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6 RESULTADOS DA PESQUISA

6.1 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

6.1.7 GT2 – Formação acadêmica dos autores

A formação acadêmica da autoria dos artigos (individual ou coletiva) foi analisada visando o estabelecimento de uma possível relação com a ocorrência de pesquisas desenvolvidas em interação com outras disciplinas, do mesmo modo que

foi desenvolvida a análise do GT 1. No quadro abaixo apresentamos as formações

dos autores: segundo os cursos formais que realizaram.

Quadro 9

Formação acadêmica dos autores do GT2

Graduação Especialização Mestrado Mestrando Doutorado Doutorando

Biblioteconomia Ciência da Informação Ciência da Informação Engenharia Elétrica /Analista de Sistema Engenharia de Produção Ciência da Informação Administração de Sistemas em Informação Gestão Estratégica da Informação Ciência da Informação Direito /Biblioteconomia Ciência da Comunicação Biblioteconomia em andamento Biblioteconomia em andamento Biblioteconomia Ciência da Informação

Ao analisar os trabalhos de 2003, encontramos um artigo com autoria tripla, a saber: um autor tinha graduação em Direito e Biblioteconomia, com doutorado em Ciência da Comunicação; e os outros dois eram estudantes de Biblioteconomia. Localizamos também um artigo com autoria única, cujo autor tem formação em

Biblioteconomia e doutorado em Ciência da Informação. Assim, podemos dizer que no, primeiro caso, encontramos uma parceria entre professor e aluno em nível pluridisciplinar, que Japiassu (1976, p.73) define como “Sistema de um só nível e de objetivos múltiplos; cooperação, mas sem coordenação” e, no segundo caso, também uma pluridisciplinaridade na formação acadêmica do autor que repercutiu na sua produção intelectual. A autora trabalhou as teorias da Ciência da Informação e da Biblioteconomia para aprimorar as questões teóricas e metodológicas relacionadas à modelagem de domínio na representação do conhecimento em uma investigação interdisciplinar, dessa forma “a Interdisciplinaridade se define e se elabora por uma crítica das fronteiras das disciplinas, de sua compartimentação [...]” (JAPIASSU, 1976, p. 54) conforme discussão apresentada na p. 26 deste estudo. Porém esse trabalho também ficou na intenção interdisciplinar.

Em 2007, identificamos um artigo com autoria única, cuja formação do autor era em Engenharia Elétrica e também em Análise de Sistemas, com especialidade em Gestão Estratégica e mestrado em Ciência da Informação. Nesse caso também vemos uma multidisciplinaridade na sua formação acadêmica, uma vez que seus conhecimentos teóricos foram aplicados no desenvolvimento de um trabalho que se utilizou dos conhecimentos de várias disciplinas, do mesmo nível, porém com objetivos múltiplos e que não cooperam e nem se coordenam.

Em 2010, localizamos um artigo com autoria tripla, cujos autores tinham a seguinte formação: uma com formação em Administração de Sistemas em Informação, especialista em Gestão Estratégica da Informação e doutoranda em Ciência da Informação; outro com graduação em Engenharia Elétrica, mestrado em Engenharia de Produção e doutor em Ciência da Informação; o último com graduação em Biblioteconomia e mestrado em Ciência da Informação, conforme podemos observar no quadro 7.

Na análise desses trabalhos encontramos uma parceria tripla, pois cada autor, na sua especialidade, contribui e também recebe contribuições. Para comprovar essa alegação, citamos um trabalho voltado para a recuperação da Informação construído pelas vias da Filosofia, da Lógica, da Ciência da Informação, da Computação e da Representação da Informação, uma vez que essas áreas dialogam consideramos que se estabelece uma multidisciplinaridade.

Percebemos nas autorias dos trabalhos uma variada formação acadêmica e como essas relações interdisciplinares, devida a formação acadêmica, refletem nos

temas dos trabalhos apresentados. É essa diversidade que promove o diálogo compreensível entre os pesquisadores, uma vez que esse diálogo acontece de mão dupla pode ser considerado interdisciplinar, pois, para Japiassu (1976, p.55) “é falso postular que a interdisciplinaridade possa resultar da simples reunião, adição ou coleção de várias especialidades”, o que significa dizer que a simples troca de informações entre disciplinas não constitui um método interdisciplinar, conforme observamos na p. 26 deste estudo.

Notamos também na análise dos trabalhos do GT2 que alguns autores que apresentaram trabalhos no GT1, também apresentaram no GT2 o que não deixa de ser uma conversa compreensível entre os grupos.

Os autores desse grupo apostam num diálogo efetivo entre as áreas envolvidas na melhora e no aprimoramento de técnicas para uma melhor recuperação e representação da informação.

6.1.8 GT2 – Metodologia

Do mesmo modo que no GT1, na metodologia usada como referência para desenvolvimento das pesquisas selecionadas no GT 2 foram observados os seguintes aspectos: o tipo e a natureza da pesquisa, modelos conceituais, técnicas ou instrumentos empíricos utilizados. Os resultados obtidos são apresentados no

quadro abaixo:

Quadro 10 Metodologia

Trabalhos publicados nos GT 2

Metodologias Adotadas 2000 2003 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Estudo descritivo 1 Revisão de literatura 1 Revisão de literatura/Questionário 1 Estudo bibliométrico 1

Dos quatro trabalhos selecionados no ano de 2003, dois foram revisão de literatura e um revisão de literatura com aplicação de questionário, conforme mostra o quadro 8. A revisão de literatura como vimos é para ressaltar trabalhos teóricos e o questionário é para conhecer o universo estudado através de seus usuários.

Em 2007, foi selecionado apenas um trabalho o qual utilizou o método descritivo. Esse método foi usado para descrever um protótipo de uma implantação de serviço de disseminação de bibliotecas eletrônicas.

Em 2010, também apenas um trabalho foi selecionado e o método adotado nessa pesquisa foi o estudo bibliométrico. Esse método foi usado como recurso para analisar citações e saber a aceitação dos pares sobre um determinado assunto em alguns repositórios.

A metodologia predominante nos trabalhos selecionados no GT2 foi a revisão de literatura, contrariando o objetivo do grupo que é o foco em ações mais práticas, sinalizando uma falta de preocupação com os trabalhos descritivos, estudos de casos e as entrevistas que segundo Minayo (2007a) evidenciam melhor uma ação prática que a revisão de literatura que foi o método predominante nesse GT.

Mais uma vez a metodologia teórica mantém a liderança e os trabalhos com metodologias práticas se mostram em minoria.

Como observamos no quadro 2, analisamos no GT1 135 trabalhos dos quais 17 abordavam a temática aqui estudada e no GT2 analisamos 213 e apenas 4 abordavam o tema “relações interdisciplinares entre a Ciência da informação e Biblioteconomia”. Infelizmente não podemos afirmar que as relações interdisciplinares entre as duas áreas estão acontecendo. Acreditamos que os questionamentos sobre a fragilidade conceitual das áreas e sobre sua delimitação é o ponto de partida.

No próximo item apresentaremos nossa conclusão acerca do tema estudado e os passos que futuramente pretendemos percorrer nessa temática.