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grandes produtores rurais Barão de Melgaço – Comunidades de Joselândia

Resíduos sólidos vindos pelo rio Cuiabá, aterram os corixos e córregos; Pantaneiros x moradores da região do

planalto

Barão de Melgaço – Comunidade Estirão Pesca Predatória e matança de animais silvestres; Pantaneiros x turistas e caçadores Poconé – Parque Nac. do

Pantanal – PA Limoeiro Assoreamento dos rios, desmatamento e poluição hídrica; Pantaneiros x prod. rurais x garimpeiros Poconé – PARNA Extração ilegal de minérios, assoreamento; Pantaneiros x garimpeiros Poconé

Assoreamento de rios e desmatamento de matas ciliares por grandes produtores;

Agricultores familiares x produtores rurais Rosário Oeste Conflito entre comunidades biorregionais e UC (RPPN/SESC); Pantaneiros x empresários Barão de Melgaço Turismo predatório, ocupação em áreas de preservação permanente,

desmatamento;

Pescadores artesanais x turistas Barão de Melgaço Impactos da UHE de Manso: expulsão de comunidades ribeirinhas,

assentamentos inadequados sem água, desestruturação social e comprometimento da reprodução de peixes;

Movimentos dos atingidos por barragens x Furnas

Chapada dos Guimarães

Disputa por terra, falta de demarcação de território quilombola, desmatamento ilegal, queimadas, falta de saneamento básico;

Quilombolas x grandes produtores rurais Nossa Senhora do Livramento. Mata Cavalo

Disputa por terra, assoreamento dos córregos e contaminação do solo por garimpos, Disputa por água (controle da Mina d’água);

Quilombolas x grandes produtores rurais x garimpeiros e fazendeiros

Poconé Pesca Predatória, assoreamento dos rios e exploração de mão de

obra;

Pantaneiros x pescadores Poconé

Municípios que compõem: Acorizal / Barão do Melgaço / Chapada dos Guimarães / Cuiabá / Jangada / Nobres /Nossa Senhora do Livramento / Nova Brasilândia / Planalto da Serra / Poconé / Rosário Oeste / Santo Antônio do Leverger / Várzea Grande.

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Região de Planejamento 06 – Polo Cuiabá

Conflitos socioambientais e suas causas propulsoras Grupos Sociais envolvidos * Município de ocorrência

Pesca predatória Pantaneiro x fazendeiro x pescador Barão de Melgaço

Assentamento precário dos atingidos por Manso; Atingidos por barragens x Furnas Alto Paraguai

Invasão das áreas das nascentes do Rio Paraguai (dentro da APA); Alto Paraguai - APA Nascentes do Rio Paraguai

Pesca predatória, poluição dos rios (resíduos sólidos vindos de Cuiabá); Barão de Melgaço

Turismo predatório; Pescadores profissionais x turistas Praia do Poço

Santo Antônio do Leverger

Extração ilegal de areia; Comunidade x Dragas Várzea Grande

Violência, lixo, canalização de rios, verticalização; Moradores da área urbana x Estado Cuiabá

Falta de saneamento básico; Sociedade x Estado Baixada Cuiabana

Propriedades privadas dentro do parque nacional de Chapada dos Guimarães;

Sociedade, Estado x empreendedores, fazendeiros

Chapada dos Guimarães Conflito entre comunidades biorregionais e UC - Parque Nacional de

Chapada dos Guimarães;

Pequenos produtores rurais x PARNA Chapada dos Guimarães

Chapada dos Guimarães Disputa por terra (quilombolas x fazendeiros), desvio do leito do rio

acabando com rio;

Quilombolas x fazendeiros Poconé – comunidade do Jejum

Desmatamento, erosão, assoreamento, uso de áreas protegidas; Nobres

Pressão de grandes produtores rurais para plantação de soja no assentamento, queimadas e desmatamento;

Assentados x grandes produtores rurais Rosário Oeste Assoreamento de rios e ocupação de matas ciliares por fazendeiros; Assentados x grandes produtores rurais Alto Paraguai

Disputa por terra ; Comunidade São Benedito x Invasores Poconé

Extração ilegal de minérios; Quilombolas x mineradoras Poconé - Quilombo Campina

de Pedra

Municípios que compõem: Acorizal / Barão do Melgaço / Chapada dos Guimarães / Cuiabá / Jangada / Nobres /Nossa Senhora do Livramento / Nova Brasilândia / Planalto da Serra / Poconé / Rosário Oeste / Santo Antônio do Leverger / Várzea Grande.

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Região de Planejamento 07 – Polo Cáceres

Conflitos socioambientais e suas causas propulsoras Grupos Sociais envolvidos * Município de ocorrência

Construção da Hidrovia Paraguai-Paraná; Pantaneiros, ecologistas x empresários, governantes

Cáceres Desmatamento, assoreamento das nascentes e dos rios; Pantaneiros, ecologistas x grandes prod.

rurais e governantes

Cáceres

Disputa por terra, falta de regularização fundiária; MST x Incra Cáceres

Uso abusivo de agrotóxicos e disputa por água; Pantaneiros, ecologistas, comunidade local x grandes prod. rurais e governantes

Cáceres

Conflito entre comunidades e UC; Morroquianos x Icmbio Cáceres

Moradias inadequadas, violação do direito de ir e vir, queimadas e perseguição da igreja católica aos movimentos sociais/ecologistas;

Cacerenses x Estado Cáceres

Controle da mina d’água por fazendeiros; Agricultores familiares x fazendeiros Cáceres – Com. São Bento Desmatamento, extração ilegal de minérios e ameaças de morte; Agricultores familiares x garimpeiros Conquista D’Oeste Disputa por terra; Chiquitanos e pantaneiros x produtores rurais Glória D’Oeste, Porto

Esperidião Disputa por terra e Invasão de TI; Indígenas Paresi x produtores rurais Sapezal. TIUtiariti Disputa por terra, instalação de hidrelétricas, desmatamento, extração

ilegal de minérios;

Indígenas Nambikwara x grileiros, garimpeiros

Vila Bela da Santíssima, Comodoro, Nova Lacerda. TISararé

Disputa por terras; quilombolas expulsos da terra e ameaças de morte; Quilombolas x grandes produtores rurais Vila Bela da Santíssima Disputa por terra, falta de demarcação de TI, falta de regularização

fundiária e ameaças de morte;

Indígenas Chiquitano x grandes produtores rurais

Pontes e Lacerda Monocultura da cana e Teca (Tectona grandis) no entorno de

assentamentos e uso excessivo de agrotóxicos;

Assentados, agricultores familiares x grandes produtores rurais

Mirassol D´Oeste

Municípios que compõem: Araputanga / Cáceres/ Campos de Júlio / Comodoro / Conquista D’Oeste / Curvelândia/ Figueirópolis D’Oeste / Glória D’Oeste / Indiavaí / Jauru / Lambari D’Oeste / Mirassol D’Oeste / Nova Lacerda / Pontes e Lacerda / Porto Esperidião / Reserva do Cabaçal / Rio Branco / Salto do Céu / São José dos Quatro Marcos / Sapezal / Vale de São Domingos /Vila Bela da Santíssima Trindade.

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Região de Planejamento 07 – Polo Cáceres

Conflitos socioambientais e suas causas propulsoras Grupos Sociais envolvidos * Município de ocorrência

Disputa por terra - ocupação ilegal por acampados; Morroquianos x acampados Cáceres Degradação de terras que serão demarcadas para os quilombolas, com

desmatamento, assoreamento dos rios e pecuária;

Quilombolas x grandes produtores rurais Vila Bela da Santíssima Desmatamento, disputa por terras, monocultura da teça - Tectona grandis Morroquianos x grandes produtores rurais Cáceres

Uso abusivo de agrotóxicos, desmatamento, queimadas; Assentados x fazendeiros Mirassol D’Oeste Poluição hídrica, assoreamento do rio, privatização das águas Ecologistas, agricultores familiares x Estado Cáceres

Desmatamento ilegal, disputa por terra e ameaças de morte; Indígenas Nambikwara x Invasores Comodoro Assoreamento do rio, falta de água, desmatamento ilegal; Ribeirinhos, assentados x grileiros, grandes

produtores rurais

Cáceres

Desmatamento ilegal, assoreamento de rios e pesca predatória; Cáceres

Disputa por terra, desmatamento ilegal, extração ilegal de minérios; Porto Esperidião

Extração ilegal de minérios; Indígenas Paresi x garimpeiros Conquista do Oeste

TI Juininha

Desmatamento ilegal e extração de minérios; Indígenas Nambikwara x Invasores de TI Vila Bela da Santíssima Trindade, Comodoro, TISararé Disputa por terras, falta de regularização fundiária, crescente

degradação ambiental, ameaças de morte;

Pontes e Lacerda Destruição do campo nativo devido ao dreno feito nas fazendas; Quilombolas x fazendeiros Vila Bela da Santíssima Racismo ambiental, poluição dos corpos d’água com dejetos dos

frigoríficos, instalação de UHE, agressão aos pescadores artesanais, poluição do rio Sarará pela multinacional de mineração;

Quilombolas, pescadores x mineradora, empresários de hidrelétricas

Vila Bela da Santíssima

Disputa por terra. Retirada de 79 famílias; Quilombolas x fazendeiros Vila Bela da Santíssima Disputa por terra e ameaças de morte; chiquitanos x fazendeiros Vila Bela da Santíssima

Municípios que compõem: Araputanga / Cáceres/ Campos de Júlio / Comodoro / Conquista D’Oeste / Curvelândia/ Figueirópolis D’Oeste / Glória D’Oeste / Indiavaí / Jauru / Lambari D’Oeste / Mirassol D’Oeste / Nova Lacerda / Pontes e Lacerda / Porto Esperidião / Reserva do Cabaçal / Rio Branco / Salto do Céu / São José dos Quatro Marcos / Sapezal / Vale de São Domingos /Vila Bela da Santíssima Trindade.

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Região de Planejamento 08 – Polo Tangará da Serra

Conflitos socioambientais e suas causas propulsoras Grupos Sociais envolvidos * Município de ocorrência

Desmatamento ilegal para monocultura e para pecuária, compactação de solo;

Agricultores familiares, acampados x grandes produtores rurais

Porto Estrela Construção da PCH Juba IV, linha de transmissão e disputas por

territórios;

Quilombolas x grandes produtores rurais e empresários

Barra do Bugres Desmatamento, queimadas, monocultura de soja e uso abusivo de

agrotóxicos;

População local x grandes produtores rurais Campo Novo do Parecis Desmatamento ilegal das margens dos Rios Juba, Sepotuba e de seus

afluentes, pecuária e agricultura mecanizada;

Movimento dos trabalhadores sem terra (MST) e agricultores familiares x grandes produtores rurais

Tangará da Serra.

Trabalho escravo, poluição do ar e da água provocados pela usinas de álcool e monocultura de açúcar;

População Local x Empresários da Usina Barra dos Bugres, Nova Olímpia

Agricultura mecanizada (compactação de solo), desmatamento ilegal, disputa por terra, extração ilegal de minérios e ameaças de morte;

População local x grandes produtores rurais Tangará da Serra. TI Estivadinho

Disputa por terra e ameaças de morte, Invasão de TI, desmatamento e queimadas;

Indígenas Paresi x produtores rurais TI Figueiras, Rio Formoso Trabalho escravo e monocultura de cana; Trabalhadores x empresários Santo Afonso

Pesca predatória, desmatamento ilegal; Indígenas Umutina x pescadores, grileiros Barra do Bugres TI Umutina Uso abusivo de agrotóxicos; Agricultores familiares x grandes produtores

rurais

Tangará da Serra Assoreamento dos rios; Agricultores familiares x grandes produtores

rurais

Tangará da Serra Instalação de PCH no Rio Sepotuba; Agricultores familiares x empresários Tangará da Serra

Municípios que compõem: Barra do Bugres / Brasnorte / Campo Novo do Parecis / Denise / Nova Olímpia / Porto Estrela / Santo Afonso / Tangará da Serra.

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Região de Planejamento 08 – Polo Tangará da Serra

Conflitos socioambientais gerados por: Grupos Sociais envolvidos * Município de ocorrência

Monocultura de soja, uso excessivo de agrotóxicos; Agropecuária Itamarati – Samelo Tangará da Serra Desmatamento, invasão de TI, instalação do complexo de PCH no Rio

Juruena afetará TI Myky;

Indígenas Miky x invasores Brasnorte. TI Myky Disputa por terras, desmatamento ilegal nas proximidades do rio

Jauru;

Garimpeiros x fazendeiros Tangará da Serra

Extração ilegal de minérios; Tangará da Serra. Próximo ao

córrego Estiva – Desmatamento ilegal, plantio de monocultura de soja dentro da TI; Indígenas Paresi Tangará da Serra. TI Rio

Formoso Agricultura mecanizada, desmatamento, disputa por terra; Agricultores familiares x grandes produtores

rurais

Tangará da Serra. Fazenda Branca

Disputa por terra e conflito com UC; Comunidade x Fazendeiro Porto Estrela Pesca predatória, desmatamento e extração ilegal de minérios; Indígenas Rikbaktsa x Invasores Brasnorte

Municípios que compõem: Barra do Bugres / Brasnorte / Campo Novo do Parecis / Denise / Nova Olímpia / Porto Estrela / Santo Afonso / Tangará da Serra.

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Região de Planejamento 09 – Polo Diamantino

Conflitos socioambientais e suas causas propulsoras Grupos Sociais envolvidos * Município de ocorrência

Pressão de grandes produtores rurais para plantação de soja no assentamento, queimadas e desmatamento;

Assentados x grandes produtores rurais Alto Paraguai. Assentamento Nova Esperança

Pesca predatória, pecuária, desmatamento; Assentados Nova Marilândia

Degradação ambiental de área sagrada para povo Paresi, degradação do Córrego de Pau e instalação de usina hidrelétrica;

Indígenas x empresários das hidrelétricas Nova Maringá Desmatamento e carvoaria, disputa por terra e pressão para invadir

chapadão;

População local x grandes produtores rurais Diamantino Disputa por terra, assassinato (indígena Paresi Valmireide Zoromará),

desmatamento e pesca predatória;

Indígenas Paresi x grandes produtores rurais Diamantino. TI Estação Parecis Poluição da água pela monocultura de cana de açúcar, queimadas e

trabalho escravo;

Trabalhadores, assentados x produtores de cana

Nortelândia Desmatamento ilegal e invasão de APP Assentados x produtores rurais Nova Maringá Desmatamento ilegal (propriedades e madeireiras com passivo

ambiental);

Agricultores x madeireiros São José do Rio Claro Monocultura de cana de açúcar, extração de minérios e trabalho

escravo;

Trabalhadores x mineradoras Nortelândia Municípios que compõem: Alto Paraguai / Arenápolis / Diamantino/ Nortelândia / Nova Marilândia / Nova Maringá / São José do Rio Claro. Predominância de biomas: Amazônia e Cerrado.

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Região de Planejamento 10 – Polo Sorriso

Conflitos socioambientais e suas causas propulsoras Grupos Sociais envolvidos * Município de ocorrência

Agricultura mecanizada (compactação do solo) e desmatamento ilegal, uso abusivo de agrotóxicos, poluição;

Agricultores familiares x grandes produtores rurais

Lucas do Rio Verde

Disputa por terra; Assentados x produtores rurais Ipiranga do Norte

Disputa por terra, assassinatos e ameaças de morte; Agricultores familiares x grandes produtores rurais

Itanhangá Disputa por terra. Expulsão para ser implantada monocultura de soja; Agricultores familiares x grandes produtores

rurais

Sorriso

Trabalho Escravo; Trabalhadores rurais x empresários das

carvoarias

Tapurah

Municípios que compõem: Ipiranga do Norte / Itanhangá / Sorriso / Nova Mutum / Santa Rita do Trivelato / Lucas do Rio Verde / Tapurah.

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Região de Planejamento 11 – Polo Juara

Conflitos socioambientais e suas causas propulsoras Grupos Sociais envolvidos * Município de ocorrência

Desmatamento no entorno da TI, ameaças de morte, trabalho escravo (rural e frigorífico);

madeireiros x Ibama x agricultores familiares Juara, Porto dos Gaúchos, Novo Horizonte do Norte Disputa por terra, desmatamento ilegal e queimadas; ameaças de

morte em TI;

Indígenas x grandes produtores rurais Juara. TI Apiaká Kayabi Disputa por terra, desmatamento ilegal, queimadas; Agricultores familiares x grandes produtores

rurais

Juara

Trabalho escravo; Trabalhadores x carvoarias Tabaporã

Disputa por terra, Invasão de TI, desmatamento; Indígenas Kayabi x madeireiros Tabaporã / Juara. TI Batelão

Trabalho escravo - fazenda Paineiras; Trabalhadores x pecuarista Juara

Desmatamento ilegal; pequeno agricultor x madeireiro Juara

Municípios que compõem: Juara / Novo Horizonte do Norte / Porto dos Gaúchos/ Tabaporã.

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Região de Planejamento 12 – Polo Sinop

Conflitos socioambientais e suas causas propulsoras Grupos Sociais envolvidos * Município de ocorrência

Instalações do complexo Teles Pires (UHE São Manoel, UHE Sinop e UHE Teles Pires) que afetará toda a região;

Ecologistas, indígenas, agricultores x empresários das hidrelétricas

Sinop Desmatamento ilegal, queimadas, poluição do ar, disputa pelo

território e uso abusivo de agrotóxicos;

Ecologistas, indígenas, agricultores familiares x grandes produtores rurais

Sinop Disputa por terras, impactos do asfaltamento da BR 163, uso de

agrotóxicos afetando Rio Teles Pires, assoreamento e desmatamento;

Ecologistas, indígenas, agricultores x produtores rurais x empresários

Itaúba Disputa por terra (TI Ikpeng), Invasão de TIs, desmatamento ilegal,

pesca predatória, uso abusivo de agrotóxicos e ameaças de morte;

Indígenas Ikpeng x madeireiros x grandes produtores rurais x grileiros

Feliz Natal, União do Sul. Terra Indígena do Xingu

Trabalho escravo; Trabalhadores rurais x grandes produtores Nova Ubiratã

Monocultura de eucalipto e Teca (Tectona grandis); Assentados x grandes produtores rurais Sinop. Assent. 12 de out.

Queimadas criminosas; Moradores x madeireiros Marcelândia

Pressão e expulsão das famílias para instalação da UHE Sinop; Acampados x UHE Sinop Cláudia

Disputa por água nos assentamentos; Assentados x Estado Marcelândia

Disputa por terra e ameaças de morte; Assentados x grandes produtores rurais Itaúba

Disputa por terras; Assentados x grandes produtores rurais União do Sul

Uso abusivo de agrotóxicos, assoreamento, desmatamento; Pescadores artesanais x fazendeiros Sinop Uso abusivo de agrotóxicos provocando envenenamento de rios que

abastecem o Rio Xingu;

Pescadores artesanais x fazendeiros Feliz Natal. Proximidades do Rio Desejado

Território tradicional ficou fora da área demarcada, gerando conflito ao acesso a essas áreas;

Indígenas Wauja x grandes produtores rurais Paranatinga, Gaúcha do Norte Invasão de terra indígena, desmatamento ilegal, disputa por terra,

pesca predatória, uso abusivo de agrotóxicos.

Indígenas do TIX x madeireiros x fazendeiros x grileiro

Terra Indígena do Xingu

Organizado por: Jaber, M.; Sato, M., 2012. Fonte dos dados I e II Seminários de Mapeamento Social. GPEA/UFMT, GTMS / * Grupos sociais mapeados por Silva, 2011.

Municípios que compõem: Cláudia / Feliz Natal / Itaúba / Marcelândia / Nova Ubiratã / Santa Carmem / Sinop/ União do Sul / Vera.

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Diante do quadro expressivo de conflitos socioambientais narradas pelos grupos sociais, temos consciência que as questões aqui abordadas não poderão ser tomadas em sua inteireza. Daremos relevo em alguns temas com mais intensidade. Iremos abdicar algumas questões para que um panorama geral, proposto neste trabalho, possa ser concebido. Enfim, consideramos que outros estudos podem emergir a partir deste mapeamento.

Os conflitos socioambientais mapeados caracterizam-se pela heterogeneidade dos sujeitos envolvidos e das causas propulsoras, assumem aspectos variados de manifestações e níveis de tensão diferenciados. Entretanto, os agentes provocadores, aquele que incita os conflitos, em grande parte, está relacionado às atividades do agronegócio, citado pelos grupos sociais como grandes produtores rurais, fazendeiros, invasores e pecuaristas. No contraponto, os agentes de resistência, são, principalmente, os povos indígenas, os povos quilombolas e os agricultores familiares que carregam o fardo da sanha do agente provocador.

Os povos indígenas são fortemente atingidos pela prática hegemônica e violenta de ocupação dos territórios, pois as TI, normalmente, estão situadas em áreas férteis, áreas que ainda preservam riquezas minerais e florestais, ficando, assim, na mira da cobiça dos que buscam usurpar os territórios a qualquer custo. Na ofuscada atuação da justiça o aniquilamento segue em marcha acelerada em MT.

Importa aqui distinguir o que estamos considerando como território e terra: embora apresentem equivalências são conceitos diferentes. Na perspectiva deste estudo, e, de acordo com o diálogo estabelecido com os grupos sociais, quando nos referimos como causa propulsora a disputa por “terra” estamos aludindo ao espaço material que está em disputa para concreção do território.

O lugar, mesmo com referência física, por vezes, assume aspectos simbólicos ao propiciar o exercício da vida cotidiana, o meio da produção de alimentos, a construção da casa/abrigo, e a prática do trabalho como essência da humanidade, onde os seres humanos buscam, por meio do trabalho, o que Marx (1980) denominaria de reprodução ampliada de sua existência. Nessa significação o conceito de terra extrapola para território indo além de uma porção de terra, ou um documento de cartório que indica propriedade, engloba a vivência culturalmente de um grupo e sua base territorial. Um território supera significados materiais, é o espaço da liberdade e de poder que integram

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ao espaço físico às vidas pulsantes em suas lutas simbólicas e materiais, em seus conflitos, que juntos articulam táticas de resistência. Sendo assim, toda e qualquer prática que atinja aos territórios estará atingindo as identidades que neles habitam.

Para Fernandes (2000) território é espaço de vida e morte, que carrega em si a identidade, que expressa a territorialidade e a relação de poder. Para este autor, “a transformação do espaço em território acontece por meio da conflitualidade, definida pelo estado permanente de conflitos no enfretamento entre as forças políticas que procuram criar, conquistar e controlar seus territórios” (p. 278). Ratificando este pensamento algumas narrativas registram: “

O território significa: luta e conquista‰

(Quilombola, município de Nossa Senhora do Livramento, RP 06)23. No depoimento de um indígena “

o

território é a garantia da sobrevivência‰ (etnia Kamaiurá, município de

Canarana, RP 04).

Michel Foucault (2004), no livro “A microfísica do poder”, chama a atenção para a importância de resgatar o espaço enquanto dimensão basilar nas compreensões sócio- históricas. Neste sentido, para entendermos as dinâmicas dos conflitos socioambientais, a compreensão do lugar, do território em que se estabelecem, não é indiferente, ao contrário, é fundamental.

O debate em torno do conceito de território está cada vez mais amplo. Haesbaert (2006a, p.20) argumenta que isso se dá, pois “não há como definir o indivíduo, o grupo, a comunidade, a sociedade sem ao mesmo inseri-los num determinado contexto geográfico, territorial”. Assim, o território emerge como uma reivindicação social, mobilizada pelos novos direitos do lugar.

As diversas causas dos conflitos socioambientais mapeados (disputa por terra, disputa por água, desmatamento, queimadas, uso de agrotóxicos, etc.) são provocadas na contestação pelo “território”, na defesa da manutenção ou conquista do abrigo (material e simbólico). Outro ponto relevante a destacar é que a luta pelo território conduz a alteridade, passando a ser um elemento unificador do grupo, um reconhecimento do eu-outro-mundo merleau-pontyano (MERLEAU-PONTY, 1971). Na luta

23 Utilizaremos fonte diferenciada para destacar as narrativas das pessoas entrevistadas nesta pesquisa. Optamos resguardar sua identidade por uma medida de proteção e respeito aos entrevistados. Acrescentaremos no final da narrativa o grupo social a qual pertence, o município que reside e a RP. Decidimos corrigir os erros de português para não excluir socialmente essas pessoas, uma vez que a pesquisa não é etnográfica, mas fenomenológica.

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