• Nenhum resultado encontrado

Guia Orientador para Preenchimento da Grelha de Observação de

No documento Trabalho de Projecto Teresa MESTRADO (páginas 109-115)

Guia Orientador para Preenchimento da Grelha de

Observação de Utilização de EPI

GUIA ORIENTADOR PARA PREENCHIMENTO DA GRELHA DE OBSERVAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTO DE

PROTEÇÃO INDIVIDUAL

No âmbito do Curso de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal, surge o projeto de intervenção no serviço – Uso de Equipamento de Proteção Individual e suas Repercussões no Cuidar no Serviço de Urgência, sendo aplicado uma grelha de observação à adesão de utilização de equipamento de proteção individual.

Este guia tem como objetivo orientar a aplicação da grelha de observação. Explica as indicações e as etapas a observar em cada tipo de equipamento, assim como o cálculo da taxa de adesão à utilização de equipamento de proteção individual.

A grelha de observação de utilização de equipamento de proteção individual (EPI), tem como objetivos:

 Determinar a taxa de adesão à utilização de EPI pelos profissionais de saúde  Avaliar a qualidade e segurança dos cuidados prestados ao cliente.

Sendo assim, há alguns aspetos que o observador/auditor deverá ter em consideração no seu preenchimento:

 Deve apresentar-se aos profissionais de saúde a observar e explicar o motivo da sua

presença.

 Pode observar mais que um profissional de saúde em simultâneo, desde que haja

oportunidade, (não devendo observar-se mais que 2 profissionais, pelo risco da observação não ser efetuada corretamente).

 Deve fazer a observação em local adequado, podendo no entanto acompanhar os

profissionais de saúde nas suas atividades, mas não interferindo nas mesmas.

 Após preencher o cabeçalho da folha deverá iniciar a observação quando surge uma

oportunidade para utilização de EPI.

 Deverá assinalar com 1 na coluna respetiva (Sim), (Não) e (Não Aplicável).

 Poderá observar na mesma folha 4 ações para os vários EPIS, em cada grupo

profissional.

A utilização de EPI pelos profissionais de saúde, deverá ser desencadeada quando se preveem determinados procedimentos que poderão levar à contaminação/transmissão de microrganismos do cliente para o profissional ou do profissional para o cliente. Tem assim uma prevenção dupla tanto para clientes como para profissionais. Tem por objetivo prevenir a transmissão cruzada de infeção. As fontes de infeção incluem fluidos corporais, sangue e outras secreções ou excreções (exceto suor), pele não intacta ou mucosas e qualquer equipamento que seja suscetível de ser contaminado (Martins,2001).

O uso de EPI é essencial para a segurança nos cuidados de saúde. Deverá ser efetuada uma avaliação de risco, consoante o procedimento a efetuar e decidir qual o EPI mais apropriado a utilizar (Pratt,2001). Nesta grelha de observação, foram considerados os principais EPI a utilizar como precaução básica na prevenção e controlo da infeção (bata estéril e não estéril, avental, máscara cirúrgica, óculos/máscara com viseira e luvas não estéreis e estéreis), não foram considerados outros, como máscaras de proteção respiratória, visto serem necessárias em situações de infeção em que estão presentes

microrganismos que necessitam de isolamento de via aérea e não era esse o objetivo do estudo.

Passamos então à descrição dos vários tipos de EPI necessários, tendo em conta os procedimentos a efetuar:

BATA

Indicação: Procedimentos em que se preveja que haja contaminação da roupa/pele com

sangue ou fluidos orgânicos (ex.: risco de extensos salpicos de sangue, secreções e excreções).

Deve-se observar:

 Se coloca a bata imediatamente antes do procedimento e remove imediatamente

após o procedimento.

 Se muda a bata entre clientes diferentes. (Pressupõe-se que ao remover o

equipamento após o procedimento, terá mudado antes de efetuar outro procedimento no mesmo cliente ou de prestar cuidados a outro cliente. No entanto achou-se pertinente observar este último aspeto nos vários tipos de equipamento).

 Se utiliza bata esterilizada em procedimentos invasivos com técnica assética (esta

etapa aplica-se também aos enfermeiros porque embora os procedimentos invasivos que requerem a utilização de bata estéril sejam efetuados pelo médico, há procedimentos que requerem técnica asséptica e são efetuados pelos enfermeiros por ex: realização de penso a um grande queimado, preparação de alimentação

parentérica,…).

AVENTAL

Indicações: Procedimentos em que se preveja que haja contaminação da roupa com

sangue ou fluídos orgânicos (ex.: limpar fluidos orgânicos, fazer pensos…).

Deve-se observar:

 Se coloca avental imediatamente antes do procedimento e remove imediatamente

após procedimento.

 Se muda avental entre clientes diferentes.

MÁSCARA CIRURGICA

Indicações: Procedimentos em que se preveja que haja salpicos e aerossolização de

Deve-se observar:

 Se coloca máscara cirúrgica imediatamente antes do procedimento e remove

imediatamente após procedimento.

 Se muda máscara cirúrgica entre clientes diferentes.

ÓCULOS/MÁSCARA COM VISEIRA

Indicações: Procedimentos em que se preveja que haja salpicos e aerossolização de

sangue ou fluidos orgânicos que contaminem a face e os olhos (ex.: risco de extensos

salpicos de sangue, secreções…).

Deve-se observar:

 Se coloca óculos/máscara com viseira imediatamente antes do procedimento e

remove imediatamente após procedimento.

 Se muda óculos/máscara com viseira entre clientes diferentes.

LUVAS

Indicações: Procedimentos em que se preveja que haja exposição a sangue ou fluidos

orgânicos ou se contacta com mucosas/pele não intactas e com materiais contaminados (ex.: punção venosa periférica, administração de terapêutica rectal, enemas, manuseamento de arrastadeiras/urinóis sujos, entubação naso gástrica, manipulação do circuito da

algaliação, contacto com liquido cefalorraquidiano, pleural,…).

Deve-se observar:

 Se coloca luvas imediatamente antes do procedimento e remove imediatamente

após procedimento.

 Se muda luvas entre clientes diferentes.

 Se utiliza luvas esterilizadas em procedimentos com técnica assética. (ex: algaliação, manipulação de cateter central,…)

Embora esta grelha não pretenda avaliar a adesão dos profissionais de saúde à

higienização das mãos e por isso não é um item a observar, dever-se-á ter em

consideração que deve ser sempre realizada antes da colocação e após remoção do EPI, a fim de evitar a infeção cruzada e potencia o risco de infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS).

A ordem de colocação e de remoção dos EPI é outro item a avaliar, considerando-se que nem sempre é possível observar a utilização de todos os EPI, dever-

se-á observar esta ordem sempre que se utilize mais do que um EPI. Sendo considerada a ordem correta de colocação de EPI: bata, máscara, óculos, luvas e a de remoção: luvas, óculos, bata, máscara (CDC).

A taxa de adesão à utilização de EPI pelos profissionais de saúde será obtida através da razão entre o nº de ações que confirmam a utilização do equipamento e o nº de oportunidades observadas. A fórmula usada para a taxa de adesão tem no numerador expresso o número de ações positivas e no denominador o número de oportunidades observadas.

Fórmula= nº de ações positivas x 100 nº de oportunidades observadas

O cálculo da fórmula foi adaptado do definido pela DGS, para cálculo da adesão à higienização das mãos, que por sua vez foi adaptado da World Alliance for Patient Safety (Manual do observador – higienização das mãos, 2005)

No documento Trabalho de Projecto Teresa MESTRADO (páginas 109-115)

Documentos relacionados