Grupo 3

O Grupo 3 possui uma relação de colaboração de longa data com uma empresa de cosméticos e uma empresa farmacêutica, que apresentam suas demandas para o laboratório e apoiam a pesquisa através de bolsas e insumos. Ademais, o laboratório responde a demandas pontuais de outras empresas e possui também pesquisas colaborativas e recebe demandas da Faculdade de Medicina da Unicamp (FCM). A tabela 3.10 apresenta a composição do grupo.

Tabela 3.10 – Composição do Grupo 3 Área Biotecnologia Composição do Laboratório 2 professores sêniores 12 pesquisadores (IC, M, D, PD) Composição do Grupo 3 1 professor 6 M, 4 D, 2 PD

Entrevistas professor coordenador (3O) recém doutor (3A)

pós-doutorando (3B) Legenda: IC: Iniciação científica

M: Mestrado D: Doutorado PD: Pós-doutorado

Fonte: Elaboração própria, a partir das entrevistas

As duas jovens pesquisadoras entrevistadas haviam acabado de defender o doutorado no momento da entrevista, sendo que 3B já estava como pós-doutoranda no próprio laboratório. 3A trabalhou em uma pesquisa colaborativa durante o mestrado e foi contratada pela empresa parceira, retornando para a academia com dedicação exclusiva para o doutorado. A tabela 3.11 abaixo apresenta resumidamente os resultados de pesquisa do grupo.

Tabela 3.11 – Resultados de Pesquisa do Grupo 3

Resultados de Pesquisa Tipo Número

Publicações em Periódicos Nacionais 17 Internacionais 73 Qualis A1 a C Majoritariamente A1 e A2 Total 90 Publicações em Congressos Nacionais 50 Internacionais 23 Total 73 Produtos tecnológicos Software 1 (registrado) Patentes 12 (INPI)

3.2.2 Jovens Pesquisadores

Pesquisador 3A

i. Formação e Trajetória Profissional

A pesquisadora 3A é graduada em Farmácia pela Unesp e realizou seu mestrado e doutorado em Engenharia Química pela Unicamp, na área de biotecnologia. No momento da entrevista, havia acabado de defender seu doutorado. Sua pesquisa faz parte de um projeto, financiado pela Faculdade de Engenharia Química, em parceria com a FCM.

A entrevistada trabalhou em uma empresa farmacêutica, na área de assuntos regulatórios, após a graduação. Após 9 meses, decidiu fazer o mestrado, com dedicação exclusiva, se afastando então das atividades da empresa. A pesquisa do mestrado foi uma parceria com uma empresa de cosméticos para o desenvolvimento de um novo produto e 3A foi contratada após o fim do mestrado para aplicação da pesquisa in loco. Ela saiu da empresa para realizar o doutorado.

ii. Atividades

As atividades realizadas ao longo do mestrado e doutorado foram concentradas na área de pesquisa. Durante o mestrado, 3A trabalhou em um projeto colaborativo com uma empresa de cosméticos e no doutorado trabalhou na área médica, numa pesquisa também aplicada. Ela não se envolveu com atividades de docência.

iii. Motivação e Relacionamento com o Orientador

Após 2 anos trabalhando com P&D na empresa de cosméticos, 3A decidiu fazer o doutorado, pois acreditava ser uma qualificação necessária para continuar na área de pesquisa. No entanto, ela afirmou que não achava possível conciliar um trabalho de horário integral com um doutorado, por isso se afastou da empresa para realizá-lo com dedicação exclusiva.

A entrevistada teve um bom relacionamento com a orientadora durante seu treinamento. Ela afirmou que 3O foi muito presente e aprendeu bastante com ela. O ponto negativo que 3A levantou foi que a orientação ativa teve o custo da independência no desenvolvimento da pesquisa, mas ela acreditava que o resultado fora positivo. Para 3A, “acho

que esse é um ponto que ajudou o meu doutorado ser de boa qualidade, uma orientação bem ativa, bem constante. Às vezes ajuda, às vezes você não fica tão independente, mas no final acho que ajuda” (3A).

iv. Aprendizado/Competências

A entrevistada ressalta especialmente atividades relacionadas a pesquisa:

Eu acho que a pesquisa em si, como desenvolver um projeto de pesquisa desde o inicio, como escrever um projeto e desenvolver esse projeto pra chegar num resultado, seja ele qual for. Escrever, acho que é uma parte que eu treinei bastante, [...]. E uma parte que eu acho que ficou faltando foi essa parte de experiência com docência (3A).

v. Resultados de Pesquisa

A tabela 3.12 apresenta os resultados de pesquisa de 3A. Ela afirma que possui um artigo já submetido e quatro outros para serem submetidos, resultantes da tese.

Tabela 3.12 – Resultados de Pesquisa de 3A

Resultados de Pesquisa Tipo Número Publicações em Periódicos (Qualis) Nacionais 0 Internacionais 2 (N/A-1; C-1) Total 2 Publicações em Congressos Nacionais 0 Internacionais 1 Total 1 Produtos tecnológicos Software -- Patentes 1 (INPI)

Financiamento Fapesp 1 (Bolsa D*)

* Bolsa de Doutorado

vi. Expectativas de Carreira

A entrevistada afirmou desejar trabalhar com pesquisa, e preferivelmente uma carreira em uma universidade ou instituto de pesquisa. Ela relatou que no início do doutorado pensava em retornar para a empresa, mas no momento da entrevista preferia a carreira acadêmica. “Eu pensei em sair naquele momento, fazer o doutorado e talvez voltar, no começo. Mas agora essa ideia já não ta mais. Nunca vou dizer que não, mas eu prefiro centro de pesquisa ou universidade” (3A). Pensando na carreira acadêmica, 3A planejava fazer um pós-doutorado para então começar a participar de concursos, pois acreditava que seu currículo ainda não estava competitivo. Ela afirmou que um complicador era que ela desejava mudar de área novamente, retornar para a área de pesquisa do mestrado, de desenvolvimento de produtos, por isso ela ainda precisaria de um tempo para pesquisar e publicar na área. Ademais, ela gostaria de permanecer no estado de São Paulo, preferencialmente na região de Campinas, o que ela reconheceu também como um dificultador, devido à grande concorrência. Considerava, ainda, voltar a trabalhar em uma empresa caso não consiguisse uma posição em uma instituição acadêmica.

Pesquisador 3B

i. Formação e Trajetória Profissional

A pesquisadora 3B é graduada em Engenharia de Alimentos pela UFV, mestre em Engenharia de Alimentos pela Unicamp e doutora em Engenharia Química pela Unicamp. No momento da entrevista, 3B havia acabado de defender o doutorado e estava começando o pós- doutorado na Engenharia Química da Unicamp, com a mesma orientadora (3O). A pesquisa do pós-doutorado seria uma continuação do doutorado, mas com outro enfoque.

A pesquisadora entrou no mestrado logo após a conclusão da graduação e trabalhou em uma empresa, na área financeira, ao final do mestrado, por cerca de um ano. Após esse período ela retornou para a academia para o doutorado com dedicação exclusiva. 3B afirma que decidiu voltar “porque eu estava achando a área financeira muito repetitiva, eu queria voltar pra pesquisa pra fazer algo novo, menos de rotina, cada dia um resultado, uma proposta nova” (3B). Mas o período na empresa influenciou sua visão de como conduzir a pesquisa,

buscando então pesquisas mais aplicadas, que pudessem ser transferidas para a indústria e guiadas por metas e resultados.

ii. Atividades

A entrevistada realizou atividades de pesquisa e docência durante seu treinamento, desenvolvendo pesquisa de bancada, escrevendo artigos e dando aulas através do PED. Ela não atuou em projetos colaborativos durante seu treinamento, mas ao final do doutorado foi contatada por uma empresa interessada em sua pesquisa. O seu pós-doutorado, então, seria uma pesquisa de interesse e financiada por tal empresa, mas a bolsa de pós-doutorado da Fapesp foi também aprovada e ela optou por esta. A negociação com a empresa ainda estava em andamento no momento da entrevista, para que outra pessoa do laboratório executasse a pesquisa de interesse da empresa.

iii. Motivação e Relacionamento com o Orientador

O relacionamento de 3B com a orientadora é positivo, uma das razões pelas quais ela decidiu fazer o pós-doutorado no mesmo laboratório. Ela ressalta, ainda, que a visão e as atividades empreendedoras da orientadora foram um diferencial para o seu treinamento. 3B destaca, ainda, que como já sabia que gostaria de seguir carreira acadêmica desde o princípio do doutorado, a orientadora ajudou a direcionar seu treinamento para isso.

O seu objetivo com o pós-doutorado era melhorar o currículo, ganhando mais experiência em pesquisa, didática e publicando, para então prestar um concurso em uma boa universidade. Ademais, 3B afirma que o que motiva a sua pesquisa é que ela futuramente se torne um processo industrial.

iv. Aprendizado/Competências

A entrevistada afirmou que os aprendizados foram principalmente

autonomia para ir traçando as próximas etapas, eu ia mostrando pra [3O] depois, pra ela dar o aval dela pra eu continuar, e a questão que ela mostrou de parceria entre universidade e empresa, que é um diferencial, não são todos os orientadores que tem essa visão. (3B)

v. Resultados de Pesquisa

A tabela 3.13 apresenta os resultados de pesquisa de 3B.

Tabela 3.13 – Resultados de Pesquisa de 3B

Resultados de Pesquisa Tipo Número Publicações em

Periódicos (Qualis)

Nacionais 0

Internacionais 5 (A1-3; B4-1; N/A-1)

Total 5 Publicações em Congressos Nacionais 1 Internacionais 3 Total 4

Produtos tecnológicos Não Possui

Financiamento Fapesp 2 (Bolsa de D*; PD**)

* Bolsa de Doutorado ** Bolsa de Pós Doutorado

Fonte: Elaboração própria, baseado no currículo Lattes da entrevistada e na entrevista

vi. Expectativas de Carreira

A entrevistada afirmou almejar uma carreira acadêmica desde o início do doutorado, de modo que seu treinamento foi voltado para lhe preparar para tal carreira. Dessa forma, ela desejava entrar em uma universidade ou instituto de pesquisa na região Sudeste e acreditava ter boas chances, apesar da grande concorrência. Ela afirmou, ainda, acreditar que o nível de especialização do doutorado é mais adequado para a academia, na indústria poucas empresas poderiam aproveitar as capacidades que foram desenvolvidas por um doutor. “E vai chegando num nível de especialização que você não se enquadra muito na indústria, acaba desperdiçando um pouco do que você fez caso resolva voltar por esse caminho” (3B). Ela afirmou, no entanto, que na sua área existem algumas empresas que realizam P&D no Brasil e contratam pesquisadores.