Internacionais Este item refere-se à participação brasileira em projetos desenvolvidos com. parceria internacional. Estes projetos são específicos em cada exercício, podendo ou não se repetir por mais de um ano. Os que estiveram presentes nos anos analisados são: PROFAE, AIDS, PROJETO NORDESTE I & II, REFORSUS; KFW PIAUÍ/CEARÁ e PCMAN/PCDEN/VIGISUS. O Programa Profissionalização da Enfermagem – PROFAE foi criado com o intuito de elevar o padrão de qualidade e eficiência do atendimento prestado à população e dinamizar o mercado de trabalho no setor saúde, está sendo desenvolvido, em todo o território nacional e se destinam à qualificação de 225 mil trabalhadores que atuam na área de enfermagem no País sem a devida qualificação, à estruturação e modernização de sete escolas técnicas de saúde e à formação pedagógica de 4.000 docentes na área de enfermagem. O REFORSUS tem por objeto a recuperação e modernização da rede física de saúde conveniada, que presta serviços ao SUS, mediante a aquisição de equipamentos médico-hospitalares e de unidades móveis, a execução de obras de reforma e ampliação de estabelecimentos de saúde e de projetos para a melhoria da gestão do sistema de saúde nacional. O REFORSUS conta com financiamento do BID e do Banco Mundial, destinado a concluir obras inacabadas, fornecer. 19.

(20) equipamentos e treinar recursos humanos. A distribuição dos recursos busca maior eqüidade entre os Estados, sendo 70% proporcionalmente ao número de habitantes e os 30% restantes em valores inversamente proporcionais ao investimento de custeio por habitante do Ministério da Saúde no mesmo período. Assim, embora os Estados mais populosos recebam maiores recursos em termos absolutos, os mais pobres recebem um investimento maior por habitante. O REFORSUS prioriza, também, a modernização gerencial da Saúde, mediante ações como a criação do Cartão SUS e a Rede Nacional de Informações em Saúde, que informatiza Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, além de um vasto rol de iniciativas de capacitação e prestação de apoio técnico. 2.1.8. – Modernização de Unidades de Saúde Nesse item orçamentário, estão definidos os valores investimentos com o. Reaparelhamento de Unidades de Hematologia, Unidades do SUS e Unidades da FIOCRUZ. As ações de modernização e reforço da infra-estrutura de hemocentros públicos é parte do Programa Qualidade do Sangue que tem por objetivo assegurar a qualidade e auto-suficiência em sangue, componentes, derivados sangüíneos e correlatos, bem como garantir a assistência aos portadores de doenças de coagulação sangüínea e de má formação das hemácias, e elevar o padrão do atendimento dos serviços disponibilizados à população. O Governo Federal tem fomentado estudos e pesquisas, capacitação e adequação de recursos humanos, estruturação e modernização das unidades que formam a cadeia do sangue e hemoderivados, dotando as Unidades de Saúde de maior eficiência. O Programa tem sua principal ação que é o Atendimento a Pacientes Hemofílicos com Fatores de Coagulação e tem beneficiado cerca de 7,6 mil pacientes em todo o País. O reaparelhamento de Unidades do Sus e da FIOCRUZ, tem seu foco em UTI - Urgência e Emergência, cujo objetivo é melhorar as condições dos Prontos Socorros e UTI; bem como ampliar e modernizar o atendimento nas Maternidades de Alto Risco, diretamente voltado para diminuir a mortalidade materna infantil.. 20.

(21) 2.1.9. – Saneamento Básico Este. item. orçamentário. prevê. programação. própria. e. emendas. parlamentares, destinadas ao Saneamento Básico, envolvendo ações de melhorias sanitárias domiciliares, abastecimento de água, coleta e tratamento de resíduos sólidos e esgoto sanitário e, ainda, as ações desenvolvidas pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano – SEDUR, cujo foco é voltado para áreas de infra-estrutura em pequenas localidades, enquanto que no Ministério da Saúde juntamente com a Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, a preocupar-se em debelar doenças endêmicas e/ou epidemiológicas através das ações já citadas anteriormente. 2.1.10 - Programas Específicos Nesse item orçamentário estão os Programas específicos, que podem ou não, estar presentes em todos os exercícios analisados. Os programas que tiveram previsão orçamentária em, ao menos um dos anos analisados, são: Prevenção do câncer cérvico uterino, implantação do cartão SUS, campanhas comunitárias, manutenção do DATASUS, ações finalísticas (ANVISA, ANSS, FIOCRUZ e FUNASA), vigilância sanitária descentralizada e saúde indígena. Na Vigilância Sanitária, o Governo Federal vem fortalecendo a política de vigilância sanitária mediante uma administração autônoma, voltada para o princípio da eficiência, eficácia e efetividade, e com capacidade de regulação do mercado de bens e serviços de saúde, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, à qual estão vinculados os Programas de Vigilância Sanitária de Produtos e Serviços e de Portos, Aeroportos e Fronteiras. A Agência objetiva promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, incluindo o controle dos ambientes, processos, insumos e tecnologias a esses relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e fronteiras. Sua atuação em relação ao processo de controle de. 21.

(22) qualidade e ampliação do acesso da população aos medicamentos genéricos tem propiciado a redução do custo final dos medicamentos. O Incentivo Financeiro para Vigilância Sanitária prevê a transferência a Estados e Municípios de recursos destinados ao incremento de ações básicas de fiscalização e controle sanitário em produtos, serviços e ambientes sujeitos à vigilância sanitária, e atividades de educação em vigilância sanitária. 2.1.11 - Emendas Parlamentares Referem-se a Ações e Serviços de Saúde que são desenvolvidos à conta de emendas parlamentares, que podem ser feitas em qualquer unidade. Esses recursos são inseridos no Orçamento, no âmbito do Congresso Nacional, quando da análise do Projeto de Lei Orçamentária. 2.1.12 - Pessoal e Encargos Sociais Este item prevê despesas com funcionários ativos, aposentados e pensionistas. 2.1.13 - Dívida Externa e Interna Item onde estão previstos os custos financeiros e os encargos de dívidas internas e externas, decorrentes da captação de empréstimos (operações de crédito), para tocar os Projetos Internacionais. 2.1.14 - Demais Despesas Nesse item estão computadas as demais despesas, não relacionadas nos itens anteriores. 2.2 - HIPÓTESES Considerando o marco teórico apresentado, é possível que a distribuição nominal de recursos destinados a Saúde tenham tido evolução significativa entre 1994 e 2002. Também é possível que esse crescimento se confirme quando comparados ao PIB ou a distribuição per capita de valores, no mesmo período. Em face do cenário atual, onde a regularidade de recursos no setor saúde é fator presente, e apesar do desenvolvimento e priorização de ações, consideradas. 22.

(23) preventivas, é possível que se identifique uma relação de evolução deficitária em ações e investimentos preventivos, principalmente aquelas voltadas ao Programa de Saneamento Básico. É possível, que em função da consciência ecológica atual da população (tratamento de lixo e de esgotos), além do grande número de doenças de veiculação hídrica (tratamento de água e melhorias sanitárias domiciliares), estas ações tenham que ser priorizadas, como forma de proporcionar melhor qualidade de vida às pessoas. Nesse cenário o presente trabalho, valendo-se de dados presentes em. relatórios do Ministério da Saúde, analisa os investimentos efetuados de 1994 a 2001 com Saúde Pública no Brasil e a evolução percentual desses investimentos em cada um dos itens orçamentários.. 23.

(24) 3 - METODOLOGIA. Quanto à natureza a pesquisa é descritiva e procura informar o leitor sobre os números levantados nos relatórios do Ministério da Saúde durante o período de 1994 a 2002. No aspecto método, pode-se considerar a pesquisa, em parte, quantitativa – na medida em que infere os valores relativos às ações de saúde, e qualitativa, quando objetiva a interpretação dos números levantados. No marco teórico, buscou-se informações sobre os sistemas de saúde existentes, quais os sistemas presentes na América Latina e no Brasil, definiu-se os itens orçamentários que compões os investimento com saúde no Brasil e apresentaram-se as hipóteses possíveis de serem confirmadas ao efetuar-se a análise de dados. Para analisar a evolução dos investimentos com saúde nos dois mandatos do Presidente Fernando Henrique Cardoso no período 1994/2002 e verificar a evolução ocorrida no Setor, bem como comparar os investimentos com índices como PIB e valores per capita investidos, elaborou-se ama análise da série histórica de investimentos de recursos no setor saúde do Governo Federal. Para identificar se ocorreram melhorias ou não nos valores investidos em Saúde Pública no Brasil do ponto de vista qualitativo bem como contribuir com o processo de conhecimento do tema, proporcionando discussões acadêmicas sobre os reflexos das políticas públicas de saúde do atual utilizou-se a construção de quadros e gráficos para proporcionar uma análise comparativa entre os dados levantados. Diante dos dados levantados e das discussões realizadas, apresentou-se a conclusão referente aos investimentos com saúde no Brasil entre 1994 e 2002. Os limitadores da pesquisa referem-se principalmente a variação de itens orçamentários de um ano para outro (programas especiais ou projetos) que não permitem a construção de uma série histórica mais qualificada, tendo a mesma se reduzido aos três itens principais de investimentos e aos investimentos totais de saúde no período. Para minimizar estes limitadores seriam necessárias análises individuais de cada um destes projetos ou programas, identificando seus objetivos e. 24.

(25) alocando os mesmos dentro de cada item orçamentário; o que não foi foco desse trabalho. Outro limitador refere-se ao ano de 2002 que tem seus investimentos projetados e o PIB do ano anterior (posição de agosto de 2001), não permitindo análises comparativas substanciosas. 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES A partir do levantamento de dados nos relatórios do Ministério da Saúde, iniciou-se por analisar a evolução nominal dos investimentos efetuados entre 1994 e 2002. Verifica-se no quadro II que o ano de 1995 foi o que teve o maior aumento nominal de valores investidos em saúde. Percebe-se ainda que os maiores valores estão, pela ordem, em atendimentos de alta e média complexidade, pessoal e encargos sociais e atenção básica. Ainda em relação aos valores nominais, percebe-se no quadro II que o maior aumento nominal de um item orçamentário, aconteceu com saneamento básico no QUADRO II- ORÇAMENTO DA SAÚDE 1994- 2002 Item Orçamentário Atenção Básica Atend. Média e Alta Complexidade Medicamentos Auxílios e Assist. Médica a Servidor Manutenção Administrativa Projetos Internacionais Modernização de Unidades de Saúde Saneamento Básico Programas Específicos Emendas Parlamentares Pessoal e Encargos Sociais Dívida Externa e Interna Demais Despesas Total Fonte: Ministério da Saúde. 1994 1.065 4.735 204 150 90 185 197 53 174 2.521 40 128 9.544. 1995 1.571 6.688 425 174 175 228 150 65 245 3.761 1.369 27 14.892. Executado 1997 1998 2.258 2.581 8.893 8.299 570 525 271 275 180 164 126 212 69 177 91 143 300 312 204 248 3.996 3.994 1.791 2.334 44 45 18.804 19.324. 1996 1.511 7.356 231 186 250 148 20 34 199 70 3.834 500 26 14.377. 1999 3.180 9.707 836 290 162 360 230 201 397 354 4.330 155 106 20.334. 2000 3.545 10.828 827 290 188 717 192 159 465 383 4.825 153 101 22.699. Em milhões Previsto 2001 2002 4.208 5.063 12.065 12.953 858 999 302 338 257 257 627 374 177 257 1.199 964 557 685 622 1.111 4.898 4.879 236 466 103 179 26.136 28.551. ano de 2001. O gráfico I demonstra os totais gastos, de forma nominal, onde se podem perceber as maiores evoluções, as involuções e a manutenção de valores investidos em saúde entre 1994 e 2002.. 25.

(26) Percebe-se que no ano de 1996, os investimentos nominais foram ligeiramente menores que os efetuados no ano de 1995, talvez por 1995 ter tido um crescimento atípico, de cerca de 57% em relação ao ano de 1994. Visualiza-se também a relação entre os valores nominais investidos em 1994 e o previsto para 2002, que nominalmente correspondem a um acréscimo de cerca de 200%. Entretanto, os anos de 1997, 1998 e 1999 têm o menor acréscimo nominal ano. GRÁFICO I – EVOLUÇÃO DOS VALORES NOMINAIS INVESTIDOS EM SAÚDE 19942002 EM MILHÕES. Fonte: Ministério da Saúde. No quadro III, efetuou-se um comparativo percentual entre os investimentos nominais, onde se verifica uma evolução de cerca de 58% (11,16% para 17,13%) nos investimentos com atenção básica e uma redução significativa de 8,54% (49,61% para 45,37%) em atendimentos de alta e média complexidade e 35,31% (26,42% para 17,09%) nos investimentos com pessoal e encargos sociais. Considerando-se que os maiores valores dos investimentos estão localizados exatamente nos valores com maior percentual de redução, pode-se inferir que houve ganho real nos valores investimentos em atenção básica e na reestruturação dos hospitais, onde estão concentrados os atendimentos de média e alta complexidade.. 26.

(27) QUADRO III - COMPARATIVO PERCENTUAL DO ORÇAMENTO DA SAÚDE. Item Orçamentário Atenção Básica Atend. Média e Alta Complexidade Medicamentos Auxílios e Assistência Médica a Servidor Manutenção Administrativa Projetos Internacionais Modernização de Unidades de Saúde Saneamento Básico Programas Específicos Emendas Parlamentares Pessoal e Encargos Sociais Dívida Externa e Interna Demais Despesas Total Fonte: Ministério da Saúde. 1994 11,16% 49,61% 2,13% 1,57% 0,94% 1,94% 2,06% 0,56% 1,82% 0,00% 26,42% 0,42% 1,34% 100,00%. 1995 10,55% 44,91% 2,85% 1,17% 1,17% 1,53% 1,00% 0,43% 1,65% 0,00% 25,26% 9,20% 0,18% 100,00%. 1996 10,51% 51,16% 1,61% 1,30% 1,74% 1,03% 0,14% 0,24% 1,38% 0,49% 26,67% 3,48% 0,18% 100,00%. Executado 1997 1998 12,01% 13,36% 47,29% 42,95% 3,03% 2,72% 1,44% 1,42% 0,96% 0,85% 0,67% 1,10% 0,36% 0,92% 0,48% 0,74% 1,60% 1,62% 1,09% 1,28% 21,25% 20,67% 9,52% 12,08% 0,23% 0,23% 100,00% 100,00%. 1999 15,64% 47,74% 4,11% 1,43% 0,80% 1,77% 1,13% 0,99% 1,95% 1,74% 21,30% 0,76% 0,52% 100,00%. 1994- 2002. 2000 15,62% 47,70% 3,64% 1,28% 0,83% 3,16% 0,84% 0,70% 2,05% 1,69% 21,26% 0,67% 0,44% 100,00%. Em milhões Previsto 2001 2002 16,10% 17,73% 46,16% 45,37% 3,28% 3,50% 1,15% 1,18% 0,98% 0,90% 2,40% 1,31% 0,68% 0,90% 4,59% 3,37% 2,13% 2,40% 2,38% 3,89% 18,74% 17,09% 0,90% 1,63% 0,40% 0,63% 100,00% 100,00%. Ao se analisar os três itens com maior valores de investidos, percebe-se claramente a redução de dois – atendimentos de alta e média complexidade e nos investimentos com pessoal e encargos sociais; bem como a evolução, de investimento em atenção básica. O gráfico II registra e representa esta situação encontrada. GRÁFICO II - ITENS DE MAIOR EVOLUÇÃO DE INVESTIMENTOS PERCENTUAIS 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 ATENÇÃO BÁSICA ATENDIMENTO DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS. Após a análise dos valores nominais dos investimentos entre 1994 e 2002, inicia-se um comparativo entre valores investimentos, com encargos financeiros e sem encargos financeiros em relação ao PIB, aos investimentos per capita e a 27.

(28) participação do Ministério da Saúde no Orçamento da União, também considerandose as situações de com e sem encargos financeiros. QUADRO IV – COMPARATIVO ENTRE INVESTIMENTOS EM SAÚDE DE 1994 A 2002, ORÇAMENTO DA UNIÃO, PIB E VALOR PER CAPITA ANO 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002. VALORES NOMINAIS 9.544.157 14.891.875 14.376.792 18.804.474 19.323.690 20.334.265 22.699.254 26.135.923 28.551.448. UNIÃO COM/EFU. SEM/EFU. 140.040.104 243.028.882 289.635.873 391.207.409 496.329.377 544.854.632 616.386.543 603.434.986 650.409.608. 70.102.865 133.008.523 149.554.368 172.700.383 189.302.493 204.774.300 239.984.053 280.116.329 321.898.679. PER PARTICIPAÇÃO % DO PARTICIP. CAPITA DA MS NA UNIÃO DO MS S/PIB SAÚDE COM/EFU SEM/EFU 6,82 13,61 2,73 62,32 95,88 6,13 11,20 2,30 4,96 9,61 1,85 91,29 4,81 10,89 2,16 117,80 3,89 10,21 2,11 119,44 3,73 9,93 2,12 124,03 3,68 9,46 2,08 136,65 4,33 9,33 2,25 155,30 4,39 8,87 2,46 165,55. Ministério da Saúde. 28. POPULAÇÃO 153.142.782 155.319.940 157.481.665 159.636.413 161.790.311 163.947.554 166.112.518 168.288.748 172.461.810.

(29) A primeira análise feita refere-se aos valores nominais em relação aos valores do orçamento da União, com e sem encargos financeiros. Para melhor visualização foi construído o Quadro V, que demonstra em termos percentuais a relação entre valores nominais e o Orçamento da União. Percebe-se que tanto na situação de “com encargos financeiros” como na de “sem encargos financeiros”, existe uma involução dos percentuais investimentos em saúde em relação ao Orçamento da União. QUADRO V – PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DOS VALORES NOMINAIS DA SAÚDE NO ORÇAMENTO DA UNIÃO ANO BASE. VALORES NOMINAIS. COM EFU. SEM EFU. 1994. 9.544.157. 6,82%. 13,61%. 1995. 14.891.875. 6,13%. 11,20%. 1996. 14.376.792. 4,96%. 9,61%. 1997. 18.804.474. 4,81%. 10,89%. 1998. 19.323.690. 3,89%. 10,21%. 1999. 20.334.265. 3,73%. 9,93%. 2000. 22.699.254. 3,68%. 9,46%. 2001. 26.135.923. 4,33%. 9,33%. 2002. 28.551.448. 4,39%. 8,87%. Uma demonstração mais evidente desta redução é percebida no gráfico III, que representa estes percentuais. Também fica evidenciados no gráfico, o decréscimo dos valores com encargos financeiros de 1998, 1999, 2000 recuperando algumas casas decimais a partir de 2001. Neste mesmo período, ao considerar-se sem encargos financeiros, o decréscimo não é tão acentuado.. ,6 1. GRÁFICO III - PARTICIPAÇÃO % DO MS NO ORÇAMENTO ANUAL DA UNIÃO. 7 8, 8. 9,. 9, 4. 33. 6. 9, 93. 21 10 ,. 9, 61. 4, 39. 2001. 2002. 3 3, 6. 1998. 1999. 2000. 8. 3, 73. 89. 1997. 3,. 1996. 4, 3. 81. 6. 4,. 5,00. 4, 9. 6,. 13. 82 6,. 10,00. 10 ,8. 11 ,2. 9. 0. 13. 15,00. 0,00. 1994. 1995. COM/EFU. SEM/EFU. 29.

(30) Sobre as variações dos investimentos do Ministério da Saúde em relação à população brasileira, originando os valores investimento per capita nos anos analisados, é importante visualizarmos os dados constantes no quadro VI. O quadro demonstra que 1995 foi o ano de maior crescimento percentual dos investimentos per capita com saúde, tendo na outra extremidade o ano de 1996 com evolução percentual negativa. Nos anos de 1997, 2001 e 2000 também se registraram evoluções percentuais significativas de mais de 10%. QUADRO VI – EVOLUÇÃO PERCENTUAL DOS INVESTIMENTOS PERCAPITA Ano. Valores nominais. população. 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002. 9.544.156.727 14.891.874.582 14.376.791.609 18.804.473.853 19.323.689.988 20.334.265.375 22.699.254.125 26.135.922.738 28.551.448.239. 153.142.782 155.319.940 157.481.665 159.636.413 61.790.311 163.947.554 166.112.518 168.288.748 172.461.810. Investimento Evolução percentual dos percapita investimentos percapita 62,32 95,88 53,84 91,29 -4,78 117,80 29,03 119,44 1,39 124,03 3,85 136,65 10,18 155,30 13,65 165,55 6,60. Fonte: Ministério da Saúde No gráfico IV é possível visualizar esta relação entre população e valores investimentos em saúde entre 1994 e 2002. No geral, identifica-se um aumento real de R$ 103,23, o que significa um aumento percentual de 165%. Entretanto, ano de 1996, identifica-se uma queda real dos valores per capita. GRÁFICO IV – EVOLUÇÃO DOS VALORES PERCAPITA DOS INVESTIMENTOS EM SAÚDE NOS ANOS DE 1994 A 2002.. 55 16 5,. ,3 0 15 5. 65 13 6,. ,0 3 12 4. 11 9,. 11 7, 80. 95 ,8. 62 ,3 2. 100,00. 8. 150,00. 91 ,2 9. 200,00. 44. PER CAPITA. 50,00 0,00. 1994. 1995. 1996. 1997. 1998. Fonte : Ministério da Saúde. 30. 1999. 2000. 2001. 2002.

(31) Ao se visualizar os valores dos investimentos com saúde nos anos analisados comparativamente aos valores do PIB Nominal, percebe-se o ano de 1994 como a maior relação. Também nesse caso o ano de 1996 foi o de menor correlação percentual. Ao excluir-se a informação de 1996, identifica-se uma involução percentual anual. Os anos de 2001 e 2002 foram desconsiderados na análise, em função de que o PIB não continha todos os meses em 2001 e estava repetido em 2002.. QUADRO VI – EVOLUÇÃO PERCENTUAL DOS INVESTIMENTOS NOMINAIS EM RELAÇÃO AO PIB. ano. valores nominais gastos em Milhões. 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002. 9.544 14.891 14.376 18.804 19.323 20.334 22.699 26.135 28.551. PIB em milhões. 349.205 646.191 778.887 870.743 913.735 960.858 1.089.688 1.161.671 1.161.671. Relação percentual entre PIB e valores nominais gastos 2,73 2,30 1,85 2,16 2,11 2,12 2,08 2,25 2,46. Fonte : Ministério da Saúde. OBS: Em 2000 o PIB nominal corresponde a valores de dezembro Em 2001 foi utilizado o PIB dos últimos doze meses, posição de agosto Em 2002 foi repetido o PIB 2001.. O gráfico V representa a involução dos investimentos em saúde nos anos de 1994 a 2000 em relação ao PIB, ratificando também, a involução do ano de 1996.. 31.

(32) GRÁFICO V – EVOLUÇÃO DOS VALORES PERCENTUAIS DOS INVESTIMENTOS EM SAÚDE NOS ANOS DE 1994 A 2000 EM RELAÇÃO AO PIB.. Percentuais do PIB gastos em saúde. 3,00. 2,73 2,30. 2,50. 2,16. 2,11. 1,85. 2,00. 2,12. 2,08. 1,50 1,00 0,50 0,00. Fonte: Ministério da Saúde. Dentro desse contexto de análise, buscou-se identificar os principais fatores de alterações (evoluções ou involuções) nos investimentos com saúde no Brasil no Governo Fernando Henrique Cardoso, isto é nos anos de 1994 a 2002. A seguir, apresentam-se as conclusões percebidas diante das análises efetuadas.. 32.

(33) 5 – CONCLUSÕES Após a análise dos investimentos nominais efetuados em saúde no Brasil entre 1994 e 2002, identificaram-se as seguintes situações: 1. O ano de 1995 foi o de maior aumento nominal de investimentos, saindo, em 1994, de R$9.544 milhões para R$14.892 milhões, registrando um aumento de 57%. 2. O item de maior aumento nominal foi Saneamento Básico no ano de 2001, que registrava R$159 milhões em 2000 e R$1.199 milhões em 2001, o que significa um aumento de 655%. 3. No ano de 1996 foi registrada a única involução de valores investidos em saúde no período analisado, desceu de R$14.892 milhões de 1995 para R$14.377 milhões em 1996, o que demonstra uma queda de 3,45%. 4. Entre os três itens de maior importância percentual na distribuição dos investimentos em saúde no período analisado, atenção básica apresentou evolução de cerca de 58% (11,16% para 17,13%), enquanto percebe-se uma redução significativa de 8,54% (49,61% para 45,37%) em atendimentos de alta e média complexidade e 35,31% (26,42% para 17,09%) nos investimentos com pessoal e encargos sociais. Ao efetuar-se uma análise comparativa dos valores investidos em saúde no Brasil entre 1994 e 2002, identificaram-se as seguintes situações: 1. A participação dos valores do Ministério da Saúde em relação ao Orçamento da União apresenta uma curva descendente no período analisado. Ao considerar-se os valores com encargos financeiros no ano de 1994 o orçamento da saúde significava 6,82% enquanto que em 2002 este percentual cai para 4,39%. Considerando-se os valores sem encargos financeiros no ano de 1994 o orçamento da saúde significava 13,61% enquanto que em 2002 este percentual cai para 8,87%. 2. Em relação aos valores percapita dos investimentos de saúde no período, identifica-se uma evolução nominal de 165%; porém, ao efetuar-se uma análise da evolução percentual desses valores identifica-se uma evolução 33.

(34) bastante irregular, variando de 53,84% em 1995; -4,78% em 1996; 29,03% em 1997; 1,39% em 1998; 3,85% em 1999; voltando a subir para 10,18% em 2000;13,65 em 2001; e crescendo pelos valores projetados para 2002 apenas 6,60%. 3. Em relação à evolução dos valores percentuais dos investimentos em saúde no período analisado em relação ao PIB, optou-se por excluir os anos de 2001, onde o cálculo foi feito em relação aos últimos doze meses, posicionados em agosto de 2001 e 2002 por ter repetido o PIB de 2001. Nos anos restantes verifica-se uma curva descendente, registrando seu maior pico também no ano de 1996 (1,85%) Nesse contexto é possível sugerir que, existiram aumentos nominais significativos dos valores investidos em saúde no Brasil no governo Fernando Henrique Cardoso. Em relação aos valores comparativos com a população, o PIB e o Orçamento Geral da União, estes apresentam variações ora positivas, ora negativas. Os investimentos comparativamente a população apresentam crescimento nominal e variação percentual crescente em 1995, 1997, 2000 e 2001. O percentual de crescimento em relação a 2002, fica com análise prejudicada em função das variações orçamentárias que poderão ocorrer durante o ano. Em relação ao percentual negativo de crescimento de 1996, ele ocorreu provavelmente, pelo grande investimento realizado em 1995. Os Investimentos do Ministério da Saúde em relação ao Orçamento Geral da União voltaram a crescer nos últimos dois anos. É possível inferir que esta situação é decorrente da Emenda Constitucional número 29/2000, a qual definiu um patamar de aplicação de recursos no setor de saúde em todas as esferas de governo. No caso da União a Emenda determina que o valor mínimo a ser aplicado seja obtido com a apuração do gastos do ano anterior, corrigidos pela variação nominal do PIB. Isto significa que os investimentos em saúde acompanharão o crescimento do PIB, diferentemente do que ocorreu no período analisado como um todo e ratificado pela evolução da relação PIBxInvestimentos nos anos de 2001 e 2002. Também é possível inferir que apesar do aumento nominal, percebe-se uma diminuição percentual nos gastos com pessoal e encargos sociais. Provavelmente isto. 34.

(35) seja fruto da busca de qualificação e melhoria dos processos, inclusive de controle e acompanhamento de custos, instaladas nesse período. Assim como a diminuição dos gastos de média e alta complexidade possam ser resultados das políticas de reestruturação financeira e qualificação dos hospitais próprios e conveniados. É possível considerar que o aumento no item orçamentário de atenção básica, apesar de percentualmente pequeno, é significativo do ponto de vista conceitual de prevenir ao invés de combater endemias instaladas. Esse conceito de prevenção é ratificado pelo crescimento significativo dos valores investidos no item orçamentário saneamento básico, que apresentou o maior aumento percentual no período analisado. Ë importante ressaltar que a redução em gastos de alta e média complexidade é significativa em função de ser o item orçamentário que apresenta o maior valor nominal gasto. Finalizando, recomenda-se que para ratificação dos resultados aqui encontrados, sejam efetuadas análises internas dos itens, principalmente em relação aos projetos e programas, de forma a inseri-los conceitualmente nos itens orçamentários analisados na série histórica. É possível que dessa análise resultem crescimentos significativos em atenção básica, em função de que os projetos e programas especiais, principalmente os desenvolvidos em parceria com organismos internacionais, tem seu foco na prevenção.. 35.

(36) 6- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:. 1. BRASIL, Constituição. 1988. 2. BRASIL, Plano Plurianual 2000/2003; 3. BRASIL, Leis de Diretrizes Orçamentárias Anuais; 4. BRASIL, Lei n.º 8.080, de 19 de setembro de 1990; 5. BRASIL, Lei n.º 8.142, de 23 de setembro de 1999 6. BRASIL, Lei Complementar n.º 101, de 04 de maio de 2000. 7. CABALLER, U.V. e LA ROSA, M. Innovazione e Formazione nel Setore Social Sanitario. Milano, Editora Franco Angeli, 1995. 8. MÉDICI, A . Las reformas de salud en América Latina el Caribe. Banco Interamericano de Desarrollo(BID), Centro de Estudios Salud y Futuro, nov/2.000. 9. MINISTÉRIO DA SAÚDE - Legislações e publicações diversas 10. MINISTÉRIO DA SAÚDE – página oficial na rede mundial de informações; 11. MUSGROVE, P. Public Spendingon Health Care: how are different criteria related? Health Policy.v.47.nr.3 páginas 207-223, 1999. 12. NEGRI, Barjas (org) Brasil: Radiografia da Saúde, Campinas, SP, Unicamp, 2001. 13. OCHANDO, C. El Estado de Bienestar: objetivos, modelos y teorias explicativas. Barcelona, Ariel Practicum ,1999. 14. PIOLA, Sergio Francisco; CONSUELO, David Vivas e VIANNA, Solon Magalhães. Tendências do Sistema de Saúde Brasileiro: Estudo Delphi. Brasília, IPEA, 2001. 15. SERRA, Jose. Ampliar o Possível, a política de saúde do Brasil. São Paulo, Hucitec, 2000.. 36.

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