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HÁBITOS DE CONSUMO CULTURAL E PRÁTICAS DE RECEPÇÃO – CONTEXTOS E SUJEITOS

4 HÁBITOS DE CONSUMO CULTURAL E PRÁTICAS DE RECEPÇÃO – CONTEXTOS E SUJEITOS

Pretendo, nesse capítulo, através de uma leitura de três pesquisas diferentes sobre hábitos e práticas culturais, relacioná-las aos dados produzidos junto aos sujeitos desta pesquisa. Os resultados e comentários analíticos apresentados são provenientes de pesquisas de recepção (surveys) acerca do consumo e das práticas culturais de amostragens amplas e abertas de público, baseadas em especificidades topográficas (limitadas por critérios geográficos regionais): uma delas no âmbito brasileiro79, outra no âmbito latino-americano80 e uma terceira no âmbito europeu81. A saber: a pesquisa nacional brasileira abrange as cinco macrorregiões político-geográficas brasileiras (capitais e municípios do interior), a pesquisa latino-americana foi realizada com espectadores de 16 países e aquela da Comunidade Europeia com espectadores de 27 países membros. Todos os dados, incluindo os específicos da pesquisa doutoral, foram produzidos durante o ano de 2013.

A partir do panorama esboçado com a leitura de alguns dados das três investigações supracitadas, tenho como objetivo contextualizar o consumo cultural, hábitos e práticas relacionados à cultura e à arte, pensando no macro contexto (internacional, regional e nacional) em que se encontram os sujeitos da pesquisa que ora realizo. Pretendo, a partir dessa análise, a problematização dos contextos específicos dos depoentes, através de suas respostas ao questionário. Assim, esse capítulo da tese objetiva ser uma contextualização que vai do macro ao micro, em que dados diversos de territórios expandidos são balizados com aqueles dados específicos do consumo, dos hábitos e das práticas culturais do grupo de professores de teatro e dança brasileiros.

Portanto, parto de uma leitura dos dados e comentários de cada relatório e relaciono-os já diretamente aos dados obtidos junto aos professores depoentes, comparando, balizando, pensando sobre eles a partir das aproximações e distanciamentos que apresentam na relação com os dados de consumo cultural dos cidadãos em geral (sem distinção de formação, classe, profissão, entre

79 “Pesquisa de Públicos de Cultura”, realizada pelo SESC e pela Fundação Perseu Abramo, disponível em: <http://www.sesc.com.br/portal/site/publicosdecultura/pesquisa/>. Acesso em 18 de janeiro de 2016.

80 “Encuesta Latinoamérica de Hábitos y Prácticas Culturales 2013”, realizada pela Organização dos Estados Ibero Americanos, disponível em: <http://www.oei.es/publicaciones/detalle_publicacion.php?id=147>. Acesso em 18 de janeiro de 2016.

8181 “Special Eurobarometer 2013 – 399: Cultural Access and Participation”, realizada pela European Commission,

disponível em:

<http://ec.europa.eu/COMMFrontOffice/PublicOpinion/index.cfm/Survey/getSurveyDetail/yearFrom/1973/yearTo/2 013/surveyKy/1115>. Acesso em 18 de janeiro de 2016.

outros). Desenho, assim, os contextos nacional, regional continental e internacional. Características ditas supranacionais, ou seja, recorrentes nos diversos âmbitos, independente da nacionalidade em questão, também serão comentadas.

Entretanto, muitas informações sobre os contextos específicos dos professores nos escapam, devido às limitações do instrumento de coleta de dados, a saber, um questionário online. Ao estender o debate intentamos, portanto, relacionalmente construir sentidos mais ricos e complexos sobre os dados quantitativos simples fornecidos pelos professores investigados.

Justifico aqui a presença da pesquisa brasileira, investigação de Públicos de Cultura realizada pelo SESC82 e pela Fundação Perseu Abramo83, pois os sujeitos dessa pesquisa são professores brasileiros de teatro e dança. Os dados latino-americanos servem para localizar o país em relação à sua macrorregião geográfica e cultural, ou seja, a América Latina (América do Sul, América Central e México). Já os dados da Comunidade Europeia justificam-se aqui porque um esforço comparativo entre as possibilidades das artes cênicas e educação no Brasil e em alguns países europeus (foco maior dado à Itália, por ser o país no qual se realiza a cotutela doutoral) foi realizado como estratégia metodológica para se pensar a realidade e as atuais condições das artes cênicas (na) e da educação no Brasil. 4.1 HÁBITOS E PRÁTICAS DE CONSUMO CULTURAL: IDENTIDADES O Brasil é um país de dimensões continentais. O Brasil é um país multicultural. O Brasil são muitos brasis, sendo um só. Há traços que nos unem, há hábitos que nos unem, há uma língua que nos une e um sentimento de pertença (que era chamado de ufanismo outrora, mas que hoje ganha outras cores e dimensões menos cívicas ou militares). Não obstante, há tanto ou muito mais que nos separa, que nos individualiza, que nos constitui localmente, em micro conjunturas culturais e sociais específicas. Como tratar de “identidades de espectadores” sem esse preâmbulo? Como pensar na constituição de professores de teatro e dança como espectadores das artes vivas, das artes da cena,

82 Serviço Social do Comércio (SESC), associação privada que atua como promotora de ações nas áreas de lazer, educação, saúde e cultura em boa parte dos municípios do Brasil. Há unidades em todos os estados da federação e particularmente o SESC São Paulo tem atuado como grande promotor, incentivador e aparelho cultural no país. Maiores informações no sítio: http://www.sesc.com.br/

83 A Fundação Perseu Abramo é uma agência de pesquisa, difusão de informações e fomento de produção de conhecimento ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT), fundada em 1996. Maiores informações no sítio:

sem considerar esse contexto brasileiro e essas fissuras que nos constituem muito mais do que a própria unidade preconizada pelos discursos sobre nação, raça e etnia?

Os jargões sobre o multiculturalismo no Brasil, podemos afirmar que qualquer brasileiro ou pessoa que tenha tido algum interesse sobre questões concernentes a este país já os leu, escutou ou mesmo constatou. Constatou? Sim, não podemos negar as afirmações contidas nas frases acima: somos um país imenso, com uma diversidade cultural impressionante e até mesmo desconhecida; falamos muitos sotaques e gírias diferentes em uma mesma língua. Somos negros, índios e brancos (e tudo que há entre isso e muito mais); crioulos, mestiços, cafuzos, mulatos, sararás, pardos, amarelos, uma infindável paleta de entretons. Temos cabelos lisos, encaracolados, ralos, volumosos, crespos, pixaim, somos carecas ou sequer temos cabelos. Cozinhamos de modos e com ingredientes diversos, nos alimentamos de muitas cores e sabores. Temos climas, biomas e formações geológicas dos mais distintos matizes. Há histórias diferentes que contam a nossa história, incluindo aquelas que foram silenciadas, geralmente ligadas às minorias sociais indígenas e afrodescendentes, às mulheres, às crianças, às classes economicamente desfavorecidas. Cantamos músicas e ouvimos sons que não são os mesmos de norte a sul, de leste a oeste. Somos um país laico no qual convivem centenas de religiões, contudo, somos o maior país católico do mundo e o maior país negro fora da África. Compomos uma nação múltipla, desigual e, muitas vezes, injusta e preconceituosa, para além da tolerância e da cordialidade preconizadas por estudos sociológicos clássicos da formação cultural do país.

Sobre as narrativas, as situações, os símbolos e as representações que compõem aquilo que denominamos culturas nacionais e que são determinantes na constituição das identidades nacionais, nos diz Hall: Uma cultura nacional é um discurso – um modo de construir sentidos que influencia e organiza tanto nossas ações quanto a concepção que temos de nós mesmos [...]. As culturas nacionais, ao produzir sentidos sobre “a nação”, sentidos com os quais podemos nos identificar, constroem identidades. Esses sentidos estão contidos nas estórias que são contadas sobre a nação, memórias que conectam seu presente com seu passado e imagens que dela são construídas. (HALL, 2002, p.51) grifos do autor Retomando: por que trazê-los, os jargões, a esta escrita acadêmica? Porque, mesmo que a pesquisa ora proposta não se apresente como um levantamento de públicos das artes e dos artefatos culturais no país, contamos com uma amostragem de dados potencialmente produtiva acerca das preferências, hábitos e práticas artísticas e culturais em que estão envolvidos 95 professores de teatro e dança de 16 estados da federação, das cinco regiões do país. Dados estes por vezes de

cunho subjetivo, breves narrativas que poderíamos chamar de “autobiográficas” (ARFUCH, 2010) ou de “narrativas de si” (LARROSA, 1994), já que relatam práticas e experiências pessoais dos docentes como pedagogos, como artistas e como espectadores, construindo estas experiências no próprio ato de contá-las através da narrativa escrita. A leitura desses dados, portanto, não pretende generalizar um modo de ser espectador dos professores de teatro e dança, de todos os professores de teatro e dança, e sim almeja olhar para os diversos modos de ser espectador num país com tamanha diversidade, com suas alteridades latentes e pulsantes, com sua dimensão geográfico- cultural continental.

Retorno a Stuart Hall (2002): não podemos mais falar de uma alta Cultura, com C maiúsculo. É preciso tensionar as relações de poder que legitimam determinadas culturas e artefatos culturais em detrimento de outros. Não para maximizar o que era minorizado ou vice-versa, mas para que possamos, então, pensar em constituições identitárias múltiplas e cambiáveis, principalmente no que concerne ao espectro cultural dessas construções de nós mesmos e dos sujeitos que habitam esse mundo complexo, múltiplo e, contraditoriamente, sempre desejoso de uniformização, de identidades fixas, de empatias absolutas. 4.2 APRESENTANDO DADOS DE LÁ E CÁ: BRASIL, AMÉRICA LATINA E EUROPA Os dados recentes apresentados pela pesquisa realizada no Brasil foram divulgados no mês de abril de 2014 nos meios de comunicação escrita do país (jornais impressos e sítios web). É uma pesquisa de cunho sociológico, alinhada com a produção e o pensamento bourdiano84, tanto nas metodologias de construção de dados como nas análises realizadas por dois sociólogos e um crítico de teatro, que irei comentar também a seguir. Intitula-se “Pesquisa de Públicos de Cultura” e foi realizada em parceria pelo SESC e pela Fundação Perseu Abramo85, com ampla amostragem de população adulta (maior de 16 anos), de áreas urbanas de 25 estados da nação. É uma pesquisa quantitativa (modelo survey) e apresenta um panorama da relação dos brasileiros com artefatos culturais variados como televisão, internet, cinema e literatura e com as artes propriamente, ou seja, espetáculos cênicos, música, exposições de artes visuais, entre outros. 84 Conjunto de pesquisas sociológicas baseadas nos estudos conduzidos por Pierre Bourdieu (1930-2002) junto ao CNRS, França, ao logo da segunda metade do século XX. Há conceitos operativos seminais oriundos destas investigações como capital simbólico, competência cultural, habitus e campo, por exemplo; vários deles atravessarão estes escritos em diversos momentos. 85 Disponível em http://www.sesc.com.br/portal/site/publicosdecultura/inicio/

A pesquisa parte de pressupostos que diferenciam a Arte, ou seja, a Cultura com C maiúsculo, os “bens culturais”, daqueles artefatos “meramente de entretenimento” [sic]. Essas informações são proferiras pelo professor Gustavo Venturi (sociólogo, professor da USP e coordenador da Fundação Perseu Abramo e da pesquisa em questão) em análise preliminar dos dados apresentada em palestra disponível no sítio virtual do SESC86. As análises de Venturi também são balizadas por categorias como “cultura popular”, “cultura erudita” e “alta, média ou baixa fruição”, que estariam diretamente ligadas uma a outra: nas palavras do analista fruir a alta cultura (erudita) é alta fruição e quanto mais nos encaminhamos à baixa cultura (popular) também a fruição é adjetivada como baixa. As variáveis têm a ver com renda, municípios de pequeno, médio e grande porte e a escolaridade (maior renda, maior município e maior escolaridade = mais alta fruição).

No mesmo seminário, o também professor da USP e sociólogo, Sergio Miceli, discorda da análise que diz que “houve um crescimento de renda, mas não um crescimento de acesso aos bens culturais” [sic], frisando que há muitas outras formas de acesso à cultura, principalmente aquelas ligadas ao consumo cultural vinculado à televisão e à internet, que se ampliaram com o crescimento socioeconômico do país. Em relação aos dados dos professores depoentes (conforme o gráfico 13), pode-se constatar que o contato com artefatos culturais e artísticos através de mídias diversas como a internet e a televisão é frequente por parte dos professores de teatro e dança. Eles se declararam consumidores habituais de: 1. DVDs de filmes cinematográficos: 92%; 2. vídeos de trabalhos artísticos no Youtube e outras bases: 88,5%; 3. teledramaturgia (seriados e telenovelas): 76%; 4. música online: 73%; 5. programas televisivos de arte e cultura: 72%; 6. sites com trabalhos e portfólios de artistas: 69%. 86 Disponível em http://www.sesc.com.br/portal/site/publicosdecultura/seminarios/

Gráfico 13 – Relação dos professores com artefatos culturais variados. Ou seja: um número considerável de professores, além de frequentar espetáculos das artes da cena viva em seu formato presencial, contatam com artefatos culturais e artistas mediados pelas mídias televisiva, de vídeo e pela rede mundial de computadores. Isso faz com que esses modelos de apresentação das artes cênicas considerados parateatrais, pois que não dotados da característica essencial da performance cênica a priori, que seria o aqui e agora espaço-temporal, abram um leque muito maior de possibilidades de contato com a arte, incluindo o acesso àqueles professores que geograficamente encontram-se distantes dos grandes centros de produção artística e cultural em um vasto território como o brasileiro. O conhecimento e a relação com alguns artistas e obras, que há 20 anos seria impensável a não ser através de material especializadíssimo de rara circulação (livros e vídeos, no geral), hoje compõem uma ampla gama de oferta de, se não espetáculos, ao menos de informação artística e cultural especializada e referenciada. Tornando à análise de Miceli da pesquisa nacional, este salienta que os equipamentos culturais específicos da dita “cultura legitimada”, ou “alta cultura”, ou “cultura erudita”, como prefere o outro comentarista, esses sim têm acesso restrito a uma pequena parcela da população brasileira (exemplifica comentando o público frequentador da Sala São Paulo, equipamento cultural e sala de concertos da OSESP). Dado este que se repete, segundo Miceli, em pesquisas similares realizadas com públicos estadunidenses e europeus.

Conforme o professor, os resultados são muito semelhantes àqueles obtidos no Brasil hoje, ou seja, um demonstrativo se não de baixo acesso, de baixo interesse em relação aos chamados bens culturais ou, especificando, em relação aos artefatos culturais ligados às artes, por grande parte da população87. Não haveria diferenças significativas entre os dados brasileiros e de outros países considerados de “primeiro mundo” [sic].

A partir dessa afirmação, fui instigada a procurar os dados e as referências relacionadas ao consumo cultural europeu e latino-americano. Interessava-me saber se havia grandes discrepâncias de acesso e frequentação desses artefatos e eventos culturais, se os números brasileiros se distinguiam muito daqueles do restante da América Latina e como, exatamente, poderíamos nos enxergar em relação à Europa, continente em que realizei parte da pesquisa doutoral. Assim, trago aqui algumas observações comparativas advindas do acesso a esses documentos e pesquisas oficiais na América Latina e na Europa.

Considerando os dados apresentados pelo “Eurobarômetro 2013 – Acesso e participação na Cultura” e os dados da “Pesquisa de Práticas e Consumo Cultural na América Latina 2013”, podemos constatar que a afirmação de Miceli, pelo menos naquilo que se refere a uma média dos países membros da Comunidade Europeia (note-se que há grandes discrepâncias no acesso e participação entre os países da Comunidade Europeia, sendo que as taxas de frequentação dos países da Europa do Norte, particularmente dos países escandinavos, é muito superior àquela da Europa do Sul e do Leste88), não se confirma, podendo-se observar diferenças consideráveis nos números, ainda que não se observem as elevadíssimas taxas de frequentação e consumo cultural que nós latino- americanos costumamos supor quando pensamos na Europa. No entanto, são nítidas as diferenças,

87 No congresso da Internacional Federation of Theatre Research (IFTR), realizado no mês de julho de 2014 na Universidade de Warwick, na Inglaterra, tive a oportunidade de acompanhar diversos trabalhos sobre os públicos europeus, de diferentes países, como Inglaterra, Suécia, Holanda e Estônia. Na maior parte dos casos, os resultados da pesquisa apontavam índices de assiduidade e frequência realmente semelhantes àqueles apresentados pela pesquisa realizada pela FPA/SESC no Brasil, com exceção da pequena Estônia, país em que mais de 50% da população frequenta assiduamente as salas de teatro. Em países como a Holanda, a frequência aos teatros é alta, mas principalmente em espetáculos de entretenimento denominados como gênero cabaret, sendo o spoken theatre (ou teatro falado, denominação que diferencia espetáculos de teatro musicais de outros) e a dança bem menos frequentados, por exemplo.

88 Respondents in northern European countries are the most engaged in a range of cultural activities; as an example, 90% of respondents in Sweden, 86% in the Netherlands and 82% in Denmark have read at least one book in the last year. By contrast, southern and eastern countries are often the least engaged in cultural activities: only 51% of respondents in Romania and 50% in Greece have read at least one book in the last year (compared with 68% in the EU as a whole).An index of cultural practice reflecting participation in a range of cultural activities reveals that northern European countries have the highest proportion of “Very high” and “High” participation indices, led by Sweden (43%), Denmark (36%) and the Netherlands (34%). By comparison, the lowest cultural index scores are measured in Greece (5%), Portugal, Cyprus (both 6%), Romania and Hungary (both 7%). (EUROPEAN COMMISSION, 2013, p. 5)

bem como não o são quando se abordam os números latino-americanos, em que o Brasil apresenta diferenças ínfimas em relação às taxas apresentadas pelos outros países latino-americanos.

O relatório da pesquisa brasileira traz os seguintes dados:

Em termos gerais, é pequeno o leque de atividades culturais realizadas pelos pesquisados: 89% nunca foram a um concerto de ópera ou música clássica em sala de espetáculo e 83% em qualquer outro local; 75% nunca foram a espetáculos de dança ou balé no teatro; 71% nunca estiveram em exposições de pintura, escultura e outras artes em museus ou outros locais e 70% nunca foram a uma exposição de fotografia. Além disso, outras atividades, como ver uma peça de teatro em qualquer local (61%), ou uma peça no teatro (57%), ou um show de música em uma sala de espetáculo, foram outras atividades cuja maioria dos entrevistados afirmou nunca ter realizado. (SESC/ FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 2014, sem página) Na mesma linha, o relatório da pesquisa europeia comenta seus dados relativos à frequentação no último ano: Cidadãos da EU assinalaram que as atividades que mais realizaram foram assistir a TV, escutar rádio ou ler um livro; todas elas atividades relativamente baratas e que podem ser feitas em casa. A mais popular atividade foi assistir ou escutar um programa cultural na TV ou no rádio, já que 72% dos depoentes realizaram essa atividade pelo menos uma vez no último ano. Ler um livro foi quase tão popular quanto, já que 68% das pessoas o fizeram no último ano. Pouco mais da metade dos cidadãos EU também esteve no cinema (52%) e visitou um monumento ou lugar histórico (52%) ao menos uma vez no último ano. Menos da metade dos depoentes tomou parte em outra atividade cultural ou mais no último ano. Essas incluem: visitar um museu ou galeria (37%); ir a um concerto (35%); visitar uma biblioteca pública (31%); ir ao teatro (31%) e assistir ao balé, performance de dança ou ópera (13%)89. (EUROPEAN COMMISSION, 2013, p. 7) No que tange às taxas de frequentação e consumo de bens, artefatos e eventos culturais no último ano, a pesquisa latino-americana traz os dados separados e comentados por categorias de consumo e frequentação, que serão apresentados no comparativo geral que trago a seguir. 89 EU citizens were most likely to have watched the TV, listened to the radio or read a book; all these are relatively inexpensive activities that can be done at home. The most popular activity was watching or listening to a cultural programme on the TV or radio, 72% of respondents having done so at least once in the last year. Reading a book was almost as popular, 68% having read a book at least once in the last year. Just over half of EU citizens had also been to the cinema (52%) and visited a historical monument or site (52%) at least once in the last year. Under half of respondents had undertaken a range of other cultural activities once or more in the last year. These included: visiting a museum or gallery (37%); attending a concert (35%); visiting a public library (31%); going to the theatre (28%) and seeing a ballet, dance performance or opera (18%). (EUROPEAN COMMISSION, 2013, p. 7)

Gráfico 14 - Frequência a atividades culturais no Brasil. Fonte: SESC/Perseu Abramo. Retomando as ponderações, se considerarmos os dados da pesquisa brasileira, somando os que nunca frequentaram e os que não frequentaram no último ano determinado evento ou consumo