• Nenhum resultado encontrado

A Graça Seja com todos vós

No documento Epistola Aos Hebreus- Severino Pedro Da Silva (páginas 125-200)

Melquisedeque e o Sacerdócio de Cristo

fazer. Pode-se dizer que o que faltava à Lei era a administra­ ção do Espírito Santo; mas Cristo nos trouxe essa adminis­ tração. Isso faz a diferença vital entre o primeiro e o segun­ do pactos. Por conseguinte, "... o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4). A Lei, portanto, foi satisfeita em Cristo, e nEle encontramos aquilo que a Lei não pode conseguir: "... o aperfeiçoamento dos santos”, con­ forme o poder de Cristo o faz milagrosamente na vida da­ quele que nasce de novo e passa a observar cuidadosamente o ensino que vem da sua Palavra.

V Um Sacerdócio Perfeito

19 (pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou), e desta sorte

é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus.

A vontade divina revelada na Lei era o aperfeiçoamento do povo escolhido, para que seguisse em qualquer tempo ou lugar o caminho da santidade que a própria Lei havia estabe­ lecido. Então, ela lançou princípios, ensinou rudimentos, deu impulsos iniciais, prefigurando a vontade de Deus em cada detalhe de seus mandamentos e normas. Mas nada disso levou à perfeição, já que por si mesma a Lei não provia esta perfei­ ção. ‘‘Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhan­ ça da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na cerne [de Cristo]” (Rm 8.3). Tal perfeição aspirada pelo ho­ mem e desejada por Deus só poderia ser encontrada em Cris-

to e por meio dEle, atingindo assim a unidade da fé, crescen­ do “em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4.12-15).

20 E, visto como não é sem prestar juramento (porque

certamente aqueles, sem juramento, foram feitos sacerdotes,

A escolha de Arão foi de fato uma escolha divina. Deus escolheu Arão para ocupar o lugar de sumo sacerdote numa nova ordem criada por Ele, visto que já existia uma outra: a de Melquisedeque. Mas com o passar dos séculos, a sucessão de sacerdotes tornou-se mais uma necessidade do que uma esco­ lha. Por esta razão alguns foram escolhidos até mesmo fora da vontade divina, apenas porque, diante da necessidade, ou por morte, ou por doença, velhice, renuncia ou por insubordina­ ção daquele sacerdote que ocupava o cargo, outro era indicado para o seu lugar (cf. I Rs 2.26,27,35). Em nenhum desses casos era necessário um juramento, mas apenas uma indica­ ção. Já em relação a Cristo, seu ofício sacerdotal foi indicado por Deus por meio de um juramento, visto que se tratava de um sacerdote eterno, e não terreno.

21 mas este, com juramento, por aquele que lhe disse:

Jurou o Senhor e não se arrependerá: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.);

Os sacerdotes ordinários da família de Arão eram cons­ tituídos segundo os dispositivos da Lei, mas Cristo per­ tence a uma outra ordem — a de Melquisedeque —, uma

133

Melquisedeque e o Sacerdócio de Cristo

ordem de sacerdotes eternos, cuja nomeação é feita por meio de um juramento. Ao que parece, este juramento di­ vino foi feito apenas em duas ocasiões: um para ordenar Melquisedeque e o outro para nomear a Cristo. No versículo 28 do capítulo em foco é confirmado “... a palavra do ju­ ramento, que veio depois da lei”, por meio do qual “... constitui ao Filho, perfeito para sempre” como Sumo Sa­ cerdote eterno. O juramento aqui em foco, de que Cristo seria um sacerdote eternamente, partiu dos lábios do pró­ prio Deus, o que indica o caráter irrevogável desta função do Filho de Deus no tocante ao sacerdócio. Esta glória sacerdotal concedida a Cristo pelo Pai foi também transferida por Jesus para seus servos (Ap 1.6).

22 de tanto melhor concerto Jesus foi feito fiador.

O conceito gnóstico acerca de Cristo era de que Ele era apenas uma criatura elevada entre outras criaturas; mas as Es­ crituras, em seu escopo geral, apresentam o Filho de Deus como sendo uma das pessoas da Santíssima Trindade, igual ao Pai e ao Espírito Santo em essência, poder e glória. Em seu ofício, Ele serve de garantia divina, por ser “fiador” de um melhor concerto. Ele é ao mesmo tempo a garantia de Deus perante os homens e a garantia dos homens perante Deus, e, por conseguinte, cumpre-se as palavras de Paulo, quando diz: “Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” (I Tm 2.5). Procurar media­ dores ou medianeiras como intermediários no plano da re­ denção jamais levará o homem a lugar algum no tocante à redenção de sua alma, pois somente Cristo é nossa redenção;

fora de seu sacrifício qualquer outro sacrifício não tem valida­ de alguma (cf. I Co 1.30; Hb 8.6).

VI. Um Sacerdócio Eterno

23 E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque, pela morte, foram impedidos

de permanecer,

Conforme já tivemos ocasião de expor anteriormente, os sacerdotes levíticos foram feitos sacerdotes em grande nú­ mero e divididos por turnos. Em I Crônicas 24, temos 24 turnos de sacerdotes que foram organizados por Davi; dezesseis deles foram tomados dos filhos de Eleazar e oito dos filhos de Itamar. Tal necessidade de tantos sacerdotes se dava em função da necessidade de substituição, pela morte ou por um outro motivo que impedia este ou aquele sacer­ dote de continuar exercendo sua função. Muitas vezes algu­ mas dessas sucessões eram mais políticas do que propria­ mente religiosas e, concomitantemente, com aprovação divi­ na. Contudo, por ser Cristo um sacerdote eterno, não há esta necessidade, pois sua ordem não requer substituto, visto ser Ele um sacerdote eterno.

24 mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo.

O sacerdócio de Cristo é eterno, porque é exercido por alguém cuja natureza divina tem como um de seus atributos a imortalidade. Assim, o tipo de imutabilidade representado pelo

Melquisedeque e o Sacerdócio de Cristo 135

sacerdócio de Cristo, segundo o pensamento que é depreendido do contexto, deve incluir o conceito de intransmissibilidade. Nenhuma mudança será encontrada em Cristo e nem em seu sacerdócio. Durante a era milenial, “... os sacerdotes levitas, que são da semente de Zadoque” voltarão a oferecer alguns sacrifícios e exercerão algumas funções como anteriormente, na antiga aliança. Estas ofertas terão um caráter retrospectivo, olhando para trás, para a cruz, pois as ofertas antigas eram prospectivas, olhando para adiante, para a cruz. As primeiras apontavam para sua morte — as do Milênio também aponta­ rão para lá, mas apenas para rememorar a morte de Cristo, e não para tirar o pecado de alguém (Ez 43.19-27).

25 Portanto, pode também salvar perfeitamente os que

por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.

Existe um provérbio popular que diz: “Por qualquer cami­ nho se chega a Deus”. Mas isso não é verdade. Para se chegar à imediata presença de Deus só existe “um caminho”, que é nos­ so Senhor Jesus Cristo — fora dEle qualquer via de acesso ou caminho conduz à perdição (Mt 7.13). O próprio Jesus se apre­ sentou aos homens como sendo este caminho que pode condu­ zir a pessoa humana à presença de Deus, quando disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Ele sim, “pode... salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus...” Isso é possível por meio de Jesus Cristo, porque Ele nasceu com o título de Salvador. Assim fa­ lou o anjo do Senhor quando anunciava seu nascimento: “Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que

será para todo o povo, pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.10,11).

26 Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores efeito mais sublime do que os céus,

Os sacerdotes levíticos não podiam ser portadores de qual­ quer defeito físico. Deviam ser, portanto, um tipo de beleza. As qualidades requeridas por Deus foram declaradas em Levítico 21.16-21: “Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo: Fala a Arão, dizendo: Ninguém da tua semente, nas suas gerações, em quem houver alguma falta, se chegará a oferecer o pão do seu Deus. Pois nenhum homem em quem houver alguma deformidade se chegará: como homem cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente compridos, ou homem que tiver o pé quebrado, ou quebrada a mão, ou corcovado, ou anão, ou que tiver belida no olho, ou sarna, ou impigens, ou que tiver testículo quebrado. Nenhum homem da semente de Arão, o sacerdote, em quem houver alguma deformidade, se chegará para oferecer as ofertas queimadas do Senhor; falta nele há; não se chegará para oferecer o pão do seu Deus”. Contudo, dificilmen­ te estes sacerdotes traziam em seus corações a perfeição absolu­ ta, interior, que se podia encontrar em Cristo. Ele era e é: “san­ to, inocente, imaculado, separado dos pecadores” e acima de tudo, “sem pecado” (Hb 4.15).

27 que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente, por seus

137

Melquisedeque e o Sacerdócio de Cristo

próprios pecados e, depois; pelos do povo; porque isso fez ele, uma vez; oferecendo-se a si mesmo.

É evidente que o sumo sacerdote na antiga dispensação não oferecia sacrifício todos os dias, pois o duplo sacrifício por si mesmo e pelo povo era oferecido somente uma vez por ano no Dia da Expiação. Mas os sacerdotes ordinários ofere­ ciam sacrifícios contínuos por si mesmos e por aqueles que pecavam; eles ofereciam diariamente dois carneiros pelo povo. Segundo Filo, nesse caso, os cordeiros eram oferecidos pelo povo, ao passo que a oferta de farinha de trigo era em favor do próprio sacerdote oficiante (Nm 28.1-8). Mas Cristo, nosso Sumo Sacerdote eterno, substituiu esta oferta contínua pelo seu próprio sacrifício, “... oferendo-se a si mesmo” uma única vez (Hb 9.28). Efésios 4.10 fala do sacrifício completo de Cristo, quando o apóstolo Paulo diz: “... subiu acima de to­ dos os céus, para cumprir todas as coisas”. Isto significa que sua imensidade e seu poder devem ser reconhecidos por todos tanto na esfera humana como na celestial. Esta é a confirma­ ção das palavras de Pedro: “... havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências” (I Pe 3.22).

28 Porque a lei constituí sumos sacerdotes a homens

fracos, mas a palavra do juramento, que vejo depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre.

O juramento que aqui está em foco foi feito pelo próprio Deus Pai. Ele jurou na presença de seu Filho, e talvez na pre­ sença dos elevados poderes angelicais, que Jesus seria um sa­ cerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque (SI 110.4).

mortais. Deus até pensou em fazer isso a princípio, mas de­ pois afastou de si tal pensamento ao ver o fracasso de Eli e seus filhos. Então Ele disse: “Na verdade, tinha dito eu que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetu­ amente; porém, agora, diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei, porém os que me des­ prezam serão envilecidos” (I Sm 2.30). Devido a estas fra­ quezas e inconstâncias dos sacerdotes levíticos foi necessário, portanto, que Deus constituísse a seu "... Filho, perfeito para sempre”.

1 JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus — Antiguidades Judai­

O Novo Concerto

I. As Atribuições do Sacerdote no Antigo

Concerto

1 Ora, a suma do que temos dito é que

temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da Majestade;

Aqui o escritor sagrado exalta a Cristo acima de todos os seres. Ele está assentado à destra da mão de Deus, que significava para os povos anti­ gos à “destra do poder”, onde um príncipe herdei­ ro passava a exercer sua autoridade monárquica sob os auspícios do pai ou de uma autoridade tutelar (cf. 2 Rs II; 12). As Escrituras mencionam vários elementos doutrinários a respeito das mãos de Deus; como em I Reis 22.19, onde ambas as mãos

são mencionadas. Mas de maneira especifica, a sua mão direi­ ta é que mais está em foco. Para os gregos, estar assentado ao lado direito de alguém, significava estar ao lado do poder, pen­ samento este que passou também a figurar posteriormente no pensamento cristão (Mc 16.19; Hb 1.3, etc.). Nenhuma ou­ tra autoridade, terrena ou celeste, está presentemente assenta­ da ali! Mas o nosso Sumo Sacerdote ali está assentado ao lado do Pai, com toda a honra e glória a Ele dedicada!

2 ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo, o

qual o Senhor fundou, e não o homem.

Os sacerdotes terrenos haviam sido agraciados por Deus com uma grande honra, a de serem ministros do santuário ter­ restre — originalmente erigido no deserto e depois transferido para o templo construído por Salomão. Mas a honra de ser ministro do santuário celestial, no Reino eterno de Deus, so­ mente foi conferida a nosso Senhor Jesus Cristo. Moisés foi comissionado por Deus para construir o Tabernáculo no deser­ to, quando recebeu de Deus o modelo de cada peça e a orienta­ ção divina acerca de cada detalhe. Deus ainda lhe advertiu di­ zendo: “Atenta, pois, que o faças conforme o seü modelo, que te foi mostrado no monte” (Êx 25.40). Nele, Arão e seus filhos foram ministros. Porém, este não era o verdadeiro Tabernáculo que estava nos céus, cujo arquiteto foi Deus, e não o homem. Nele, somente Jesus teve o privilégio de entrar e nele ministrar!

3 Porque todo sumo sacerdote é constituído para oferecer

dons e sacrifícios; pelo que era necessário que este também tivesse alguma coisa que oferecer.

141

0 Novo Concerto

O sumo sacerdote da linhagem de Arão tinha de ser um homem competente para manter seu povo no centro da vonta­ de de Deus. Por isso vemos que “a iniqüidade do santuário” era posta sobre ele (Nm I8.I). Era, portanto, necessário que o sumo sacerdote e os sacerdotes inferiores oferecessem “dons [ofertas] e sacrifícios” todos os dias — por si mesmos e pelos outros. Assim Cristo morreu por todos nós. Ele sempre está à mão direita do Pai intercedendo por nós; junto com o valor de um sacrifício infinito, temos uma poderosa mão que nos sus­ tenta. Em paga dos sacrifícios os sacerdotes levitas recebiam tributos. Cristo também recebe todos os dias os tributos de louvor, honra e adoração que a Ele são oferecidos. Quando lemos as palavras do Senhor na oração do Pai Nosso, observa­ mos que Ele nos ensinou que devemos a cada dia renovar nossa comunhão e nossa vida espiritual com Deus, quando o Mestre diz: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6.12). Isso indica que devemos es­ tar a cada dia aos seus santos pés confessando nossas dívidas e desfrutando do seu perdão; mas nada disso envolve animais e outras oferendas que eram mencionadas no antigo pacto.

II. O Ministério Sacerdotal de Cristo

4 Ora, se ele estivesse na terra, nem tampouco sacerdote

seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei,

Durante sua vida terrena, nosso Senhor Jesus Cristo apre­ sentou-se ao povo sob muitos títulos, mas nunca como sa­ cerdote. A razão para tal omissão foi que, ainda que como um

sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque, Ele veio para cumprir a Lei. E até a sua morte esta ainda estava em vigor, e os sacerdotes da linhagem de Arão continuavam ofe­ recendo sacrifícios no templo todos os dias. Estes sacrifícios por eles oferecidos representavam o próprio Cristo que ainda estava vivo — vivendo entre os homens. Contudo, o estabeleci­ mento pleno do sacerdócio eterno de Cristo em favor do ho­ mem deu-se depois de sua morte, sendo a sua vida o sacrifício feito em favor dos homens perante Deus (Rm 8.34).

5 os quais servem de exemplar e sombra das coisas celestiais; como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que; no monte, se te

mostrou.

O sacerdócio levítico tinha um tabernáculo construído no deserto, no qual se ofereciam os sacrifícios ordenados sob o antigo concerto. Nosso Sumo Sacerdote tinha um corpo imaculado: “o verdadeiro tabernáculo”, fundado não por Moisés, mas pelo próprio Senhor (v. 2). Ele cumpriu todas as figuras do Antigo Testamento. Era maior (em valor) e mais perfeito (para seu fim) do que o antigo. Não foi feito por mãos (como fora o primeiro) nem foi “desta criação”, pois foi especialmente preparado por Deus (9.11). Em Cristo e por meio dEle o sacrifício supremo da sua morte como oferenda a Deus, em favor dos homens, foi perfeito. Na antiga aliança, o animal tomado para sacrifício era rigorosamente examinado, para que se verificasse se o mesmo era ou não portador de algum defeito, mancha ou ruga. Mas era impossí-

143 0 Novo Concerto

vel que aquela perícia detectasse uma pequena enfermidade interna naquele animal. Seria possível que, sem uma interven­ ção divina que capacitasse a comissão examinadora com um discernimento divino, aquela pequena doença interna passas­ se despercebida. Mas Cristo era e é perfeito em qualquer área da existência: exterior e interiormente. Ele é Deus!

6 Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente quanto é mediador de um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas.

O ministério exercido pelo sumo sacerdote levítico era sem dúvida um ministério excelente. Mas o ministério de Cristo é mais excelente, pois Ele é Mediador "... de um melhor concer­ to, que está confirmado em melhores promessas”. Aquele sumo sacerdote da linhagem de Arão não podia continuar seu minis­ tério sacerdotal depois de sua morte; mas aquEle Sumo Sacer­ dote que fora levantado por Deus por meio de um juramento continua exercendo seu sacerdócio eterno sob o novo concerto, cuja duração ultrapassará o hoje do tempo e entrará no amanhã da eternidade. Tudo em Cristo é atual e perfeito. NEle e por Ele o ser humano encontra a razão de seu viver. Por este motivo Ele nos garantiu uma vida cheia de sua plenitude, dizendo: “O la­ drão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância” (Jo 10.10).

III. Eis que Estabelecerei um Novo Concerto

7 Porque, se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca

De acordo com o Dr. C. I. Scofield, uma “dispensação” é um período de tempo em que o homem é experimentado em relação à sua obediência a alguma revelação especial da vonta­ de tanto permissiva como diretiva de Deus. Os teólogos dispensacionais ensinam que existem sete dispensações: Ia: A

da inocência; 2a: A da consciência; 3a: A do governo humano;

4a: A da promessa (patriarcal); 5a: A da Lei; 6a: A da graça;

7a: A da plenitude dos tempos (Reino).

As Escrituras também nos informam que Deus esta­ beleceu 8 pactos, ou alianças, com os homens. São elas: (I) Edênica; (2) Adâmica; (3) Noélica; (4) Abraâmica; (5) Lei; (6) Palestiniana; (7) com Davi e (8) a Nova Aliança, que foi selada com o sangue de Cristo. Esta última é um legado da graça divina e entrou em vigor com a morte de Cristo (cf. Mt 26.28; I Pe 1.4). Todas as alianças foram de alguma forma repreensíveis por causa da fraqueza humana. Mas o pacto feito por Deus e selado com a morte de seu Filho é eterno e irrepreensível em si mesmo e em sua for­ ma de aplicação!

8 Porque; repreendendo-os, lhes diz: Pis que virão dias,

diz o Senhor, em que com a casa de Israel e com a casa de Judá estabelecerei um novo concerto,

Para que tenhamos uma melhor compreensão deste novo concerto prometido por Deus a Israel, convém que atente­ mos para a frase: “repreendendo-os, lhes diz”, que relembra alguns dos vaticínios do profeta Jeremias. As profecias de Jeremias podem ser divididas em três grupos, sendo o tercei­ ro desses grupos também subdivido em três partes, a saber:

145

0 Novo Concerto

Os capítulos 21—25, que falam contra os pastores do povo; os capítulos 26—29, que falam contra os falsos profetas; e os capítulos 30 e 31, que falam da restauração do povo por meio de um novo concerto. Aqui surge a promessa do novo concerto, dizendo: “Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá” (Jr 31-31). E nos versículos 32-34 são estabelecidas

No documento Epistola Aos Hebreus- Severino Pedro Da Silva (páginas 125-200)

Documentos relacionados